Em algum espaço de tempo, numa antiguidade remota, em algum lugar distante, por algum infeliz fato, começou uma perseguição. Uma perseguição cruel e horrível onde várias famílias foram separadas e aniquiladas. Tudo porque ocorreu algo extraordinário numa vila. Uma criança nasceu com um par de chifres na cabeça. Todos acharam estranhíssimo e até pensaram em sacrificá-lo pois acharam que era um ser maligno se apossando de um corpo humano, mas deixaram a criança viver.

Depois de alguns anos, os chefes e xamãs das aldeias próximas começaram a ter uma posição diferente, como se tivessem se arrependido de deixar o menino viver. A criança deve ter feito algo muito ruim ou deve ter ficado no “lugar errado na hora errada”. Aconteceu que todos acreditaram, de uma hora para outra, que as crianças que nasciam com chifres davam má sorte, mau agouro e traziam espíritos do mal consigo. Então, essas crianças eram presas até a morte ou sacrificadas, apesar de possuírem culpa nenhuma. E as mulheres que eram futuras mães de chifrudinhos também eram sacrificadas por possuírem um “destino amaldiçoado”. Isso persistiu por muito tempo, até os dias dessa história, chegou o dia em que as crianças tiveram que fugir.

Numa dessas vilas, moravam três irmãos. O mais velho, de 10 anos; o mais novo, de 5, e o do meio, de 7 anos. Naquela tarde nublada tinham perdido a mãe. Sacrificada por destino amaldiçoado. Ela mesma disse para eles fugirem, pois, o mais velho já tinha chifrinhos tortos na cabeça que doíam quando eram puxados. E seu irmão do meio também tinha toquinhos escuros e duros debaixo do cabelo. Ele tinha medo que os achassem e que no mais novo, aparecessem os malditos. Então ele e seus irmãos fugiram. Pegaram suas trouxas e seguiram uma caravana que ia a algum lugar, cheia de crianças e adultos com as protuberâncias pontudas nas cabeças.

Essa caravana ia para as Terras Esquecidas e é lá que as crianças se criaram e cresceram.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.