Sempre Foi Você

Capítulo 10 - Surpressas


Hoje o tempo voa, amor.

Escorre pelas mãos

Mesmo sem se sentir

E não há tempo que volte amor

Vamos viver tudo o que há pra viver

(Tempos Modernos – Jota Quest)

Sim, aquela garota era a Vanessa, a da mensagem! Como eu a reconhecia? Não foi tão difícil já que assim que o carro do meu pai sumiu de vista ela veio em nossa direção, e se jogou no Lucas.

- Lucas, meu amor, que saudade – Após essa fala, como se não bastasse ela tenta beija-lo mas ele a afasta olhando pra mim, seu olhar diz representa culpa?

Sim, se jogou! Já deu pra imaginar minha raiva né? E ele ainda me olha com cara de culpa. Aí tem.

Apenas saí pra deixar o casalzinho conversar. Escutei-o me chamando, mas ela não o deixou vir até mim. Parecia que eu ia desabar ali mesmo e eu estava com medo que isso acontecesse.

Até que sinto um “encontrão” com outra pessoa, eu acabo caindo e só vejo uma mão estendida pra eu levantar.

- Desculpa, desculpa mesmo – Escuto uma voz masculina suplicante.

- Que é isso, isso acontece – Digo calmamente.

Quando eu o olho. Pelo amor de Deus, era o Matheus.

Matheus era meu melhor amigo lá pelos doze anos o que fez o Gus ficar com um ódio eterno dele, na verdade, eu acho que eu tinha uma paixonite por ele. TOTALMENTE SUPERADA.

- Bru? – Ele pergunta incerto.

- Inho – Eu digo.

Fala sério eu dei aquele apelido ridículo a ele, quando era pequena ok? Ri mentalmente.

- Pelo amor de Deus, quanto tempo. A gente vive marcando pra sair depois que você mudou de escola mas nunca consegue se encontrar aí quando não marca a gente se encontra – Ele diz.

- Bem isso... Fazer o que? Esse é um encontro perfeito para dois desastrados – Digo brincalhona.

- Vem, o pessoal tá todo ali – Ele aponta pra uma área, bem atrás do Lucas e da Vanessa, que ainda estavam conversando.

- Claro – Digo meio a contra gosto, mas fazer o que? Estragar o resto da minha noite por eles é que não vou.

Enquanto estávamos indo em direção ao pessoal, quando já estávamos bem perto do casalzinho. Eu peguei a mão do Inho, só pra provocar e lancei um olhar pro Lucas, que eu tenho certeza que percebeu, porque não só contente com isso eu tinha também que esbarrar neles. I’m bad girl. Risos, nem que eu quisesse eu conseguia, não nasci pra esse papel.

Chegamos próximo ao pessoal, havia pelo menos umas sete a oito pessoas da minha sala. Laura, Marina, Aninha a namorada do Gus, Julia, Arthur, Vitor, Rafael e a outra pessoa eu ainda não sabia se era do grupo da minha sala ou do outro. Pouco tempo depois vi que era do outro e esqueci.

- Olha quem eu achei por aqui – O Inho diz e todos se viram pra nós.

- Bru – Todos dizem em coro e começam a rir de si mesmo.

Foi uma noite agradável passando-se algumas horas eu tive que ir embora mas avisei sobre a festa que iria ter, todos disseram que com certeza iriam, mas quando estiver perto eu mando uma mensagem.

Encontrei o Lucas na saída enquanto esperávamos Tia Cecí chegar.

- Finalmente, é a primeira vez que eu te vejo sozinho essa noite – Digo sussurrando.

- Já faz mais de horas que eu me livrei dela, você é que estava ocupada de mais pra notar isso não é? Rodeada dos seus amiguinhos – Ele diz.

- Ciúmes? – Pergunto chegando perto o provocando.

- Não – Ele diz, meio incerto.

- Tem certeza? – Chego mais perto ainda. Nossas bocas encontram-se a milímetros de distância.

- N...ão – Ele falo com um pouco de dificuldade – Saí de perto.

- Não tão rápido, me querido – Eu digo.

- Eu disse que ela era uma louca – Ele tenta se explicar. – Você viu ela tentando me agarrar, por favor, acredita em mim! – Ele pede desesperado.

- Por que eu deveria? – Pergunto-o.

- Porque eu gosto de você – Eu esperava aquelas três palavras, mas será que estava muito cedo? Acho que sim.

- Eu te odeio, seu idiota – Digo, a minha parte racional havia se cansado de ser legal, eu queria aquelas três palavras.

- Agora eu que digo – Ele falou. – Tem certeza?

Nisso ele estava segurando minha cintura de forma firme e delicada que jamais outra pessoa poderia ter, só o seu toque me levava ao paraíso. O que me fez voltar ao dia de ontem, skim já era de madrugada. A definição daquele momento foi perfeito, mágico.

Como não houve restrição da minha parte ele se aproximou mais.

- Pois é... Como eu suspeitava você não tem tanta certeza assim – Ele afirma.

Ele chega mais perto e cola nossos lábios com um beijo com paixão e urgência, do jeito que eu gostava, mas ainda sim sem perder a sua delicadeza... Cada vez mais eu estava em suas mãos. Eu entrelacei minhas mãos no seu cabelo, mexendo com a unha, sentia ele se arrepiar. Assim como a cada toque dele eu fazia.

Nos separamos por falta de ar, nos olhamos e sorrimos entrelaçando as mãos. A mãe dele chegou e nos soltamos, fui para o banco de trás e ele pro da frente.

- E aí como foi? – Ela pergunta.

- Eu passei a festa inteira, com o pessoal da escola – Eu digo verdadeiramente.

- Tinham quantas pessoas da sua sala, querida? – Ela pergunta gentilmente.

- Comigo, nove pessoas – Digo. – Reencontrei o meu melhor amigo com os meus onze anos, ele tinha saído da escola então aproveitamos pra colocar o papo em dia.

- Ah claro, que saudade desse tempo – Ela diz – E você Lucas?

- Mesma coisa da Bru – Ele diz.

Continuamos o resto do caminho em silêncio até a casa, era umas quarto horas da manhã se eu não me engano. Ela se despede de nós e vai dormir.

Chego à porta do meu quarto, quando vou entrar sinto mãos na minha cintura, arrepios já conhecidos se espalham pelo meu corpo, ele gira o meu corpo pra ir de encontro com o dele me dá aquele beijo perfeito, que toda vez que acontece parece o primeiro.

- Boa – Selinho – Noite – Selinho – Ele diz.

- Boa – Selinho – Noite – Selinho – Digo o imitando.

- Sonhe comigo, está bem? – Ele diz me dando mais um de seus beijos de tirar o fôlego.

- Como se eu já não fizesse isso – Digo para o ser diante de mim.

E percebo o mesmo abrir um lindo e perfeito sorriso, o meu sorriso. Só pra mim.