A Volta do Passado

Eles estavam correndo, tudo estava escuro, os gritos de horror vindos de todos os lados, ela consegue ver a luz da saída no fim do grande corredor, ao sair e olhar para trás vê todo o castelo em chamas, mas eles continuam correndo e se afastando mais e mais...

Até que ela escuta um gemido de dor e então um choro, ela para, olha para trás e foi aí que viu o momento que nunca mais esqueceria! O momento em que sua mãe foi atravessada por uma flecha em seu estômago, antes de dar seu último suspiro ela fala uma frase e sorri deixando seu corpo cair para o lado, sem vida

Ela volta correndo e vê seus perseguidores, pega no braço de sua irmã e começa a correr, depois disso tudo aconteceu muito rápido, em um momento estava correndo e no outro estava no chão cercada e tentando ao máximo atrasar os homens que tentavam passar por ela

(7 anos depois)

Em meio as sombras da floresta ao anoitecer uma figura encapuzada caminhava entre as árvores

— aqueles idiotas *hunf* eles mereceram morrer, eu os avisei que não deveriam me provocar e muito menos dar as costas para mim— pensa ela -agora vou me vingar de todos os que destruíram minha vida..... e quem sabe eu não tento me reencontrar com eles, espero que estejam seguros -fala olhando calmamente para o céu noturno e estrelado, até que escuta um barulho atrás de si, ela se vira se preparando para atacar mas para ao perceber que era um grupo de pessoas, ela reconheceu os rostos, eram escravos daqueles malditos “mercadores”, eles estavam parados olhando para ela, que suspirou e saiu da posição de ataque -o que vocês estão fazendo aqui? Achei que já estariam longe depois que os libertei!

—é você! Bem primeiro queria agradecer novamente por ter nos libertado e sobre isso, conseguimos escapar por alguns dias, mas, fomos capturados novamente- respondeu um homem que estava na frente e parecia liderar o grupo

—então como escaparam?- ela perguntou, isso estava estranho, não tinha mais ninguém além dela atacando os mercadores e mesmo que houvesse poucos seriam os que iriam libertar os escravos em vez de pega-los para si ou vende-los

—fomos salvos por uma...hã...menina, eu acho!?- respondeu o líder com um pouco de dúvida na voz e pensativo

—como assim “acha”, era uma menina ou não?- ela perguntou achando aquilo mais estranho ainda e se irritando um pouco

—ah, bem era uma garota mas ela era diferente, foi rápido mas eu posso jurar que seus olhos eram do mais brilhante dourado!- ele falou e alguns atrás dele concordaram com a afirmação e por um momento a garota ficou chocada, aquilo era impossível certo? Mas não é comum alguém ter olhos dourados!?

—você conseguiu ver algo mais de diferente nessa menina?- ela perguntou normalmente, mas estava de cabeça baixa

—não, ela estava com um capuz e estava escuro então somente fizemos o que ela mandou e agora estamos indo para uma vila aqui perto- ele respondeu calmamente

—certo, você pode me dizer onde estão os mercadores?- ela perguntou e o homem apontou para trás dele onde, apesar de fraca um luz brilhava no fundo da floresta -certo, agora continuem indo para a vila, estarão seguros lá- ela falou e saiu correndo na direção da luz, após algum tempo ela escuta um grito de dor e ao chegar no seu destino ela encontra a cena de um acampamento, onde de três homens, um estava desacordado perto de uma carroça, outro desmaiado com um cachorro branco em cima do corpo e o terceiro cruzando espadas com uma pessoa encapuzada -deve ser a garota que libertou os escravos!— ela pensou, mas como teria certeza de que era quem ela achava que era? Era isso que ela se perguntava até que em um momento a garota levantou o rosto e foi o suficiente para mostrar o que era necessário para ela ter a certeza, pois ninguém mais tem olhos dourados com pupilas em fendas além de Frisk.

Não sabia como se aproximar então decidiu que iria ficar escondida em uma moita observando e esperar o momento certo para aparecer e ir falar com a morena, ela havia crescido bastante desde a última vez que a viu e parece que ficou mais forte e ágil também, foi a primeira vez que viu a garota nocautear alguém maior que ela, após um tempo rodando no acampamento Frisk encontrou um corda e amarrou os mercadores em uma árvore, ela se preparou para ir até a garota, quando aconteceu, foi tudo muito rápido, algo passou rápido ao seu lado e atingiu o cachorro que estava ao lado da garota rosnando e logo depois um homem passou correndo e se aproximou de Frisk com sua espada erguida, tudo foi tão rápido que ela só conseguiu reagir a tempo quando Frisk estava de joelhos e o quarto mercador prestes a lhe dar o golpe final que foi impedido pela flecha que ela atirou bem em sua cabeça, ela saiu das sombras e foi até o cachorro, cortando as cordas da boleadeira que o prendia e quando o mesmo foi ataca-la, uma voz fraca pôde ser escutada

—Doguinho não!- quando percebeu que o animal já não era mais uma ameaça, ela andou até a garota, olhou no fundo daqueles olhos dourados e viu um brilho de reconhecimento, então antes de Frisk desmaiar ela fala -já faz tempo, aguente firme!- ela rasgou parte do pano que cobria a carroça e colocou em cima do machucado da garota, olhou ao redor e encontrou o que procurava, cavalos, os animais eram utilizados para puxar a grande carroça, ela colocou Frisk em um deles apoiada na sela e no outro ela montou, estava pensando para onde iriam até que escuta o latido do cachorro e ao olhar para ele o animal começou a correr para a floresta -bem pode ser loucura mas eu não tenho opção- e então ela pegou as rédeas dos dois cavalos e começou a seguir o cachorro

Já era madrugada quando chegaram perto de uma parte da montanha e o cachorro começou a parar de correr -ah ótimo, a base da montanha, o que foi? Esqueceu um osso enterrado aqui?- falou enfurecida, olhou para a garota no cavalo ao lado, e sentiu as rugas de preocupação na testa, ao notar tanto a sela quanto o pano que tinha colocado no ferimento molhados de sangue e tudo só piorou ao ver o rosto contorcido da morena -isso foi inútil e ela só esta a piorar, se me lembro bem a Vila Temmie era por aqui, é provável que exista um médico lá, bem é minha melhor opção- ela falou mudando a direção dos cavalos e quando já estava para começar a se afastar o cachorro começa a latir na direção da montanha, ela se virou para dar uma bronca no animal que julgava inútil e bem na hora ela viu das moitas perto da montanha sair correndo um homem -uma caverna escondida!— ela pensou surpresa e entendeu o porque do cachorro ter trago ela até aqui, bem quem sabe o animal não fosse tão inútil assim

O homem olhou para o cachorro, até aí tudo normal, ele se virou para ela e sua expressão se tornou confusa, porém quando seu olhar parou em Frisk ao seu lado e viu seu estado seu rosto mudou de confuso para assustado e então para preocupado, para então parar em um misto de emoções, ele respira fundo e começa a se aproximar lentamente -certo, creio que depois irei merecer boas explicações!— ele falou enquanto se aproximava da garota machucada e quando tentou retira-la de cima do cavalo a outra segurou sua mão fortemente e falou com a voz ameaçadora -quem é você?- ele suspirou e respondeu seriamente -sou Napstablook, eu sou médico e guerreiro e tenho acompanhado essa garota faz tempo e somente não lhe ataquei pois Doguinho parece confiar em você, caso contrario ele não traria você aqui, agora faça o favor de soltar meu braço para que eu possa cuidar dela, enquanto isso me diga quem é você e o que aconteceu!

Ela suspira e larga a mão do homem e desce do cavalo o seguindo em direção a caverna -certo, sinto muito por ter me precipitado- ela falou ao se sentar no chão após amarrar o cavalo em uma estalagmite

—tudo bem, agora você pode me falar quem é você e o que aconteceu?- Napstablook fala enquanto retirava o pano enrolado no ferimento de Frisk e levantava sua blusa para checar o machucado

—certo, se você esta com ela durante todo o tempo que afirma é possível que já tenha escutado meu nome alguma vez, é um prazer lhe conhecer Napstablook eu sou a irmã mais velha da Frisk, Chara.