– Você está bem mesmo Jane? - perguntou Alicia ainda preocupada no elevador.

– Estou sim Alicia. Eu me regenero, ou melhor, o gelo se regenera. Não se preocupe, ok? - jane falou com calma e deu um sorriso.

– Ok - Alicia respondeu ainda um pouco preocupada.

Sue parecia com raiva e Jane não entendia o motivo dela ter ficado com raiva de ter se defendido. Assim que chegaram no apartamento, todos estavam na sala vendo as notícia na TV sentados no grande sofá redondo.

– Olha só meu amorzinho congelando as pessoas - disse Johnny animado mascando um chiclete.

– Eu não estou "congelando as pessoas", ok? - disse Jane imitando-o na frase repetida.

– Tá tudo bem meu anjo - disse Johnny levantando do sofá e indo abraçá-la. - Eu ainda te amo - ele riu.

– Idiota - Jane riu com ele. - Isso não foi diversão, foi a Samanta.

– Samanta? Que Samanta? Você está grávida?

– Não - disse Jane como se aquilo fosse ridículo e impossível. - A Samanta.

– Aham... a Samanta.... - Johnny balançava a cabeça tentando entender quem era Samanta e ficava olhando para Jane como se ela estivesse delirando.

– A Samanta, Johnny... - ela o olhava esperando que ele se lembrasse e ele continuava a olhar do mesmo jeito. - Mills...

– Samanta... Mills... - Johnny balançou a cabeça repetindo. - Samanta.... Mills! - ele então percebeu que aquele nome fazia sentido pra ele e quando ele finalmente entendeu de que Samanta ela estava falando ele repetiu. - Samanta Mills! aquela vadia.

– Ela mesma - disse Jane com um sorriso.

– E por que você não matou ela? Que enfiasse uma estaca de gelo naquele coração podre dela. Se ele não for uma pedra igual o do Ben - ele deu uma risada.

– Ei! - Ben reclamou.

– Eu não podia matá-la. Não ainda.

– Claro que podia.

– Não! Olha o que fizeram por eu ter congelado ela e quase ter matado ela de hipotermia.

– Ela podia ter morrido, ninguém ia sentir falta - disse Johnny olhando para a TV.

– Johnny! - Sue ficou assustada com que Johnny dissera.

– Ah gente, essa mulher só existe pra estragar a vida das pessoas, sério.

Reed apareceu de novo na sala.

– Jane, a imprensa está lá na porta do prédio e querem uma entrevista. - disse Reed desligando o telefone.

Jane revirou os olhos, largou Johnny e foi até o elevador. Ela bateu no botão para descer e jogou o cabelo para o lado para ficar mais bonita ainda para as câmeras. A porta abriu e ela foi até a porta, que estava repleta de entrevistadores e fotógrafos, o que quase a cegou de flashes se ela não estivesse acostumando com isso. Ela se aproximou e todos eles começaram a perguntar desesperadamente esticando os braços entre os braços dos seguranças.

– Calma! Um de cada vez, por favor - ela disse. - Você! - ela apontou para um repórter.

– Por que você a congelou?

– Porque ela tentou me matar com uma faca de bolo - isso gerou um novo rebuliço no local e Jane levantou a mão e apontou para uma repórter para que ela perguntasse.

– Por que ela quis te matar?

– É uma rixa de faculdade. Existem pessoas que não conseguem superar as coisas e ficam remoendo aquilo o resto da vida - outro rebuliço e Jane escolheu mais um repórter.

– Mas o que aconteceu na faculdade?

– Coisas comuns que acontecem em faculdade, mas ela tem um distúrbio mental que não consegue superar as coisas, deixar pra trás e viver, assim como nós fizemos - disse Johnny aparecendo atrás de Jane e atrapalhando sua entrevista. Ele não estava mais mascando chiclete. Outro rebuliço se fez e Jane escolheu outro repórter.

– Tocha, você também está envolvido nisso?

– Como isso afeta você? - interrompeu uma repórter antes que ele pudesse responder.

– Vocês se conheciam desde a faculdade? - perguntou outra repórter.

– Olha, só o que tenho a dizer, é que ela ainda está viva porque eu não estava lá, porque se estivesse, eu a teria matado.

Um rebuliço ainda maior aconteceu após as palavras de Johnny, muitas outras perguntas de pessoas curiosas para saber o passado do casal Fogo&Gelo - como eles eram conhecidos nas revistas.

– Tudo bem, as perguntas acabaram - disse Jane pegando no peito de Johnny e fazendo eles irem embora.

Johnny e Jane entraram no prédio, ela estava nervosa e quando eles chegaram no elevador, Jane bateu com força no ombro de Johnny.

– Que foi? - ele perguntou assustado.

– Por que você disse que quer matá-la?

– Porque eu quero. E vai ficar e aviso pra ela.

– Johnny, eles podem usar suas palavras pra fazer você de vilão e...

– Eu não ligo Jane, se a Samanta estiver morta, o que vier é lucro.

– Ai Johnny - Jane revirou os olhos com raiva.

O elevador chegou no apartamento e eles saíram. Sue chegou nervosa.

– Johnny, porque você disse aquilo?

– Eles podem usar suas palavras para colocar uma imagem negativa em nós - disse Reed com mais paciência.

Johnny não aguentou toda aquela pressão e decidiu ir para o quarto.

– Johnny! - Sue o chamou meio arrependida.

– Eu vou falar com ele - disse Jane indo atrás dele.

Jane chegou no quarto, entrou e fechou a porta. Johnny estava sentado na cama com raiva, de costas para Jane.

– Johnny - ela se aproximou -, não me diga que toda essa raiva é para me provar que você não teve culpa.

– Eu não tive Jen.

– Eu sei.

Johnny se virou de repente, olhando para Jane sem entender.

– Você sabe?

– Sei. Eu sei que não foi sua culpa.

Johnny abriu a boca para falar algo mas nada saiu. Ele estava com um pouco de raiva de Jane por ela saber e nunca ter dito a ele que sabia.

– Quando você soube?

– Um mês depois que nos separamos.

– E não me disse nada? - ele ficou com raiva e decepcionado. - Por que você não me disse nada Jen? Poderia ter dado certo e...

– Eu já tinha pedido a transferência Johnny.

– Eu iria com você! Eu iria onde você fosse!

– Eu sei Johnny - Jane começou a chorar e sentou do outro lado da cama, de frente pra ele.

– Então porque não me disse? Por que?

Jane respirou fundo.

– Porque eu não queria, eu ainda estava com raiva de você. O meu pai tinha morrido uma semana antes do ocorrido e ele me disse que você era uma boa pessoa, me disse para te dar uma chance, que você merecia. Ele via uma coisa boa em você que eu não conseguia ver e que eu estava com medo de ver. Então eu decidi te dar essa chance e quando eu ia te contar, te vi com a Samanta. Então Johnny, é por isso que eu não te contei, estava decepcionada, chateada e arrasada por pensar que meu pai tinha se enganado e se eu te visse de novo eu ia lembrar do meu pai, ia lembrar em ele falar pra te dar uma chance e eu fiquei um mês inteiro tentando ter raiva de você que quando eles me disseram, eu não consegui acreditar que foi mentira. Eu só acreditei quando te vi na porta da outra faculdade. Mas aí era tarde demais - Jane chorava e olhava nos olhos de Johnny que também estava chorando.

– Porque você estava com aquele babaca - ele completou.

– É - Jane riu e enxugou a lágrima. - Eu estava com o Steve.

– Eu ainda quero matar a Samanta por ela ter deixado você com raiva de mim e por ter feito as palavras do seu pai serem desonradas.

Jane começou a rir.

– Você é muito idiota sabia? - disse Jane sorrindo e fazendo carinho no rosto de Johnny.

– Eu sei. O idiota mais lindo, charmosos e sexy que você conhece.

Jane riu ainda mais. Johnny a beijou e o beijo foi ficando intenso enquanto Jane tirava a sua camisa e passava suas unhas pelo seu peito musculoso. Johnny passou a mão por baixo da camisa dela e a tirou também. Ele a deitou na cama ainda a beijando, ele passou a mão pelo braço de Jane e segurou a sua mão, entrelaçando seus dedos.

– Ah.. e eu sinto muito pelo seu pai, eu não sabia - ele disse enquanto tirava a calça dela.

– Tudo bem... pelo menos ele gostava de você - disse Jane mordendo o lábio inferior enquanto ajudava ele a tirar a calça dela.

– Seu pai é demais - ele sorriu e queimou a calcinha dela.

– Johnny! Desse jeito vou ficar sem calcinhas - ela disse.

– Melhor ainda - ele piscou e voltou a beijá-la.

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Os policiais chegaram na loja de bolos, chamaram a ambulância e começaram à tirá-la do gelo. A boca de Samanta estava roxa e ela mal sentia seus membros, principalmente as pontas. Ela foi levada na ambulância enrolada em muitos cobertores. Ela tremia muito e seus dedos estavam muito, muito roxos. Samanta estava inconsciente e foi levada rapidamente para um quarto para ser aquecida e ver se era possível que ela ainda ficasse com os dedos. Seu coração estava bem, mas seus pulmões respiravam freneticamente, mas enquanto ela era aquecida eles voltavam ao normal.

Após estabilizar sua temperatura corporal para os trinta e seis graus, ela conseguiu acordar e parar de tremer, seus lábios já estavam rosas de novo e a primeira coisa que ela fez ao se estabilizar foi pedir para a sua companheira de quarto ligar a TV, pois suas mãos estavam enfaixadas. A colega de quarto ligou.

– Você sabe se eles cortaram meus dedos? - ela perguntou para a companheira.

– Não cortaram não, só estão aquecendo e tiraram a pele destruída.

– Isso quer dizer que vou demorar um pouco a sair daqui, não é?

– Talvez.

Samanta revirou os olhos e voltou a olhar para a TV, onde o jornalista dizia:

– Nessa tarde foi encontrada uma mulher completamente congelada na loja de bolos. De acordo com testemunhas, Frost foi a culpada pelo congelamento da mulher. A própria Frost também deu depoimento confirmando sua participação. Ela afirma que a mulher tentou atacá-la com uma faca de bolo, o que também foi confirmado pelas testemunhas no local. - Samanta revirou os olhos e a mulher ao seu lado olhou para ela horrorizada.

– Você tentou matar a Frost?

– Foi... - disse Samanta.

– Você é louca? Por que você quer matá-la? Todos gostam da Frost? Ela salvou a cidade, ela e os outros do Fantastic Five.

– Nem todos gostam da Frost – Samanta disse o nome com nojo.

– Mas o que ela te fez?

– Arruinou minha vida.

– Como? - a mulher não conseguia acreditar.

– Não interessa, ok? - Samanta estava sem paciência enquanto via Jane na reportagem dando as entrevistas. - Você se acha, não é mesmo Jane Scarlet? - Samanta falou para ela mesma e a mulher achou que ela era louca.

– "...ela ainda está viva porque eu não estava lá, porque se estivesse, eu a teria matado." - Johnny disse na TV.

– Acho que você está encrencada - disse a mulher ao lado.

– Estou nada. Pode vir os dois, não ligo, mato os dois - disse Samanta. - Esse Tocha também não é flor que se cheire.

– Mas ele é o Tocha, ele é fogo. Olha o que o gelo fez com você, se fosse o fogo você teria morrido.

– Olha, não importo de morrer se Jane Scarlet estiver morta.

A mulher ficou completamente com medo de Samanta e decidiu se calar.

– Espera só eu melhorar Jane e você vai ver o que te aguarda - Samanta riu maliciosamente.

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Dias depois Jane e Johnny estavam em um restaurante jantando. Johnny estava com uma camisa social que realçava seus olhos e o deixava ainda mais charmoso. Jane estava com um vestido fino azul claro, sapatos de salto prata, cabelos presos só de um lado, batom vermelho e sem os óculos. Eles estavam rindo muito enquanto aproveitavam o jantar.

– Para Johnny! - Jane colocou a mão na barriga de tanto rir. - Não consigo beber a champanhe desse jeito.

– Mas é sério. teremos muitas mulheres seminuas dançando numa taça gigante de champanhe - Jane deu uma gargalhada ainda maior. - E ainda terá bolhas de sabão e a gente vai poder passar o sabão nos peitões delas.

Jane riu muito alto e tentou tapar a boca para abafar o riso mas ela estava quase deitando na mesa de tanto rir. Lágrimas saíam de seus olhos.

– Ai ai... tá bom... - ela não conseguia parar de rir.

– Então, sua vez de me contar como vai ser a despedida da Sue.

– Não... eu não vou contar - Jane tentava segurar o riso e limpava as lágrimas.

– Ah... vamos lá, eu contei como planejei a minha do Reed. Fala, fala.

– Não. Não vou te contar dos gostosões que vamos chamar pra tirar nossas roupas... opa, não... a deles.

– Sei... fala de verdade.

– Eu estou falando - Jane tentou segurar o riso. - Vamos ver todas aquelas coisas que devem ser enooormes.

Jane mostrou nas mãos o tamanho das "coisas" que ela estava falando e Johnny quase cuspiu o champanhe. Jane gargalhou alto e depois se lembrou de tapar a boca. Ela olhou para as outras pessoas que se assustaram com os risos dela, ela tentou pedir desculpas mas só conseguiu rir ainda mais.

– Aqui... eu estou brincando com essa coisa das meninas viu, não é pra você evar a sério - disse Johnny seriamente.

– Eu sei seu bobo - Jane tentava parar de rir enquanto mais lágrimas saíam de seus olhos. - Eu também estou brincando...... ou não - ela olhou para Johnny com um olhar safado.

– Jane...

Ela começou a rir e ele a acompanhou.

– Mas então, como está a Sue? O vestido é bonito? - Johnny perguntou quando Jane recuperou o fôlego.

– Eu não vou te contar, mas é difícil a Sue não ficar bonita.

– Tem razão, porque nós, Storms, somos irresistíveis.

– Ai Senhor! - Jane voltou a rir. - Menos Johnny.

– Vai me dizer que você não ficou feliz de ter essa beleza toda só pra você.

– Eu não vou dizer isso.

– Chata.

Jane voltou a rir, já que estava sensível para risos agora. O jantar terminou e eles saíram do restaurante de mãos dadas e rindo ainda. Eles gostavam muito de andar a pé pela cidade, eles cumprimentavam algumas pessoas e paravam para fotos, mas as pessoas já estavam tão acostumadas a vê-los andando pela cidade que não os paravam mais a todo o momento e não os rodeavam. Então o barulho de um tiro foi ouvido e Jane caiu um pouco pra frente.

– Jane? - Johnny olhou para ela em pânico.

Jane tentou se transformar em gelo para que a bala não ferisse seus órgãos, mas ela não conseguia.

– Johnny - ela ficou desesperada e começou a sentir fraqueza em suas pernas. - Vai atrás do atirador ela disse se apoiando nele.

– Mas Jane...

– Me deixa aqui, as pessoas vão cuidar de mim. Vai.

Johnny não queria deixá-la, mas ele precisava pegar aquele atirador. Ele a entregou para o dono de uma loja de flores que eles passavam na frente.

– Ligue para a emergência, por favor.

O florista confirmou com a cabeça e Johnny saiu correndo. Jane sentia muita dor e estava com dificuldade para respirar. O florista deu o telefone para sua filha que o ajudava na loja e ela ligou para a emergência.

– Oi, a Frost foi baleada, venham rápido! Por favor!