Segure minha mão

Capítulo 12


Capitulo 12

Gabriel

O beijo dela é tão bom, ela é perfeita, minha linda menina. Quando ela saiu lá de casa, subi para o meu quarto, tomei um banho e fiquei pensando nela. Saí do banho e liguei o PC. Fiquei mexendo nas redes sociais e adicionei ela no facebook.

Ela ainda não me aceitou, deve estar comendo alguma coisa, esfomeada do jeito que é. Me diverti com o pensamento. Lembrei da blusa dela, desci lá para baixo e peguei do varal. Fui dormir agarrado na blusa. Eu devia estar ficando completamente maluco mesmo.

Vou ter que lavar de novo, meu cheiro vai ficar nela.

De manhã, levantei, fiz minha higiene e depois saí para a escola, encontrei ela no caminho e fomos juntos para a aula. Como é bom ter o sorriso dela comigo. Ela sorria, mas parecia triste.

— Lu... aconteceu alguma coisa?

— Hã? Não nada... — ela sorriu.

— Você está triste?

— Ah, mais ou menos...

— Por quê?

— Eu acho que estou apaixonada, mas ele gosta de outra. — ela sorriu escondendo a tristeza, confesso, perdi o chão. Ela está apaixonada.

— É... ruim isso. Sei como é. A garota que eu amo está apaixonada por outro também. — tentei sorrir, mas não deu.

Chegamos na casa da Vic e o papo morreu ali.

— Oi gente... — ela olhou para nós. — Que cara de enterro é essa?

— O cara que amo gosta de outra.

— A garota que eu amo, ama outro.

— Uau, nossa. Que tenso. — a Vic acabou fazendo a gente rir. — é a vida. Mundo cruel!

Fomos para a escola e a semana toda passou rápido, voltei a passar com eles todos os dias. Mas fiquei irritado com aquele Bruno lá, o cara chato.

Não posso falar nada, nem chegar perto da Luiza que alguma hora ele já vem me cortando...

espera aí... será que... será que ele gosta dela? E se ele for o cara por quem ela está apaixonada? Não! não pode ser!

Chegou a sexta e como a semana toda, fiquei com eles no recreio. Combinamos a praia para o dia seguinte, sábado.

Estávamos na ultima aula. Química. Não reclamo porque eu sei tudo de cor do ano passado.

— Então, as equações estão aí, juntem—se em duplas e me entreguem este trabalho semana que vem.

— Lu, vamos? — falei.

— Faz comigo, Lu? — Bruno pediu logo depois de mim, nos fuzilamos com olhares.

— Nossa, estou disputada, eu nem sou tão boa em química. — Ela disse se esquivando.

— Pedi primeiro. — Fiz beiço.

— Mas ela vai fazer comigo. — ele me encarou.

— Isso ela decide. — encarei ele.

— É, eu... — Luiza estava um pouco atordoada.

— Tentem sentar com colegas próximos, assim vocês evitam correria. — O professor estava terminando de falar lá na frente.

— Vou fazer com o Gabriel, Bruno, ele é meu vizinho... — ela sorriu para mim e o Bruno ficou P da vida. Bem feito, mané.

— Chega aqui gatinha. — Chamei ela.

— Quem? — ela me deu um tapa no braço.

— Chega aqui feiosa... — falei e ri.

— Que??? — ela me deu outro tapa no braço.

— Mulheres... a gente elogia, elas batem, a gente mente tentando agradar e apanha também...

Ela e toda sala riram. Menos o Bruno, ele estava com ciúmes.

— Droga, para falar a verdade eu sou péssima em química! — Luiza disse para mim.

— Sem problemas, eu sou bom. — falei me achando.

— Nossa, como você é humilde. — Ela foi irônica.

— Eu sou ruim então? — olhei com cara de safado.

— Não sei... Não comi. — Ela falou com u ma naturalidade que me deixou de queixo caído, mas escondi isso.

— Safada! — falei alto e a sala olhou para mim, a Luiza ficou uma fera comigo.

— Safada, minha caneta gente, ela parou de escrever! — Disse disfarçando e arremessando ela na lixeira. A Luiza riu, o pessoal engoliu a desculpa, eles eram acostumados a me ver falando idiotices.

— Cara, a caneta era novinha! — Falei para ela.

— Ninguém manda falar besteira.

Começamos a fazer o trabalho, mas acabamos só a metade, o sinal bateu e fomos para casa.

Almocei e subi para deitar um pouco, tinha jogo depois. Eram umas 15:30 quando eu acordei, o jogo era as 16:30. Lavei o rosto, coloquei um calção para jogar bola, os tênis, peguei uma camiseta e coloquei no ombro. Desci e saí. Parei na frente da casa da Luiza e toquei a campainha, ela veio atender.

— Hei, oi. — Falou quando me viu.

— Oi, é... Quer ir junto comigo para o ginásio, Lu? Tem treino agora...

— Hum... tá. Só um minuto, vou trocar de roupa... — Ela disse e correu para dentro de casa.

— Por mim você ia assim mesmo, é perfeita de qualquer jeito. — falei para mim mesmo, ela já estava lá dentro e não ouviu. Logo voltou com um shorts e uma blusa.

Saímos e fomos para o ginásio. A Vic estava lá e as duas ficaram juntas enquanto eu e a galera jogávamos.

Paramos um tempo para descansar. Era o intervalo do jogo, mas ficamos na quadra mesmo. Começamos a falar das meninas que estavam assistindo, como sempre...

— Olha aquela morena lá... mó gostosa. — Um dos garotos falou enquanto sentávamos nos bancos e bebíamos água.

— Gostosa e minha. — Kauã disse apontando a garrafa de água que segurava para si mesmo.

— Namorando, Kauã? Quem diria! — Um dos garotos tirou sarro.

— Ainda não... mas quem sabe. — Ele sorriu e bebeu água.

— Só faltava... o Kauã pegador namorando. — Toni, um garoto da minha turma falou e balançou a cabeça rindo.

— Gostosa a que ta do lado dela... acho que é a Luiza né? Lá da escola... — Um outro garoto falou e eu olhei para ele me contendo e disfarçando.

— Gostosa mas tem dono... — falei e ri.

— Ih, ta apaixonado também? Você, Gabriel? Aí eu duvido mesmo! — Toni disse rindo.

— Ela que está apaixonada por algum cara ai... mas não sei quem é. — falei e não deixei eles perceberem que eu estava incomodado com aquilo.

— Achei que você estava apaixonado...O pegador da escola, já pensou? Aí eu duvidaria mesmo.

— Ih, está me zoando? Tá para nascer uma que me amarre... — menti, ela já era minha dona.

— Mas se ela não tem namorado... — Um dos outros garotos disse olhando para onde ela e Vic estavam sentadas e mordendo o lábio.

— Vamos voltar para o jogo? — Falei sério agora.

— Parece até ciumes. — Toni comentou.

Voltamos para a quadra enquanto eu pensava que realmente estava com ciúmes.

Voltamos a jogar bola enquanto as meninas estavam lá olhando. Fiz dois gols e nós

ganhamos de 2x0. Quando eu saí da quadra duas meninas lá da escola pularam em mim e me abraçaram.

— A Gabriel, fez o gol da vitória! Foi para mim né? — uma falou safada.

— Foi para vocês sim, gatinhas... —falei brincando com elas, vi a Luiza olhando para nós da arquibancada e fiz as meninas desamarrarem do meu pescoço.

Fui até a arquibancada, Kauã já estava lá.

— Ae priminho, grande jogador. — ela disse rindo. — Foi para mim o gol? — ela disse isso porque depois do gol eu fiquei olhando para Luiza.

— Pode ser. — eu sorri e cocei a cabeça olhando para Luiza.

— Pra ti e para todo o resto das mulheres do ginásio... — ela disse apontando para duas que tinham me agarrado.

— Ciúmes, Lu? Eu dedico ele para você também... — falei me achando.

— E quem disse que eu quero? — ela falou brincando.

— Mas é cabeça dura mesmo hein!

— Cabeça dura nada, mas se quer me dedicar um gol tem que ser só para mim, porque eu sou exclusiva. — Ela disse rindo.

— Então tudo bem, o gol foi só para você! — Eu disse e abracei ela rindo.

— Vish, parecem namorados esses dois. — Kauã tinha que abrir a boca ali do lado.

Nos soltamos.

— Que namorados o que... deu para sonhar agora? — Luiza deu um tapa na cabeça do Kauã brincando.

— Já imaginou, a Lu e o Gabi? — Vic riu ali do lado.

— O que tem? Eles ficam bonitinhos juntos. — Kauã falou para a Vic.

— Já me disseram isso... — Falei pensativo.

— É? Quem? — Kauã perguntou.

— Minha mãe.

— A sogra você já conquistou, Luiza... Só falta o Gabriel agora... — Ah, Kauã... não falta não... ela já me conquistou totalmente... pensei para mim.

Ficamos tomando uma coca e conversando mais um pouco.

— Ei, borá lá em casa olhar um filme? — Convidei eles.

— Programa entre casais? — Kauã disse para incomodar a gente.

— Para Kauã... nada a ver.. até porque o Gabriel é apaixonado por uma lá...

— Apaixonado é? — Kauã olhou para mim com uma sobrancelha erguida.

— É, mas a Luiza também é apaixonada por um cara... — falei e fiquei meio triste, mas não deixei ninguém perceber.

— Vamos então? — Vic ficou em pé.

Fomos para a minha casa e eu tenho uns DVDs lá. As meninas escolheram a comédia ‘A garota dos sonhos’. Colocamos e era muito, muito bom mesmo o filme. Apesar de ser coisa de mulherzinha, era bem engraçado.

— Que safado esse cara meu! — Falei rindo da cena que passava.

— Parece um que eu conheço! — Luiza disse e olhou para eu rindo.

— Eu? — perguntei também rindo.

— Você! — Ela me jogou pipoca.

— Nem sou! — Fingi estar ofendido.

— Então ta né...

— Eu não sou safado nada! — Peguei ela pela cintura e comecei a fazer cócegas.

— Depois não se amam... — Kauã disse e Luiza ficou rígida.

— Fica quieto, Kauã! — ela falou séria dessa vez. Parei de brincar com ela e fiquei na minha, enquanto o Kauã também ficou na dele.

— Ok, ok. Parei...

Ficamos em silencio olhando o filme, e ele logo acabou. As meninas choraram no final. Coisa de mulherzinha... Depois fizemos uma janta, o clima já estava normal de novo. Jantamos cachorro—quente.

Vic e Kauã foram pra sala. Luiza me ajudou a guardar as coisas, porque a Vic e o Kauã tinham lavado a louça.

— Lu... é tão ruim a ideia de ser minha namorada? — perguntei por impulso me escorando no balcão.

— Hã? — ela se assustou com a pergunta.

— É tão ruim assim?

— Não, Gabi... não é isso... pelo contrario.

— Pelo contrario? — meu coração acelerou.

—É, quer dizer mais ou menos... a ideia de namorar você não é ruim, mas... é... — ela se enrolou um pouco.

— Mas...?

— A gente nunca daria certo...

— Por quê? — perguntei triste.

— Porque você é apaixonado por outra né?!

— Mas... não... espera... — ela falou aquilo e foi para a sala encerrando a nossa conversa.

— Gente, eu vou indo... Está tarde já. — Falou na sala.

— Já amiga? — Vic olhou para ela.

— É. — As duas se olharam e Luiza foi até a porta. — Até amanha...

— Até...

— Lu... — falei e fui até a porta.

— Que? — ela perguntou olhando para o chão.

— Eu... eu... — minha voz falhou. Não sabia como dizer como me sentia.

— Tchau, Gabriel. Até amanha. — ela disse e fechou a porta.

— A gente também vai indo então. — Vic disse se aproximando.

— Certo, até amanha. — Falei e nos despedimos.

Eles saíram e eu subi para o meu quarto, saí na varanda e ela estava olhando a lua. Linda.

— Lu! — chamei ela, ela se assustou.

— Ai! Que susto Gabriel!

— Tudo bem?

— Aham.

— Hum.

— Boa noite, Gabi...

— Ah... Boa noite, Lu.

Ela entrou para o quarto e eu fui para o meu, deitei na cama e depoi s de revirar um pouco a coberta finalmente dormi.