— Não, me larga! – Plagg grita tentando escapar da bucha cheia de sabão que Adrien esfregava nele.

— Não, Senhor! Venha cá. Você não toma um banho descente a dois dias, Plagg. Devia ter vergonha. – Dizia enquanto enfiava o gatinho debaixo do chuveiro para tirar o sabão dele. – Pronto! Vai lá se secar enquanto eu termino aqui.

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No andar de baixo, especificamente na lavanderia, Marinette já havia colocado a roupa do seu parceiro na maquina e estava terminando de lavar os copos de milk shake q ela havia feito pra eles.

— Você tá certa, eles são realmente fofos de se observar. – Tikki fala enquanto comia um cookie. – Fico feliz que o Plagg tenha um portador como o Chat Noir. Eles realmente se adoram.

— Sim, realmente. Parecem se dar muito bem. – Diz secando as mãos após terminar seu trabalho. – Vamos lá pra cima? Ainda preciso trocar a roupa de cama.

— Vamos!

Subindo as escadas e entrando em seu quarto, ela já consegue ouvir o barulho do chuveiro e ao que parece os dois estavam discutindo. De novo. Foi ate seu guarda roupas pra pegar um novo lençol e fronhas e conseguiu ouvir um grito de Plagg.

— Não, me larga! – O pequeno parece não gostar muito de banho. Bom, faz sentido não é? Afinal, ele é um gato.

— Não, Senhor! Venha cá. Você não toma um banho descente a dois dias, Plagg. Devia ter vergonha. – O garoto diz com um tom meio sério e meio divertido.

— Ai, esses dois ainda vão me fazer ter uma overdose de fofura. – Fala pra Tikki enquanto vai ate a cama com um lençol limpo.

Quando troca a roupa de cama, ela coloca a que tirou no cesto de roupa que tem perto da porta do banheiro.

— INGRATO! – Ela ouve o garoto gritar do outro lado da porta enquanto o pequeno kwami atravessava esta e gritava de volta um “VOCÊ QUE É CHATO” e batia em sua barriga por não ter a visto ali. – Ai, Marinette. Desculpe, não te vi ai.

— Tudo bem, eu tava deixando o lençol que troquei aqui no cesto. – Diz apontando pro mesmo. – Se machucou?

— Estou bem, obrigado.

— Discutiram? – Pergunta sorrindo enquanto o via voar ate Tikki.

— Não exatamente. É só meu drama diário mesmo. Ele sabe que não é sério.

Ouvindo o chuveiro desligar, Tikki volta pra sua gaveta depois de dizer um “se comporta” pro pequeno gatinho e por lá ficou.

— Mal humorada em docinho. Não fiz nada. – Senta na almofada da cama e fica esperando seu dono sair do banheiro.

Marinette esperava sentada na cadeira da escrivaninha enquanto mexia no computador vendo noticias sobre a ultima luta deles contra um akumatizado. Um vídeo de quando a luta acabou e eles faziam seu famoso toque da vitória rodava na tela no exato momento em que a porta do banheiro se abria. Ela olha pra porta e ve so o rosto do rapaz que tinha os cabelos molhados e as bochechas vermelhas.

— Ta tudo bem? – Pergunta ela enquanto levantava. Ao fundo sua própria voz dizendo “Miraculous Ladybug” saia das caixinhas de som de seu computador. – Chat?

— Ah, é que... Essa blusa tá meio curta e a calça ta meio justa tambem. – Murmura baixinho enquanto saia do banheiro com a toalha na mão. Ficando ainda mais envergonhado ao notar os olhos de Marinette percorrendo seu corpo.

— Tantas lutas realmente te fizeram bem. – Sussurra baixo pra si mesma. Mas claro, não baixo o bastante.

— Marinette! – Exclama ainda mais vermelho e desviando o olhar da garota pra qualquer canto do quarto. Plagg ria tanto que ate perdeu o folego.

— Ah, perdão. Meio difícil não reparar. – Fala se aproximando. – Desculpe, mas realmente não tenho nada maior pra você vestir. Pode ficar com essa blusa ou sem ela. Particularmente... – Da a volta e para atrás dele aproximando o rosto de seu ouvido. - ... eu prefiro a segunda opção. – Passa por ele tirando a toalha de suas mãos e vai ate o computador desligando o video que passava e puxando a cadeira. – Senta aqui. Deixa eu secar esse cabelo.

— Ta bem. – Senta na cadeira e sente as mãos delicadas passarem a toalha pelo seu cabelo tirando o excesso de água.

— Vou pegar o secador. Ta no quarto da minha mãe. Não demoro, tá? – Diz deixando ele ali e saindo.

— Que secada ela deu em você, em? E não me refiro ao cabelo. – Diz flutuando em frente ao rosto de Adrien com um sorriso.

— Ah, para. Eu nunca em toda minha vida fiquei com tanta vergonha. Eu nem sei o que falar pra ela.

— Mas admita, você gosta.

— Não nego que me agrada saber que ela pensa assim. Mas não impede que eu fique tão envergonhado. E ela ta fazendo de propósito, não tá?

— Claramente.

— Em minha defesa, você fica realmente uma graça todo tímido assim. – Diz Marinette entrando no quarto com o secado na mão.

— Ah, então é so por isso mocinha? – Pergunta fingindo tristeza. Mas no fundo, com uma ponta de verdade. – E eu achando que você gostava de mim. – Fala dramaticamente e virando a cadeira de costas pra ela.

Marinette se aproxima deixando o secador na escrivaninha e novamente chega perto de seu ouvido. – Não exatamente. – Passa os braços por cima dos ombros dele e desliza a ponta dos dedos ate a barra da blusa. – Falei muito sério sobre tirar isso. – E puxa a barra da blusa a tirando de seu corpo e jogando longe. Por sorte ele foi rápido e segurou a mascara para que não caísse de seu rosto. – Bem melhor.

— Nossa. Já arrancando a minha roupa princesa? Não quer um encontro primeiro? – Diz virando a cadeira pra olhar pra ela.

Se abaixa e fica na altura do rosto dele com um sorriso. – Bom, não me lembro de certo gato preto me convidar, não é? – Aperta a ponta do nariz dele e vira a cadeira novamente pegando o secador e ligando na tomada logo após.

— Eu vou acabar acreditando em você. – Fala por cima do barulho do secador que a garota usava em seu cabelo e ouvindo uma risadinha vindo dela como resposta. Ela passa os dedos por entre seus fios loiros pra facilitar a secagem. Era bom. Como uma carícia na cabeça de um bichinho de estimação. Seu toque era leve e carinhoso. De olhos fechados ele sente uma vibração pela garganta sair sem que ele sequer pensasse em fazer. O secador e desligado e ele instintivamente para o barulho.

— Ue, eu jurava que tinha ouvido um... – Ela para e pensa um segundo como se relembrasse o som que pensou ouvir. – Não, devo ter imaginado.

— Não, você ouviu muito bem. – O pequeno gato disse do colo do garoto. – Ele ronronou sim.

— Plagg, fica quieto. – Fala tapando a boca dele com um dedo.

— Você ronronou mesmo. Ah que fofinho. – Fala afagando um pouco mais os cabelos dele. – Mas, não devia ta transformado pra isso?

— Não exatamente. – Plagg voa pra que ela possa o ver. – Com o tempo o portador pode ocasionalmente pegar algumas coisas de seu kwami pra si. Comportamentos, manias. Algumas vezes ate poderes. No caso dele. Pegou meu ronronar.

— Interessante. Então ele pode fazer isso sem necessariamente ser o Chat Noir?

— Exatamente. – Voa pra frente do rosto do garoto. – Eu gosto dela, é esperta. Se quer namorar alguém, fica com ela logo.

— Ah, meu Deus! – Exclama abaixando a cabeça e tapando o rosto com as mãos. – Só podem ta querendo me matar de vergonha.

Mal termina de falar e sente os braços de Marinette lhe abraçando pelas costas, seus braços estavam presos pelos da garota que o apertava contra si, com seu rosto do lado do seu apertando levemente suas bochechas juntas. – Ah eu avisei que ia esmagar esse garoto.

— Esmagar? – Pergunta ele olhando-a de lado já que não podia se mexer.

— Porque você tem que ser tão fofo? Ta fazendo de propósito? – Fala desencostando sua bochecha da dele pra olhar em seus olhos, porém sem se soltar do abraço. Olhos lindos diga-se de passagem. Cílios loiros. Olhar tímido. Esse garoto é um anjo?

— Não. Ele é sempre assim quando tem vergonha. Incrível é você conseguir deixar ele assim por tanto tempo. Geralmente se recupera em segundos. – Plagg diz sentado novamente no colo do garoto, já que quando distraído, Adrien costuma coçar sua orelha sem nem perceber e claro, Plagg não perde um bom carinho grátis.

- Continua assim. – Da um beijo na bochecha dele. – Eu gostei muito. – Da uma piscadinha e se levanta. Pega a escova de cabelo e da uma desembaraçada nos fios. – Prontinho.

— Espera ate eu conseguir me transformar de novo pra ver quem fica com vergonha.

— Gatinho, gatinho... Cuidado. Você vai perder assim também. – Pisca um olho pro garoto. – Bom, como ta se sentindo? Ta melhor? - Para na frente dele que já estava de pé e coloca a mão na testa dele. – Não ta mais quente, que bom. – Desce a mão ate a bochecha dele vendo-o fechar os olhos aproveitando o carinho. Sem notar, novamente ele ronrona.

Os olhos de Marinette ficam vidrados na cena. Adrien abre os olhos e nota o que estava fazendo. Desvia o olhar pra baixo mas sem desviar do toque da garota. – Você gostou mesmo do ronronar, não é? – Pega a mão que estava em seu rosto e aperta.

— Aham. – Ela admite sentindo sua próprias bochechas esquentarem, agora. – É um som relaxante. Tem vários estudos que provam que o ronronar de um gato faz bem pra saúde das pessoas. E, você fica lindo tambem.

— Então... – Se aproxima colocando a mão livre na cintura e a puxa delicadamente pra si sentindo a mão livre dela se apoiar em seu peito. – Eu não me importaria de “melhorar a sua saúde” ronronando pra você a partir de hoje. Sabe? Como um agradecimento pela ajuda. – Sussurra encostando suas testas e olhando em seus olhos azuis.

— Ah, será uma honra ter o garoto mais gato de Paris ronronando pra mim. – Fala com um sorriso nos lábios vendo-o sorrir de volta.

— Er... Atrapalho? – Ouvem uma voz vinda da porta.

Seus olhos se arregalam, ambos olham pro pai de Marinette, voltam a olhar um pro outro. Olham novamente para o homem que os olhava com um sorriso e de novo um pro outro. O garoto finalmente nota o quão próximo estão, sua testas ainda juntas e sua mão na cintura dela, sem contar que a outra mão se encontrava entrelaçada aos dedos dela firmemente. Marinette sente suas bochechas arderem em vergonha quanto nota sua mão espalmada no peito nu dele e o aperto firme na mão entrelaçada a dele. Se afastando em um pulo pra trás, os dois adolescentes falam palavras sem sentido para Tom que continuava sorrindo pros dois.

— Atrapalhar? Não, pai. Claro que não. Não atrapalhou nada, nadinha. Não aconteceu nada. Ta tudo completamente normal. Cala a boca, Marinette. – Termina brigando consigo mesma por falar demais quando esta claramente nervosa com algo.

— Nada disso, Sr Dupain. Atrapalhar o que? Não a nada pra atrapalhar. Esta tudo perfeitamente normal. – Fala rapidamente o loiro com um sorriso envergonhado pro pai da garota que ele claramente estava agarrado a cinco segundos atrás.

— Vejo que está bem melhor, Chat Noir. E bem a vontade. – Diz sugestivo claramente se referindo a estar sem camisa.

— Ah, sim. Me sinto melhor senhor. E peço desculpas pelas vestimentas inapropriadas mas... – Não termina de falar por Marinette o interromper.

— É que a roupa que ele usava estava suja e eu pus na maquina e não tenho nada que sirva nele já que ele é bem mais alto que eu. E nada do senhor serviria, porque o senhor e bem mais alto que ele. Então eu emprestei uma calça de uma encomenda que fiz ate a roupa dele estar seca. Mas a blusa não serviu bem, então eu disse que não teria problema não usar. Ate porque ta quente hoje mesmo ne? E eu continuo falando, porque continuo falando? Fica quieta Marinette. – Termina tapando o rosto por novamente falar demais e rapidamente sem nem pausas pra respirar. Olha pra Chat Noir após ouvir um riso baixo vindo dele, com um sorriso envergonhado seus olhares se prendem um ao outro novamente e so se separam porque Tom chama a atenção deles com uma falsa tosse.

— Bom, crianças. Eu so vim ver se estão bem e informar que o jantar já ta pronto. Quando quiserem, é só descerem. Ok? – Diz sem nunca abandonar o sorriso enquanto ouvia um “Sim, senhor.” Vindo dos dois. – Bom, ate outra hora então. Se comportem. – Diz e fecha a portinha ao sair. Os dois se olham envergonhados e sem saber o que dizer ate que ouvem Tom falar/gritar pra sua esposa. “- Amor, você não vai acreditar no que aconteceu agora.” Alguns segundos se passam e tudo que ouviram foi Sabine gritar um “- MARICHAT!” e novamente ouve silêncio pela casa.

— MariChat? – O loiro pergunta após alguns segundos de silêncio.

— Ah, pois é. É um ‘shipper’ que ela inventou naquela vez que eu... Me... Declarei. – Diz se virando de costas pra ele pra não olha-lo.

— Hum... MariChat... – Ouve ele mais proximo de si e sente seus braços passarem pela sua cintura grudando suas costas ao peito dele e sentindo-o colocar o queixo em seu ombro e sussurrar em seu ouvido. – Me soa muito bem.

Marinette sente seu corpo amolecer e seus pelos se arrepiarem. – Tambem gosto de como soa. – Se recosta mais no peito do garoto e apoia a cabeça no ombro dele virando o rosto e aspirando o cheiro do seu shampoo que desprendia dos cabelos loiros. – E gosto mais ainda do meu cheiro em você. – Diz levantando um braço e passando os dedos entro os fios macios.

— Er... Desculpe atrapalhar vocês.

Eles novamente dão um pulo pra longe um do outro e olham pra porta vendo desta vez a mãe de Marinette so com a cabeça pra dentro do quarto através da portinha.

— Senhora Cheng. Imagine. Não atrapalha nada. É um prazer revê-la. – Fala atrapalhado dando seu típico curvar pra frente.

— Oi, mãe! – Fala envergonhada.

— Então eu so vim te avisar uma coisa filha. Recebemos uma encomenda de última hora de um bolo pra hoje ainda e seu pai e eu estaremos na padaria pra preparar e assim que estiver pronto sairemos pra entregar. Isso pode demorar um pouco. Talvez só chegaremos de madrugada. Tudo bem? – Diz com um sorriso alegre.

— Claro, mãe. Sem problema. Eu tranco a casa e bem, ele vai ta aqui então mais segura que isso só se eu estivesse numa delegacia. – Diz rindo nervosamente enquanto apontava pro garoto a 2 metros de distância dela.

- Tudo bem então. Ate amanhã crianças. Se comportem. Boa noite! – Diz saindo e fechando a portinha do quarto novamente. Chat fez menção de que iria falar mas Marinette levantou uma mão e sussurrou “- Espera!” pouco depois eles ouviram “- Tom, você não vai acreditar!” e segundos depois um “- MARICHAT!” duplo junto de uns gritinhos e o silêncio reinou após ouvir a porta de saída fechar.

— Meu Deus! Quando vocês finalmente resolvem se soltar e se agarrar começa a brotar gente do chão, literalmente. – Plagg que so assistia de um canto qualquer do quarto, se pronúncia completamente indignado.

Entre risadas Marinette abri novamente a portinha de seu quarto e estende a mão direita pro loiro. – Vêm. Vamos jantar! – Ele caminha em sua direção com um sorriso no rosto e pega em sua mão entrelaçando seus dedos e juntos eles vão ate a sala de jantar pra se servir.

Continua...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.