Nove vezes eu fugi da casa onde papai me criou. Marta sempre colocava cães no meu rastro – e me encarcerava em meu quarto. O lar da minha infância transformado numa jaula aparatosa. Minha madrasta, cada vez mais impaciente, não fazia mais questão de manter a máscara. Em vez de tentar me comprar com presentes, ela fazia ameaças sutis.

“Sua gatinha... Cindy. Você deveria ficar mais em casa... para cuidar dela”.

Quando acordei depois da nona fuga, o corpo estraçalhado dela estava sobre a minha cama.

Ela quer me fazer sentir sozinha. Mas eu sei, sinto, que papai está por aí.