Capítulo 9: A Festa de Ano Novo II

O clima daquele banheiro já se tornava tenso. Após ouvir o grito de Aoki, Akina ficou sem reação alguma, já que nunca imaginou que sua rival retrucaria tão bruscamente.

Aoki: E quanto a você? Você jamais teria um anime tão rápido se não fosse pelo Niizuma!

Akina: Isso não é verdade! Com ou sem o Niizuma eu conseguiria estar no topo como estou agora pois, diferente do cara da bandana, ele só desenha pra mim! Toda a história é criação minha! Já a sua história... Não posso dizer o mesmo já que tem interferências e modificações de um certo homem...

Aoki: Não sei porque está falando tudo isso! Não consegue ver que eu e você estamos iguais? Eu também não tenho interferências no meu desenho! Faço tudo por conta própria, diferente de você que nem isso faz... –se dirigindo a porta- Agora tenho que ir, não sou obrigada a ouvir essas asneiras logo no começo do ano.

Logo que Aoki põe a mão na maçaneta, ouve a última provocação de Akina.

Akina: Você fala como se fosse a melhor desenhista do mundo! Pelo que eu estou sabendo, seu último mangá serializado foi desenhado por um homem! Aquele que se mudou para o interior! Estou mentindo?

Aoki nem sequer pensa em se virar para responder, abre a porta e deixa Akina falando sozinha. Ela volta para a festa como se não houvera nada e se junta com os seus amigos. Naquele instante, Hiramaru estava convidando todos para tomar bebidas alcoólicas, apesar de Fukuda interrompê-lo dizendo que Ashirogi e Niizuma eram de menores. O corpo de Aoki até estava lá presenciando a conversa, mas a mente viajava no passado, mais precisamente em tudo que Akina dissera a ela. Lágrimas começaram a escorregar em seu rosto, pareciam que propositalmente, mas Aoki realmente não queria:

Aoki: *pensamento: Por que estou chorando? Não posso chorar... Quero dizer, não aqui na frente de todos! Preciso sair daqui!*

Nesse instante, Hiramaru, que já estava com seu psicológico alterado devido às bebidas, saiu da "rodinha de amigos" e foi convidar Niizuma para irem a um restaurante. Foi quando Aoki saiu de perto de todos também, sem sequer dar alguma satisfação, e correu em direção à porta. Era evidente que todos ficariam preocupados com ela, inclusive Fukuda. Hiramaru tinha sido o único a não ficar a par do que acontecera, afinal, quando ele voltou para conversar com o povo, ninguém mais se encontrava na festa.

O salão não era novidade para ninguém, mesmo porque todo começo de ano era comemorado ali. Mas o que ninguém conhecia era o estacionamento, já que todos eram "entregues" na porta do salão. Era justamente para lá que Aoki havia corrido. O local era desnecessariamente espaçoso, portanto nenhum dos três (Mashiro, Takagi e Fukuda) sabia por onde Aoki teria se escondido. Cada um seguiu uma direção para achá-la o mais rápido possível, mas isso era uma tarefa complicada já que era muito tarde e a escuridão não os permitia.

Depois de muito tempo de busca, já passava da meia noite, e os três se encontravam totalmente exaustos. Até pensavam na possibilidade da autora não estar mais ali e ter voltado para casa. Ashirogi então resolveram ir à casa da autora para verificar e Fukuda ficou lá, ainda com esperança de encontrá-la no estacionamento.

Fukuda teve a leve impressão de estar ouvindo um choro, foi quando resolveu se aproximar de uma porta que estava fechada. Certamente o choro vinha dali, então ele abriu a porta e encontrou sua rival sentada:

Fukuda: Aoki-san!

Aoki: Fukuda-san? O que você está fazendo aqui? -enxugando as lágrimas com os punhos-

Fukuda: Estou te procurando! Você saiu correndo do nada! O que aconteceu?

Aoki: Nada não...

Fukuda: Como assim "nada"? Você sai correndo da festa, vem parar no estacionamento, eu te encontro chorando e você vem falar que não é nada!

Aoki: Quero dizer, tem uma coisa sim, a verdade é que eu não quero mais que você me ajude a revisar o meu mangá. -levantando-se-

Fukuda: Do que você está falando? Por que tudo isso de repente?

Aoki: Adeus Fukuda-san, a partir de hoje, seremos apenas rivais.

Fukuda pega os punhos de Aoki e levanta-os para cima, segurando com apenas uma de suas mãos.

Aoki: O que você está...

Fukuda: Não pretendo te soltar até você me contar tudo.

Aoki: A Akina...

Fukuda: O que tem ela?

Aoki: Ela disse, em outras palavras, que sempre tenho que depender de alguém para meu mangá fazer sucesso... E é verdade, primeiro o Nakai me ajudou e agora você...

Fukuda: Ah é isso? Pare de dar ouvido aos outros! Ela é uma novata que não sabe de nada! Todo mundo precisa de uma ajuda. Não vê o Ashirogi? Eles são uma dupla e um ajuda o outro. Só grandes gênios como o Mestre Niizuma conseguem tudo sozinhos. -soltando os punhos de Aoki- agora vamos embora e deixa de pensar besteiras! Independente do que você fale, eu não vou deixar de revisar seu mangá.

Aoki: Obrigada Fukuda-san!

Fukuda: Eu irei chamar o motorista para te levar pra casa.

Depois de toda aquela confusão, os dois perderam totalmente a noção de tempo e viram que o portão do estacionamento já se encontrava fechado e idem a porta do salão. A pergunta que não queria se calar em ambas as mentes: Como sairemos daqui?