Siblings... Or More...

Pequenas conversas...


Ares estava procurando Afrodite por todos os lados, até que uma ninfa disse que ela estava em seu templo faziam algumas horas. Ele rumou até lá, entrando sem ao menos bater, e encontrando a deusa do amor beijando Hefesto, os dois bem felizes. Ele tossiu forçadamente, e os dois se separaram. A deusa o olhou preocupada, com medo da reação dele, mas ele simplesmente disse:

– Se não é muito incômodo para os dois aí, gostaria de conversar com você Afrodite.

A deusa olhou para Hefesto, que apenas assentiu e sumiu em fumaça marrom.

– Voltou cedo. O que te trás ao meu templo?- ela perguntou

Ele a encarou de verdade. Por um momento, pensou estar tendo uma alucinação, pois não a enxergava com o habitual cabelo castanho (que era o jeito que ele a via), e sim, um cabelo que estava se tornando ruivo... ele sempre preferiu garotas com cabelo castanho... por que estava daquela cor agora?

– Ares... algum problema?

– O que? Ah! Não, mas... você está ruiva?

– Ruiva? Não! Eu fico com o cabelo castanho quando te vejo. Não é assim que você me vê?- Afrodite respondeu o mais séria que pôde, mas na verdade, ela tentava conter um sorriso. Ela sabia que Ares só estava a enxergando ruiva, porque bem no fundo, ele estava se apaixonando por outra deusa. E ela sabia bem qual deusa era...- Ares... você sabe como é: os homens me enxergam do jeito que acham uma mulher mais bonita, pelas quais eles geralmente se apaixonam. Me diga, conheceu alguma ruiva enquanto esteve fora?

– Não... a única ruiva que eu conheço é a...- Ares parou a frase e engoliu em seco. Não... não ela! Era impossível!

– É a Héstia. Ela é a única ruiva que você conhece...

– A HÉSTIA?! Que nada Afrodite! Eu conheço outras ruivas... não tem só ela...- ele parecia meio nervoso

– Hum sei. Bom, eu vou fingir que acredito em você, mas acho melhor você pensar sobre isso. E, sobre o que você viu... eu estou com Hefesto... só com ele agora. Eu o amo... desculpe.- ela o olhou

Ele não soube o que responder. Mesmo assim a informação o abalou um pouco, ele sempre achava que Afrodite preferia ele ao próprio marido, mas ele não estava tão mal quanto "deveria" ficar. Ele estava pensando também nessa história de ver a deusa do amor ruiva, seria mesmo por causa de Héstia? Não... não era possível!

– Bom... tudo bem. Se você prefere assim. Espero que ele te faça bem, não é?!- ele tentou ser o mais rude que pôde, e então saiu daquele templo, deixando uma Afrodite sorridente, e muito ansiosa.

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Héstia caminhava calmamente pelo Olimpo, cumprimentando todos que via, como sempre fazia. Até que ela viu o deus da guerra sentado no chão, parecendo mais irritado do que nunca. Foi até ele e sentou ao seu lado.

– Ares, você tá bem?

– Afrodite voltou a ficar com Hefesto. Mas tipo, ela está só com ele agora! Não vai mais ficar comigo!- ele socou a parede

– Você gostava mesmo dela, né?

– Eu não sei! Eu não estava apaixonado por ela! Eu sei disso, nunca me apaixonei!

– Então por que está tão bravo? Ela está feliz, é isso que importa. Você devia ficar com outra pessoa...

– Não. Eu não quero me envolver com ninguém! Eu sou o deus da guerra, não preciso de ninguém!

Isso atingiu Héstia como um soco. Gostava de Ares, mas a arrogância dele a magoava. Ainda mais agora, que descobriu que ele não queria nada com ninguém. Quando ia respondê-lo, ouviu uma outra voz. Olhou para cima, e viu Nice, deusa da vitória, uma grande amiga do deus da guerra, sorrindo para ele:

– Olá Ares! Soube que voltou de uma guerra hoje...

– Oi Nice- ele "sorriu"-, sim, foi hoje mesmo. O que faz aqui?

– Vim te convidar pra comemorar as vitórias da guerra que você foi e da que eu fui.

– Esteve em uma guerra?- ele perguntou interessado

– Sim, estive. Claro, eu ajudei o lado que estava ganhando. E então, quer vir?- Nice perguntou

– Tudo bem né. Talvez seja melhor eu me distrair. Bom, eu já vou Héstia, até.

– Até.

Ares e Nice saíram, e Héstia teve que admitir: estava com ciúme. Mas foi sempre assim, poucos deuses se tornavam amigos de Ares. Infelizmente, Nice era uma desses deuses. Ela era legal, mas antes de Ares ir para essa guerra, eles tinham estado bastante tempo juntos... seria possível Ares se apaixonar por ela?

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Hermes estava fazendo seu trabalho o mais rápido que podia. O motivo? Ele tinha que conversar com Íris. Ela tinha o evitado todos os dias depois que eles se tinham se beijado, e ele queria uma explicação. Assim que terminou tudo, correu e correu, encontrando a deusa na frente do elevador, pronta para descer do Empire State.

– ÍRIS! ESPERA, TENHO QUE FALAR COM VOCÊ!

– O que você quer Hermes?!

– É que, depois do nosso... beijo, você me ignorou totalmente. O que houve?

– Hermes... esquece esse beijo. Não foi nada importante, foi só coisa do momento!

Mas para ele não era assim. De fato, beijar Íris não foi a mesma coisa que beijar outras garotas, mas pelo jeito, para ela não tinha significado nada.

– Você nem... se importa?

– Olha Hermes, somos amigos, e aquele beijo foi por puro impulso. Eu não tenho tempo para ficar pensando nisso, sou uma deusa ocupada, assim como você. E nós temos mais coisas para nos preocupar do que um beijo, ok? Agora eu tenho que ir, esquece isso ok?- Íris disse, entrando no elevador

Por um segundo, pensou ter visto um olhar triste nos olhos do deus mensageiro, e se sentiu meio culpada. Ela e Hermes eram amigos, e esse beijo, pareceu mudar tudo. Além disso, os dois realmente eram muito ocupados, e para ela, o amor era uma distração. Mas mesmo assim, percebeu que tinha sido insensível demais, e que talvez, devesse ter escutado o deus...