Quando Sara voltou ao trabalho depois do período de observação, parecia um cristal sensível, pois todos cuidavam dela excessivamente, e isso chegava a ser irritante. Conversando com seu supervisor, conseguiu ampliar suas tarefas internas e poderia ajudar na perícia de objetos da cena do crime, finalmente se sentia de volta ao trabalho.

Ela então pegou uma caixa com alguns artigos e fora em direção a uma das salas de evidência, no meio do caminho Greg a interrompeu.

— Deixa que eu levo isto, deve estar pesado.

— Greg, para. – Reclamou rindo. – Isso está leve e eu não estou doente, o médico me falou sobre esforço excessivo, e não sobre não poder carregar meio quilo por um metro. – Ela rolou os olhos.

— Só estou cuidando do meu sobrinho. – Constatou. – E as pessoas ainda acham que o filho é do Grissom.

— E o que você disse?

— Nada.

— Então, quando alguém comentar com você, você desmente, assim como todos. O filho não é do Grissom, certo? – Ela o encarou.

— Certo.

— Bem, deixa isso aí em cima que eu vou falar com o Hodges. Provavelmente ele já deve ter o resultado das minhas analises, e ele constatando que o pai não é o Grissom, logo esse laboratório todo saberá. – Ela piscou rindo.

Sara caminhou até o laboratório de David, olhou para o lado e viu através do vidro que Grissom já estava lá. Ele lançou um olhar para ela quando a viu e ela retribuiu. Eles ainda iam ter que aprender a conviver perto ainda que estivessem distantes.

Suspirou.

Pegou os resultados com David e logo que estava saindo, Hodges logo falou:

— Fico feliz por estar de volta. Grissom ficou muito preocupado, nos dias que ficou em observação ele ficou digamos... Estranho. Esse filho deve estar sendo muito esperado por ele mesmo...

— Hodges, ele não é o pai do meu filho. – Ela sorriu amarelo.

— Não? – Perguntou surpreso.

— Não. – Respondeu. – Estamos separados há muito tempo, então acredite, isso seria realmente impossível.

— Mas eu pensei que...

— Deve ter pensado errado. – O interrompeu. – Você e metade do laboratório. Mas não me importo com o que pensam, Gil também não...

— Então vocês não vão voltar? – Perguntou desanimado.

— Ainda que fosse filho dele, uma criança não é o suficiente para que um casal volte a se relacionar. Eu tenho um grande respeito pelo Gil e ele por mim.
Ela saiu sem esperar respostas e caminhou até a sala daquele de quem falava antes, abriu a porta e encostou-se à quina.

— Ei Gil, obrigada pela planta que deixou no meu armário. Eu gostei. – Falou um pouco envergonhada. – Não tinha cartão, mas eu reconheci seu cheiro...