Fiquei em transe por alguns minutos, olhando aqueles diversos corpos, espalhados pelo chão, minhas mãos tremiam, meu coração pulsava freneticamente e eu chorava, jamais tinha visto tamanho massacre.

Quando me recompus, andei devagar pelas carcaças, molhando meus pés de sangue, até um pequeno corpo que parecia estar se contorcendo, quando me aproximei o bastante, dei um leve chute com o pé esquerdo para cutuca-lo, assim que o toquei consegui ver que era um garotinho assustado, com os olhos fechados, tremendo de medo, olhei o menino por alguns instantes e disse:

— Ei garoto, abra seus olhos.

Assim que pronunciei aquelas palavras, ele abriu os olhos e me olhou apavorado mas não disse nada.

— Você está bem? – Perguntei calmamente.

Não houve resposta alguma, apenas mais lagrimas derramadas.

Me ajoelhei junto ao menino e falei:

— Não precisa ter medo de mim.

Ele se arrastou para o lado oposto de onde eu estava para se afastar de mim.

— Está bem, vou embora e te deixarei aqui sozinho, onde os lobos poderão te encontrar. Pronunciei aquelas palavras irritada e me levantei.

Já me afastando, vejo o menino se levantando em um salto e acenando com a mão para eu ficar.

— Fale alguma coisa! – Gritei nervosa.

Ele colocou uma mão diante de sua boca e com a outra fez um gesto demonstrando que não podia falar.

— Me desculpe, por minha ignorância. – Pedi desculpas em um tom de arrependimento.

O garoto balançou a cabeça para cima e para baixo, apontou para mim e representou um monstro, fiquei confusa, o que aquilo poderia significar? Apenas ignorei e perguntei:

— Qual seu nome?

Ele ficou parado por alguns segundos, puxou um colar de seu pescoço com seu nome escrito nele “Gabriel”.

— Belo nome Gabriel. – Falei sorrindo.

O garoto me deu uma breve risada forçada e logo abaixou a cabeça.

— Me chamo Denise e espero ser sua amiga. – Sorri.

Gabriel balançou sua cabeça várias vezes, de um lado para o outro enquanto dava tapas em seu próprio rosto.

— O que foi? – Gritei.

Ele apontou para uma cabeça decapitada de um dos caçadores.

— Era seu pai?

Gabriel balançou a cabeça que sim.

— Eu sinto muito. – Dizia enquanto o puxava para longe dali.

O garoto respirou fundo, segurou minha mão, me acompanhando pela extensa floresta escura, húmida e tenebrosa, que escondia vários segredos entre as raízes de suas árvores.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.