Senk2
Sinais do Universo.
– Vamos passar muito tempo juntos, amiguinho - disse Ben, se divertindo.
Johnny passou por ele chateado. Jane ficou preocupada, olhou com reprovação para Ben e foi atrás de Johnny. Ela o encontrou na varanda do prédio.
– Oi - ela chegou ao lado dele.
– Oi - ele disse desanimado.
– Calma, isso tudo vai passar - Jane ia fazer carinho nas costas dele, mas lembrou que não podia tocá-lo.
– Quando? Quando Jane? E se isso não passar? E se eu não puder mais te tocar? Isso é ridículo! Reed tem que encontrar um jeito de consertar isso e rápido.
Johnny estava nervoso por ter que se limitar e Jane entendia isso perfeitamente, pois se estivesse no lugar dele, ela também estaria nervosa.
Quando a noite chegou Jane não conseguiu dormir. Ela sentiu a cama muito vazia. Ela girou para o lado e viu Johnny dormindo em um colchão no chão.
– Johnny? - ela chamou e ele se virou, parecia que também não estava conseguindo dormir. - Não consegue dormir?
– Não - ele disse olhando-a nos olhos, tudo o que ele queria era estar ao lado dela, dormir com ela, e beijá-la até os lábios ficarem vermelhos, mas ele não podia fazer nada disso.
– Quer vir dormir comigo?
– Eu não posso.
Jane desceu da cama apenas com uma camisa dele que estava completamente aberta na frente. O coração de Johnny disparou e ele se sentou no colchão no chão para começar a se afastar dela.
– Eu não tenho medo de você Johnny.
– Mas eu tenho medo do que posso fazer com você - ele disse colocando a mão na frente dela para que ela parasse de se aproximar.
Jane segurou a mão dele rapidamente e os poderes foram trocados. Jane fechou os olhos e tentou controlá-los da mesma forma que controla o seu gelo.
– Pronto, está tudo bem, viu? - ela disse mostrando seu corpo a ele.
Johnny sentiu seu coração esfriar, mas começou a controlar da mesma forma que controla o fogo em seu corpo. Ele ficou olhando para o corpo de Jane. Ele então se colocou de pé, pegou Jane pela cintura e a jogou na cama. Ele ficou por cima dela, pegou sua nuca e a beijou intensamente. Seus poderes começaram a trocar loucamente. Tão rápido que nem dava tempo dos poderes funcionarem no corpo do outro. Foi a noite mais estranha que tiveram, mas com muito prazer.
Na manhã seguinte, eles acordaram juntos e deram um beijo de bom dia, o que fizeram trocar os poderes rapidamente e depois destrocar.
Jane se vestiu a foi ajudar Sue com a pesquisa. Ela colocou o seu cabelo pra cima em um coque frouxo e colocou seus óculos. Ela sentou no sofá ao lado de Sue, que também estava de óculos. Jane estava com um tablet em mãos e com as pernas cruzadas. Até que Sue ligou a TV e a repórter começou a falar dela, sobre ela ter ficado nua no meio da rua, na frente de muitos fotógrafos, além de falar do casamento que dera tudo errado. Sue ficou nervosa e chateada ao mesmo tempo, aquelas coisas eram maldade demais para uma pessoa que teve tantos acidentes seguidos.
– Sue, por que você fica vendo essa porcaria - disse Reed chegando e desligando a TV. - Ignora.
– Não dá pra ignorar Reed! Simplesmente não tem pra onde fugir! - ela disse desesperada.
Johnny chegou na sala bem no momento da discussão e decidiu voltar e ficar longe.
– Eu discordo! - disse Reed.
– Como? - Sue disse histericamente.
Jane decidiu sair de perto também. Ela saiu rapidinho do sofá e foi no mesmo caminho de Johnny.
– Viu! Sem resposta - disse Sue depois que Reed não disse nada.
– Tenho sim. E se depois que isso passar, deixarmos tudo pra lá?
Jane e Johnny se olharam e decidiram ficar ali para escutar a proposta de Reed.
– Se nos mudássemos do Edifício Baxter? Eu aceito o emprego de professor em algum lugar. E começo as minhas pesquisas e nós começamos uma família, como gente normal.
– Você faria isso? - Sue perguntou com os olhos brilhantes.
– Nada é mais importante pra mim do que o nosso futuro juntos.
Sue o abraçou forte.
– Obrigada. Mas e o Ben e o Johnny e a Jane? - ela disse de repente.
– Eles vão se entender. Além do mais, eles sempre conseguiram se virar melhor sozinhos.
– Mas não vamos falar nada ainda. Johnny está muito preocupado no momento com os poderes dele.
Johnny saiu andando. Jane decidiu ir atrás dele, mas de repente ela parou e colocou a mão em seu coração. Sua respiração ficou ofegante e ela começou a sentir dor.
– Jane? - Johnny foi correndo até ela. Ela deixou cair o tablet de tão forte que era a dor que sentia. - O que está acontecendo?
– Eu não sei - ela conseguiu dizer no meio da dor.
– Socorro! - Johnny gritou com medo de tocar em Jane e piorar a situação.
Sue e Reed apareceram correndo. Reed a segurou antes que ela deitasse no chão.
– Faça alguma coisa! - Johnny disse em pânico.
Reed carregou Jane no colo em direção ao laboratório. No meio do caminho Johnny também começou a sentir dores no peito. Ele encostou na parede e escorregou por ela devido à dor.
Jane gritou e se contorceu assim que Reed a colocou numa maca do laboratório.
– Cadê o Johnny? - Sue perguntou desesperada e voltou para ver onde ele estava. Assim que ela o encontrou ela se abaixou e teve que lembrar de não tocar nele. - Johnny, o que está acontecendo?
– Arg, eu não sei. Só sei que dói pra caramba - ele disse ofegante.
– Espera... você e a Jane...
– Sim - ele disse deitando no chão de dor.
– Ai não. Reed! - Sue correu em direção ao laboratório.
– Johnny e Jane passaram a noite juntos. Johnny também está do mesmo jeito que ela - Sue terminou de dizer e saiu correndo para ficar ao lado do irmão.
– O que vai acontecer Reed? Nós vamos morrer? - Jane entrou em pânico.
– Não... eu acredito que não - disse Reed sem saber a resposta correta.
De repente Jane e Johnny gritaram ao mesmo tempo e pararam de gritar ao mesmo tempo, ficando imóveis e com os olhos abertos olhando para o nada.
– Jane! - Reed gritou pegando no rosto dela.
– Johnny! - Sue gritou sem poder tocar no irmão.
O coração de Johnny havia parado de bater, mas ele voltou aos poucos e ele piscou muitas vezes antes de recuperar os sentidos.
– Johnny? Está tudo bem? Ai meu Deus! - Sue estava desesperada.
Johnny levantou e balançou a cabeça. Ele tocou em seu peito e sentiu o seu coração mais frio do que o resto do seu corpo. Ele se levantou com a ajuda da parede e começou a andar tropeçando em si mesmo. Sue o seguiu, querendo ajudar, mas ela não podia tocar nele.
– Jane - ele disse vendo Jane deitada na maca sem respirar.
Reed se afastou e Johnny se aproximou dela.
– Eu a matei? - ele disse desesperado e começando a chorar. Ninguém respondeu nada. Sue e Reed apenas se olharam. - Não, não me diga que eu te matei Jane.
Jane então deu muitas piscadas e começou a respirar rapidamente. Ela se sentou rapidamente e levou a mão ao peito, seu coração ardia, como se pegasse fogo.
– O que é isso? - ela disse sem entender.
Johnny a beijou, num ato sem pensar e de repente ele lembrou que não podia tocar nela. Eles param de beijar rapidamente e Johnny ainda segurava a nuca dela.
– Você sentiu isso - Jane disse com um sorriso.
– Nós não trocamos os poderes - Johnny respondeu.
– Espera, o que você estão sentindo exatamente? - perguntou Reed.
– É, vocês tocaram no peito, o que está acontecendo? - perguntou Sue.
– O meu ficou frio, muito frio - disse Johnny.
– E o meu está muito quente - disse Jane e eles se olharam em seguida, isso só podia significar uma coisa.
– Vocês... literalmente, entregaram o coração para o outro - disse Reed achando aquilo incrível. - Meu Deus! Vocês devem ter trocado tanto de poderes ontem a noite que as moléculas decidiram ficar estacionadas. Ou algumas ficaram presas no corpo do outro e se reuniram em um ponto só. Logo, se vocês tocarem no outro, não vão trocar, porque são exatamente iguais, é como se tocasse em si mesmo, assim não tem como fazer uma troca - Reed colocou a mão na cabeça e riu. - Isso é incrível! Precisamos testar o que vocês são capazes de fazer com isso! - Reed estava super animado.
Johnny e Jane se olharam, eles estavam assustados com tudo isso, pois agora, eles literalmente eram um só. Johnny tocou no rosto de Jane e fez carinho nos cabelos dela.
– Agora podemos dizer que pertencemos ao outro pra sempre, não é? - disse Johnny rindo.
– É - Jane riu com ele. - Parabéns Johnny Storm. Finalmente conseguiu me tornar sua pra sempre.
– Depois de todo esse tempo tentando, acho que o destino gosta mesmo da gente junto.
Jane o abraçou e o beijou intensamente.
Por mais que Jane seja cientista, ela sempre acreditou no destino e a sua história com Johnny foi escrita pelo destino de tal forma que agora não tinha mais como fugir. O universo os uniu de todas as maneiras possíveis, a ponto de torná-los um só.
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