Depois que recebeu o folheto do Cloud Nine, Cana até considerou que poderia ser uma colônia de Férias, já que tinha esse nome. A maga não entendeu a ironia da situação. E com esse pensamento de colônia de férias, foi fazer sua mala com seus biquínis, suas garrafas de vinho e uma toalhinha. Estava até animada. Caso tudo desse certo na colônia, o que certamente daria, ela provaria a todos que não era nada além do que era mesmo e que todas essas expectativas deveriam ser derrubadas. Era uma maga mediana, uma mulher mediana e estava feliz em viver assim. Sem anseios e expectativas, sem esperanças. Cana se assustou um pouco com aquela trilha de pensamento e achou que seria óbvio que tomasse um pouco de vinho para que pudesse chegar lá um pouco mais relaxada.

Seu pai foi buscá-la em casa e torceu o nariz ao ver o estado em que a filha se encontrava.

“Será que você não consegue passar um dia sem estar bêbada?”

“Claro que eu consigo, mas eu não quero. Ninguém me disse que eu deveria chegar lá sóbria e eu vou mostrar para você e para todos que isso é uma perca de tempo. Só que eu vou usar o tempo na colônia para descansar de todos vocês.”

“Você leu que não pode levar bebida para o lugar, certo? Você leu que precisa estar sóbria para estar lá.”

“Li, claro que sim. Por que você acha que não?”

“Porque você colocou várias garrafas de vinho na mochila. Elas estão fazendo barulho. E se você colocou várias garrafas de vinho, significa que não colocou roupas o suficiente.”

“Como você pode saber disso se nem viu a minha mochila?”

“Eu sou um mago S, minha capacidade de observação é alta e além do mais, a mochila não está nem fechada. Vamos entrar e refazer essa mala?”

Cana apenas se resignou.

Demorou mais de duas horas para achar roupas que não fossem biquínis para colocar na mala e começou a tentar se lembrar porque não usava outro tipo de roupa. Lembrou-se que foi quando babou muito bebendo e ficou com preguiça e tirar as manchas de vinho das camisas e blusas ou porque se sentia menos apertada. Não sabia bem o que dizer e nem se recordava do que fazia com o frio. Ah, ela tinha um bolero. Mas não parecia ser o ideal para levar a um lugar daquele. Bom, foi procurando mais pelo guarda-roupa e achou 5 camisetas de Laxus.

A raiva era imensa mas ela já estava atrasada. Tinha umas camisetas puídas, o bolero, o pai tinha comprado mais algumas camisetas e vestidos. Só que tinha se conformado que aquelas camisetas eram um refúgio e não fazia muita diferença para ele, certo? Com o dinheiro que ganhava, poderia ter mais milhões de camisetas.

O pai a levou até a clínica Cloud Nine e a deixou, não sem antes dar muitas recomendações genéricas e a lembrar que ele viria vê-la depois de duas semanas. A parte dela não poder receber visitas era meio complicada de se entender, só que se era para o bem dela, iria conseguir.

O pensamento positivo durou o total de 15 minutos e ela já estava morrendo de vontade de sair. Procurou uns muros mais baixos e se amaldiçoou por não ter colocado umas cartas dentro da calça para poder explodir alguma coisa e sair dali. Tremia muito e não sabia se era de raiva ou de vontade de beber. E era patético, ela estava um pouco embriagada. Aquilo não deveria ser possível e talvez ela precisasse mesmo da ajuda daquelas pessoas.

A clínica era basicamente composta por humanos comuns, sem magia. Ela era uma das poucas magas que tinha visto. E tinha visto apenas na equipe da clínica. Agradecia por estar com a camiseta enorme de Laxus que tampava sua marca que outrora ostentava de forma tão orgulhosa.

Ao chegar no local, foi apresentada a uma das responsáveis pelo empreendimento, Josephine Walsh que é terapeuta comportamental e uma das idealizadoras do projeto. E coincidentemente a terapeuta que foi responsabilizada pela Senhorita Alberona há um tempo atrás.

“Olá Cana. Lembra de mim?”

“Ah oi, tudo bem? Lembro sim. Infelizmente nossa sessão não deu certo, né? Me desculpe. Eu tive uns problemas.”

“Eu sei, fui informada. Agora eu vou explicar como funciona a estadia aqui na Cloud Nine, ok?”

“Claro.”

“Bom, a regra mais óbvia é que não pode ter nenhuma espécie de entorpecente, nenhum tipo de droga. Por isso esteja informada que sua bolsa foi revistada e caso tenha algo irregular, nos damos a liberdade de jogar fora..”

“Entendi.”

“Incentivamos as atividades em grupo, temos uma sessão de terapia em grupo semanal e é mandatória para o tratamento. Temos bibliotecas e artefatos de papelaria, caso queira criar algum feitiço. Infelizmente seus artefatos mágicos foram retidos.”

“Mas eu sou uma maga que precisa de objetos. Já veio aqui algum mago que não precisa?”

“Claramente que sim. Muitos magos já passaram por aqui. Por isso mesmo que você foi encaminhada para cá.”

“E como impedir os magos de usarem seus poderes? Pra escapar?”

“Bom, em um primeiro momento, alguns vieram por livre e espontânea vontade, mas temos bloqueadores de magia. E algumas vezes o mago vem tão debilitado que mesmo com seus poderes liberados, usa uma quantidade pequena, pouca força. Saiba que nem Salamander conseguiu derrubar esses muros, minha jovem.”

A cartomante ficou embasbacada. E realmente era verdade. Aquela era a única construção de Magnólia que Natsu não havia derrubado. Havia muito poder ali, Cana sentia a mágica fluindo, de forma incomum. Já havia sentido esse fluxo da magia antes, quando estava perto do seu pai ou ainda quando a Primeira lhe passou o Fairy Glitter, só que lembrava uma tentativa de comunicação entrecortada, com interferências. Uma sensação muito estranha, tentou respirar fundo para controlar a crescente ansiedade e tentou prestar atenção às explicações.

“Toda semana temos uma sessão de terapia em grupo onde um dos participantes precisará entrar em contato com familiares e amigos que foram prejudicados pelo vício do interno. É uma das etapas mais difíceis de todas e sempre deixamos para o final da internação. Também temos sessão de terapia todos os dias e a individualizada ao menos uma vez ao dia. Você poderá confraternizar com os outros internos, incentivamos a formação de vínculos, contudo, nada de relações amorosas dentro do local. Não é saudável.”

Cana não considerava se envolver com ninguém ali, mas a regra lhe chamava muito a atenção. Instintivamente perguntou e a resposta não agradou.

“Viciados tendem a ser muito manipuladores e esse é um momento onde todos os seus sentimentos serão testados à máxima potência. É um momento de descobertas e isso não é a melhor situação para começar um relacionamento, não acha?”

“Mas nem uns beijinhos?”

“Não é recomendado.”

“Tudo bem, parece que não será a coisa mais difícil. Meu tratamento é de quanto tempo?”

“Três meses, podendo ser estendido por mais três, dependendo da sua evolução.”

“Tudo isso, não acho que seja necessário”

“Bom, você é uma boa maga, mas não é terapeuta, é? Deixe que os profissionais cuidem de você, ok? E já aviso que não será fácil, não é para ser. Aos poucos você vai descobrir. Seja bem vinda à Cloud Nine.”

Depois daquele corte, Cana foi procurar seu quarto e descobriu que o dividiria com Jenny, da Blue Pegasus. Um choque, para não dizer o mínimo.

“Jenny, o que você está fazendo aqui? Isso aqui é uma clínica de reabilitação e não uma passarela.”

“Alberona, então, eu tive que vir. Tive uns probleminhas e o Hibiki me deu um ultimato, sabe? Achei um exagero, mas estou precisando de férias mesmo, topei. Mas então, você não teria nada aí na sua mochila?”

“Não, o que você queria?”

“Ah, você sabe, um pozinho?”

“Pozinho? Que tipo de pozinho? Tem poeira sim mas não acho que seja o que você está procurando.”

“Cocaína Cana, cocaína. Um grau muito maior do que tudo o que você bebe e ainda por cima deixa a gente magrinha. Estou com medo de engordar e perder o meu emprego. Agora que a Mira voltou com tudo e a irmã dela também está tirando fotos, estou com receio e mais essa interrupção.”

Na verdade, Jenny parecia cadavérica, quando ela começou a reparar que a colega estava agitada demais e com os olhos estranhos. Ainda bem que ela nunca chegaria naquela situação. Sua relação com a bebida era basicamente controlada. Tudo bem que ela chegou a cogitar esconder um frasco de bebida nas partes íntimas mas aquilo era normal, ela não queria ser afastada da sua diversão.

“Eu tentei esconder dentro da calcinha, sabe?” Jenny falou. “Mas me revistaram e eu tive que jogar dentro da privada. Não sei porque acham que é prejudicial. Esse povo careta, não é mesmo?”

Jenny apenas repetiu o que Cana tinha acabado de pensar e aquilo pareceu pavoroso, embora a maga tivesse certeza que Jenny estava em uma situação pior que a dela e simplesmente não conseguia enxergar. Bom, agora era se instalar e tentar descansar, não é mesmo?

Um pouco longe dali, na sede da Fairy Tail, alguns magos estavam reunidos como de costume, confraternizando e Mirajane estava um pouco triste. Macao e Wakaba estavam bêbados como de costume e nem notaram que Cana não estava ali. Como as pessoas não estavam notando o que tinha acontecido?

“Mira-nee, tá tudo bem?”

“Oi Lisanna, tudo certo. Estou um pouco incomodada só.”

“Mas por que?”

“A Cana foi internada em uma clínica de reabilitação. Ela foi hoje. E ninguém aqui parece preocupado o suficiente. Isso está me incomodando bastante. Nem o Grey, o Loki que são amigos dela perguntaram. Não sei se a Lucy está sabendo.”

“Mira-nee, mas é pelo bem dela, não? Ela não estava ficando doente por conta disso?”

“Sim, mas até que ponto é positivo pra ela ficar longe dos amigos? Das pessoas que a amam e que ela ama?”

“O pai dela autorizou esse tratamento Mira-nee, você viu o que aconteceu com o Laxus. Não podia continuar daquela maneira.”

“Não podia, mas parece que ela está sendo punida em vez de cuidada e ninguém está se importando. Laxus faltava beijar o chão que ela pisava enquanto ela não estava olhando e ele fez de tudo pra que ela fosse internada também. Eu não estou entendendo nada disso.”

“Mira-nee, será para o bem dela. Não acho que Laxus esteja bem. Ele não parece bem e Elf-nii-chan comentou que Evergreen anda muito tensa porque ele está descontrolado. Talvez pareça fácil para nós e é verdade que o exagero da Cana nunca nos atingiu de verdade, só que a gente sabe o que realmente está acontecendo com ela? A gente vê ela daquele jeito e nos divertimos com as trapalhadas, mas nos jogos, o quanto ela foi exposta pelo Bacchus, você acha aquilo legal? E tudo o que poderia ter acontecido porque ela perdeu o controle. Quando a Maga Branca tentou transformar a Fairy Tail em branco, mas Cana não foi afetada porque estava bêbada e assim, ela estava completamente nua por baixo da capa. Será que aconteceu alguma coisa? A gente não sabe Mira-nee. Tudo que é exagerado faz mal. E assim, será que não é isso que tá impedindo ela de crescer na magia? Ela chegou aqui com a gente e parece estagnada no tempo, mesmo com o reconhecimento da Primeira. Podemos achar uma medida drástica, só que me parece ser adequada.”

“Minha irmãzinha tão madura e inteligente. Eu realmente não tinha pensado por esse lado. É difícil ver um mago viciado, não é? Não parece verdade.”

“Tem muitas coisas que não sabemos. Às vezes achamos a constituição mágica tão mais forte que a humana e nos esquecemos das nossas fraquezas. Podemos mudar a forma dos nossos corpos mas a nossa cabeça é basicamente a mesma, as agonias, os sonhos e os pesadelos também. Às vezes vemos como temos a couraça dura, como no nosso caso de take over e nos esquecemos do interno. Se sentimos dor, podemos cair em vícios também. E é isso que está acontecendo com a nossa amiga.”

Mira ouviu a irmã com atenção e mesmo discordando de uma parte, não poderia pensar que ela estava certa. Os magos poderiam pensar que são muito superiores ao sem mágica, mas o que realmente os diferenciava e os unia, não é mesmo? Ainda achava muito drástica essa medida, mas conversar com a irmã a tinha acalmado. Só que o nervosismo começou a voltar quando ela avistou Gildarts e logo em seguida Laxus. A vontade de virar Satan Soul já começava a ferver em seu sangue. Gildarts veio cabisbaixo e pediu uma água para Mira que colocou o copo com força no balcão.

“Também não é fácil pra mim Mira-chan. Não esperava que chegasse a esse ponto.”

“Então por que você concordou com isso? Ela é adulta e responde por si mesma.”

“Porque ela não está bem. A magia está instável dentro dela, o feitiço sangra às vezes, ela não sabe onde está e ela não consegue ficar sem beber. Eu fui levá-la ao centro terapêutico, é esse o nome que deram e eu a flagrei tentando colocar uma pequena garrafa nas partes íntimas. Agora me diga, Mira-chan, isso é sinal de que ela esteja bem? Talvez você esteja achando que seja exagero porque ache engraçado o papel deplorável que a minha filha vem fazendo. Você acha que é fácil pra mim? Eu não a criei, mas ela é filha do amor da minha vida. Quando ela chora é como se Cornélia me deixasse novamente, você acha que isso é fácil?”

“O que você quer dizer com achar engraçado? Jamais. Eu só quero o bem da Cana.”

“Se quer o bem dela, reze para que esse retiro dê certo. É a chance que ela tem. Estou preocupado porque lá não tem gente que ela conheça e ela só pode receber visitas daqui a um mês. Espero que ela aguente firme e consigam ver o que tem de errado.”

Gildarts baixou a cabeça e começou a chorar e Mira ficou desolada. Não sabia o que dizer, apesar de achar que era tudo um exagero, ficou preocupada e refletia como ela poderia se considerar amiga sendo que não sabia de praticamente nada?

Laxus nem disfarçou que estava prestando atenção na conversa. Depois da cena do hospital, ficou mais confuso ainda. Cana não estava prestando atenção na realidade. Como ela não sabia que ele tinha se machucado? Ela sentiu o impacto, não? Claro que ela deveria ter sentido. Ele percebeu que a magia dela estava instável e ela estava dirigindo aquele carro há horas e não dava sinais de cansaço, só de instabilidade. Exageradamente estranho aquele movimento mágico e mesmo assim, ela veio com toda a velocidade, como se não o enxergasse e o rachou. Rachou sua perna em duas partes. O ataque dela de pânico no hospital também o preocupou. E o cheiro de bebida que não a abandonava. Quando eles estavam juntos,era maravilhoso, não tinha ninguém melhor do que ela, a visão de mundo, as ideias, a tranquilidade, mas quando ela bebia, ela se transformava em outra pessoa. Tinha vergonha deles, dele. Se achava menos que todos, tinha um senso distorcido, uma displicência, via o relacionamento deles apenas como sexo casual e Laxus tinha se declarado. Mas ela havia esquecido. Os magos da FT não parecia preservar muito a vida, mas Cana elevou isso a outro nível, sem falar toda a questão com a magia dela. Desde que a Primeira colocou aquele feitiço nela, a forma como ela se comportava mudou muito. Era como se ela quisesse acabar com a própria vida bebendo para não ter que lidar com a realidade. Ele tinha se declarado, embora sentisse que o destino lhe dera outra chance ou ainda que o destino pensasse que ele mentira do que disse. Não sabia qual das opções era a mais humilhante. Lembrou-se da possibilidade da visita. Quem sabe poderia vê-la e pudessem esclarecer a situação?

Enquanto Laxus se debatia mentalmente, nem percebeu a chegada de Hibiki ao recinto. Ele foi até Mira e perguntou se tinha alguma hospedagem perto dali, que cobrasse barato porque ele ia passar pelo menos uns 3 meses pelas redondezas. Quando ela perguntou o motivo, disse que tinha alguém que ia ficar em um estabelecimento perto dali e que precisaria visitar de vez em quando. Mira disse que ele poderia ficar por ali e ninguém cobraria nada dele. Aparentemente, ela sabia porque ele estava ali.

Mira perguntou sobre Jenny e o semblante de Hibiki ficou sombrio e triste, como se ele quisesse responder sobre qualquer assunto exceto aquele, só que Mirajane e Jenny eram amigas, mesmo que rivais na profissão e ele também precisava falar com alguém, era o que a terapeuta tinha dito.

“Então Mira, ela está aqui, ela veio para aquela clínica, sabe? De reabilitação?”

“Como assim Hibiki? Ela está doente?”

“Ela está. Encontrou uma espécie de pó branco que segundo ela a mantinha magra e bonita. Também a fazia ser mais desinibida e segura de si. Segundo ela. Só que era mentira e cada vez mais ela foi usando e usando e estava descontrolada. Ela me dizia que era tranquilo, totalmente seguro, mas ela sempre precisava se aproximar de pessoas com caráter duvidoso para comprar isso. Ela estava cada vez mais falida, peguei ela roubando dinheiro do caixa da Blue Pegasus. O mestre Bob estava preocupadíssimo mas nunca pensou em denunciar. Nunca vi algo assim, a obsessão dela, como se aquele pó tivesse virado o único motivo pelo qual ela vivesse e aí a carreira dela também começou a decair. Ela começou a se atrasar para os compromissos, veio a rivalidade com você, toda a insegurança pelo fato que você retornou e ainda tinha a mesma beleza de 7 anos atrás, as coisas nojentas que ela às vezes tinha que fazer para aqueles velhos babões das revistas, tudo isso foi somando e quando a mente padece, a magia segue. A magia dela começou a desestabilizar, ela começou a roubar mais ainda, de forma descarada das pessoas, teve uma vez que roubou de uma loja e foi trocar em um lugar super perigoso, esquecia de comer. Bebia junto com aquele pó que era cada vez mais carto, ficava só daquele jeito, tinha umas obsessões, mania de perseguição e ela não conseguia ver nada. Ai o Ichya-san conheceu esse lugar e a internou. Eu estou desolado, nem sei se eu fiz algo para contribuir com isso. Um dia eu a chamei de fofinha, mas era como carinho, não estava supondo que ela tinha engordado, mas parece que isso engatilhou algo nela e começou com essa loucura.” completou chorando.

“Hibiki eu não fazia ideia, minha nossa, eu sinto muito mesmo por isso. Tem algo que eu possa fazer pra ajudar?”

“Só de achar a hospedagem eu já fico muito agradecido, porque eu não vou abandoná-la no momento em que ela mais precisa de mim. Nunca achamos que vamos lidar com algo assim, né? Nesse mundo de magia. Isso parece tão mundano. Mas acontece e eu só posso apoiá-la. Espero que ela melhore. As coisas estavam insuportáveis. Era como se ela fosse duas pessoas diferentes. Jamais poderia imaginar que algo que parecia tão inofensivo, para ela se divertir fosse resultar nisso?”

“Infelizmente ela foi meio fraca nesse aspecto, né?”

“Fraca? Como assim fraca? Você acha que é questão de fraqueza. Na verdade é apenas uma aleatoriedade. Todos precisamos de um escape. Alguns usam o elogio de outros, outros usam álcool, outros usam sexo, distrações. Todos nós usamos distrações e umas pessoas precisam mais do que outras. Isso não tem nada a ver com força. Talvez você precise abrir sua cabeça em relação a isso, não? Obrigado pela ajuda.” E Hibiki saiu.

Mirajane ficou embasbacada com tudo o que ouviu. Primeiro que não imaginava que Jenny seria capaz de cair nisso e ficou com um sabor amargo na boca em ser tão preconceituosa. Porque se resume àquilo mesmo, certo? Claro que uma pessoa que era viciada em entorpecentes poderia prejudicar o pessoal em volta, mas era leviano achar que a pessoa não sofresse também. E que tipo de angústia o indivíduo estava passando para que o descontrole fosse dessa maneira? Esse era um mundo o qual ela não conhecia e parecia muito irônico que começasse a conhecer por conta de duas amigas que estavam nessa situação.

Ela também nem percebeu que Laxus estava prestando muita atenção no que os dois estavam conversando. Claro, nem suporia que ele tinha uma audição muito aguçada, era outro Dragon Slayer que tinha, mas Mirajane podia ter um tom de voz baixo, mas quando há um desejo, há uma maneira e foi isso que motivou Laxus a prestar atenção.

Respirou fundo e decidiu procurar Hibiki no outro dia.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.