13/07/2011

Minha cabeça estava um caos, não conseguia pensar em uma coisa apenas, tudo estava ainda muito empalhado, minha vida havia mudado completamente em menos de um mês... mal comia, mal falava com meus pais, mal ia para o trabalho, e isso tudo por causa de uma mentira , e essa mentira nasceu no momento em que eu vim para esse mundo... simplesmente não podia colocar na minha cabeça que eu não era humana...

Capitulo um

... Mais ou menos 2 Mês antes...

Sabe o que significa uma vida sem graça? Uma vida sem rumo? Uma vida em que você faz as coisas para ajudar tantos os outros que acaba se esquecendo de si próprio? As perguntas corroem minha cabeça o dia inteiro simplesmente sei o que preciso fazer mais não sei se quero fazer, e isso esta me deixando louca.

A proposito sou Cataryne Alysson, tenho 19 anos, moro em uma cidade pequena no sul da Califórnia(..., por volta de uns 15 mil habitantes), origem Brasileira, e atualmente trabalho na biblioteca pública de ... A principal biblioteca por ali, trabalho com minha amiga Anny uma morena de cabelos castanhos claros com as pontas cacheadas e olho mel, na verdade ela nem gosta muito de ler, mais a convenci a trabalhar comigo, e foi uma missão e tanto por que fazer Anny trabalhar já era difícil imagina trabalhar em uma biblioteca? Mais pelo menos consegui e estamos a seis meses trabalhando ali.

Anny ainda falava sua lista de argumentos positivos do por que eu não deveria terminar com Richard , enquanto arrumava minhas coisas para ir embora, era quarta feira e todas as quartas eu saia cedo e Anny ficava e nas sextas era invertido, nos outros dias entravamos as 13:00 ate as 18:00.

--Anny te amo viu tenha um ótimo expediente.—disse sem deixa-la terminar de falar, beijei sua bochecha e sai com a bolsa na mão, ate meu carro.

Richard a discussão do dia, meu namorado (ainda) estávamos juntos a três anos, eu sei bastante tempo e exatamente por isso estou pretendendo terminar com ele, na verdade esse é apenas um dos motivos, Richard sempre foi muito ciumento e grudado e isso nunca me incomodou ate hoje em dia, ele simplesmente estava ciumento demais, meloso demais... e eu ate sou uma pessoa carinhosa mais de uns tempos pra cá meu humor anda um pouco alterado e agora não aguento mais ouvir Richard reclamando sobre meus shorts.E também estou precisando de um tempo pra pensar em meu futuro, tenho 18 anos terminei a escola no ano passado e simplesmente não sei o que quero fazer da vida...

E claro que tenho o motivo principal; eu amo o Richard mais acho que esse amor é diferente do que no começo acho que só o amo como amigo, na verdade provavelmente eu nunca o amei de verdade, simplesmente disse por que ele me disse primeiro que me amava...Três anos é muito tempo, e só depois de um tempo assim é o que você percebe realmente ... PUTZ o que estou fazendo da minha vida? e é exatamente essa pergunta que me atormenta, realmente... não sei meus plano para um futuro, e Richard tem tudo bem esquematizado, e não posso machuca-lo se não o amo não tem como continuar com ele...tenho que deixa-lo seguir em frente.

Mal sai do estacionamento e começou a chover, o céu estava bem escuro, mais o engraçado é que há cinco minutos não havia sinal de chuva, pelo menos estava de carro. Minha casa ficava em uma propriedade fechada os vizinhos mais próximos ficavam a uns três quilômetros, devia faltar mais ou menos meia hora para chegar a propriedade, estava em uma avenida deserta o que era muito estranho por que nunca estava vazia, estava prestes a virar minha primeira direita quando parei bruscamente.

Uma moto tinha quase batido na minha lateral, mais por deus parei a tempo e estava de cinto, porem meu coração faltava sair pela boca de tão nervosa que estava, e a pessoa de uma moto 360 totalmente preta que praticamente tinha me matado e quase se matado estava descendo da moto; mesmo tremendo consegui tirar o cinto e também desci sem nem me importar com a chuva que imediatamente me encharcou.

--Você...você esta bêbado ou bêbada sei lá...! –gritei.

Quem quer que seja que estava por traz daquele capacete preto não me respondeu, apenas inclinou a cabeça e me avaliou o que me fez ficar ainda mais irritada.

--Tira essa droga de capacete!

Ele me obedeceu exatamente ele, e tinha sido muito burra não ter percebido antes que era um homem, a camiseta de motoqueiro escuto a calça Jens a bota de motoqueiro...Ele tirou o capacete... meu deus... meu coração parou por uns dez segundos tenho certeza...ele parecia um modelo, um modelo perfeito, tinha olhos parecendo cinza meio verdes, os cabelos que agora estavam molhados pela chuva seu comprimento parecia não passar da orelha e eram castanhos, sua boca carnuda era em forma de coração; alto sim bem alto, eu tinha meus 1,69 de altura e ele devia ter uns 1,80 mais ou menos.

--Gosta do que vê?—ele perguntou se aproximando mais, com um sorriso cachorro.

--Ah... é ...claro que não ,quer dizer não quis dizer que você não é lin... ai meu deus, esquece... Você poderia ter me matado sabia?

--Poderia mais não matei, então nada para discutir a não ser que ...bom você pode dizer seu nome que tal?—ele sorriu ,não sei pra que só para me derreter mais do que já estava.

--Até parece que vou dizer meu nome para um homem que nem conheço, que a cinco minutos quase nos matou e ainda por cima nem pra pedir desculpa, fica com essa cara ai de...de imbecil.--disse ficando muito brava, ele podia ser lindo, gostoso,mas cara conseguia fazer o que muito raramente acontecia comigo,me tirar do serio.

--Quero saber seu nome.—ele disse.

--Vai- se – cata.—pronunciei todas as palavras bem devagar para não ter o perigo dele não entender errado.

--Você esta nervosa...

--Não me faça falar algo ofensivo, eu não vou me arrepender.

--Pode falar, você fica sex assim. —o sarcasmo estava firme em sua voz e com um meio sorriso se formava na boca.—Me diga seu nome.

--Quer saber, vou embora.

Viro as costas e abro a porta do carro, mas antes de entrar ele grita me fazendo virar.

—Você não vai mesmo me dizer seu nome?

--Sabe quando você vai descobrir meu nome? No dia em que aprender a ser mais educado.—entro no carro e dou partida me desviando da moto e o deixando lá com o mesmo sorriso desde que tirou o capacete.

Não demorou muito e parei em frente ao portão de casa, apertei o botão na chave e ele abriu automaticamente, estacionei em frente a garagem e desci, olhei para a porta e do lado havia um arranhão, e eu nem havia percebido que tinha encostado.

--Filho de uma...--não terminei de falar mal dele, respirei fundo e me virei pisando firme e entrando em casa.

Estava tudo muito silencioso acendi as luzes e fui para sala, olhei para o relógio que marcava 20h15min;é com certeza não havia ninguém em casa. Eu morava com minha mãe e meu pai, não tinha irmãos era filha única, há também minha empregada Nana , ela trabalha conosco desde que nasci ,já estava velha quer dizer tinha uns 60 anos; eu contava tudo pra ela, hoje estava de folga.

Meus pais trabalham no hospital os dois são cirurgiões, eles quase nunca estão em casa, e pra recompensar por nunca estarem em casa me deixam fazer quase tudo, sei que me amam do jeito deles mais me amam, minha mãe é Amélia uma linda mulher e maravilhosa, tem uma personalidade forte se estressa rápido, ela tem cabelos castanhos escuros estilo Chanel ,seus olhos são escuros, não somos nada iguais, eu tenho cabelos loiros e lisos que batem quase ate na bunda tenho franja de frente, meu rosto e meio oval e da minha mãe já é mais quadrado ,e já meus olhos são azuis claros como o mar, muitas pessoas dizem que meu sorriso conquista qualquer um. Meu pai Luís tem 45 anos e já é mais calmo mais carinhoso, é moreno, mas seus olhos são claros um verde escuro, ele é sim um coroa bem conservado, ele se preocupa muito comigo , não que minha mãe não se preocupa mas ...ele é mais afetuoso.

Subi para meu quarto, grande com uma cama dossel, com colchas vermelhas com muitos travesseiros, na ponta da cama fica um sofá como àqueles de filme de princesa(isso que da ser filha única),ha um tapete no chão bem felpudo, em um canto três pufes cor lilás, também havia minha varanda que dava par o jardim , e claro meu closet era quase do tamanho do quarto, fui para minha mesa do computador e o liguei, comecei a olhar meus e-mails mas não havia nada de importante, o desliguei e fui tomar um banho ,não iria mais sair então resolvi colocar o pijama.

Deitei na cama ligando a TV de plasma embutida na parede ,não demorou muito meu celular tocou, fui engatinhando ate a ponta da cama e peguei minha bolsa que estava em cima do sofá, olhei na tela havia o nome de Anny.

--Fala. —atendi, deitando de costas na cama.

--Então, não estou mais chateada com você por que vai terminar com Richard! Vamos jantar fora?

--Uh... Eu já estou de pijama.

--Tira! Dóór ,olha te espero no restaurante de sempre! Beijos. —Anny desligou bem na hora que ia protestar.

Não dava para discutir com Anny, nem pensar!

Levantei-me e fui ate a varanda... não dava pra acreditar não havia nenhum sinal que havia chovido a não ser a rua um pouco molhada, e o frio? Simplesmente não estava mais, muito pelo contrario, estava quente. Voltei para dentro e fui para o closet, entrei na parte de vestidos e peguei um florido longo e tomara que caia, fui para a parte de sapatos e peguei uma sapatilha cor bege com um laço na ponta.

Troquei-me rápido uma coisa rara, peguei a bolsa e desci. O restaurante que eu e Anny frequentávamos era o mesmo que praticamente todos os estudantes e jovens da cidade iam, ficava perto da biblioteca onde trabalhávamos, era um restaurante chique, mas ao mesmo tempo despojado. Não demorei muito pra chegar, não havia muito transito.

Estacionei o carro em frente ao restaurante que parecia muito cheio, era quarta feira e a noite o movimento era grande. Cheguei ate a portaria e olhei para dentro e rapidamente localizei Anny, ela estava no canto do restaurante em uma mesa redonda que tinha lugar para umas quatro pessoas, ela estava também de vestido pelo que eu podia ver só não conseguia ver o tamanho, Anny sempre foi muito bonita, os cabelos dela estavam soltos era cacheado, castanho claro.

Fui para a mesa e me sentei ao seu lado:

--Porque você veio na frente sendo que eu podia ter passado na sua casa e te dado uma carona?—perguntei.

--Bom é que eu já estava aqui no centro.—ela disse sorrindo.

--ok, e o que fazia aqui no centro?

--Vim comprar algumas roupinhas, mas não achei nada de bom.

--Porque não me chamou?—perguntei erguendo uma sobrancelha.

--Desde quando você precisa de roupa?—Anny fez outra pergunta em cima da minha no maior tom sarcástico.

--Há, só pra te acompanhar.

--Eu sei. —ela riu. —eu que quis vir sozinha mesmo.

--Então ta. Vai trabalhar amanha?

--Vou, e você?

--Claro, não gosto de faltar—digo mexendo no pote de palitos.

--Não sei por que você trabalha, tem uma super. Casa tem pais médicos e ainda quer dinheiro. Tudo bem que eu também não precisaria mais o que eu não faço por minha melhor amiga?

--Anny! Você sabe o porquê, eu não gosto de depender de ninguém e, além disso, adoro livros.

--Tudo bem, não vou discutir, vou ir ao banheiro, já volto e vê se não pedi nada por enquanto. —Ela se levantou e foi em direção a um corredor que ficava os banheiros.

Olhei em volta e parei para fitar o bar, havia um homem que me fitava... EU- NÃO- ACREDITO- NISSO...o garoto da moto por que eu tinha que ser tão azarada? Desviei o olhar tentando parecer que não o conhecia.

--Olá senhoria, vai- se- cata!—ele estava na minha frente podia sentir.

Fingi não ouvir e continuei com a cabeça baixa, mais ele deu de sentar no meu lado e não deu pra mim olhar incrédula.

--O que você tá fazendo? E eu tenho nome.

--Estou sentando ao seu lado para você me notar, e veja só funcionou, e se você me falasse seu nome eu poderia parar de te chamar assim.

--Olha, serio nem te conheço e minha amiga esta voltando, por favor, da licença.

Ele não saiu é claro, se aproximou mais de mim.

--Você esta linda.—ele disse a voz grossa e meio rouca, afastei-me um pouco. --Porque você não me diz seu nome?—ele perguntou ignorando o que eu falei e se aproximando novamente de mim.

--Por que não te conheço, e já pra avisar tenho namorado.

--Hum,namorado? Eu não tenho ciúmes. —ele pegou minha mão e a beijou.

--Para é serio. — puxei minha mão da sua com raiva.

--Tudo bem, eu já tenho que ir mesmo, mas saiba que não vou desistir de saber seu nome eu preciso saber ...bom é isso.—ele se aproximou mais e beijou minha bochecha depois saiu em direção a porta de saída.

A parte em que ele beijou estava formigando e queimava, ele com certeza era um cachorro mal me conhecia e já vem com intimidade, ridículo! E ainda por cima me provocava umas sensações estranhas.

Anny não demorou muito a chegar e já foi pedindo a comida, nos ficamos ate tarde no restaurante e ainda me sentia incomodada pelo beijo, fui uma má companhia para Anny.

Fui chegar em casa por volta das 23:30,quando cheguei não havia ninguém fui direto para o quarto trancando tudo; coloquei o pijama e me deitei.

Sentia-me muito estranha, aquele homem tinha um mistério que me intrigava, mais eu não iria mais velo e não iria mais sentir isso.

Dormi, sentindo-me... Bem.