Ouvi batidas na porta, era de madrugada e eu não imaginava quem poderia ser, olhei para o relógio e o ponteiro apontava três horas da manha, Tyler estava do meu lado ele deveria ter caído no sono encanto mexia com meus cabelos, o lado bom foi que ele guardou meu livro para não amassar, levantei-me pé por pé, porém ainda sonolento colocou a mão em meu braço e juntou nossas mãos.

– Juntos lembra? – Perguntou abrindo os olhos e olhando para mim.

– Estão batendo na porta, só vou ver quem é, deve urgente para aparecerem a essa hora, ou talvez seja o conselho – Fiquei preocupada, o conselho aparecia realmente durante a noite onde estaríamos descansando, mas por qual motivo bateriam na porta? Não, não deve ser o conselho – Tyler fique parado.

Fiz um pequeno feitiço que durariam no máximo uns vinte minutos, ele ficou invisível. Mandei-o ficar no quarto para o caso do efeito acabar, e fui andando em direção a porta, minha mãe parece que nem havia ouvido o barulho, parece que apenas eu ouvi, Tyler só acordou por minha causa.

Abri a porta e não avistei ninguém, observei por um tempo, mas ninguém apareceu deve ter sido engano pensei comigo, porém senti um grande puxão me levando para fora, senti uma grande dor de cabeça, minha visão estava ofuscada, e a única coisa que fiz foi gritar, vários homens apareceram em minha frente. O conselho. Logo depois apaguei.

Acordei com a respiração ofegante, meus olhos quase não enxergavam, estava tudo escuro, abri-os delicadamente, estava tonta e senti meu corpo pesado, eu estava fraca, olhei e vi minhas mãos com luvas, eram luvas anti-aliqua, que me impedia de poder fazer poderes, minhas mãos estavam presas assim como minhas ambas as pernas. O conselho havia começado a agir, e matar Tyler era a prioridade, sua vida estava em risco, e eu faria de tudo para mantê-lo comigo.

Eu estava sozinha, imaginei que o feitiço para mantê-lo invisível já havia se esvaído há muito tempo, olhei para o céu e vi aos poucos o sol começar a raiar e mostrar sua face. Pensei em algo para fazer, o conselho havia me seqüestrado, eles poderiam ter pegado Tyler também. Esse seria o momento de eu botar em pratica meus poderes, eu poderia não saber direito, não os manusear de qualquer forma, sei que se eu usar os meus quatro elementos por muito tempo, eu estarei morta daqui algumas horas, então o certo a se fazer é me soltar daqui.

Usarei um elemento de cada vez, isso não trará riscos, pois o lobo que existem dentro de mim não pode se manifestar se não tiver usando todos os elementos, então talvez seja isso, eu posso usar todos os elementos, só que apenas um de cada vez, é claro, eu posso selecioná-los e usar o adequado para a situação, mas se eu tiver errada e acabar morrendo, que problema tem? Já era para eu estar morta de qualquer forma.

Usei o elemento fogo, fiz um pequeno feitiço e fiz com que a luva entrasse em um completo nível de combustão. Acho que eles se esqueceram que sou uma bruxa universal, mas sendo universal ou não, prometi a Tyler que o salvaria e manterei minha promessa. Senti minhas pernas adormeceram após quebrar as correntes, levantei-me e caminhei em direção a uma grande porta, que além de grande estava toda acorrentada, recuperei um pouco o fôlego e fiz um feitiço para quebrar as grandes correntes que me mantinham trancada no determinado local, caminhei até chegar a um grupo, deveria ser o conselho, estavam com o capuz como sempre escondendo o rosto, a roupa enorme toda preta, observei-os enquanto eles conversavam tentei ouvir a conversa, e me escondi atrás de um grande suporte que sustentava a grande torre celestial. Tirei o cabelo do ouvido para tentar ouvir um pouco melhor, eles estavam sentados sobre uma grande mesa, e conversavam ao meu respeito.

– Ela se tornará como Alexander! – Falou uma voz grossa e alta, logo depois ouvi alguns murmúrios à respeito sobre o que falou.

– é minha neta, não seria capaz de fazer isso! – Se manifestou meu avô, me protegendo como sempre, mesmo sabendo que fazendo isso colocaria sua vida em jogo, afinal é do conselho espiritual que estamos falando.

– Sua neta cometeu um grande, grande pecado, uma das regras mais rígidas do submundo é se apaixonar por um humano, eles são mentirosos e capazes de colocar o resto de nossa espécie em risco apenas por dinheiro, eles são sujos - Falou uma voz feminina, deu para entender pois além de fina e pontiaguda a voz escorria ignorância e ironia.

– Já sabemos o que deve fazer, todos sabem, já temos o humano e iremos matá-lo, na frente de todo submundo para todos saberem que não se devem apaixonar por um humano, nunca – Falou uma voz grossa e autoritária.

– Não podemos vocês sabem de que família ela veio, não podemos arriscar deixá-la furiosa – Falou uma voz pouco mansa, percebi logo de cara que era a vó de Edlyn – Se fizermos isso é um risco que nós estaremos correndo.

– Ela nunca soube da verdade, não tem como ela liberar o que há dentro dela – Falou uma voz grossa, que eu já havia ouvido, era a mesma que havia se manifestado inicialmente, percebi o medo em sua voz – Foi prometido segredo, não tem como.

– Perses ainda vive dentro dela, ele não morreu, todos sabem disso, e matar o humano pode desperta-lo – Falou uma voz pontiaguda. “Perses” o Deus da destruição, ele foi detido há muito tempo não tem como ele viver em mim – Todos sabem que é por esse motivo que ela consegue controlar os quatro elementos, mesmo tendo injetando a maldição em seu corpo para matá-lo, a ressuscitaram e agora ela esta mais poderosa do que nunca, pois dentro dela além de um Deus também tem um lobo.

– Ninguém pode detê-la se ele se despertar, será o fim, fim para todos, será o fim do submundo! – Falou meu avô – A verdade foi escondida, mas não podemos provocá-la.

Eu estava perdida, eu estava cansadas de segredos não ditos, verdades não reveladas, eu estava cansada disso, eu estava cansada de ser a ultima a saber das coisas, mas uma coisa ainda me estressou, o líder do conselho se manifestou.

– Vamos matar o humano, pois é uma regra, e não devemos ter medo – Falou, sua voz demonstrava o quanto ele estava confiante, decidido – E se Perses se despertar no corpo de Luna, teremos guerra e seja lá quer for que estiver ao seu lado, morrerá junto à ela.

– E se Alexander aparecer? – Perguntou a mesma voz pontiaguda – Se ela descobrir que o pai não morreu, e que ele é um humano, ele pode ajudá-la ele é mais poderoso que todos aqui, nos podemos negar, o lado deles esta mais forte.

– Somos o conselho espiritual, temos todas as criaturas existentes ao nosso lado, e se for pra ter guerra, guerra terá.