Quatro zumbis invadiam a casa onde só havia garotas, uma delas fora atacada pelo primeiro logo na entrada, indo ao chão, um grito desesperador foi solto ao momento em que os dentes foram cravados no pescoço da jovem, a garota devia ter cerca de 19 anos, era jovem e bonita, provavelmente cursava a faculdade e teria uma vida mais longa e com sucesso caso não houvesse zumbis no planeta agora. Podia-se ouvir o barulho de carne ser mastigado ao mesmo tempo misturado ao grito desesperador. A mãe da garota correu em direção à porta e assustou-se quando viu tal cena, o desespero tomou conta da mulher, não sabia o que fazer, sua primeira reação fora tirar o monstro de cima de sua filha, agarrou a vassoura ao seu lado e foi para cima do mesmo, batendo nele com a vassoura na cabeça, porém o golpe não fora forte o suficiente para causar um dano ao cérebro. Por haver outros monstros, a mulher foi agarrada antes que pudesse dar outro ataque, os monstros levaram-na ao chão, e a garota caída estava perto da morte, mas fora agarrada por outro, havia dois zumbis para cada uma. Uma terceira garota apareceu, ficou pasma ao ver sua família naquele estado, não sabia o que fazer, a mãe ainda tinha um pouco de forças, o suficiente para perceber que a filha estava ali.

- Fuja... Yuri... – Disse ela fraca, mas o suficiente para que chegasse até a garota. Yuri era o amor de Keishi, a dona de sua dor, a garota no momento não pensava em mais nada, não sabia o que fazer, estava nervosa, não podia ignorar aquela situação, um dos zumbis percebera sua presença, e logo levantou-se para ir em sua direção, ao fazê-lo outro percebeu o ato e seguiu o “parceiro”.

- Fuja... Filha Fuja. – Disse a mãe mais uma vez.

Yuri sentiu os olhos encherem de lagrimas e o coração apertar, a garota correu pelo corredor escuro de sua casa, era seguida pelos dois zumbis responsáveis pela morte de sua mãe e irmã, a garota não tinha idéia do que fazer, não sentia que poderia viver sem sua família, não havia mais ninguém no mundo que pudesse fazê-la sentir vontade de lutar pela sobrevivência, a garota entrou no quarto trancando-se, tentou morrer um dos armários até a porta, por este estar vazio e não ser tão pesado, ela não teve dificuldade, também empurrou sua cama para trás do armário, queria reforçar sua proteção. O desespero e soluços faziam sua respiração ofegar e ao mesmo tempo tinha dificuldade de fazê-las, a garota estava totalmente perdida, não queria morrer pelas mãos de um zumbi, queria morrer como uma pessoa comum, de velhice, doença, até mesmo por acidente ou assassinato, mas não ter seu corpo devorado por um maldito zumbi. A garota enfiou-se dentro do guarda roupa, e puxou um pedaço de madeira que tinha dentro do guarda roupa, aqueles que servem para pendurar as roupas no lugar de cabides, ela o segurou firme, estava pronta para usar caso algo acontecesse. Ouvia pela porta ruídos, como se alguém batesse contra ela, a garota não tinha idéia do que fazer, sabia claramente que não poderia sobreviver sozinha, sabia que precisaria da ajuda de alguém, mas quem? Quem iria arriscar a própria vida por ela? Pensou em seus amigos, mas estes talvez nem ao menos estivessem vivos a essa altura, a garota tentou arriscar, tirou o celular do bolso e fez uma ligação, para sua melhor amiga, mas essa não atendeu, a garota entrava cada vez mais em desespero, as lagrimas não paravam de cair. Sentiu que aquele seria o ultimo dia de sua vida, aconchegou-se dentro do guarda-roupa e segurou firme o celular com uma mão e o pedaço de madeira com outro, havia aceitado sua morte. Fechou os olhos encolhida, quando de repente um nome veio em sua cabeça, ela sempre pensava neste nome acima de qualquer outro, mas ignorava por achar que o dono do mesmo nunca viria atrás dela, pensou se dessa vez seria diferente, provavelmente não, o garoto nunca fora vê-la, por que agora arriscaria sua vida para isso? Se bem que ele diz a amar mais do que tudo, se bem que ele diz morrer por ela, se bem que ele diz que não há nada que não faça para vê-la sorrir. A garota pensou bem, será que deveria mesmo recorrer a seu ex-namorado? Ao garoto que amava, mas não queria entregar-se por medo de sofrer como sofrera no passado? A garota suspirou, apesar de tudo ela tinha certeza, ele viria para salvá-la, mesmo que se perdesse inúmeras vezes durante o caminho, ele poderia ir até ela, poderia ser tarde demais, mas ele chegaria, ela sabia que ele chegaria. Ao discar o número do garoto no celular, sentiu um aperto no peito. E se ela colocar a vida dele em risco? E se ele morrer por sua culpa? Como ela poderia seguir com esse peso? Como ela poderia seguir sem a pessoa que mais amava em sua vida?

Um estrondo contra a porta fez a garota perder seu pensamento e esquecer-se dos riscos, não queria morrer, e sabia que podia confiar no garoto, não fora ele que fizera sofrer, fora ela que sofrera por opção, o namoro deles sempre fora a distancia, por nunca terem se visto, era difícil agüentar, e ela terminou por não poder tê-lo ao seu lado, sentia-se culpada por não ter dado ao garoto o que ele deu a ela, valor, mas isso poderia ter sido diferente se estivessem juntos. A garota discou o número rezando para que o garoto atende-se.

Ainda na estrada, agora perto de sua casa, Keishi pilotava sua Harley nas estradas escuras de sua cidade, estava a alguns quarteirões de sua casa, quando ouviu seu celular tocar.

- Ayume, pode atender pra mim? – Perguntou Keishi de olho na estrada com a velocidade de 180 km/h, Ayume assentiu e pegou do bolso da blusa de frio do garoto o celular, teve medo de derrubá-lo por isso o fez com firmeza, ela atendeu, devido o barulho a velocidade da moto ficaria complicado a escuta, mas mesmo assim ela arriscou.

- Alô? – Perguntou a garota.

- Keishi... Eu preciso falar com o Keishi. – A voz tremula e chorosa ao outro lado da linha dizia.

- Quem gostaria? – Perguntou Ayume curiosa ao perceber a voz de uma garota.

- Yuri! – A garota falava com uma voz baixa, era difícil de escutar, mais Ayume conseguiu assimilar.

- Keishi. – Chamou ela. – É uma tal de Yuri... – Disse ela confusa. Ao ouvir o nome Lunancie pediu para que passasse o telefone pra ela, Ayume ficou confusa, Keishi ficou surpreso ao ouvir o nome que a garota disse, seu coração acelerou e sentiu a face esquentar, nunca imaginaria que Yuri ligaria para ele, ao mesmo tempo em que se sentiu feliz, ficou preocupado, precisava falar com a garota, saber o que acontecia, e se ela estivesse para ser atacada? Se precisasse de ajuda?

- Me dê! – Disse ele de imediato soltando uma das mãos do guidon e retirando o capacete, o vento estava forte, logo os olhos do garoto fecharam-se automaticamente.

- Droga... Não dá pra ficar sem. – O garoto voltou a por o capacete e pediu o celular.

- Não vai falar enquanto pilota isso aí não. – Disse Ayume.

- Passe pra mim. – Insistia Lunancie.

- Não passe pra ela, ela vai xingar a garota. Ayume, diga que não posso atendê-la no momento por estar pilotando uma moto, pergunta o que ela quer. – Disse Keishi voltando a mão para o guidon.

- Ok. – Disse a garota voltando o celular para a orelha. – Ele não pode atender, está pilotando a moto então é complicado... Mas perguntou o que gostaria. – Disse ela.

- Eu preciso dele, preciso falar com ele. – A voz tremula da garota fazia com que Ayume ficasse confusa.

- Eu vou avisá-lo. – A garota baixou o celular e disse. – Ela disse que precisa de você.

Keishi ficou assustado, e aumentou a velocidade da moto, agora chegando ao limite de 200 km/h. – Pergunte onde ela está, o que está acontecendo? – O garoto estava preocupado, por sorte já estavam no bairro onde ele morava, indo em direção a sua casa.

- Ele perguntou onde esta e o que aconteceu. – Passou Ayume já se cansando daquilo.

- Eu quero falar com ele... – Yuri começou a chorar ainda mais.

- Keishi, a garota está chorando desesperada... – Disse Ayume.

- Aff, manda essa garota pro inferno, O YURI, VAI PRO INFEFRNO! – Gritou Lunancie perto do telefone.

Yuri ouviu baixo a ofensa, e um sorriso triste percorreu seus lábios seguido por lágrimas. – Se ele não vir... Eu irei... – Falou baixo, até para si mesma, tanto que Ayume não ouviu ao outro lado da linha.

Keishi reduziu a velocidade, e então parou a moto em frente ao portão de uma casa, não haviam mortos por ali, o bairro era pequeno e de poucos moradores, o que era uma sorte numa situação dessas, o garoto tirou o capacete imediatamente e tomou o celular de Ayume.

- Yuri, Yuri! O que houve? – Perguntou desesperado mal colocando o telefone na orelha.

Yuri sentiu seu coração apertar de dor ao ouvir a voz do garoto, quando ouviu, não teve mais duvidas, seu coração pertencia a ele, mas a garota deixou que mais lagrimas ainda caíssem e uma tristeza profunda tomou conta de seu coração, e se ela nunca mais o ouvisse? E se não chegasse a vê-lo, se perdesse ele ou se se perdesse antes de poder encontrá-lo. Sua voz simplesmente não saia.

- Eu... – Disse ela tremula.

Keishi sentiu uma dor tão grande quanto a da garota invadir seu peito no momento em que ouviu a voz triste que ela tinha. – Se acalme... Respira fundo, vamos, converse comigo... – O garoto tentou parecer calmo, mas estava tão nervoso quanto ela.

- Há zumbis aqui... Eles mataram minha família e... Estou sozinha... Há quatro deles, eu to trancada no meu quarto... Eles estão batendo contra a porta, para quebrá-la não levaram... Muito tempo... – A garota chorava enquanto dizia essas coisas, pausava em meio a frases para soluçar.

- Onde você está? Eu vou ir buscar você! – Disse o garoto preocupado e com medo de algo acontecer com sua amada, caso alguma coisa acontecesse com a menina, ele perderia qualquer vontade de viver, ele sabia disso, pois a garota, mesmo sem estar junto a ele, era tudo o que ele tinha. Keishi estava desesperado.

- Na minha casa... – Disse ela.

- Eu quero o endereço. – O garoto já apertava o acelerador da moto para seguir, esquecendo-se totalmente das duas amigas a sua frente.

- O que aconteceu? – Perguntou Ayume antes que ele saísse.

- Eu vou buscá-la, podem entrar, chamem pela Mary ou Hina ou Yoru, elas irão abrir a porta. – O garoto disse isso no momento em que acelerou a moto em direção a estrada, Yuri lhe passou o endereço, o garoto não conhecia bem a região, mas por sua Harley viera com um GPS integrado, talvez tivesse sido instalado para que houvesse maior vendas, afinal era a única da loja, Keishi estava aumentando a velocidade da moto gradualmente.

- Eu preciso desligar agora. – Disse o garoto.

- Não, por favor, fique comigo pelo menos no telefone, eu estou com medo! – A garota estava realmente desesperada, e isso quebrava o coração de Keishi, ele tinha que salvá-la, ou então nunca se perdoaria.

- Não se preocupe, eu estou indo para aí, é que se eu desligar, posso por o capacete e chegar mais rápido. – O garoto disse para tranqüilizá-la.

- Por favor... Tome cuidado! – Disse ela baixo, aceitando que o garoto fosse desligar o telefone.

Keishi o fez, então pôs o capacete e acelerou sua moto ao máximo seguindo as coordenadas dadas pelo GPS, por sorte não era tão longe de onde estava, poderia chegar lá cerca de 20 minutos na velocidade em que pilotava. O garoto foi o mais rápido possível, mas sempre reduzia a velocidade em curvas, não podia morrer em um acidente bobo, tinha que manter sua vida até salvar Yuri.

A garota continuava escondida no guarda-roupa, ouviu barulho de porta sendo quebrada, então sentiu seu coração acelerar de forma assustadora, só desejava que Keishi chegasse logo, e que ele pudesse salvá-la. Um dos zumbis tentava passar pelo buraco que abrira na porta, mas devido ao armário na frente tinha mais uma coluna de madeira para quebrar.

Keishi estacionou sua Harley Davidson em frente a casa, e logo viu na entrada uma cena tão horripilante quando encontrar-se com um morto-vivo, por sorte a palavra “vivo” saíra dessa sessão, o garoto entrou com cuidado pela porta, com cuidado para não pisar na garota morta ao chão, sabia que aquela era a irmã de Yuri pois já havia visto-a em fotos, o garoto olhou para a moça caída e lamentou, desejando que está descansasse em paz. Logo a frente havia uma mulher mais velha, essa numa situação mais precária do que a da garota da frente, podia ver que já tinha idade, cerca de 40 anos, provavelmente a mãe de Yuri, o garoto suspirou, mas não podia se perder em pensamentos de pena, logo seu olhar se fixou no corredor de onde se vinha estrondos de madeira quebrando, o garoto tinha certeza que os zumbis estavam arrebentando a porta, então foi cauteloso, não podia chamar atenção, retirou do coldre na perna esquerda um revolver calibre 45 equipado com o silenciador. O garoto mirou em um por um, ia se aproximando para ter certeza que não erraria o tiro, eram exatamente quatro mortos-vivos, o garoto mirou um a um, e atirou quase a queima-roupa no crânio das criaturas, que ao receberem o tiro caíram de imediato. Keishi aproximou-se da porta, e chutou os mortos para longe para ter espaço, tentou abrir a porta pela maçaneta, mas viu que estava trancada, a porta estava destroçada, mas havia um armário mais a frente, ele teria que terminar de quebrar a porta para poder empurrar, seria complicado. O garoto começou a chutar a porta, chutava com força para arrebentá-la mesmo, e conseguiu terminar com os destroços, para o armário, seria um tanto mais complicado, visto que não poderia empurrá-lo, pois havia alguma coisa impedindo, o garoto deu alguns chutes contra o armário, ia quebrando de leve a madeira, já que as madeiras de trás de armários são finas, então era fácil quebrar, o garoto conseguiu quebrar o suficiente para conseguir passar por dentro do armário, era complicado entrar num lugar daquele já que o garoto era alto e possuía ombros largos devido a alguns dos músculos que tinha, já que fazia academia e sempre praticava esportes o garoto era forte.

Keishi enfiou-se dentro do armário, ficou feliz ao ver que cairia em cima de uma cama. O garoto caiu nela, e fez um barulho de cama rangendo, o garoto logo pulou dela, sua primeira reação fora olhar para debaixo da cama, não sabia onde a garota estava escondida, olhou para os cantos do quarto, não havia muito lugar para se esconder, logo veio a idéia de quando se é criança e brinca-se de esconde-esconde, acaba indo para dentro de lugares escuros e onde seria difícil de procurarem, logo avistou o guarda-roupa, e teve certeza que a garota estava ali, Keishi caminhou até o mesmo, ainda estava com sua arma em mãos, não soltaria por nada, um zumbi pode aparecer a qualquer hora, o garoto parou os passos a frente o guarda roupa e abriu a porta, seu olhar ia em direção baixa, pois era o costume de quem se esconde em guarda roupas, ao abrir a porta, Keishi assustou-se, sentiu sua cabeça ser atingida por algum objeto firme, sua cabeça doeu de imediato, sentiu uma certa ardência no local onde fora atingido, o garoto cambaleou para trás enquanto reclamou de dor.

Yuri quem havia atacado Keishi, a garota saíra do guarda roupa atacando o garoto achando que este era um zumbi, Keishi havia fechado os olhos quando recebeu o impacto do golpe, mas após recuperar o equilíbrio, abriu o direito fixando o olhar na garota, Keishi sabia que era ela, afinal ela fez o certo, podia ser uma daquelas coisas, ela estaria tentando se proteger.

- Oras, é assim que me agradece por te salvar? – Disse o garoto brincalhão, mas com um tom de decepção, como se não fosse aquela forma de agradecimento que gostaria de receber, e realmente não era.

- Ke-Kei-Keishi... – A garota falou soluçando e com a voz tremula, ficou surpresa ao ver o garoto ali.

- Hehe, você pediu... Então eu vim! – O garoto sorriu, o sorriso que Yuri sempre desejou ver mas só conhecia por fotos, o sorriso que podia melhorar o pior dia da garota, que podia fazê-la sorrir quando estava prestes a chorar, Keishi tinha esse controle sob a garota, podia mudar seu humor, afinal, ele sabia exatamente como atingir cada ponto sentimental da garota.

Yuri estava deixou o pedaço de madeira que segurava cair ao chão, não sabia se chorava ou se sorria, se lamentava ou ficava alegre, por um lado, aquele havia sido o pior dia de sua vida, perdera sua família,por outro, o melhor, pois vira o garoto que mais ama. A garota não teve outra reação, chamou o nome de seu amado mais uma vez, dessa vez em voz alta e clara, sem gaguejar ou soluçar, a garota correu em direção de Keishi e o abraçou com toda sua força, pela primeira vez pode segurar seu amado nos braços, podia sentir o conforto que era estar junto a pessoa que amava, Keishi era o único garoto que ela amou na vida, teve outro depois de terminar com ele, mas seu amor pertencia a ele, e sempre pertenceria, a garota sentiu os olhos encherem de lagrima mais uma vez, e enterrou a cabeça no peitoral quente e aconchegante de Keishi, as lagrimas não paravam de cair, tanto de alegria quanto de tristeza, mas sentia-se confortável por estar ali, onde sempre deveria estar. Keishi sentiu seu coração partir ao ver a tristeza da garota, estava feliz por encontrá-la, não podia conter o sorriso, mas vê-la naquele estado, essa não era a idéia de primeiro encontro que ele tinha, queria ter um encontro como pessoas normais, queria vê-la pela primeira vez em uma praça, um parque, até mesmo em uma sorveteria, qualquer lugar, mas não importava, podiam estar em meio ao fim do mundo ,o importante para ele era poder confortá-la, poder tomá-la em seus braços e fazê-la sentir-se bem, sentir que estava segura, protegida, pois ele nunca deixaria nada feri-la, não deixaria que ninguém a machucasse, pois ela era o item mais valioso, a única que Keishi não agüentaria perder. O garoto guardou o calibre 45 em seu coldre, e logo envolveu a garota em seus braços, sentiu o calor da garota passar para seu corpo, o perfume de seus cabelos alcançar seu olfato, sentiu a pele gélida, porém macia que a garota tinha, desejava que a terra parasse aquele momento, que ele pudesse segurá-la para sempre, e nunca deixá-la ir embora.

- Está tudo bem agora... Eu vou te proteger. – O garoto sussurrou próximo ao ouvido da garota na intenção de confortá-la.

- Uhum. – Fez ela baixo, apertava Keishi cada vez com mais força, e sentiu seu coração palpitar forte, seu rosto corar, e um calor subir de seus pés pairando em sua cabeça, era mais do que claro, não havia mais duvidas, Yuri nunca deixou de amar Keishi, mas será que ela se entregaria para o garoto tão fácil? Ela sentia certo receio, mas esqueceu-se completamente de ser forte quando o viu, quando sentiu o calor do garoto, o olhar, a voz serena, tudo aquilo fizera com que aquele sentimento repreendido viesse átona, e agora não podia mais esconder o que sentia.

- Vamos para casa... Ficar aqui não é seguro. – O garoto soltou-a de leve, olhando-a nos olhos, Keishi desviava o olhar entre os olhos verdes da garota e os lábios carnudos que ela tinha, sua vontade era de beijá-la como nunca beijou alguém, sentir os lábios dela aos dele, sentir o amor dela passar para ele, o carinho, a ternura, ele desejava isso acima de tudo, mas não o fez, não queria apressar as coisas ou assustar a garota, tinha medo, medo de ser rejeitado, achava que a garota o abraçou por estar tranqüila e aliviada por ter sido salva, não passava pela sua cabeça que Yuri ainda o amava.

- Tudo bem, eu vou com você, aonde quer que você vá. – A garota sorriu para ele, um sorriso tímido que fez o coração de Keishi acelerar.

Keishi desviou o olhar, se continuasse a encarar a garota daquela forma não agüentaria segurar suas vontades, agiria por impulso, e tinha medo que ela não aceitasse seu amor, por isso decidiu esperar. Keishi suspirou enquanto soltava a garota, lutando contra sua própria vontade de agarrá-la e jogá-la contra a cama para ter momentos até mesmo perversos com ela. O garoto puxou seu revolver mirando a frente, Yuri agarrou-o pela blusa, ainda sentia medo de sair lá fora.

- Está tudo bem, vamos passar pela janela, é mais seguro. – O garoto olhou para ela com um sorriso contagiante estendido pelos lábios.