Secret Love

SENTIMENTOS COMPARTILHADOS


Aquela segunda-feira foi bastante tensa. Na volta, uma amiga da Rebekah aceitou voltar com Damon para casa, Stefan não me deixava ir com ele de forma alguma. E eu sabia que na semana que vem, teria o valentine's festival, Caroline tagarelava sobre isso o tempo todo no carro, enquanto Rebekah parecia aos poucos... de uma forma bem estranha, devo acrescentar, aceitar o fato de que Stefan queria a mim. Ela até citava alguns possíveis garotos para fazer par com ela no festival mais comentado do momento.

Fechei os olhos e foi sem querer quando minha mente automaticamente foi até o beijo. Aquele beijo. Aqueles braços fortes me conduzindo para dentro, o calor que seu corpo musculoso causava a mim... oh não. Suspirei. Eu devia estar exausta!

Na terça eu acordei o mais cedo que pude, a tempo de ver tia Isobel e Ric na mesa.

— Elena! — ela me cumprimentou — junte-se a nós.

Eu sentei a mesa, e fiquei feliz com o ar familiar que tudo aquilo dava. Ric sorria a todo instante enquanto contava piadas clichês de trabalho.

— Minha hora! — quase dei um pulo da mesa. — vou trabalhar.

Isobel torceu o nariz.

— Eu não vejo a necessidade de trabalho, fiquei completamente absorta quando Caroline me contou. Mas são todos os dias, não eram só nos sábados?

— Na verdade das terças ao sábados.

— Bom... não é necessário... mas tudo bem, querida, pode ir, hoje eu e o Ric estamos de folga. Vamos ter mais tempo para vocês a noite. — fiz um gesto afirmativo com a cabeça.

Tomei um susto quando vi Stefan na porta, de boné, chinelos e bermuda.

— Vai á algum lugar? — perguntei, ele me deu um beijo no rosto.

— Levar você no trabalho. — semicerrei os olhos.

— Mas não precisa se incomodar, Damon vai e eu posso ir com ele.

— Bom... é... talvez... mas eu, eu, é, quero dizer, eu quero tomar uma cerveja.

— Uma cerveja? Mas pensei que você não gostasse muito de álcool. — o encarei mas solenemente, Stefan esbugalhou os olhos. — Está com ciumes?

— O que? hã? NÃO! não é...

— Eu-não-acredito-nisso.

— Não é isso Elena, é que...

— Você acha que eu faria algo para magoa-lo? Acha que eu o trairia? Com Damon?

— As vezes, Elena, nós não podemos controlar o que sentimos pelo outro. Eu não posso ariscar de perder você também.

— Mas também não pode me enjaular em sua vida!

— Me desculpe, eu... foi idiota. Eu sei, tudo bem. Me desculpe, eu não quis causar impressão errada.

Não sei se essa foi a intenção dele, mas vê-lo assim, eu quase segurei seu rosto mas então suspirei e vi Damon colocando o capacete.

— Olhe para ele. — eu disse — Me veja indo, e saiba, que nunca...

— Nunca? — Stefan forçou a me continuar, mas algo me impediu de dizer o que eu estava disposta a dizer.

— Apenas relaxe, no fim do dia vou voltar e nos falamos. — Stefan deu de ombros, por mais que aquela iniciativa fosse forçada, ele simplesmente me deu as costas e saiu de casa, meus olhos acompanharam quando sua BMW saiu da garagem, Damon, por mais estranho que fosse, continuou me esperando na moto.

— Então o chefe a deixou ir? — revirei os olhos.

— Ele não é chefe, Damon. — Damon me deu o capacete, eu o pus e fomos até o Grill. Eu já estava acostumada com as provocações de Rebekah, tanto que assustou-me não vê-a lá. Terminei na cozinha, e ajudei Damon a arrumar o Grill para que pudéssemos largar.

— Então, como se sente nesse dia tão diferente de ontem? — ele me perguntou, enquanto pedia uma dose ao barman.

— Bem, e você? — eu pedi uma também, se era pra estar com Damon, eu queria mostrar a Stefan que ele não precisava se preocupar, eu sabia levar.

— Pensando em um certo beijo que uma certa garota me deu em uma certa brincadeira.

— E quem é a sortuda que tem o lugar em sua mente? — perguntei. Damon tomou um enorme gole e depois pediu outra. Eu o acompanhei.

— Segredo. — sorriu, eu sorri junto.

— Então já largamos?

— Acho que sim. — ele respondeu. — Não é muito boa com bebida, certo?

— Nooop.

Damon gargalhou do nada.

— Da para perceber.

— Como?

— Seus olhos, eles sempre entregam você.

— Ainda não entendi a piada.

— Também não é boa com piadas.

— Você tem alguma? — perguntei.

— Muitas. — sorri.

Havia algo, sim, eu tinha que admitir, que aquela forma de Damon ser largado, sexy e livre me atraia. Ele ria nervosamente por qualquer coisa, parecia estar de bem com tudo que lhe viesse. E tinha aqueles olhos azuis.

— Posso ter uma dança com você? — ele perguntou.

— Mas nem tem uma pista de dança aqui, a musica parece ser só de fundo.

— Bom, enquanto a musica, existem palavras que podem virar musica, e a pista, é lá em cima. Eu só... quero ter um momento com você.

Suas palavras pareceram sinceras, e eu não tinha nada a perder.

— Tudo bem então, vamos lá para cima. — ele abriu um sorriso de um canto á outro

Damon tropeçava em mim a todo instante, mas era tão elétrico estar assim abraçada a ele que eu quase não me importei, eu não me sentia assim há muito tempo.

— Então, meu irmão te comprou um docinho e te contou historias de natal?

— Ele me contou sobre Katherine, você, e "banda" — Damon fez um grande ahhhh. — Agora eu sei de tudo.

— Duvido.

— Ele me contou sobre como você a roubou dele..

— Você não sabe a historia toda, não foi assim.

— Tirou ela dele e depois a deixou, que sentido tem isso?

— Eu realmente gostava dela.

— Como gosta da tequila?

— Você tem uma imagem muito errado de mim.

— É só o que me deixa ver.

Ele suspirou, não havia musica de forma alguma, mas Damon parecia saber o ritmo que deveriamos ir. Ficamos quase minutos se olhando, até ele desistir.

— Quer saber, eu não sei porque estou tentando fazer você mudar a imagem que tem de mim.

— É tudo um grande talvez.

— Talvez não. — sorri.

— Eu sei que você é divertido.

— Eu queria que você me achasse atraente.

— Mas você é.. — ele me olhou de lado — quero dizer, você é extremamente bonito.

— Mas você foge de mim.

— Eu estou com Stefan, Damon.

— Então é serio e oficial?

— Sim.

Damon me soltou.

— Sejam feliz.

— Damon...

— Eu gosto de você Elena, realmente gosto. E se quer saber, você nem me deu uma chance e logo foi para Stefan.

— Do que está falando?

— Eu quero um beijo seu.

— Damon nos já nos beijamos...

— Mas não foi o suficiente.

— Eu pensei que poderíamos ser amigos.

— Eu quero fazer uma aposta.

— Que tipo de aposta? — revirei os olhos.

— Eu lhe dou um beijo, e você me diz se não gostou, se gostar, você me dará uma chance. Por mais que seja secreto, só entre eu e você. Eu te aceito de qualquer forma.

— Isso é ridículo!

— É uma alternativa.

— Eu topo. — as palavras saíram da minha boca sem que eu as pudesse controlar.

Damon suspirou e deu um passo para mais perto de mim, me prendeu na parede e me beijou. Foi um beijo suave, no começo, mas logo depois seus lábios andaram por meu pescoço, mas eu não quis para-lo. Eu rezei para que sua boca retorna-se a minha, quando Damon me beijou novamente, e me apertou contra ele eu senti todo seu corpo me dominando.

— ahhhhhhhh Elena... — ele gemeu, enquanto me apertava mais e mais contra ele, até que só o que nós separava eram nossas roupas. — Olhe para mim, e diga que não gostou.

Eu quis dizer, juro. Mas naquele momento, com seus olhos azuis me furando, necessitando de uma resposta, eu não consegui. Eu olhei e só o que tive vontade foi de apertar seu corpo e o jogar na cama. Meu coração bateu tão rápido, tão rapido, que Damon não precisou de minha resposta, modiscou minha boca e continuou sussurrando meu nome. Era tão exitante!

— Nosso segredo. — sussurrou — Eu prometo.