Prólogo

- Leo querido, seus espelhos têm tendências masoquistas?

- Por quê?

- Já percebeu que eles se quebram toda vez que você passa?

- Eles se sentem tão deprimidos quando eu chego perto que se suicidam de inveja.

- Então você cai da cama e acorda do sonho.

- E percebo que ao invés da princesa encantada, eu encontro você.

- Claro, a princesa encantada preferiu comer a maçã envenenada e se esconder do que esperar esse seu beijo nojento.

- Eu beijo bem, ok?

- Muito engraçado, agora a piada do fauno.

- Eu já beijei muitas garotas e elas nunca reclamaram.

- Tinham medo de sentir novamente esse seu bafo de coisas podres.

- Quer tirar a prova?

XXX

- Se fosse seu cérebro tão grande como sua prepotência, você seria um gênio.

- Se seu cérebro fosse do tamanho da sua modéstia, você seria tão burra quanto...

- Você?

- Não, eu apenas esqueci que você já é burra.

- Se olhou no espelho! Ops! Esqueci que eles se quebram.

- Não deixe que seu ego interfira em nossa discussão.

- Ele está ocupado se esquivando do seu.

- Reyna querida, admita. Você me acha completamente sensual.

- Sim, e os unicórnios vivem numa cidade de fadas onde só há arco-íris, felicidade e donuts de doce de leite.

- Por favor, eu detesto arco-íris.

- E eu odeio você, mas não é por isso que espalho para o mundo.

- Se bem que nem é necessário. O mundo em geral não desconhece a razão do seu ódio. Afinal, quem ama implica.

- Isso quer dizer que você me ama.

- Você implica comigo. Eu só revido.

- Tem razão. Eu realmente te amo, mas não assumo. Acho que você deve ter achado meu diário feminino-fútil-ridículo.

- É, foi só procurar nas páginas os dias que se iniciavam com “Estou nas nuvens”.

- O certo seria procurar por “Tenho sede de sangue”.

- Virou vampira? Se quiser, meu pescoço esta livre para mordidas.

XXX

- Esqueceu o cérebro em casa?

- Não, é que a sua voz é tão irritante que ele se liquefez.

- Isso se você realmente tiver um cérebro.

- Já te disseram que você é paranoica?

- Já te disseram que você é insuportável?

- O pior é que sim. Mas geralmente eu não acredito, levando em conta o fato de que eu tenho uma autoestima alta.

- Sério? É imperceptível esse detalhe.

- Tão imperceptível quanto sua arrogância. Mais imperceptível que o seu orgulho.

- Por que você não morre?

- Porque você vai sentir minha falta.

- Isto é insensatez.

- Isso é a realidade. A verdade dói, sabia?

- Não tanto quanto o soco no estômago que você vai tomar se continuar essa discussão.

XXX

- Você é detestável.

- Tirou as palavras da minha boca.

- Eu posso tirar outra coisa da sua boca, se você quiser Reyna.

- Prefiro ser enterrada viva.

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Ficou boa?

XOXO