Ethel foi um anjo provocando o caos, Jonathan Morgenstern foi um demônio procurando por paz. Afinal, ele foi idealizado a voltar a vida para derrotar Asmodeus, e Ethel, antigamente estava com o Asmodeus a possuindo, porém, quando Jonathan tentou matá-la já não estava mais com a criatura dentro dela. E além, disso ninguém havia acreditado na resposta do recém- ressuscitado, irmão de Clary, de persuadir um ser demoníaco a não matar ele. De alguma forma aquilo parecia difícil de acreditar

Então, aproveitando, que eles tinham voltado, Clarissa tomou a iniciativa, de discutir, conversar, com o seu irmão sobre tudo o que passaram no passado, e resolver o atrito que tinham de uma vez por todas, juntando com a possibilidade de concertar o erro recente que ele cometera de tentativa de assassinato. Então, ambos entraram na sala.

Clary cruzou os braços, esperando que Jonathan dissesse alguma coisa, porém, ele apenas encostou-se na porta, aguardando, desejando desesperadamente, que aquilo fosse só um simples pesadelo, e que sua irmã não havia descoberto que ele tinha tentado matar o belo ser angelical, que com certeza estava apreensiva do outro lado da porta.

— Jonathan Morgenstern, você realmente fez um trato com Asmodeus para matar a Ethel em troca de sua vida? - Clarissa descruza os braços, se aproximando dele, lentamente e perigosamente

— Como vocês descobriram? - Jonathan virou as costas, curiosamente, a porta parecia muito mais agradável de se olhar do que os olhos culposos, tristes e irritados de sua amada irmã, ele então, irritado, frustrado por ter sido descoberto, deu um soco de leve na porta, apesar de ser seu alento no momento.

— Câmeras de segurança, Jonathan. Câmeras de segurança, você acha mesmo que iriamos confiar em você, e nas suas mentiras de “ Eu o persuadi apenas a não me matar”? Francamente? Eu o conheço...- Ela ficou do lado dele na porta, encostada, e tentando ao máximo olhar em seus olhos, entretanto, era em vão, ele não queria olha-la, e assustou-se quando seu irmão a interrompeu, grosseiramente

— Conhece-me? Você me conhece? Como pode conhecer-me? Eu fiquei quase a minha vida inteira, preso em Edom, Clary, sabe como é perder anos de sua vida em um dos muitos reinos do inferno? Não, não sabe pois não estava comigo, você nunca estava lá por mim, nunca esteve ao meu lado, então, não ouse, Clary, não ouse dizer que você me conhece, pois você não faz ideia de quem eu sou- Ele gritava, e a olhava, finalmente, não com raiva ou ódio, mas com tristeza, com desespero, ele trovejava de ódio, porém seus olhos diziam que ele estava com dor, triste e desamparado.

— É claro que eu faço ideia de quem é, você é e sempre será um assassino, Jonathan, não importa o que faça ou deixe de fazer, nós dois sabemos o que você é e o que sempre vai ser, um vilão, um monstro, um assassino... e não pense que eu não estive do seu lado, eu fiquei do seu lado sim, eu fui atraída por uma maldita runa a ficar do seu lado- Ela se lembrou, involuntariamente colocando a mão no lugar em que estava a runa antigamente, que agora sobrava apenas uma feia e dolorida cicatriz

— Não foi apenas uma simples runa, Clary, não negue os fatos, foi o nosso sangue, o sangue Morgenstern que corre em suas veias, ele a fez se juntar a mim, foi nossa linhagem sanguínea que a fez lutar ao meu lado, Clarissa, não negue – ele segurava os braços da irmã, e a sacudia, e a observava com intensidade e melancolia- Você é uma Morgenstern, você é minha irmã- ele sussurrava a última parte em seu ouvido.

— Sim, sou uma Morgenstern, não nego, mas sabe Jonathan? Vou lhe dizer a mesma coisa que disse para o nosso pai, eu também sou uma Fairchild, e eu sou capaz de tomar minhas próprias decisões, eu jamais mataria alguém ao meu bel prazer, jamais aceitaria matar alguém em troca de alguma coisa, não sou como você- ela dizia gesticulando, e negando com a cabeça, enquanto se afastava de Jonathan

— Você me matou- ele gritava, e sem pensar direito, colocou uma mão no pescoço de Clary, almejando sufoca-la

— Foi necessário, você estava assassinando pessoas nos institutos ao redor do mundo, eu não queria, eu não podia, mas eu precisava, meu irmão, eu precisava- ela tirou a mão de Jonathan de seu pescoço, e colocava sua mão no rosto dele, tentando dar-lhe um pouco de humildade, um pouco de amor, talvez até um pouco de carinho

Porém ele não aceitou, afastou-se dela, ficou atrás dela, olhando para a porta novamente, e dizendo, quase em um sussurro

— Foi sua culpa, sabia disso? Queria chamar sua atenção, queria um pouco de sua atenção, almejava um pouco mais de você, e por isso matei aquelas pessoas ao redor do mundo, para chamar sua atenção- Ele virou um pouco a cabeça em direção a ela, ainda parado.

— E você acha que isso justifica matar pessoas inocentes? - Ela foi para a frente dele, segurando os ombros dele com força.

—Você jamais entenderia, jamais aceitaria, você pode ter ficado ao meu lado no fim da jornada, mas nunca esteve comigo para presenciar tudo o que passei, você não me salvou, você não foi a princesa que eu precisava... Clarissa Adele Fairchild- Morgestern, minha irmã, você me decepcionou, e continua decepcionando-me – ele se soltou dela, quebrando os objetos que tinha na sala, estava com raiva e ódio, mas tinha sua voz embargada, começava a chorar, um choro sincero e doloroso, que Clary não aguentava ver.

E ela virou a cabeça para o outro lado, deixando uma lágrima cair, aquilo que ela presenciou havia a machucado. Aquela discussão, aquela conversa, o que ele havia tentando fazer com a Ethel, o que ele tinha feito no passado, continuavam a machucando, e aquelas cicatrizes não iriam deixa-la tão cedo.

— E você Jonathan Christopher Morgenstern, meu irmão, você me machucou, e continua machucando-me- ela segurou os braços dele, fazendo ambos se ajoelharam no chão, e os dois estavam em prantos. Tentando entender um ao outro

— É tudo culpa sua, sabia? É tudo culpa do nosso pai, é tudo culpa da nossa mãe, minha família, nossa família, ela sim, é culpada de tudo- ele gritava, chorando, olhando-a enquanto declarava essas sentenças

— É culpa deles sim, entretanto, não é apenas culpa deles, a culpa é minha também, sua culpa, nós todos somos culpados, nossa família é toda errada, Jonathan, e nós dois somos quebrados, essa é a grande verdade, duas pessoas quebradas tentando juntar os pedaços de nossas almas, precisamos lutar para não sermos iguais a eles, precisamos lutar para que a nossa escuridão não apague a nossa luz por completo- a irmã dele, enxugava suas lágrimas, e murmurava tais palavras, tentando consola-lo. Ela ajudou Jonathan a levantar-se, segurando os braços dele ao fazê-lo. – E sei como você pode fazer isso, claro, com a minha ajuda

— Como? O que sugere que façamos? – Ele questionou, conformado, abaixando a cabeça

— Uma proposta contrária a proposta de Asmodeus, você proteger a Ethel em troca de sua liberdade- ela levantou a cabeça dele segurando o queixo delicadamente, fazendo ele a olha-la.

— Minha liberdade? Eu não estou preso, Clary- ele falou em sussurro, surpreso e embasbacado com a proposta

— Não, mas pode sim ficar preso, se não aceitar- Clarissa segurou as mãos dele, carinhosamente

— E porque que eu tenho que protege-la? O instituto todo praticamente está protegendo-a, não precisam de mim- ele se recusava a proposta, ao mesmo tempo que negava com a cabeça, soltando a mão de Clary, e afastando-se dela.

— Nenhuma das pessoas do instituto tentou matá-la como você o fez, então, eles não têm arrependimentos e erros para concertar como você, ora, Jonathan você tentou matar ela agora vai ter que arcar com as consequências disso, protegendo-a- ela tenta o convencer a fazer o que foi mandado de fazer.

— Está bem, minha irmã, você venceu, eu vou protege-la, ou pelo menos vou tentar-ele aceita, a abraçando, ambos se abraçam

— Estou feliz por você, Jonathan- a ruiva disse encostando seu queixo no ombro do irmão

—Está? – Ele pergunta, fechando os olhos

— Sim, tudo o que eu mais queria era ter um irmão, alguém que estivesse sempre ali para mim, mais do que um parente, mais do que um amigo, ou mais que um amante, alguém que sempre me protegeria, alguém a qual eu poderia compartilhar segredos e aflições, e eu não tinha esse alguém, até você aparecer, claro, que você enganou a todos nós, fez-nos de tolos..., mas estava lá por mim, tentando a todo custo me proteger, de seu jeito, de sua maneira, mas estava, eu estive do seu lado apenas no fim de sua jornada, e você ficou do meu lado no começo da minha, e vai continuar lá por mim, até o fim, disso tenho certeza, pois você é meu irmão, Jonathan Christopher Morgenstern, e eu sempre te amarei - ela se separa de Jonathan, e o vê em prantos novamente, porém não era um choro de tristeza ou de raiva, era um choro emocionado, eram lágrimas de felicidade e de emoção, e ela sabia disso, pois afinal, também chorava daquela maneira no momento.

— Nós somos Morgensters e somos Fairchilds, e nós vamos lutar com afinco para que os pedaços de nossas almas fiquem inteiros novamente, e eu te prometo, Clary, que vou fazer você se orgulhar de mim- ele dizia com intensidade e com determinação

— Eu já me orgulhava de você antes, agora, eu me orgulho mais ainda- ela segurou a mão dele

— É mesmo? Você se orgulhava de mim? - Ele questionou desconfiando

— De alguma forma, sim, eu me orgulhava de você ter sobrevivido com sangue de demônio, sendo um caçador de sombras- Clarissa cruzou os braços novamente

Ambos saíram da sala reservada, e deram de cara, com Ethel e Jace, ainda esperando por eles, eles estavam sentados e se levantaram rapidamente ao verem o casal de irmãos.

— E então resolveram o conflito? - Perguntou Jace

— Sim, e acho que todos devemos comemorar- disse Clary animada

— Comemorar o que? Clary, são 5 da madrugada, é melhor todos ficarem seguros no instituto - Disse Jonathan observando Ethel de longe, enquanto falava com a irmã, Ethel percebeu e ficou sustentando o olhar dele, desafiando-o

— É sempre “ Happy Hour” em algum lugar, meu irmão, e acredite vamos estar seguros sim- ela disse segurando o braço de Jonathan, e olhando para onde ele estava olhando, ou seja, para Ethel, e dessa vez, ao perceber o olhar dela, Ethel desvia o rosto, constrangida

— Essa frase é minha, mas eu deixo você usar, biscoito- disse Magnus indo até eles, ele obviamente estava acompanhando de Alec

— Estava com saudades de você me chamando assim, Magnus- disse Clarissa o abraçando, após o abraço ambos sorriram, e Alec olhou para Jace, para Ethel, e parou seus olhos em Jonathan, eles se encaravam com raiva.

— O que todos vocês estão fazendo acordados a esta hora? - Perguntou Alec, cruzando os braços

— Jonathan fez um acordo com Asmodeus, da última vez que nos atacou, e hoje de noite ele tentou me matar... em uma igreja- ela falou olhando para Jonathan novamente

— Ele tentou foi? E o que ele está fazendo solto por aí? - Questionou Alexander, se aproximando de Jonathan, com fúria

— Nós resolvemos já essa questão, Alec, relaxe- disse Jace, colocando as mãos nos ombros dele, e impedindo que ele se aproximasse ainda mais de Jonathan

—Uma tentativa de assassinato não se resolve assim de uma hora para outra, Jace- alertou Magnus, se aproximando de Ethel, amigavelmente.

- Obrigado, Magnus, coloque algum juízo na cabeça deles- Alec agradeceu e pediu para seu marido.

—Não foi apenas este conflito que foi resolvido, está bem? O de Jonathan ter matado várias pessoas dos institutos ao redor do mundo, também foi concluído está noite, ok? Alec? Magnus? - Clarissa tentou tranquilizar ambos.

— Há, meu Deus isto está ficando cada vez pior, como que se resolve um conflito, uma questão, de anos em uma única noite? - Questionou Alec, se soltando, e se afastando de Jace, negando com a cabeça.

— Cavaleiros, cavaleiros, por favor, se eles estão falando que resolveram, conflitos e questões, está noite, eu acredito neles... Jonathan tentou me matar, mas não conseguiu, e se ele tentar de novo, a solução para isso, nessa madrugada, é simples, é só eu ficar longe dele- Ethel parou a discussão que Magnus, Alec e Jace continuariam. E se aproximava de Jonathan com uma cara de deboche.

— Ethel, fique tranquila, meu irmão não vai tentar matá-la novamente, não é, Jonathan? - Ela observava o irmão, enquanto o questionava, e ele apenas, maneou a cabeça, positivamente, sem nenhuma expressão- vamos comemorar sim, pessoal, Magnus por favor, abra um portal, sim? - Clarissa continuou pedindo ao Magnus.

O feiticeiro mesmo a contragosto abriu um portal, e todos passaram por ele, quando chegaram no bar, Magnus foi o primeiro a dizer alguma coisa:

— Há preciso de uma bebida- falou Bane- Lightwood, indo em direção ao balcão

— Você precisa? - Questionou o marido dele, um pouco preocupado

— Desde que eu voltei a vida, eu não bebi nada alcoólico, eu acho que mereço um drink- disse ele, pegando um copo, e pedindo ao barman por uma cerveja

— Sim, você merece e eu vou me juntar a você, meu amigo- concordou Ethel, sentando na frente dele, e fazendo a mesma coisa que ele fez a minutos atrás

— Anjos podem beber? - Perguntou o arqueiro, cético e levemente preocupado, chegando perto de ambos

—Eu não sei, vamos descobrir- respondeu a ruiva, bem-humorada

— Essa é minha garota- falou Magnus sorrindo. Ambos brindaram com suas bebidas e as tomaram na mesma hora.

Depois de ter tomado uns três drinks, ela estava um pouco cambaleante, e esbarrou sem querer em alguém, ela se virou, e o viu, Simon Lewis, com um pouco de sangue não consumido no copo que estava em cima do balcão, eles ficaram algum tempo se olhando, tentando absorver o que havia acontecido

— Simon, oi, me desculpe por isso- ela falou docemente e envergonhada

— Ethel, oi, bom, não tem problema, eu estava distraído, e você não fez, mas você falou coisas piores para mim, então, tudo bem para mim- o vampiro responde em um misto de amargurado e humorado.

— Olha, Simon, perdoe-me, eu realmente disse coisas horríveis para você, sinto muito por ter dito aquelas coisas, .... Você é alguém sim, e você é muito importante para todos, com toda certeza... Isabelle me contou que estava chateado comigo, mas que não me odiaria, por eu ter trazido a Clary de volta e ter ressuscitado Magnus, então, eu sinto muito por ter dito aquilo, é isso- a ruiva se expressa gesticulando, dizia tudo rápido demais, estava com medo de não ser perdoada, então, ao mesmo tempo falava com cautela.

— as notícias correm rápido por aqui, não é? Mas seria impossível odiar alguém como você, Ethel, não precisa me pedir desculpas, eu entendo, você não queria, você estava possuída.... Realmente entendo- Lewis sorriu ao ver o cuidado dela ao falar de coisas delicadas para com ele, e disse essas palavras querendo pôr um fim naquela discussão.

— Isso não justifica, Simon, mas.... Obrigada mesmo assim por isso

— Tudo bem, por falar na Isabelle.... Vocês vieram em um bar, e não a convidaram? Onde ela está? Como ela está?

— Estávamos todos acordados no hall de entrada, então isso significa que ela estava dormindo, eu presumo e não queríamos acorda-la

Todos ouviram uma notificação no celular de Alec, ele viu a mensagem, era de Isabelle, ele deu um sorrisinho, e disse:

— Ela estava dormindo, acordou, viu que o instituto estava praticamente vazio, ela está solitária, e quer ver o namorado dela... O que eu acho um exagero, eles passaram praticamente a noite anterior juntos.... Heterossexuais por que não conseguem se controlar? - ele perguntou um pouco humorado, irônico e um pouco sarcástico.

— É um mistério, meu amigo, é um mistério- Simon respondeu, e deu um sorrisinho doce, e continuou- agora, vou voltar para o instituto, e tirar a solidão da minha namorada

— Vai lá, tigrão, arrasa- Ethel disse um pouco bêbada demais, e animada demais, levantou o copo de alguma bebida que estava tomando, como se estivesse fazendo um brinde solitário ao casal e ao próprio Simon. Magnus, Alec e Simon, a olharam com surpresa e os três começaram a rir.

— É melhor você ir logo, está quase amanhecendo, e você não é mais um diurno, tigrão- falou Alec, começando sério, e depois brincando com a palavra que Ethel tinha usado com ele.

— Tem toda razão, Alec-

Simon olhou mais uma vez para seus amigos e usou sua velocidade vampírica para chegar até o instituto, chegando lá, ele foi logo para o quarto de Izzy, abriu a porta. E lá estava ela, com uma blusa regata e calça de pijama, a morena estava sentada e quando o viu, levantou-se e o abraçou, um abraço forte, intenso e aconchegante.

— Há graças ao anjo que está aqui, Simon, senti tanta falta, as vezes fico tão solitária aqui nesse lugar, as vezes eu fico desesperada por um pouco mais de você, às vezes, Simon, penso que os melhores momentos de nossas vidas como um casal já passaram... As vezes mesmo sendo ótima em matar demônios, eu fico aterrorizada, e então eu- eles se soltaram do abraço, e a morena colocou uma mão no rosto do amado- eu olho nos seus olhos, e tudo melhora, então- ela segurou a mão dele- por favor, fica comigo, Simon- ela falava tudo com um misto de rapidez e calmaria, como se quisesse soltar tudo o que estava sentido para fora, mas sem magoar ninguém, ela estava mesmo desesperada, parecia que havia tido um pesadelo, parecia que ficar longe de seu amado a atormentava mais do que pensara. E ela não queria ser atormentada pelo pesadelo da solidão está noite, e no começo da manhã.

— Eu estou aqui, não estou? E vou ficar, Isabelle, porque eu preciso de você está noite, fique comigo no fim da noite e está manhã, e me abrace forte- ele sentou-se na cama, junto com ela, e ambos se abraçaram fortemente

— Você está bem? - Perguntou Izzy um pouco preocupada com o namorado

— Estou, agora estou, eu e Ethel fizemos as pazes, ela me pediu desculpas no bar, e eu aceitei- ele disse simplesmente, mas ele não estava preocupado com fazer ou não as pazes com a ruiva, apesar de gostar muito dela, ele estava preocupado com Izzy, ele estava preocupado com o relacionamento de ambos, sim, eles estão maravilhosamente bem juntos, mas de alguma forma ele temia por Isabella, que como disse, ficava sempre solitária, e apenas podiam se ver a noite. Ele não se preocupava com sua segurança, mas sim com a alma dela. Ele a ama, e não quer que ela perca a sua essência na escuridão da noite.

— Fico feliz em ouvir isso Simon, pois corações são frágeis, e se partem, e mesmo que o remendem nunca será o mesmo, e eu sei que o seu coração já foi quebrado tantas vezes, que seria impossível concerta-lo de novo- ela disse gentilmente.

— Eu não estou preocupado com meu coração, Isabelle, mas sim com sua alma- falou Simon, suspirando se levantando

— Minha alma? Por que? - Questionou a caçadora

— Porque você é uma caçadora de sombras, um ser quase angelical, um ser quase puro, e eu sou um monstro, um vampiro, um ser das trevas, um filho da noite, uma criatura das trevas... namorar comigo, me amar, ficar ao meu lado, é como se.… é como se estivesse vendendo sua alma as trevas- ele respondeu levemente irritado

— Simon, eu não estou vendendo minha alma, eu estou lhe dando-a, minha alma, meu coração e meu sangue- a morena se levantou, e tentava acalma-lo

— sangue?- ele perguntou um pouco mais irritado, e continuou- não me ofereça sangue, você não sabe o quanto é difícil, ver os pescoços das pessoas que amo, ver aquelas veias pulsando nas peles delicadas, você não sabe como é não poder morde-las, como não poder se alimentar, se alimentar de seus amigos e da mulher que ama, mesmo desejando... desejando tanto- enquanto explicava, quebrava os objetos que tinha no quarto de Izzy, e ao fazer isso, machucou as mãos, fazendo as mesmas ficarem encharcadas de sangue. E quando parou, ficou olhando para o pescoço da namorada.

Isabelle, determinada e destemida, deu um passo para frente, e disse, quase em um sussurro:

— Pode me morder- esticou o pescoço, expondo a pele alva.

— Não quero matá-la- falou respirando fundo, segurando sua vontade de morde-la

— Você não vai me matar, caçadores de sombra, repõem sangue três vezes mais rápido que uma pessoa normal- ela disse solenemente

Ele então aproximou-se dela, enfiando os caninos nas veias do pescoço da mulher que amava, e Isabelle, sorria, sentindo o liquido rubro de sua pele se esvaziar com uma sensação de prazer.

Depois de alguns segundos ele a soltou, sangue escorria no pescoço de Izzy, assim como escorria sangue nos lábios de Simon, preocupado, ele pergunta em um sussurro:

— Você está bem?

— Sim, estou- ela não parecia bem, sua pela estava mais branca que o normal, seu rosto parecia abatido e cansado, sua respiração estava ofegante

— Você não parece bem- ele notou, colocando uma mão em seu rosto, observando-a, ele havia colocado a mão que estava sangrando no rosto dela, e isso chamou a atenção dela, ela pegou a mão dele, e a observa, dizendo:

— Olha, essa mão, oh Simon pelo anjo, suas habilidades de vampiro o curaram, mas suas mãos ainda estão sangrando- ela olhava com desejo e curiosidade, para a mão dele, ela lambeu um pouco do sangue que estava em sua pele. Izzy não tinha virado uma vampira, mas estava curiosa para experimentar, sua mente funcionava, e ela fazia um plano em sua cabeça. Simon a admirou confuso, perguntando em um sussurro:

— Izzy, o que está fazendo? Você virou uma .... Vampira?- O nerd vampiro perguntou com receio

— Não, caçadores de sombras não se tornam vampiros, estou propondo um pacto- a morena disse murmurando

— Pacto? Izzy?- O vampiro ficou ainda mais confuso e espantado

Antes que ele pudesse terminar de falar, ela o beijou, os lábios de Simon estavam encharcados com o sangue de Isabelle, e havia uma considerável quantidade de sangue do Simon nos lábios de Isabelle, e finalmente, o vampiro tinha entendido, eles juntaram os sangues, eles haviam feito um pacto de sangue silencioso, o casal tinha criado um laço de sangue que provava que eles se amavam, que o amor deles jamais seria quebrado, que o que eles sentiam um pelo outro vai para além da vida, e nunca seria despedaçado.

Ambos se separaram, e Isabelle fala sussurrando em um tom sexy para Simon:

— Fique com meu coração, minha alma, meu sangue e meu corpo, eu sou sua e você é meu- ela o jogou na cama, e ela deitou em cima dele.

— Com todo o prazer, que Deus me perdoe, mas você será minha, e somente minha está noite- Simon disse com a voz transbordando prazer, colocando uma mão suavemente no rosto da bela caçadora.

O casal se beijava intensamente e calorosamente, a eternidade começaria com eles, e eles teriam a eternidade para se amarem.

No bar, Ethel havia deixado Magnus e Alec, e foi conversar com Jonathan, que parecia bem desconfortável, a ruiva ficou ao lado dele, apoiada no balcão, e perguntou preocupada e com raiva ao mesmo tempo, ela não sabia por que estava sentindo nenhum dos dois sentimentos, mas não queria confrontar sua mente e seu coração neste momento

— Então, mesmo depois de ter enfrentado e derrotado, seus demônios e ter resolvido conflitos com a Clary, nada disso o fez se sentir melhor?

Ele olhou para ela, por alguns segundos, e desviou o olhar, ficando de costas para ela, e dizendo com um misto de rancor e delicadeza:

— Eu não enfrentei e muito menos derrotei os meus demônios, Ethel, eles estão ainda estão aqui dentro de mim, enjaulados, presos... mesmo depois de ter resolvido meus conflitos com a Clary, ainda tenho que conviver com meus demônios interiores- disse ele suspirando

— É por isso que está querendo se afastar de todos nós? Por que tem medo de seus demônios? - Ela ficou na frente dele, e segurou os braços dele com uma força descomunal.

— Estou me afastando de todos vocês, de você principalmente, porque eu cometi o erro de aceitar uma promessa que não serei capaz de cumprir- ele falou soltando-se dela, e depois segurando o pulso dela, para tentar tirar ela de sua frente, e manda-la embora, para mandar se afastar dele. Ele puxou a ruiva para a frente, fazendo-a quase cair.

— Se houver qualquer coisa que eu possa fazer para ajuda-lo, Morgentern, eu sentiria o maior prazer em ajudar- ela começou solista, gentil e doce, e terminou com frieza e grosseira, tentando soltar o seu pulso da mão dele, mantendo-se perto dele, fazendo isso ela acabou caído.

— Não há nada que você possa fazer para me ajudar, mas se você insisti, eu sugiro, eu lhe peço e eu lhe imploro... que fique longe do perigo, para o bem de nós dois- ele abaixou-se para ficar na altura dela, e puxou os cabelos dela com força, fazendo ela gemer, depois as mãos dele descerem para o pescoço, e do pescoço para os ombros, e depois segurou os braços dela, intensamente e desesperado, mas como se ele estivesse voltando a si, ele continuou, dessa vez, sombriamente e violento, segurando o pescoço dela fortemente e violentamente- a não ser que você queira que quebrem seu belo pescoço, está avisada- eles ficaram alguns minutos se olhando, as mãos de Jonathan em seu pescoço e as mãos de Ethel nas mãos de Jonathan. No fim, Jonathan percebeu que não suportaria continuar olhando para os olhos angelicais da ruiva, e solta o pescoço dela, abruptamente, levantou-se com soberba e rapidamente.

Ele ia embora, mas Ethel levanta também, vai atrás dele e o segura pelo pulso, ambos se olham sem dizer nada, e com raiva, ele se solta dela, e sai do bar. Ela ia segui-lo, de fato iria, porém, uma mão aperta seu braço, ela vê quem é, e surpreende ao ver Magnus, que fala em uma voz sombria, uma voz que não parecia dele:

— Fique longe dele, ele tem sangue de demônio nas veias, ele é um assassino - Magnus falava friamente para a ruiva

— Você também tem sangue de demônio nas veias, e não é um assassino- Ethel tenta desesperadamente se soltar, falando com a voz mais séria que ela tinha

— Eu vivi por séculos e séculos, como você saberia que não sou um assassino? - Ele aumentou o tom de voz

— Você está do nosso lado, você está do lado dos anjos, está quase se tornando um, então, eu suponho que não seja um assassino- ela se soltou da mão dele, e iria embora, mas ele a parou novamente, e ao fazer isso, ela pôde ver os olhos dele tornando-se negros e amarelos

— Eu estou do lado dos anjos, mas não pense nem por um segundo, que sou um deles, como você mesma disse tenho sangue de demônio nas veias, e eu posso muito bem ser um assassino, então não me provoque- Magnus a ameaça com a voz grave e descontrolada

— O que está acontecendo com você? - Ela perguntou com a voz embargada

— É Magnus, o que está acontecendo com você? Solte-a- falou Alec, chegando perto dos dois, Alexander mantinha um olhar de raiva e um pouco de medo de Magnus, Ethel percebe que eles não paravam de se olharem como se tinham medo um do outro, e querendo parar de vê o homem que ama desse jeito, Magnus a soltou rapidamente, e os olhos voltaram ao normal, ele respondeu cuidadosamente

— Não há nada acontecendo aqui, eu só estava avisando uma amiga- ele abriu um portal e continuou- eu vou voltar para a casa, te espero lá Alexander- O feiticeiro passou pelo portal, deixando-os sozinhos

— O que há com ele? O que há com vocês? Problemas no paraíso? - Perguntou irritada e frustrada

— Ele vai ficar bem, nós vamos ficar bem, só... ouça ele, Ethel, ele tem razão, Jonathan Morgenstern é perigoso, e você mais do que ninguém deveria saberd isso- Alec passou pelo portal deixando Ethel sozinha ponderando.

Na casa de Magnus e Alec, Alec havia passado pelo portal, e viu Magnus, na sacada, com receio de ir lá, pois aquilo lhe dava más lembranças, Alexander ficou ao lado dele, e segurou a mão dele

— Pode me dizer o que foi aquilo?

— Algo despertou em mim, não foi nada amigável e não foi nada romântico, algo sombrio... desde que Ethel me trouxe de volta, eu senti isso, é como se estivesse um passageiro sombrio dentro, como se meus demônios interiores estivessem querendo despertar

— Vamos lutar contra isso juntos, Magnus- Alexander iria encerrar o assunto com um beijo, mas Magnus desviou e se afastou, saindo da sacada e deitando-se cama, e diz:

— não, Alexander, eu cuido disso sozinho, eu prefiro morrer, a machucar os meus e o homem que amo- o feiticeiro se arrumou cama, e deitou de costas

Alec também foi deitar, preocupado com o seu amado, Alexander virou para o lado dele, e disse para Magnus:

— Eu já o perdi uma vez, não vou perde-lo de novo

De volta no bar, Ethel havia decidido ignorar os conselhos dos dois, e foi para fora do estabelecimento, encontrando um Jonathan, com uma parte do rosto desfigurado, chamuscada e queimada, ele estava caído no chão com um monte de cinzas de demônios, ele estava abatido, machucado e com sangue seco no corpo.

Ela abaixou-se para ficar à altura dele, e perguntou sussurrando:

— Oh Jonathan o que fizeram com você? - Ela colocou uma mão no rosto dele, e ele não a afastou

— Nada que eu não mereça, isso eu posso lhe garantir- ele disse com raiva e se levantando, Ethel o observou e levou a mão para o lado que estava queimado, deixando o fogo celestial curar o seu rosto, enquanto isso Jonathan percebe uma coisa:

— Engraçado como são as coisas, não é? Antigamente esse fogo era usado para me queimar, agora é usado para me curar

Ela ignora completamente o que ele disse, e continua conversando com ele:

— Pronto, está curado, o que é bom, não vai precisar usar uma máscara, afinal, não vai esconder seu belo rosto- ela fica fria e grossa de repente, e iria embora, se não fosse por ele segurando seu pulso de novo.

— Você me acha belo? Não precisa se envergonhar os demônios de Edom também achavam que eu era belo, e me transformaram nisso- Jonathan se transformou novamente naquele ser com carne e pele queimado, com asas grandes e assustadoras em suas costas, Ethel não pareceu nem um pouco assustada, mas Morgenstern continuou- esse seu fogo celestial é inútil, eu ainda sou esse anjo das trevas, esse anjo maligno, esse monstro, essa criatura que está vendo

— Simplesmente não foi usado fogo celestial suficiente- ela falou com sinceridade

— O que você quer dizer com isso...? - Ele não confiava nela

Ela o abraça forte, Jonathan sentia o fogo celestial lhe consumindo, mas ele estava desconfortável com tal abraço, eles se separaram, e ela sugere delicadamente:

— Pode relaxar agora- falou tranquila

— Me desculpe, eu não confio em abraços, da última que me abraçaram eu morri- ele falou sarcástico, e ela riu, respondendo:

— Eu vi isso acontecer- ele não riu, mas olhou nas próprias mãos, sentindo algo mudar dentro dele, e ele perguntou:

— O que fez comigo? - Desconfiado

— Exorcizei seus demônios, os enfrentei, os derrotei, está livre- ela falou séria

— E eu achando que você seria a única pessoa que poderia libertar meus demônios e não derrota-los, enfrentá-los e exorciza-los – ele falou, saindo dali, saindo de perto da ruiva, ela não deixou e o pegou pelo braço, dizendo:

— Você sempre tão cheio de enigmas, Jonathan, o que isso significa? - a ruiva parecia mais desconfiada do que nunca

— Significa que eu preciso voltar para o instituto e você também- ele disse simplesmente, Ethel o soltou, abriu um portal, ambos passaram por ele

Já no instituto ambos ficaram de pé, de frente um para o outro, e Jonathan faz uma pergunta para o anjo:

— Por que você me ajudou se eu tentei matá-la?

— Porque eu sou um anjo, e anjos perdoam, Jonathan, é como se fosse um laço de sangue entre as criaturas divinas e as outras criaturas, um perdão conectado ao um laço de sangue- ela falou calmamente

Ele não disse nada, apenas foi para um quarto vazia, deixando a Ethel ali, com tudo que tinha acontecido, e ela foi dormir também, no começo da manhã.