Lilian Evans.

Eu estava conversando com Marlene e Alice no caminho do Salão Principal quando Snape nos surpreende perguntando-me se poderíamos conversar. Apesar dos protestos das garotas acabo indo, pelos velhos tempos.

Acompanho-o para fora do castelo.

—O que você quer Snape?

—Você soube? Venci o Capitão Ego na aula de duelo hoje.

Diz orgulhoso.

Snape e James se odiavam, porém eles precisam que alguém soubesse seus feitos. Idiotas!

—Sim, soube. As notícias correm por aqui.

Seu sorriso murchou com minha resposta.

—Não gostou? Eu coloquei aquele idiota no lugar que lhe é de direito. Junto com os perdedores.

—Nem gostei, muito mesmos desgostei, simplesmente não me importo.

—Eu... eu achei que ficaria feliz por vê-lo perder a pose depois do que ele fez contigo.

—Já disse que não me importo se o James ganha ou perde seus duelos.

—James? Desde quando o chama de James? O que aconteceu com o “Potter”?

—Eu o chamo como bem entender. James, Potter, idiota, babaca...

Ele me encarou.

—É claro. –Disse dando um sorriso forçado –Você foi fisgada. Está gostando dele. Não acredito que se deixou levar pelo charme dele. Lily...

—Lily é só para os íntimos, para os demais é Lilian ou Evans, com preferir.

—Houve um tempo em que eu poderia te chamar de Lily sem problemas. Houve um tempo em que você não podia nem chegar perto dos marotos.Que o Potter era babaca, idiota, estupido, mas nunca, de forma alguma, James...

—Houve um tempo em que você não se importa com o sangue das pessoas e não seguia fanáticos muito menos fazia parte deles.

—Eu sempre me importei com o sangue das pessoas Lily, nunca me importei foi com o seu.

Disse acariciando meu rosto.

—Eu deveria me sentir especial com isso? Snape, você é mais estúpido que o James. O que aconteceu com você?

Por breves segundos enquanto nos encarávamos eu vi aquele garoto tímido e amigo que me ajudou quando minha vida virou de cabeça para baixo, quando meus pais não me entendiam e minha melhor amiga, até então, minha irmã, me odiava.

Quando pensei que ele ia falar alguma coisa James chega o empurrando. Então minha presença é esquecida e os dois começam a discutir, mas daquela vez não foi James que começou e sim Snape.

E, pela forma como ele agia eu sabia que aquele garoto que eu tinha visto agora pouco tinha sido jogado de novo dentro da sua cela, ele não era mais aquele garoto. Foi duro, entretanto finalmente meu coração entendeu o que minha cabeça já sabia.

Serv tinha morrido e aquele homem que tomara seu lugar nunca seria meu amigo. E os pedacinhos que restavam do meu coração se partiram mais uma vez.

Saí dali o mais rápido possível, mas não consegui ir muito longe, fiquei os vendo de longe. Snape provocava James e a roda que se formara ao redor deles aguardava ansiosamente pelo início do duelo.

Severo se aproximou do James e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. Enquanto o Potter prestava atenção na sua voz eu o vi apontando sua varinha para a nuca do James. Ele ia ataca-lo desprevenido.

Sem pensar, agindo por puro instinto puxei minha varinha e lancei um feitiço sobre o meu ex melhor amigo. Minha varinha ainda estava apontada na direção dos dois quando finalmente percebi o que tinha feito e sai correndo dali o mais depressa possível.

...

Encontrei Alice junto com Sirius no Salão Principal. Os dois conversavam baixinho, como se escondessem alguma coisa.

—Atrapalho?

Pergunto ainda ofegante.

—Aquele bastardo do Snape tentou alguma coisa com você?

Perguntou Alice brava e preocupada ao mesmo tempo.

—Ãn?

—Ele fez alguma coisa? Se ele fez ele vai se ver comigo, quem aquele Ranhoso pensa que é.

Sirius disse já se levantando.

—Quê? Não. Eu estou cansada, porque estava correndo, mas não era dele não.

—E de quem era?

—De ninguém. O James e o Snape estavam brigando lá fora. Quer dizer eles só estavam discutindo. Até que eu.... Eu... vim para cá.

—Lily explica isso direito.

Alice pediu.

—Eu estava conversando com Snape aí o Potter chegou empurrando ele então os dois começaram a discutir e continuaram depois que sai de lá.

—Porque não deu uma detenção nos dois logo?

Sirius perguntou.

—Porque se eu fizesse isso ia ter que ficar cuidando da detenção deles e simplesmente não estou com cabeça para aguentar aquele dois três vezes na semana. Não quero os aguentar separados imagina juntos.

Sirius sorriu.

—Os tempos realmente mudam. Quem diria que chegaria o dia em que Lilian Evans iria se recusar a dar detenção.

Alice disse.

—Idiotas.

Ficamos passando um tempo lá até que o jantar finalmente começou a ser servido.

...

James Potter

Estava bebendo uma garrafa de uísque na esperança de esquecer esses últimos dias. Essa sensação estranha. A briga com Sirius. A “briga” com Remo. O beijo da Lily.

Mas toda vez que eu fechava meus olhos podia ver olhar bravo do Sirius, senti o gosto do beijo da Lily... respirei fundo. Encho o copo mais uma vez, fecho os olhos e tento me lembrar do meu último dia de férias.

Minha mãe sempre sorriso dizendo: “Até mais filho, espero não receber muitas cartas do diretor Dumbleodore esse ano. ” Do abraço do meu pai. Ele nunca dizia nada quando nos despedíamos, só me abraçava, me abraçava bem forte, como se pudesse através daquele abraço passar todo amor que sentia por mim e toda falta que eu fazia a eles.

—Pontas?

Remo me chamou.

—Ei.

—Passamos o dia todo te procurando. Estávamos preocupados.

Remo disse.

—Preocupados porque? Ah... porque perdi aquele duelo?

—Um duelo para o Snape.

Frank argumentou.

—Relaxem eu estou bem. Passei a tarde ocupado com uma gata que vocês não fazem ideia. Aquela garota é muita louca e faz um...

—Ok, ok, já estendemos ela á boa.

Frank me interrompe.

—Boa é um eufemismo. Ela tem os peitos ótimos para brincar.

—Já entendemos Jay.

—Qual é, deixem eu contar o que eu e ela fizemos.

—James chega não quero ouvir.

Remo disse.

—Só por causa disso. A próxima da minha lista vai ser a Dorcas.

—Você é um idiota Jay.

Remo diz saindo do quarto.

—O que eu fiz agora?

—Ainda pergunta?

—Eu estava brincando. O que aconteceu com o senso de humor dos marotos ultimamente? O Sirius age como um completo idiota, o Remo também, O Pedro sei la por onde tá andando... Só me resta você Frank. Quer saber vou arranjar uma garota para você e vamos curtir a noite em algum canto desse castelo. O que acha?

—Eu já tenho namorada Jay. A Alice, lembra?

—Claro que lembro, mas idaí? Ela não precisa saber.

—Jay, é graças a você que eu estou com ela e agora quer que eu faça uma burrada para perde-la?

—Foi mal. Eu só quero um companheiro para pegar garotas.

—Você está se saindo muito bem sozinho. Todo dia está com uma garota diferente. Você está mais galinha esse ano do que em todos os anteriores juntos.

—Claro que estou mais galinha. É meu último ano, quero ter aproveitado o máximo de garotas que eu conseguir.

—Eu estou achando que essa tua atitude está mais para um pedido de ajuda.

—Ajuda? Por favor. Porque eu estaria precisando de ajuda?

—Sei lá. Talvez porque tenha percebido o que fez com a Li....

—Ah não, de novo esse papo? Já faz mais de uma semana, ela já superou, vocês deviam fazer a mesma coisa.

—Quer saber minha opinião?

—Estou com um pressentimento que vou ouvir mesmo sem querer.

Frank sentou na minha, pegou a minha garrafa de uísque de fogo e disse:

—Eu acho que você está galinhando assim para tentar atingi-la, ou talvez você queria provar para si que ela não é importante, que ela é só mais uma.

—E eu acho que você é um pé no saco Frank.

Ele sorriu.

—Vê se não fica muito tempo nessa depressão. Você é um cara legal Jay, pare de agir como se não se importasse quando é claro que se importa.

—Frank!

O chamo quando ele já está na porta.

—Eu sou James Potter.

—Eu sei disso.

—Não você não entende. Eu sou James Potter... E.... quer sabe esquece. Até mais.

Bebi o resto da bebida que ficou no meu cop.Fechei os olhos, revi minha discursão com o Ranhoso, mas logo a imagem dele tocando no rosto dela me veio à mente, um raiva tomou conta de mim e quando dei por mim joguei minha bebida pela sacada.

Sento na minha cama. O que diabos está acontecendo comigo? Saio do dormitório. E no salão comunal vejo Emily Duncan, uma ruiva do quinto ano, com umas pernas que fariam qualquer um chorar.

—Acabei de ver o luar pela sacada e pensei que não veria nada mais belo por hoje, perdoe-me não sabia que veria suas pernas nessa noite.

Ela sorriu. E eu soube que estava dentro.

....