Sete Vidas
vida 5 capítulo 8
- Agentes Jake Jones e Jared Bonham entrem por favor. O delegado Hayden os aguarda na sala de interrogatório. É uma sala maior e teremos mais privacidade. O investigador Robinson e os policiais Smith e Pawloski vão participar da reunião.
- Delegado Hayden. Senhores policiais.
- Agentes Jones e Bonham, sentem-se por favor. Antes de começarmos a nossa conversa, uma questão de ordem: gostaríamos que entregassem suas armas.
- Delegado, o senhor deve estar brincando. Somos agentes do FBI, não podemos entregar nossas armas para a polícia distrital.
- Sou obrigado a insistir no pedido, senhores Adam Winchester e Samuel Winchester. Suas armas, por favor.
Adam e Sam constatam que estão, cada um deles, na mira das armas de dois policiais, sem contar o policial Levine e o delegado Hayden, que não sacaram as respectivas armas do coldre. Os irmãos se olham e, com gestos lentos que mostravam que não tentariam nada irrefletido, depositam as armas sobre a mesa. O delegado Hayden recolhe as armas e deposita sobre a mesa dossiês com informações sobre as atividades dos dois irmãos.
- Devem saber que se fazer passar por agente federal é crime. Um entre os muitos que cometeram desde que entraram nesta cidade. Como comprar mercadorias e serviços com cartões de crédito clonados. Preciso continuar? O que tem a dizer em sua defesa?
- Nada, delegado. Não temos nada a declarar.
- Isso dito para um juiz junto com as provas que temos e são pelo menos dez anos atrás das grades em prisão federal. São poucos os que têm a coragem, ou melhor, a insensatez de espionar a polícia.
- Delegado, sabemos que não conseguiríamos convencer o juiz das nossas boas intenções. Assim como não temos ilusões de que iremos convencer os senhores. Portanto, respeitosamente, não temos nada a declarar.
- Pois nós, membros da força policial de La Grande, temos algo a declarar. Enquanto estiverem aqui na cidade, receberão verba de consultoria especializada e eu e os policiais faremos uma vaquinha para pagar as demais despesas. Não podemos permitir que fraudem as operadoras de cartão de crédito com nosso conhecimento.
- Não estou entendendo, delegado.
- Sabemos quem são e o que fazem. Precisamos de seu conhecimento especializado para acabar com os monstros que invadiram nossa cidade. Quando acabarmos com eles, vocês deixam a cidade e não voltam. Temos um acordo?
- Certamente.
- Sr. Samuel Winchester. Como está o menino Dean Milligan, que o senhor tomou sob sua guarda?
- Delegado, nem sei por onde começar. A verdade é que o garoto .. era .. é .. uma das criaturas que estamos combatendo. Elas podem assumir a forma de sua última presa. Da última pessoa que devoraram.
- Sabia disso quando a tomou sob custódia?
Sam balança negativamente a cabeça.
- Nem quero pensar no que poderia acontecer se esse monstro tivesse sido colocado junto a outras crianças. Você pode ter salvo muitas vidas.
- Quer dizer .. que ACREDITA em mim. Realmente acredita quando digo que Dean Milligan é um dos monstros?
- Esqueceu que temos duas destas criaturas mortas no necrotério da cidade. E quanto ao garoto, temos uma testemunha. Alguém com quem temos fortes laços de amizade e em cuja palavra confiamos.
- Uma testemunha?
O policial abre a porta e Owen Foley e Ashley Madison entram na sala, para espanto de Adam e de Sam.
- Ontem, ao deixar vocês, viemos direto para cá e contamos tudo que aconteceu. O policial Levine teve um irmão que foi morto pelas criaturas e o delegado Hayden é pai de um rapaz que está desaparecido há mais de um mês. Os dois eram meus amigos. Meus melhores amigos. Eu e Ashley também queremos ajudar.
- Então eles descobriram quem somos através de vocês?
- Não. Eles já sabiam de tudo. Eu e a Ashley é que nunca imaginamos que vocês estavam usando nomes falsos para se passarem por agentes federais aqui na delegacia. Tudo que sabíamos é que vocês se chamam Adam e Sam e que são irmãos. Vocês são mesmo irmãos, não são? Ou são .. sabe .. amigos?
- Somos irmãos de verdade. Mas nem todo mundo acredita quando nos registramos em motéis. Bem, voltando ao que interessa. Owen falou que eu corria perigo com Nathalie Helms.
- Nathalie Helms é uma mulher perigosa, disso temos certeza. É suspeita de inúmeros desaparecimentos que aconteceram na região nos últimos dez anos. Geralmente homens jovens de boa aparência e olhos claros. É voz corrente na região que pratica bruxaria.
- Muitos homens que saíram com ela de lugares como o Hot Machine Bar nunca mais foram vistos. Existem as criaturas, mas existe algo mais acontecendo nesta cidade. Algo tão sinistro quanto e que acontece já há bastante tempo. Ela mostrou interesse pelo senhor, Sr. Adam Winchester. Poderíamos usar isso a nosso favor.
- Querem que eu sirva de isca?
- Não podemos obrigá-lo, é claro. O risco é muito grande e entenderemos se recusar.
- Não. Pelo contrário. Vou adorar ser voluntário.
- E a criatura que se passa pelo filho dos Milligan pode ter criado um vínculo com seu irmão. Owen escutou a criatura declarar que nunca faria mal ao senhor, Sr. Samuel Winchester. Pode nos dizer o porquê?
- A criatura estava apenas tentando fazer Adam baixar a guarda. Eu tive sorte, só isso.
- Eu diria que teve MUITA sorte. Pelo que sabemos, o senhor estava adormecido e bêbado, ou seja, estava indefeso, e saiu vivo depois de quase quinze minutos à mercê da criatura. E antes disso, o senhor pareceu verdadeiramente envolvido no drama do garoto. Emocionalmente envolvido, eu diria.
- Eu estou emocionalmente envolvido. Estou determinado a acabar com essa criatura. Agora é uma questão pessoal.
- É bom que estejam motivados. Adam, a polícia não pode agir diretamente contra Nathalie Helms. Você agirá com o apoio do policial Levine, mas ele não usará uniforme e negará que a corporação tivesse conhecimento se algo der errado. E também de Owen e Ashley. Eu não apoio a participação deles, mas acreditam que Kyle possa estar vivo e sei o quanto os dois podem ser teimosos.
- Certo.
- Samuel, você contará comigo, com o investigador Robinson e com os policiais Smith e Pawloski. Vamos acabar de uma vez com esses .. como é mesmo o nome? .. ghouls!
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