Ainda o mesmo dia, até mesmo a mesma manhã, porém não o mesmo lugar. Keishi foi para casa, com ele Mary e Hina, Zakky foi para casa, disse que tinha coisa para tratar por lá, enquanto Mary e Hina sabiam que não encontrariam seus pais.

- Ok, temos que nos apressar para pegar as coisas, a infecção não avançou tanto, então não teremos tantos problemas, precisamos de armas. – Disse Keishi ligando o computador.

- Garoto, o mundo ta enfrentando zumbis e você ligando o computador? Fala sério, o que deu na sua cabeça? – Hina deu um tapa na cabeça de Keishi com um pouco de força.

- EEIII! Eu preciso conversar com a Luna e com o Ryan, como quer que eu deixe meus melhores amigos fora dessa? Oras! – Keishi passava a mão onde levara o tapa de leve.

- Certo, e bem, o que quer que façamos? – Perguntou Mary cruzando os braços.

- Ok, vocês devem pegar qualquer coisa que sirva como arma, guardem nas mochilas, afinal não precisamos de material escolar. E claro, comida! Não-perecível, peguem coisas simples que a gente não sofra pra se virar na hora de comer, e água lógico. – Keishi virava sua cadeira para as garotas enquanto falava, mas logo voltou-se para frente do computador ao precisar digitar sua senha no Messenger.

As garotas suspiraram.

- Vamos Hina. – Disse Mary.

- Sabe onde ficam as coisas por aqui né? – Hina sorriu.

- Claro... Afinal eu vinha aqui quase sempre. – Mary sorriu triste. A garota mantinha uma paixão por Keishi, o qual fora seu ex-namorado, mas fazia-se quatro anos que isso ocorrera, Keishi não sentia mais atração pela garota, sua mente, seus olhos e seu coração buscavam outro nome, um nome o qual Keishi talvez nunca esquecesse, afinal, fazia-se três anos que se o garoto mantinha o amor pela garota a qual nem ao menos conhecia. Isso mesmo, não conhecia, relacionamentos virtuais, é comum nos dias atuais, e era assim que eles costumavam manter seu relacionamento, porém o mesmo acabou a cerca de 6 meses.

Keishi suspirou em frente ao computador, o garoto procurou os amigos on, e encontrou apenas Luna e Ryan, quem ele realmente procurava encontrar, mas ele se desapontou, havia mais alguém com quem o garoto queria comunicar-se, mas era difícil, a garota que ele procurava não estava, e agora ele não poderia falar com ela, um vazio inexplicável tomou conta de seu coração em poucos segundos, um sentimento horrível, uma dor intensa, que ele não podia controlar.

- Droga, não posso me distrair! – Ele bateu as mãos no rosto. ”Será que ela ta bem? Droga o que aconteceu? Eu preciso saber de noticias dela... Preciso.” – O garoto sentia-se terrivelmente mal, mas tentava concentrar-se para conversar com seus amigos, ele parou, e pensou. “Acalme-se, acalme-se, ta tudo bem, você não precisa se preocupar com ela, ela nem deve pensar em você, idiota, ela não se importa com você, ela não quer saber o que vai acontecer comigo, não quer saber se eu vou ou não estar vivo, então, porque me preocupar com ela...” O garoto encheu seus olhos de lágrimas, mas logo as secou e voltou seu olhar para o monitor. Suspirou. “Vamos lá... Aqui... Lunancie... Aqui, hehe... – O garoto tentou sorrir mas fracassou, não conseguia sorrir, mesmo que fixasse seu olhar naquela tela, ele queria ter noticias da garota que tirava seu sono. Mas mesmo assim prosseguiu, abriu a janela do MSN e chamou a amiga.

- MSN -

Keishi - Luna?

Luna – Kei! Finalmente você apareceu, não tem idéia de como eu tava preocupada garoto!

Keishi – Viu? Era verdade mesmo... Eles existem agora. e-e

Luna – É, eu vi, mas não sei se fico triste ou feliz, assustada ou animada, eu quero matar, mas não quero ser devorada por ai!

Keishi – Garota ‘-‘ Relaxa, e aí, tem planos pra sobreviver?

Luna – Eu quero me juntar com você, posso né?

Keishi – Pode? Garota você DEVE se juntar a mim, é uma ordem u-u Anda, passa seu endereço, arruma algumas coisas, treina a mira, eu vou te buscar daqui a algumas horas, acha que consegue sobreviver até lá?

Luna – Consigo.

Keishi – E seus pais?

Luna – Kei, esqueceu que eles não se importam? Eu vou estar melhor sozinha, porque eles não se importam meu, acha que eles ainda estão aqui? Eles saíram assim que viram a noticia, eu não quis ir com eles, eu sabia que você estava bem, sabia que ia vir falar comigo quando pudesse!

Keishi – Garota... Eu vou ir pegar você, não se preocupa, vai dar tudo certo!

- MSN –

- Agora... Cadê... Ryan... Aqui, Ryan! – O garoto deu clique duplo com o mouse em cima do nickname de seu amigo, a janela abriu e logo o mesmo começou a digitar.

- MSN janela Ryan –

Keishi – Guri, tu já sabe né?

Ryan – Claro, as noticias correm rápido.

Keishi – E então, o que vai ser? – Perguntou

Ryan – Ora, vou me preparar com o que eu tiver.

Keishi – Afim de se juntar com o meu grupo? Até agora temos a Hina, a Mary, meu irmão, o Zakky, e eu. Mas pretendo juntar mais alguns amigos, como o Todie, e a Yurie... Se bem que a Yurie me odeia hoje em dia hudashd possivelmente ela não vai querer saber de mim.

Ryan – Porra, você ainda gosta dela?

Keishi – Man, eu sei que você ta afim dela e tudo, mas não posso deixar de amar aquela garota, ela foi a única namorada verdadeira pra mim, mesmo que eu nunca tenha a visto, eu nunca vou deixar de amar ela.

Ryan – Uff! Tá certo man, mas foda-se ‘-‘ Vamos resolver logo, quer que eu me junte a vocês pra que?

Keishi – porra, você sabe exatamente o porque, precisamos de um grupo forte e ninguém sozinho sabe se virar, e man, se você acha que não precisa de ajuda, beleza, mas eu acho que precisa, pode se recusar a vontade, mas eu vou ir atrás de você e te trazer com o meu grupo você querendo ou não!

Ryan – Vai a merda velho, se eu morrer da nada, mas que saco.

Keishi – Para de ser emo depressivo. Vira homem e encara a porra da vida, velho, te juro, a primeira coisa que faço quando eu te ver é dar um soco no meio da tua cara!

Ryan – Certinho, pega o endereço então!

- MSN janela Ryan –

Keishi irritou-se, Ryan estava sendo infantil, o garoto estava cansado da forma como o amigo agia em questão a sua vida, tudo bem que Keishi nunca se pôs em primeiro lugar, sempre colocava até mesmo objetos acima de sua vida, mas estava ficando ridículo a forma de Ryan agir.

“Esqueça disso Keishi, não se altere, você sabe que isso não é bom...” Pensou consigo. O garoto levantou e foi até a cozinha da sala.

- Galera, vou ir tomar banho... Acho que vou demorar, afinal, esse pode ser o ultimo banho em água quente em baixo de um chuveiro. – Comunicou o garoto com um sorriso fraco nos lábios.

- É, temos que aproveitar em quanto a situação está sob controle. – Disse Mary.

Keishi deu um sorriso um tanto maior, mas continuava fraco, podia-se ver de longe que era um sorriso forçado, então o garoto dirigiu-se para seu quarto, era pequeno, afinal moravam só ele e o irmão, não precisavam de uma casa gigantesca. Dentro do quarto de cor aguada, havia uma cama de solteiro, um guarda-roupa, e uma cômoda, todos de marfim, havia na parede alguns pôsteres de coisas que o garoto era fã, como bandas de rock, jogos, e etc. Não havia muito detalhe no pequeno cômodo, Keishi dirigiu-se diretamente ao guarda-roupa, abrindo-o, de cara estava tudo muito bagunçado ali dentro, achar uma roupa era uma grande tarefa, Keishi estava sem paciência, apenas puxou todas as roupas a sua frente jogando-as ao chão, jogava as peças que não queria para os lados, depois de algum tempo puxou uma calça e uma camiseta, algo básico, a calça era um jeans escuro, a camiseta era branca com alguns detalhes vermelhos, o garoto foi até o banheiro quando terminou de pegar tudo o que precisava e foi ao banho.

- Não sei, o Kei ta um pouco estranho, não acha...? – Perguntou Mary.

- Ele tava forçando o riso... Eu entendo que ele esteja preocupado, eu também estou. – Complementou Hina.

A conversa foi interrompida por Yoru, o irmão mais novo de Keishi que entrou na cozinha olhando em direção as garotas. – Mary, Hina, onde meu irmão está? – Perguntou o pequeno.

- Ele ta no banho. – Respondeu Hina.

- Droga, aposto que vai ficar um ano lá de baixo, bom, vou esperar ele na sala e... O que estão fazendo? – Perguntou olhando para as garotas que guardavam alguns pacotes de sua bolacha favorita dentro de uma mochila.

- Pegando suprimentos oras, agora a gente precisa guardar tudo o que for alimento e útil pra sobrevivermos. – Respondeu Mary.

- Ah... Claro... – O Garoto coçou a cabeça enquanto franzia as sobrancelhas, odiava que alguém mexesse no que lhe pertencia. Mas não falou nada, pois sabia as causas então deu as costas sem questionar, indo em direção a sala.

“Eu não sei o que fazer... Ryan com frescura, preciso buscar a Luna, e a Yurie? O que será que aconteceu com ela, será que ela ta bem...? Faz algum tempo que não nos falamos... Será que ela ainda se lembra de mim...? Nah, eu tenho que esquecer isso, ficar com essa garota na cabeça não vai me ajudar a sobreviver, muito pelo contrario, vou acabar entrando em depressão e perdendo a concentração. Eu sou idiota mesmo...” O garoto deu um sorriso triste perdido em meio de seus pensamentos. “Ok, chega, já ta bom, tenho que ir buscar a Lunancie...” O garoto suspirou e saiu do banho, sem delongas, penteou os cabelos castanho claro, eram grandes para ser de um garoto, iam um pouco abaixo de suas orelhas, o garoto vestiu-se, a camiseta branca detalhada de vermelho e sua calça jeans escura.

“Está na hora de ir... Não tem como ir de carro ou a pé, eu vou precisar de uma moto... Bem, preciso conseguir uma.” O garoto saiu de casa, ao sentir a brisa gelada do lado de fora voltou apenas para colocar uma blusa de frio, uma preta, grande, com zíper e toca, tinha alguns detalhes branco, era uma blusa bonita e bem quentinha, então pilotar uma moto com aquela blusa não lhe faria frio, o garoto desceu até a garagem de casa e pegou uma bicicleta, calmamente ele dirigia-se pelas ruas de seu bairro, em direção ao centro da cidade para achar uma concessionária de motos, claro que ele não podia ir desarmado, o garoto levou consigo um par de tonfas, o garoto tinha algumas armas de luta corporal, como tonfas, nunchakos e uma espada de madeira, ele colecionava, pois achava fascinante, mas nunca achou que precisaria usar uma delas. O garoto carregava as tonfas dentro de suas costas, deixou-as presa em um cinto que era usado para carregar esse tipo de coisas, mesmo que tonfas se usem nos braços.

Ao chegar no centro da cidade, o garoto percebeu uma movimentação estranha, haviam carros de policia e ambulância, ele desceu de sua bicicleta e parou ali ao lado de um policial.

- O que está aconteceu? – Perguntou cauteloso.

O policial olhou para o garoto de cima a baixo, suspeitou que era apenas um estudante, então fora arrogante como costumam ser com qualquer pessoa que não possua nível alto na sociedade. – Você não tinha que estar na escola? Vá procurar algo que lhe interesse.

Keishi não agüentava desaforo, ele sabia que se respondesse aquele policial poderia ser preso por desacato a autoridade, mas ele não se importou naquilo no momento.

- Se isso não fosse meu interesse eu não estaria me informando, e outra, sou cidadão como qualquer outro, e meu direito como cidadão é saber o que ocorre na comunidade onde eu vivo. – Respondeu o garoto encarando o policial nos olhos.

- Garoto, você não precisa saber o que está acon- - O policial fora interrompido.

- Ora Carl, o que está pensando? O garoto apenas está curioso para saber o que aconteceu em sua cidade, ele tem razão, o direito como cidadão é saber o que acontece em sua comunidade. – Disse um outro policial chegando ao local. – Bem, qual seu nome rapaz? – Perguntou o policial colocando uma das mãos sobre o ombro de Keishi.

- Keishi! – Respondeu imediatamente o garoto olhando para a mão do policial em seu ombro.

- Ora, Keishi, então, não é certo sair por aí respondendo com agressividade as autoridades, sabia? Você poderia ser preso. – Disse o policial com um sorriso irritante nos lábios aos olhos de Keishi.

- Isso não importa, diga, o que aconteceu por aqui?! – Keishi falou com um tom arrogante.

- Assistiu os jornais essa manhã? Parece que o vírus começou a se espalhar, estamos tentando manter a situação sobre controle por aqui, quer ver? Ali há uma daquelas coisas, ele está amarrado na maca, mas aconselho que não chegue muito perto. – O policial puxou Keishi pelo ombro para o meio da multidão e carros de policia por ali. – Veja, ali está ele.