Capítulo 1 - Um pedido de socorro

Alguns meses antes...

— "Há muitos séculos joias raras que concediam poderes extraordinários foram criadas, elas eram os Miraculous. Através da história, heróis usavam essas joias para o bem da raça humana. Dois desses Miraculous são mais poderosos do que os outros: os brincos da Ladybug, que fornecem o poder da criação e o anel do Chat Noir, que garante o poder da destruição. De acordo com a lenda quem controlar as duas joias ao mesmo tempo alcançará o poder absoluto." - contou a vozinha.

— E o poder do Miraculous do pavão? Nooro, você sabe algo sobre isso? - perguntou uma voz masculina.

— Bem, eu sei pouca coisa sobre isso... - tentou desconversar a pequena criaturinha. Seu nome? Nooro.

Ele não era humano.

Nooro é um kwami.

Kwamis são criaturas mágicas que, juntamente com os Miraculous, ajudam seus portadores a se transformarem em super-heróis.

Todo Miraculous tem um kwami para representá-lo e possui a função de ajudar tanto o portador, quanto o próprio Miraculous em seu equilíbrio de poderes.

— Pois então me diga - exigiu ele.

—Então... Basicamente as joias dos Miraculous dá a quem o tiver em mãos, o poder do "Conhecimento Oculto". - Nooro respondeu selecionando muito bem suas palavras, pois seres como ele não podem mentir aos seus mestres e eles devem responder as suas perguntas, e por ser algo tão grande, ele não queria contar-lhe toda a verdade - O poder do pavão consiste em neutralizar e combater venenos emocionais, que no caso seriam os sentimentos ruins de cada pessoa, que vai se mantendo dentro dela, até ela se tornar vulnerável e então acaba por ter uma mistura de sentimentos confusos, dando origem à várias doenças psíquicas e ao isolamento. E aí é que entra o poder do pavão. - explicou da melhor forma possível, pois estava muito nervoso e atrapalhado com as palavras. A criaturinha sabia que um passo em falso e tudo estaria perdido. - Ele age como um antídoto ao seu poder.

— Me lembre do meu poder, Nooro. - Exigiu a voz.

— "Esse broche permite conceder a alguém superpoderes e torna essa pessoa uma seguidora devota." - respondeu Nooro.

— Perfeito. O que seria melhor para atrair super-heróis do que supervilões?

— "Mas mestre, os Miraculous não foram feitos para propósitos malignos". - Começou o kwami. - Me escute mestre, seu Miraculous neutralizante está desaparecido e se você usar todo o meu poder com seus propósitos, algo muito ruim pode acontecer. Seu poder, transforma as pessoas com maus sentimentos em supervilões, mas pense mestre, pense na destruição que isso poderia causar. E se o Miraculous do pavão está desaparecido, como vai poder reverter isso quando chegar à situações extremas?!

— Muita informação. Resuma. Fale direito. - disse com um ar de superioridade.

— Basicamente, o Miraculous de pavão age de maneira contrária ao seu, mestre, por isso é "neutralizante". O poder dele é o oposto ao seu, enquanto o seu transforma as pessoas que estão com sentimentos ruins em monstros, o do pavão tem o efeito reverso, neutraliza e acalma a pessoa que tem esses sentimentos, trazendo a paz de espírito e a bondade que em um momento não existia em sua alma - explicou Nooro rapidamente. - Por isso é necessário que os Miraculous trabalhem juntos.

— E o que seria exatamente esse "Conhecimento Oculto"?

— Sobre isso eu realmente não tenho muita informação - disse Nooro, mas ao ver o olhar de seu mestre continuou se atrapalhando com as palavras de tão nervoso -, mas eu sei mais ou menos o básico, sabe... O que todos sabem... - disse ele respirando fundo - Esse Conhecimento Oculto vêm da Teosofia, é tipo um conjunto de leis religiosas que levam ao alcance supremo da paz espiritual. Esse "Conhecimento" leva à Sabedoria, mas não qualquer sabedoria, a Sabedoria profunda, de algo muito maior... porém essa parte eu não consigo explicar com convicção, pois eles não fornecem muitas informações aos kwamis. Além disso, não importa realmente, pois ele está inativo há muito tempo. - Gaguejou ao final.

— E o que acontece se ele estiver inativo? - indagou a voz.

— O que está havendo agora, mestre. O Miraculous está inativo e isso causa um desequilíbrio, uma desordem no mundo. - explicou Nooro. - Enquanto o senhor estiver com o meu poder e não for parado, no caso não ter o poder neutralizante - o do pavão - o seu poder a cada dia se tornará mais forte... E se você não tiver controle sobre esse poder, algo muito ruim pode acontecer. Algo muito pior do que possa imaginar, um poder dessa magnitude em mãos erradas pode causar uma catástrofe.

— E onde ele está agora? Quero dizer o Miraculous...

— Não faço a menor ideia, mestre - responde Nooro com convicção. – Tudo o que eu sei é que o Miraculous está desaparecido, assim como seu respectivo kwami, desde que a última pessoa portadora dele também desapareceu.

— Entendo... - disse ele pensativo se retirando da sala. - Agora serei conhecido como Hawk Moth. - disse ele ao seu kwami.

Ao fechar a porta do quarto onde estava, não era mais Hawk Moth que estava andando, e sim Gabriel Agreste, o estilista mais famoso e conceituado de Paris que tinha tudo para ser feliz, uma esposa linda de coração e bondosa, um filho extremamente responsável e uma carreira espetacular, até que um dia Amélie, sua esposa se separou dele e saiu do país com outro homem. Isso o deixou sem chão e sem rumo, o que levou a uma depressão profunda e um isolamento total de tudo à sua volta.

Até o momento em que ele a encontrou nas ruas de Paris conversando com uma pessoa que lhe parecia familiar, porém não conseguiu identificar quem era. Ficou somente na espreita, na espera de encontrá-la sozinha e dar o bote.

— Olá Mellie - disse com um olhar de completo sarcasmo. -, sentiu minha falta? - ela lhe deu um olhar de desespero e ele deferiu-lhe um soco que a fez desmaiar.

Após a lembrança do triste acontecimento invadir sua a mente, Gabriel sacudiu a cabeça, enquanto ia à cozinha pegar algo para comer. Entretanto, havia apanhado uma bandeja e colocado muitas coisas para uma pessoa só consumir.

Ao caminho de seu destino, o Agreste mais velho foi ao canto mais profundo e escuro de sua mansão. Lá havia uma porta escondida, ele a abriu e entrou no cômodo que estava escuro, a não ser por uma pequena luz que emanava de um pequeno buraco que servia para ajudar na respiração.

— Trouxe comida - dissera ele com desdém.

— Gabriel, não faça isso, por favor... tô te pedindo... - suplicou a voz.

— Deveria ter pensado nisso antes de ter me abandonado e ao seu filho também, ou você nem se recordou que tinha um filho, Mellie? - disse de modo sarcástico.

— Eu não pude explicar... Eram as circunstâncias... Se eu soubesse que iria causar tanta dor, eu jamais teria saído, mas era preciso... Pelo bem maior... - respondeu ela com a voz embargada.

— E então, você vai me dizer onde escondeu o Miraculous de pavão? Ou eu vou ter que achar do meu jeito? Eu sei que você não gosta desse meu jeito, minha garotinha. - Então ele piscou para ela de um jeito ameaçador.

— Eu não escondi. - respondeu ela rapidamente. - E-eu não sei onde está... tudo o que eu lembro é que enquanto eu estava na Inglaterra veio umas pessoas que eu não sei de onde eram e pegaram meu Miraculous. Você precisa acreditar em mim... eu nunca mentiria pra você.

— Por que será que eu sinto que você está mentindo?! - disse ele dando um meio sorriso assustador - Bem... - suspirou - como você não vai contar por bem... eu terei que descobrir sozinho, do meu jeito - e saiu, trancando a porta e deixando ela sozinha com a comida.