See My Eyes...

Capítulo 8 - Lies


- O que foi? – Acariciei seu rosto com minha mão.

- Vem Júlia, vamos sentar. É uma historia longa.

...

Apenas o segui, sentamos em um banco próximo.

- Eu realmente não sei como contar isso para você, nunca conversei com ninguém sobre.

- Isso tem a ver com a Ashley?

- Sim. A Ashley ela era minha amiga de infância.

- Sério?

- Calma Júlia. Sempre impaciente. Deixa eu terminar que você pergunta.

- Nossa, certo. Continua.

- A Ashley tinha uma irmã, era um ano mais velha que ela. O nome dela era Luana. Nós três éramos muito amigos, só andávamos juntos e na casa um do outro. O tempo foi passando e as coisas também, antes que eu pudesse me dar conta estava apaixonado pela Luana. Contei para a Ashley, ela ficou surpresa, mas acabou me ajudando a ficar junto com a Luana. Ela sempre nos deu a maior força. Pouco tempo depois nos começamos a namorar, era meu primeiro amor. Nas férias de verão tínhamos combinados de viajar com a família da Ashley e da Luana, para a casa deles na praia. Como o carro já estava cheio, eu iria de ônibus no outro dia para la. No dia da viagem, falei com ela nos despedimos ela prometeu me ligar assim que chegasse. A viagem era cerca de 4 horas, esperei pela ligação dela e nada. Ligava para ela fora de área. Tentei o celular da Ashley e o mesmo. Fiquei desesperado, quis pegar o ônibus na mesma hora mas meu pai não deixou. Pouco tempo depois ele chega com a noticia... Um motorista bêbado tinha batido no carro deles, assim como os pais, a Ashley também foi hospitalizada mas a Luana.... Ela... – Dessa vez tinha sido verdade. Eu tinha visto uma lagrima escorrer pelo seu rosto, a enxuguei com minha mão. Dessa vez ele a segurou forte, e colocou sobre o seu coração.

- Eu realmente a amava, ela foi muito especial para mim. Dói em mim até hoje isso. Mas agora eu tenho você!

- Eu...Eu...Sinto muito. – Parecia uma boba sem saber o que dizer ou como lhe consolar.

Ele agora colocou minha mão sobre o meu coração e disse:

- Você sente isso? Não minta pra mim dessa vez. Eu sei o que você sente.

- O que a Ashley tem a ver com isso tudo? – ISSO! Ótimo Júlia, acaba com tudo. Você poderia ter mais tato de vez em quando e parar de fugir em um situação como essa. Pensava e me xingava mentalmente.

- Bem... Logo depois de tudo isso, ela se declarou para mim. Me disse que gostava de mim bem antes de eu começar a namorar com a Luana, só que depois que eu contei para ela que estava gostando da sua irmã. Ela desistiu, diante de tudo que aconteceu. Eu não tive outra escolha a não ser rejeitá-la. Eu estava muito abalado. Tudo nessa cidade me lembrava ela. Meu pai preocupado comigo, aceitou um emprego no exterior e foi por la que morei o resto do tempo. Incrível, como ela sempre apoiou a irmã. Ela não é tão ruim como você pensa.

- Ela ainda gosta de você, é isso? Por isso ela me odeia.

- Sim.... Apesar de tudo ela não aceita, ser trocada de novo por uma menina que parece sua irmã.

- Como? Eu pareço com a Luana?

- Sim, o que me atraiu em você foi isso. Você é tão parecida com ela que chega a me dar medo. Tanto na aparência como na personalidade.

- Quer dizer que esse tempo todo você só queria me substituir como a irmãzinha da Ashley que você amava?

- Não... Quer dizer, no inicio eu pensava assim. Mas eu acabei realmente gostando de você de verdade.

- Porque eu pareço com a Luana? – Parecia que todos os meus problemas, tudo que tinha acontecido hoje estava caindo sobre mim. Minha cabeça doía de tal forma. Quanto a meu coração parecia que alguém tivesse atirado uma pedra e o quebrado, tudo o que eu sentia, agora parecia que destruído, tudo parecia uma ilusão. Um mero sonho de uma adolescente que sempre quis se apaixonar. – Não precisa explicar. Eu já sei a resposta.

Me levantei sem olhar para trás e voltei a andar, dessa vez pisando forte querendo sair o mais rápido ali. As lagrimas que demoraram a vir agora se ajuntavam no canto dos meus olhos.

Ele segurou meu braço forte e me puxou para um beijo. Assim que meus lábios encostaram no dele, só o que pude sentir foi nojo e raiva. Nojo de mim mesma, e raiva dele por ter mentido para mim esse tempo todo. O empurrei forte, fazendo o beijo acabar. Já agora não conseguia mais prender as lagrimas, elas vinham de forma que eu não podia controlar.

- Idiota, idiota! Porque você fez isso? – Ele se aproximou de novo de mim. – Não toque em mim, me deixa em paz! Eu te odeio!

Corri o máximo que pude, acho que eu deveria parecer uma louca na rua. Correndo e chorando daquele jeito, mas pouco ligava. Minha casa estava tão longe, eu não tinha escolha a não ser pegar um transporte. Para minha sorte ele estava vazio. Menos olhares para me encarar. Aquilo seria um alivio. Por enquanto...