Segure minha mão
Capítulo 26
Capítulo 26 — Sandra
Gabriel
Dei um beijo no rosto dela e fui para casa, não via a hora da noite chegar para sair com ela de novo. Como foi boa a tarde, como é bom passar cada segundo com ela. Por mim eu passaria todo dia, vinte e quatro horas, ao seu lado.
Subi para o meu quarto e liguei o pc, entrei no chat e logo a Sandra veio falar comigo.
#Sandra: o que era aquilo Gabriel?!
#Gabriel: aquilo o que? — me fiz de desentendido.
#Sandra: você com aquela vadia!
#Gabriel: se toca garota! Vadia é você, e quem tu pensa que é pra ficar me enchendo o saco?
#Sandra: sou eu quem você ama Gabriel! Sou eu!
#Gabriel: eu não te amo porra nenhuma! Nunca gostei de ti, só comia! Tá satisfeita?! —Fui grosso, mas ela precisava se tocar de uma vez por todas!
#Sandra: é mentira! O problema é ela! Só ela! Mas eu vou tirá–la do meu caminho!
#Gabriel: não vem com essas ameaças garota, vai viver tua vida e me deixa em paz!
#Sandra: ela é a culpada de tudo!
#Gabriel: vai se foder!
Bloqueei ela no meu chat. Só me faltava essa, a Sandra fazendo ameaças agora, que menina doida. Vi a janelinha da Luiza subir. Fui falar com ela.
#Gabriel: oi gatinha ;p — Escrevi para zoar com ela.
#Luiza: gatinha é a mãe. u.u
#Gabriel: ah sim, a minha mãe é bem gata mesmo u.u
#Luiza: tonto u.u
#Gabriel: haha, começou com os elogios já?
#Luiza: claro ;)
#Gabriel: me maltrata porque eu não to ai pra me defender né...
#Luiza: kkk, pois é, daqui eu não corro perigo de ser atacada. u.u
#Gabriel: atacada? E quando que eu te ataquei contra sua vontade?
#Luiza: várias vezes hoje. u.u
#Gabriel: mas nenhuma foi a força...
Ela não me respondeu, era verdade mesmo, ela correspondeu todos os meus beijos.
#Gabriel: haha, viu?!
#Luiza: nem é u.u
#Gabriel: kk.. então tá né... ah, viu, já falou com a Vic e o resto do pessoal?
#Luiza: falei sim
#Gabriel: e eles?
#Luiza: vão né, é claro
#Gabriel: que horas então?
#Luiza: pelas 20:00 hs?
#Gabriel: ok ;)
#Luiza: vou sair agora Gabi ;)
#Gabriel: Sai não .—.
#Luiza: e por que eu ficaria?
#Gabriel: eu to pedindo .—.
#Luiza: e que assunto eu tenho pra falar contigo? ¬¬
#Gabriel: marenta. u.u tem vários...
#Luiza: tipo … ?
#Gabriel: me falar de você.
#Luiza: o que você quer saber?
#Gabriel: cor preferida, música, programa de TV, filmes, flor, lugar perfeito, o que quer da vida... por ai vai...
#Luiza: nossa, interrogatório? kk, bom :
Cor preferida: tons de roxo fraco, preto, branco, vermelho...
Musica: Me considero eclética, mas Rock tem sempre minha preferência...
Programa de TV: vários seriados e Acesso MTV. u.u
Filmes: de comédia romântica é claro... e até hoje choro olhando Titanic u.ú (não ria) kk
Flor: rosas vermelhas.
Lugar preferido? A Pedra Grande. Você disse que passava lá de madrugada, eu costumava passar as tardes lá, vendo o mar até o pôr do sol.
O que quero da vida? Bom, sempre quis fazer artes, e surgiu aquela oportunidade na escola, lembra que eu contei há alguns meses? Pois é, eu ainda tenho a proposta aqui e tenho que decidir no final do ano se vou ou não..
#Gabriel: e você vai?
#Luiza: há uns dias estava resolvida a ir. Mas agora já não sei mais... vamos ver...
#Gabriel: hum.. é uma oportunidade boa né?
#Luiza: muito... mas agora é sua vez, me responda o que me perguntou...
#Gabriel: kk, ok. Bom:
Cor preferida: acho que é verde.
Musica: eclético também... mas prefiro as mais pesadas...
Programa de TV: nem assisto muito :S
Filmes: ação, corrida... e comédia u.u
Flor? Aí está me zoando né... kkk qualquer uma, nunca recebi flores de ninguém u.u
Lugar preferido: o mesmo que o seu.
O que quero da vida? Eu sempre pensava em fazer uma facul de engenharia... mas sei lá..
#Luiza: nunca recebeu flores? Ri alto disso kkk facul de engenharia? Ia ser legal u.u
#Gabriel: vou pensar ainda.
#Luiza: ok, então to saindo Gabi *—*
#Gabriel: já?
#Luiza: kk, me deixa sair gabi u.u
#Gabriel: fica vai .—.
#Luiza: aff, qual vai ser o interrogatório agora? ¬¬
#Gabriel: tá vai logo então ¬¬
#Luiza: agora eu não vou u.u
#Gabriel: kkk, eu sabia u.u
#Luiza: aff, tchau!
#Gabriel: vai sair agora? Kkkk
#Luiza esta offline
Fiquei ali rindo para mim mesmo dela. Tão marenta, tão cheia de si. É perfeita.
Deitei na cama e acordei lá pelas sete da noite, levantei tomei um banho, coloquei uma bermuda jeans e uma camiseta branca, coloquei meus tênis, ajeitei o cabelo, passei perfume e desci. Não levei nem meia hora.
— Mãe, estou indo para a praça. — Avisei antes de sair.
— Ok... mas com aquele Diogo outra vez? — ela perguntou um pouco preocupada.
— Não mãezinha linda, com a Luiza e a turma...
— Ah, certo, vai lá e se divirta. — ela piscou para mim.
— Tchau. — Saí e fui para a casa da Luiza. Bati na porta.
— Nossa, veio cedo, a gente marcou as oito lembra? — ela estava enrolada numa toalha.
— É... é... — eu fiquei sem palavras.
— Ah, merda, esqueci, desculpa, entra aí, eu vou lá colocar uma roupa!
— Por mim você fica assim mesmo, não se incomode... — falei com cara de safado.
— Aff, olha que eu te deixo aí fora...
— Aí sua mãe me deixa entrar. — dei de ombros.
— Eles não estão... foram na minha avó de novo... só voltam na terça-feira.
— Huum... — continuei olhando ela de cima a baixo.
— Entra aí e espera o pessoal, vou lá me trocar.
— Ok. — Entrei e sentei no sofá enquanto ela ia se trocar.
Um tempo depois a galera chegou e a Luiza desceu com um shorts e uma blusa branca soltinha, ela estava linda.
Saímos e fomos curtir a praça. Ficamos por lá até a meia noite mais ou menos. Bebemos bastante e falamos muitas merdas, também contamos sobre o Bruno e tudo que tinha acontecido.
— Filho da mãe... — Kauã murmurou, ele sabe que o Bruno transou com a Vivi a força.
— Nem fala cara. — comentei.
— Nossa... não sabia que ele era desses caras, nunca pareceu... Bater em mulher. — Pi falou.
— Nossa... e eu que achava o Bruno super legal. — Vic disse.
— Pois é... — Luiza concordou.
Logo chegou na rodinha a Pati e o Edu, da boate.
— Oi, gente. — Pati cumprimentou.
— Oi... — falamos quase em coro.
— E aí... — Edu fez um toque de mão comigo e os meninos.
— Gabriel, a Sandra me parou no inicio da praça antes e disse que eu era para te falar que ela precisava conversar contigo... — Pati disse para mim.
— Aff... essa garota não cansa... — murmurei irritado.
— Nossa. — Lê comentou, tinha me ouvido soar irritado e riu.
— Mas é, ela me viu com a Luiza e começou a pirar, ameaçou e tudo né Lu? — Falei.
— Sim, muito louca... só porque viu eu e o Gabriel... é... juntos... ela veio me mandando ficar longe dele e tal... — Luiza virou os olhos.
— Fissurada no Gabi... — Pi brincou.
— Sou gostoso, não adianta. — Falei brincando, todos riram.
— Aff, não cansa de se achar não? — Luiza disse me dando um tapa.
— Eu posso ué.
— Cala boca. — ela disse.
— Vem fazer. — provoquei ela e ela parou na minha frente, estávamos muito próximos e a galera ficou olhando para a gente. — Então, vai fazer ou não? — provoquei para ver se ela tinha coragem de fazer o que fez na boate e na praia, me beijar na frente do pessoal.
— Vem cá seu idiota! — ela disse e agarrou me pescoço.
Segurei ela firme pela cintura enquanto a galera ficava falando algumas coisas que a gente nem ouviu. Paramos o beijo e sorrimos um pouco envergonhados com o pessoal.
— Eeeita! Caramba! — Edu foi o primeiro que ouvi.
— Nossa! — Pati riu.
Ficamos mais um tempo ali e quando resolvemos ir embora encontramos com a Sandra outra vez.
— Eu te avisei garota! — ela disse com uma cara muito brava.
— Só me faltava! Se manda daqui! — Luiza disse e nós continuamos andando.
— Saia de perto dele! É meu último aviso!
— Enfia esse teu aviso bem no meio da sua bunda! — ela gritou e a turma não se segurou, começamos a rir da cara da Sandra que morta de raiva saiu pisando forte. Fomos embora.
— Galera, vamos no shopping amanhã de noite? — Luiza sugeriu.
— Vamos! — Vic se animou logo.
Todos concordamos. Depois cada um foi embora, Vic e Kauã dormiriam na casa da Luiza e foram embora junto com a gente. Logo chegamos.
— Até amanhã gente... — Falei me despedindo.
— Até, primo! — Vic me deu um abraço.
— Até. — Kauã fez um toque de mão.
— Boa noite, Gabriel. — Luiza disse olhando nos meus olhos e sorrindo.
— Boa noite, Luiza. — falei no ouvido dela e depois dei um beijo na sua bochecha.
Entrei em casa e fui para o meu quarto, saí na varanda e ela também saiu.
Ela sorriu e ficamos uns minutos nos olhando, depois virou e entrou, entrei também. Deitei e dormi.
Domingo. O dia passou rápido, fizemos um churrasco na casa da Luiza, bebemos um pouco e passamos a tarde lá. De noite nos arrumamos para ir para o shopping, eram sete horas quando chegamos lá.
— Onde vamos? — Luiza perguntou.
— Vamos pegar a última sessão de hoje? — Vic sugeriu.
— Vamos. — Lê disse.
— Qual o filme? — Pati perguntou.
— Vi na net que tem um lançamento hoje, era algum com alguma coisa tipo “duas faces”.— Falei.
— Ah, ouvi falar também. Acho que é bom! — Pi disse.
— Vamos lá pegar ingressos então... — Edu falou.
Nós, homens, fomos comprar ingressos, voltamos logo. Vi a Sandra perto da porta do banheiro do shopping olhando para a Luiza, só faltava essa garota ficar perseguindo a gente agora...
— Vamos entrar logo gente? — pedi para todos.
— Vamos. — Lu concordou sorrindo, ninguém mais tinha visto a Sandra.
Entramos e nos acomodamos nas poltronas assim: Edu, Pati, Lê, Pi, Kauã, Vic, Luiza e eu. O filme era realmente muito bom, mas nem prestei tanta atenção nele, olhei mais para ela, tão perfeita, tão linda, seu sorriso de menina, seu corpo de mulher, ela é tão... diferente de todas as outras. Eu a quero ao meu lado para sempre, nada nesse mundo vai tirá-la de mim.
O filme acabou e decidimos ir comer alguma coisa. Fomos para a lanchonete e pedimos umas pizzas com coca. Comemos. Vi a Sandra nos cuidando mais uma vez.
— Aff, a Sandra está olhando para você de novo, Lu! — Vic falou baixinho.
— Aff, não acredito, é perseguição agora?! — Luiza comentou irritada.
— Relaxa gente, é só ignorar... — Lê disse.
— É... mas é um saco ver ela cuidando todos meus movimentos... Aff, gente, vamos... essa menina está acabando com minha paciência. — Lu pediu.
Todos concordamos. Saímos do shopping e fomos caminhando pela calçada, Lê, Pi, Pati e Edu decidiram pegar um táxi e foram embora, como minha casa e a da Lu eram a umas três quadras dali, decidimos ir de a pé mesmo. Kauã e Vic dormiriam lá de novo.
Viramos a esquina e fomos andando rápido por aquela rua que era quase deserta, de repente ouvimos um grito atrás de nós. Todos nos viramos para ver quem era.
— Ei! Parem aí!
Nos viramos e vimos a Sandra segurando uma arma e apontando para nós.
— Sua doida! Abaixa isso ai! — Luiza gritou.
— Eu te avisei, te mandei ficar longe dele! — Sandra disse parecendo perturbada.
— Você está louca, garota?! Abaixa essa arma! — Falei para a Sandra.
— Só depois que eu vê-la morta! — Ela respondeu, senti medo aquela hora, pela primeira vez senti medo vendo uma arma.
— Eu vou chamar a polícia! — Vic falou.
— Quietinha se não você vai junto! — Sandra disse apontando para a Vic.
— Para com isso, Sandra! — falei.
— Adeus, Luiza! — ela disse rindo e atirou.
Quando ela disse aquelas palavras empurrei a Luiza rapidamente e ela caiu no chão, Sandra começou a correr e logo entrou em um carro que eu parecia conhecer, mas não sabia de onde.
Vic estava desesperada, todos estávamos, me ajoelhei ao lado da Luiza enquanto Kauã ligava para o hospital.
— Luiza! — falei passando a mão no rosto dela.
Não houve resposta.
— Amiga! — Vic gritou se ajoelhando ao meu lado.
Vimos sangue na roupa dela, mesmo eu tento a empurrado a bala pegou nela.
— Luiza! Por favor! Não! — ela estava de olhos fechados, eu segurei a cabeça dela no meu colo e comecei a beijar sua testa, não demorou nem três minutos e a ambulância chegou, colocaram-na rapidamente lá dentro eu subi junto, Vic e Kauã também. Logo chegamos no hospital, ela foi rapidamente levada para as salas fechadas.
Passaram-se vinte minutos. Policiais já tinham falado comigo, agora estavam falando com a Vic, eles iriam atrás da Sandra, demos todos os endereços de possíveis lugares onde ela poderia estar. O médico saiu das salas fechadas.
— Doutor! — corri até ele. — Como ela está? Ela está bem? Está viva?
— Calma, meu jovem. — o doutor que deveria ter uns quarenta e cinco anos falou.
— Fala doutor! Como ela está? — Vic pediu também.
— Ela está bem, fiquem calmos. — me aliviei na hora — a bala pegou de raspão no braço direito dela, por isso o sangue. Nem chegou a ficar alojada nem nada, foi só um raspão mesmo.
— Obrigado senhor, obrigado por não tirá-la de mim! — falei mais para mim mesmo. — posso vê-la?
— Pode sim, ela está bem, tinha desmaiado por causa do susto, por isso estava desacordada...
— Graças a Deus! — Vic falou.
— Calma amor.. ela está bem agora. — Kauã disse e abraçou Vic.
Eu acompanhei o médico até o quarto onde ela estava.
— Pode entrar. — Ele disse me dando passagem.
— Obrigado... — falei e entrei no quarto. Ela estava deitada na cama de olhos fechados ainda.
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