See My Eyes...

Capítulo 5 - Only One


- Então você só vai pra casa depois que eu for?

- Isso mesmo!

- Você é teimosa mesmo.

- Você me deixou curiosa.

- Eu estou morando no seu bairro... Satisfeita?

- Não. Porque não me disse antes?

- Porque é engraçado te deixar irritada, vamos! – Ele piscou para mim e foi até o ônibus. De inicio fiquei sem reação e bastante corada, mas logo o segui. Fomos conversando o caminho inteiro.

- Em que rua você mora?

- Na mesma que a sua.

- Como assim? Você sabe em que rua eu moro?

- Não, mas quem sabe é a mesma.

- Vou descer no próximo ponto.

- Eu também. – revirei os olhos e descemos do ônibus e fomos caminhando, até chegarmos na porta da minha casa.

- Isso é perseguição sabia?

- Vai dizer que não gosta?

- Não, eu não gosto.

- Que fofa irrita... – Botei a mão na boca dele, não queria ficar mais vermelha do que estava, ouvindo essas coisas dele. Ele ficou sem entender de inicio, mas logo segurou minha mão, tentei me desvencilhar dele, só que ele segurou forte meu pulso e me puxou para mais perto dele. Segurou meu queixo com uma mão, para que eu pudesse olhá-lo nos olhos.

- Fofa! Muito fofa. – Corei na mesma hora e tentei não encarar ele, mas era completamente impossível na situação que eu estava. Ele parecia ser divertir com tudo aquilo, eu fiquei tão perdida nos seus olhos, que nem percebi quando ele me soltou.

Aproximou-se devagar, fazendo seu rosto ficar próximo do meu, fazendo-me sentir sua respiração em minha boca, fechei meus olhos pela proximidade. Ele colocou uma das mãos na minha cintura e com a outra colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me beijou tocando suavemente seus lábios no meu. Eu continuava estática diante dele, meu coração pulsava muito rápido. Logo o senti pedindo permissão para aprofundar o beijo. Estava completamente derretida em seus braços, só então percebi que estávamos no meio da rua e ainda mais na porta da minha casa. Na mesma hora me assustei e rompi o beijo.

- O que foi? – Me olhava confuso, sem entender porque tínhamos parado.

- A-Acho melhor você ir embora. – Falei olhando para o chão sem conseguir encará-lo.

- Por que?

- Porque sim. Tchau. – Falei finalmente me desvencilhando dele e já pegando a chave para abrir o portão, quando ele me deu um selinho e piscou.

- Te vejo a tarde.

- Ahm? Como assim? Lee Shin? – Ele saiu andando sem me dar explicações. Que droga aquele garoto estava pensando dessa vez? Assim que entrei em casa, me deitei, não parei nem para ir esquentar a comida na geladeira ou para tirar a roupa do colégio. Eu só conseguia pensar nele...

~~~~~~

16:00 horas! Nossa, eu tinha dormido bastante. Levantei ainda um pouco sonolenta e percebi que nem o tênis eu tinha tirado. Fui tomar um banho rápido para me livrar daquela sonolência. Quando já tinha tomado o banho e vendo o que minha mãe tinha deixado para mim dessa vez na geladeira para almoçar, ouvi alguém chamando. Droga, droga, droga! Ele realmente veio. Deixo ele chamando? Vou atender? Droga! Fui até a porta, ainda hesitando se ia abri-la ou não, mas em um impulso resolvi abrir.

Era ele... Estava sorrindo, e assim que me viu, chegou perto para tentar dar um selinho.

- Ei, o que você ta fazendo? – Me afastei dele, impedido o possível beijo.

- Chata. – Ele fez um bico em reprovação a minha rejeição. Ele estava tão engraçado que não resisti e ri.

- Que foi?

- Nada... Porque veio aqui? – Parei para observá-lo melhor, ele estava tão diferente do costume. Estava com uma camiseta listrada que marcava bem seus braços, fazendo seus músculos aparecer e uma bermuda preta. Parecia ter acabado de sair do banho, pois seus cabelos estavam molhados e bastante arrepiados e bagunçados, como se ele não tivesse nem tido o trabalho de passar a mão.

- Esqueceu que quando eu entrei no colégio, as aulas já tinham começado e ainda eu acabei perdendo algumas aulas? Então, você é garota mais inteligente da sala que eu conheço, achei que poderia me ajudar. – Eu fiquei surpresa com o comentário dele, não me achava tão inteligente, mas se fossemos comparar entre as garotas que ele conhecia... Entre mim e a Ashley, ele estava certo.

- Mas você não me disse nada, alem do mais eu não sou boa explicando.

- Fique tranqüila, eu pego a matéria fácil.

- Então porque não pede para um professor te ajudar?

- Ai, vai me ajudar ou não?

- Ta, entra. - Ele me seguiu até a sala, eu ainda tremia um pouco ao saber que estava sozinha com ele, mas tentei parecer o mais natural possível – Cadê seu caderno?

- Eu não trouxe.

- Lerdo! – Ele sentou no sofá enquanto eu pegava os livros e o caderno da escola.

Quando arrumei tudo na mesa, percebi que ele estava com um olhar bastante serio e triste.

- Aconteceu algo? – Ele me olhou nos olhos o que me fez ficar mais preocupada ainda, pois seus olhos castanhos demonstravam tristeza.

- Sabe, é que... – Ele levantou e aproximou-se de mim, e segurou minha mão. – Eu estou gostando de você.