Secrets Of a Life

Capítulo 32 - As aulas


Depois de falar com Dona Renê, entrei no meu quarto e fiquei mexendo no computador. Não tinha nada de novo, nenhum filme bom no cinema, nenhum show legal. O ator Emment C. foi embora, o euro continua mais caro que o dólar, só às coisas de sempre. Depois de um tempo, fui para a biblioteca, e pude ver Dona Renê dando as primeiras lições para o Edward. Ele estava debruçado sobre os livros enquanto tagarelavam em alemão, era difícil não olhar, ele parecia tão empenhado em aprender, tão lindo. Ta parei!

Peguei um livro e deitei no sofá, só depois fui atentar para o título, era Romeu e Julieta Argh! Achei melhor trocar de livro, então mudei para Macbeth. Me concentrei e li até a parte em que Macbeth e seu amigo, Banquo dão de cara com as três bruxas então Dona renê me chamou.

- Pronto Bella, agora é com você, eu já expliquei tudo para ele, pode deixar que hoje o Will vem aqui então eu faço jantar.

- Tá! – falei sem jeito.

Ele parou na minha frente com o caderno e um lápis na mão, parecia tão desconfortável quanto eu. Então ele apontou para o sofá e eu fiquei feliz por ele ter começado. Já que eu não sabia o que fazer.

- Sofá! – falei.

- Sófa! - ele repetiu.

- Não, s.o.f.á.! – falei pausadamente.

- Sofááá! – ele repetiu e eu tentei não rir.

Ficamos assim por um tempo, ele apontando, eu respondendo. E isso até que esse era um passatempo bem divertido! Caminhamos para a sala e eu continuei “ditando” o nome dos objetos até que ele parou e com a ponta do lápis mexeu em uma mecha do meu cabelo que estava solta pelo ombro. Senti um arrepio imediato, deixando o meu corpo todo em alerta.

- Ca...cabelo! – falei gaguejando um pouco e ele riu, me deixando desconcertada. – Não, cabelo! – tentei concertar mas era claro que ele já me tinha nas mãos.

Ele repetiu a minha fala torpe, então deslizou o lápis sobre o meu pescoço, liberando mais uma onda de arrepios pelo meu corpo. O ar me faltou, esqueci de falar, a essa altura eu não conseguia nem me movimentar, ele exercia um poder absurdo sobre mim. A sua boca estava entre aberta, deseja-la era uma conseqüência. Ele passou o lápis sobre o meu rosto, eu fechei os olhos por um segundo, como um gato ao receber um afago. Ao abrir, eu o vi analisando cada reação minha, estávamos perto demais, era possível sentir a sua respiração. Minha boca estava aberta involuntariamente. Agora com a mão livre ele deslizou as pontas dos dedos sobre o meu lábio inferior, e por mero reflexo eu disse:

- Boca.

Ele repetiu colocando a mão na própria, depois voltou a encostar a minha. O que ele queria? O que tinha em mente? Será que ele queria a definição de bei... Antes que eu pudesse concluir o pensamento lá estava ele pressionando os seus lábios contra os meus.

Devo ter ficado uns dois segundos com os braços levantado, apesar de tudo eu fui sim pega de surpresa. O beijo era quente, voraz, senti o meu corpo todo ávido de desejo e o melhor de tudo, eu estava sendo correspondida. Pensei ter ouvido passos na escada e com o susto nos soltamos.

- Beijo.

E essa foi à única coisa que eu consegui verbalizar, então ele deu aquele sorriso torto de matar um quarteirão ates de se sentar. Eu fiz o mesmo, até por que, depois de tudo isso tinha me dado até uma fraqueza. Ficamos ali, um de frente para o outro ofegando com cara de cúmplices. Até que a Dona Renê chegou.

- Aí estão vocês! E então, as aulas estão boas?

- Er, sim as aulas estão ótimas! - falei tentando parecer natural. – o Edward aprende super rápido.

E põe rápido nisso!