Segunda Chance - Porque Eu Tenho Que Amar Você?
Os Três T's e Outras Habilidades
Cara, John e Russel estavam na sala com Tim monitorando Stephen e um outro agente da Ultra. Os dois estavam perseguindo um rapaz negro que era mais ágil do que os dois.
O rapaz passou pulou o muro facilmente e se escondeu entre os arbustos de uma casa rosada. Stephen usou suas habilidades telepáticas para achá-lo, mas não conseguiu nada.
O rapaz apareceu ao lado do parceiro de Stephen e o nocauteou com dois socos. Stephen tentou acalmá-lo por telepatia mas esse era do tipo nervoso e avançou contra Stephen, derrubando-o.
– Mesmo sem os poderes esse cara vai matá-lo.
– Cara, Stephen sabe se cuidar. – Disse John segurando Cara pelo braço – Ele é um agente da Ultra.
– Eu não ligo se ele é ou não um agente da Ultra, eu sei que ele está em perigo e precisa de ajuda.
– Ele precisa mesmo de ajuda ou é você que está arrumando desculpas para vê-lo?
Cara mexeu o braço com força e John a soltou.
– Eu sou livre para fazer minhas escolhas e se tem algo que eu não quero escolher agora é ficar com você.
Alguém bateu na porta enquanto, no monitor, Tim mostrava a cena de Stephen segurando o rapaz que perseguia contra a parede por telecinese.
– Entra! – Disse John um pouco desnorteado após mais uma mini-discussão com Cara.
Morgan abriu a porta e entrou.
– Desculpem a intromissão. Parece que eu não apareci numa hora muito boa.
– Não, Morgan. Na verdade você apareceu na hora certa. – Cara lançou um olhar feio à John e sorriu para a mulher que acabara de entrar na sala – o que você queria nos dizer?
– Apenas queria saber se estavam precisando de alguma coisa. Eu estou entediada. Não consigo ficar trancada.
– Que engraçado, eu estava pensando a mesma coisa. – Russel olhou para John como se ele tivesse levado um tiro e de fato, a indireta o atingiu em cheio – Vem, eu preciso comprar algumas coisas lá em cima e ficaria feliz se você me ajudasse.
– Então somos duas! – Morgan falou colocando um enorme sorriso no rosto.
As duas deram as mãos e desapareceram juntas.
De noite, Stephen voltava para casa sozinho. Ainda faltavam mais dois quarteirões para chegar lá, mas os pensamentos no pai e onde estaria seu corpo fazia o tempo voar. O rapaz estava tão distraído que não viu John se aproximar.
– Você adora me dar sustos, não é?
– Você está bem? Aquele cara não tinha poderes mas ainda assim vocês apanharam feio.
– É, o roxo no meu rosto fica me lembrando disso o tempo todo.
– Você se acostuma.
– Será? – Os dois sorriram – Você não veio aqui só para saber se eu estou bem. O que você queria?
– Você é um dos poucos que ainda fala comigo normalmente... Bom, você fala quase normalmente, já que eu te irrito bastante, mas...
– Eu já entendi. Você quis dizer que não tem sido mais a mesma coisa lá embaixo. – Falou Stephen achando a cena engraçada.
– Exatamente. Sinto falta dos dias em que podíamos conversar, nos divertir... sermos amigos.
– Acho que depois de tudo o que aconteceu...
– É mesmo. A culpa é minha.
– Eu não posso culpá-los...
John empurrou Stephen para um lado e se jogou para o outro para desviarem de um rapaz alto, negro e careca, idêntico ao que Stephen capturou mais cedo.
– Vocês não tinham pegado o cara?
– Gêmeos – Explicou Stephen
O rapaz se levantou e lançou Stephen longe usando telecinese. John o acertou no rosto, fazendo-o cambalear, se teleportou para trás do rapaz e o acertou com chutes.
Ainda caído, o rapaz se teleportou para atrás de John e novamente com telecinese, o empurrou longe.
“Higor, calma. Nós não matamos seu irmão. Ele ainda está vivo.”
Stephen se levantou e tentou se comunicar telepaticamente, e com sucesso, já que Higor se acalmara. John se levantou limpando o sangue no canto da boca.
“Vamos conversar. Sem agentes Ultra, sem brigas e sem mortes, ok?”
Higor olhou para Stephen e fez que sim com a cabeça. Stephen e Higor se teleportaram e John seguiu-os.
Os três apareceram num depósito abandonado.
– Belo esconderijo. – Disse John recebendo um olhar feio de Stephen.
– Onde está meu irmão? – Higor pegou Stephen pela gola da camisa.
– Ele está seguro. Sem poderes, mas seguro. Eu vou tentar salvá-lo.
– Porque você faria isso? Foi você que o pegou!
– Eu sou diferente dos outros agentes. – Stephen pôs sua mão na mão de Higor e o mostrou salvando os Seres do Amanhã telepaticamente.
Higor o soltou.
– Onde ele está?
– Preso no quartel da Ultra. Eles estão procurando por você.
– É verdade? Vocês são especiais? – Perguntou John
– Sim. Além dos três poderes em comum, nós podemos “mandar” nas pessoas encostando nelas.
– Isso é interessante. Stephen pode parar o tempo, vocês podem mandar nas pessoas... que outros tipos de habilidades existem?
– Provavelmente só habilidades psíquicas. – Disse Higor
– Faz sentido. – Admitiu John. – Então... qual é o plano, Stephen?
– Eu estou pensando em algo, parecido com o que você usou para sair de lá... Se eu cortar os D-Chips pela metade dentro do dispositivo os poderes voltariam a funcionar?
– Em teoria sim. Acho que já estou entendendo o que você quer fazer.
– O que? Eu estou completamente perdido aqui. – Disse Higor tentando entender.
– Eu pensei no seguinte: Desligo os D-chips da entrada, então Higor entra e usando a habilidade de persuasão salva o irmão. Eu vou estar lá dentro, poderei te guiar. Além disso eu já consegui usar meus poderes lá mesmo com os chips ativados.
– É um bom plano, mas o Fundador vai estar lá.
– Essa semana ele está fora. Voltou para a central. Esse aqui é só um dos prédios da Ultra. Eles estão espalhados por várias cidades e por enquanto o Fundador foi dar uma volta.
– E se você não conseguir desligar os chips-sei-lá-o-que?
– Eu vou avisar John e ele pode salvar você.
– E se você quiser você pode se juntar à nós.
– Espera! Uma coisa de cada vez. Então, quando eu posso procurar você? Acho que não vai dar para executar o plano amanhã, já que você vai destruir esses chips aí, mas o meu irmão não vai ficar lá para sempre.
– É, você está certo... Hm, me procura amanhã de noite, eu volto pra casa no caminho que eu estava e no mesmo horário.
“Stephen” Cara tentava alcançá-lo telepaticamente.
– Eu preciso ir. – “eu vou para casa agora, me encontra lá” – Eu tenho um compromisso.
Higor fez que sim com a cabeça.
– É, vou voltar lá para baixo. Até mais. – John desapareceu e logo em seguida, Stephen.
Stephen voltou para casa e foi direto para o quarto, sabendo exatamente o que o esperava por lá.
– Você estava com John?
– É, eu estava... sim.
– E você ainda fala com ele, mesmo depois de tudo o que ele fez?
– Meu pai está vivo.
– Não graças à John.
– Cara, eu sei que você tem todos os motivos para odiar ele, mas não podemos brigar agora. Precisamos tirar meu pai do Limbo e encontrar o Refúgio.
– Então era sobre isso que você e John estavam conversando?
– Você veio aqui para falar dele? Nada sobre nós?
– Stephen... O que aconteceu foi momentâneo.
– Foi. Foi sim. Mas nós não somos momentâneos.
– Stephen... Eu só vim aqui para conversarmos como amigos, mas pelo visto foi um erro.
Cara desapareceu em seguida deixando Stephen sozinho com cara de tacho.
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