Sete Vidas

vida 5 capítulo 20


DELEGACIA DE LA GRANDE

Mesmo sabendo da gravidade da situação no hospital, o delegado Hayden e o policial Levine precisavam passar primeiro na delegacia. O delegado guardava em casa um único revólver, que a esposa levara consigo para Deus-sabe-onde. O policial a paisana portava um único revólver, sem qualquer munição extra. Não iam ser de grande ajuda contra 40 ghouls se não reforçassem antes seu poder de fogo.

Assim que chegaram na delegacia, a policial que trabalhava como telefonista, muita nervosa, informou ao delegado sobre o grande número de chamadas nos últimos quinze minutos sobre um ataque terrorista que estaria acontecendo no Hospital Distrital.

Não paravam de chegar denúncias de tiros no interior do hospital, de corpos caídos na entrada principal, de que pacientes apavorados estavam se refugiando no terraço, de que vândalos estavam quebrando as vidraças do andar térreo e até chamadas de gente que jurava que os atacantes eram criaturas não humanas que caminham sobre duas pernas.

A situação estava ainda pior que imaginavam. Completamente fora de controle. Não iam conseguir manter a história fora da mídia. O delegado pede que a policial consiga reforços nas delegacias dos distritos vizinhos.

Estavam separando as armas quando receberam o informe do policial Smith sobre o massacre que o policial Pawloski promovera contra os próprios colegas de farda. O delegado e o policial Levine não precisam verbalizar o que estavam pensando. Há quanto tempo conviviam com um inimigo infiltrado na corporação? A única dúvida era se era um traidor ou um ghoul? Difícil imaginar qual alternativa poderia ser pior.

O delegado, por sua vez, contou aos policiais que o hospital estava sob ataque e pediu que Smith e Jones resgatassem as armas e munições dos colegas assassinados e seguissem direto para o hospital.

O policial Levine lembra que, se Pawloski era realmente, como tudo indicava, um agente da Sra. Helms, ele pode tê-la avisado sobre Adam Winchester. Em se tratando de Nathalie Helms, significava uma sentença de morte.

O policial Levine começou a ligar para o celular de Adam, mas foi interrompido pelo delegado Hayden. Adam Winchester podia já ter feito contato com a Sra. Helms. Ela era esperta. Não tinham certeza do quanto ela sabia. Se fosse alertada pela ligação, aí sim ele estaria em perigo imediato. Não podiam arriscar. E também não tinham tempo para mais nada naquele momento. A prioridade era o hospital. Precisavam seguir em frente. Adam Winchester teria que se virar por seus próprios meios nas próximas horas.

Armados com quatro rifles e toda munição que encontraram, eles finalmente seguem para o hospital.

HOSPITAL DISTRITAL

Os ghouls tentaram alcançar o terceiro andar através dos acessos de serviço. Ashley tinha se antecipado a essa possibilidade e estava preparada. Ela e o faxineiro derramaram do alto de cada escada dois galões de um forte desinfetante a base de amoníaco. O espaço estreito e mal ventilado da escada ficou irrespirável mesmo para quem não tinha o olfato sensível. Fazia arder também olhos e garganta. Por ali eles não passariam.

Tinham reunido produtos de limpeza também no alto da escada principal, mas só despejariam quando Sam, Owen e Robinson fossem forçados a abandonar sua posição na base da escada. O que não ia demorar, já que o massacre nos quartos do segundo andar tinha acabado por falta de vítimas. Aparentemente, os ghouls só estavam aguardando até que todos eles ganhassem novas identidades humanas.

Ashley tomou a difícil decisão de manterem Kyle no quarto onde se encontrava. Menos por seu estado, ainda crítico, e mais por que acreditar que ele era o verdadeiro motivo do ataque. Se o levassem para o terraço e não conseguissem segurar os ghouls, eles não se deteriam. Não podia colocar todas aquelas pessoas em perigo. Nem o próprio Kyle ia querer sobreviver a um custo não alto.

Sam estava surpreso com a combatividade de Owen e do investigador Robinson e com a criatividade de Ashley. Sem eles, já estaria com a arma descarregada e a mercê das criaturas. Mas, se os reforços não chegassem logo, nem toda coragem e determinação os salvariam.

O grupo dos onze ghouls sobreviventes voltara a se reunir. Eram agora oito homens e três mulheres. Cinco deles tinham a aparência de algum dos três seguranças mortos. Três destes empunhavam armas.

A batalha final ia começar.