Savior

Capítulo Três- Once Upon a Dark Time


"E eu sei que é verdade

Que visões raramente são tudo o que parecem

Mas se eu te conheço, eu sei o que você irá fazer

Você vai me amar imediatamente

Do mesmo jeito que você fez uma vez num sonho "

Música Traduzida: http://www.vagalume.com.br/lana-del-rey/once-upon-a-dream-traducao.html#ixzz46bx16FVy

III

Em 1100 d.C…

Tristan Du Martel recordava-se, um flash confuso de cores, espalhavam-se por sua mente , os corpos repletos de sangue estavam empilhados por ali, os gritos vindos de outra sala deixava-o mais alerta, retirando-o da letargia e do atordoamento que ele sentia naquele momento.

Como havia sido um fantoche, todo este tempo? Como aqueles malditos haviam feito aquilo?

Ele caminhara um passo , sentindo sua perna dolorida, tinha uma estaca de madeira no seu joelho, retirara com algo de dor, quando caminhara meio cambaleando, para perto da porta, ele sentia tudo em seu corpo latejar.

—Lorde Tris…tan?

Os olhos dele focaram na fonte de luz que vinha de uma porta que abrira-se, era uma mulher negra de longos cabelos encaracolados e bastos, ele tivera que focar melhor para reconhecer, Aya , sua mais fiel braço direito, que ele havia salvo, a anos atrás. Ela parecia reticente em dizer seu nome, então rapidamente como haviam retornado suas memórias, ele recordara-se do que havia sucedido naquele anos, em que a vida dele, de sua irmã e daquele outro imbecil havia sido roubada para uma compulsão de foro egoísta, por causa deles, dos originais. Ele autodenominava-se Elijah, até aquele dia.

—Que está… acontecendo, Aya?

—Ele está aqui…Mikael…que você tem?

—Recuperei…

Aya parecera suspirar de alivio, sentira seu longo vestido mover-se com mais rapidez para perto dele, apoiando-o, ele no entanto, continuava bem atento na porta pela qual, ela entrara e o que ele via diante de seus olhos, fazia-o ter ainda mais ódio e nojo dos originais que os tinham condenado.

Cem anos desde aquela tortura que ele vira seus colegas e amigos sendo destruidos, cem anos desde que ele conseguira escapar com poucos Strix, cem anos de fugas desesperadas porque ele acreditava ser aquele maldito que havia-o transformado, tudo por culpa de Elijah Mikaelson.

Mais membros Strix corriam desesperados, para longe da luta com Mikael, ninguém era louco de afrontá-lo, nem ele com toda sua astúcia, inteligência e bravura que reuniu-se conseguia matar Mikael, ele era simplesmente forte, poderoso e era um Original, fazia-o mais poderoso que todos os Strix, juntos.

Uma estaca rasara seu braço e o sorriso daquele viking maníaco surgia diante da visão de Tristan, que pegara em Aya que estava algo aterrorizada de o ver de novo, e corria para longe, ao que ele ouvia ainda que distante, o riso maníaco de Mikael.

—Eu vou- te achar, Elijah…e você levar-me-á até Niklaus…- Mas ele não era Elijah, mas todas suas acções e falando que era ele, tudo levará aquele novo massacre que ele já havia perdido a conta quantos, haviam sido ao longo daquele século e tudo que ele havia feito ia surgindo em sua mente, aumentando a sua ira.

Será que aquele maldito rapaz do estábulo, Lucien ainda pensava ser Klaus, sabia onde ele estaria e sua irmã estava com ele, com certeza, ela pensando também que seria Rebekah. Ou será que a compulsão ou raio que ele havia feito, havia cessado, como com ele?

Tudo que Elijah com seu plano para salvar a sua família, fora atrasar a busca do maníaco do pai deles, na direcção deles.

Subitamente, Tristan parara e sua mente começara a raciocinar mais claramente, e tudo formara-se, Aya ao seu lado parecia apreensiva, afinal aquele maníaco aproximava-se rapidamente deles.

Mais uns passos e arbustos arrastados pela velocidade, lá estava todo encharcado de sangue, Mikael Mikaelson, olhando para ele, com um sorriso claramente trocista, com um coração provavelmente de um de seu grupo, entre suas mãos.

—Ora, ora…mas você não é o meu filho…

—Não…mas , podemos fazer um acordo…Sr. Mikaelson…

Mikael aproximava-se de Tristan, devagar olhando-o com uma parca e quase inexistente curiosidade, mas seu sorriso entortara e soltando o coração sob as botas até a pouco polidas dele, o fizera encarar seriamente.

—Diga, então…estou escutando…

—Posso ajudá-lo a encontrar vossa família…com a ajuda das bruxas que pertencem agora a Strix, o que peço em troca é só que nos deixe todos vivos…

Mikael olhava-o e escutava com atenção, caminhando em volta dele, á medida que Aya e Tristan trocavam olhares algo apreensivos, afinal com aquele caçador implacável podia esperar-se tudo.

—Tudo bem…estarei por perto, e envie-me uma de suas bruxas com a localização dos meus filhos em uma semana, senão voltarei, Lorde Tristan e destruirei cada um de vós…e terei o maior gosto…

Tristan olhara no rosto do homem, claramente aliviado, pelo menos, poderia começar a pensar em sua vida de forma correta, voltaria a reerguer os Strix e principalmente, ele vingar-se-ia daqueles malditos que haviam-no feito perder sua vida e sua identidade.

Mas, ele precisava deixar a sua marca registrada naquele local para que nunca mais, houvesse a possibilidade de atacá-lo, ou ficar subjugado novamente.

Deixara a cidade onde estavam, totalmente destruída e queimada , não havia sobrado ninguém vivo ou morto. E tornar-se-ia a marca de quem afrontasse a ele ou a sua preciosa Strix.

***

Os anos haviam passado desde aquele fatídico episódio, ele havia conseguido o que Mikael queria e ele havia ido, e os Strix tinham conseguido prosperar, seu nome havia ganho novo fulgor e em outra cidade, se é que podia ser considerado isso , estavam no centro da bela Mystic Falls, como era conhecido ali localmente, não tinha oficialmente esse nome, em Virgínia , uma terra sem qualquer valor e meio instável no meio do nada.

Aos poucos estavam conseguindo, recuperar aquela hegemonia que sempre era de invejar as outras linhagens de vampiros, que eram dispersas e desorganizadas, sendo facilmente mortos.

Sua irmã tinha que a deixar sob efeito de um soro, no norte de França, próximo de onde eles haviam vivido enquanto humanos. As bruxas que ele havia recrutado fizeram para ela, que tinha cada vez mais aqueles episódios que ele não recordava-se de ela ter tido antes.

Mas estava para voltar para perto dela, sabia que ela não duraria muito tempo, quieta naquele local, sem causar um dano ou revelar o que eles eram.

Lucien havia sumido do mapa, mas também ele não se importava muito com isso, por enquanto tinha que respirar fundo e reorganizar-se, antes de voltar com sua antiga rivalidade com o garoto do estábulo.

E estavam em recrutar novos membros, por aquelas bandas, parecia que a presença de vampiros, era ainda desconhecida ou então muito bem disfarçada. Se havia algo que o líder deles antes de fugir covardemente havia feito, era ensinar a ver quem conseguiria suportar o fardo de uma vida eterna.

Havia algo que ele sempre orgulhara-se, era de ter uma visão incrível para quem era algo incrível e estonteante.

E seus olhos haviam pousado em uma jovem moça, mais do que ele desejava sentir-se atraído, era uma bela jovem baixa, de olhos azuis que brilhavam no sol, tinha um sorriso incrivelmente iluminado e longos e sedosos cabelos pretos. Não raras vezes, apanhara-se sendo descuidado e distraído, perto do lago onde ela lavava as roupas de sua família. Tudo nela era uma incrível graça e candura, mas principalmente aquele batimento cardíaco que pulsava na sua veia, tudo nela o atraia de forma inexplicável, mas ele não conseguia somente vê-la como comida, era mais que isso. Mas que seria?

Quem a protegia, não gostava dele e com alguma razão. Era uma das bruxas locais,que era respeitada naquela pacata aldeia, de seu nome Ayanna Bennett.

—Vai para dentro….- Ele podia estar longe, mas ouvia com clareza, o que a jovem anciã negra havia dito para a jovem moça que encarava confusa a sua protectora e entrava dentro de sua casa de aspeto humilde e frágil.

A mulher mais velha olhava-o seriamente e pedira para que ele aproximasse , ao que ele aproximara-se , tendo o olhar feroz e serio de Aya que insistia em ser sua guarda costas.

—Lorde Tristan de Martel, da Corte dos Martel do Norte de França…?

Ele franzira o seu cenho, seriamente. Era impossível que ela soubesse quem ele era, o que a tornava uma ameaça, mas a bruxa não parecera se assustar ante o olhar mais serio que ele dava.

—Sim, minha senhora, quem deseja saber?

—Fique longe da minha menina…

—Não estou entendendo…- Decidira dar uma de desentendido, o que fizera a velha Ayanna, retorcer o seu rosto, num esgar serio e furioso.

—O que Esther fez foi imperdoável, vejo o resultado na minha frente…só fique longe da minha menina…

Aquela havia-o deixado intrigado, vendo a anciã mulher afastar-se e entrar na sua cabana, a partir desse dia, ficara ainda com a sua atenção mais aguçada e determinado em saber que história era aquela que a velha bruxa havia deixado escapar.

***

“Foi você, no sonho bonito que eu sonhei… “

Tristan não conseguia resistir aquele encanto que sentia ao olhar a jovem moça, debruçada novamente, em mais uns incontáveis dias que ele perdia olhando para ela naquele lago, com seu vestido simples de camponesa, mais erguido do que seria permitido socialmente. Além de toda sua beleza estonteante, ela era …bela e encantadora, com a mais bela voz que havia escutado em toda sua vida, ou nesse caso, na sua morte.

Ela voltara-se para trás, dando de caras com ele, mas ao contrario do que ele previra ser sua reaçao, era simplesmente curiosidade de o ver ali.

—Perdoe-me, ouvi vossa bela voz…e aproximei-me, sem anunciar-me…

—Tudo bem, meu senhor…- Ela apressara-se em recompor-se , dando-se conta que não estava apresentável, corando até a alma, o que fizera Tristan sorrir genuinamente, como nunca lembrara-se de ter feito em muito tempo na sua vida ou morte. Ela rapidamente fizera uma vénia, que deixara mesmo que por segundos, seu pescoço exposto e tudo nele borbulhava por seu sangue, ela era definitivamente irresistível, sentia seus dentes afiados quererem sair, mas algo o impulsionava a não fazer isso.- A-ahm…

Ele parara de pensar ao ver que ela hesitava em dizer algo, talvez ele tivesse perdido-se demasiado em devaneios e demorado muito tempo em contemplá-la.

—Diga…

—Porque sempre…observa-me, detrás das árvores?

O sorriso dele alongara-se ainda mais, ao notar que além de todos os atributos que ele havia-lhe atribuído, ela era inteligente,sabia que a vigiava e não havia-o denunciado ou tinha feito qualquer coisa para afastá-lo, ela corara ainda mais ao notar seu sorriso, provavelmente achando que tinha sido indiscreta.

—Porque sois incrivelmente bela e tão doce…que cativa-me…- Dessa vez, fora ele que surpreendera-se com sua sinceridade algo espontânea, afinal ele calculava tudo que falava e sempre pensando na melhor vantagem para ele. – Tão bela moça, possui um nome?

A jovem morena erguera o olhar para ele, abrindo a boca e fechando , ao que ele notara quando ela engolira em seco, olhando em volta, notando que estava sozinha com um homem e perto de um lago, provavelmente iria fugir, mas ao contrário, aproximara-se dele e ele sentia cada vez mais o ritmo cardíaco dela aumentar ao aproximar-se.

—Eu…

Ele colocara um dedo sob os lábios dela, sentindo que apesar de desejar e muito o seu sangue, a fome estava algo calma, algo sobrepunha-se a sua necessidade de beber dela.

Num impulso, dera largas ao que desejara mal pusera os olhos em cima dela, tomara seus lábios com todo o desejo que possuía e a jovem moça entreabrira involuntariamente os lábios, dando-lhe acesso a sua boca, ao que ele ficara incrivelmente satisfeito, puxando-a para mais perto delicadamente, ao que ela deixara escapar um gemido e ele não esperara muito mais para aprofundar o beijo, mas ele contivera-se , parando para olhar seu rosto incrivelmente corado e afastando-o delicadamente.

Sua respiração estava algo entrecortada, ao que ele focara seus olhos nela ainda mais fixamente, vendo-a correr.

—Senhorita…

Ela parara a corrida, ainda ofegando e corando ainda mais ao olhá-lo novamente.

—Diga…

—Qual vosso nome?

Ela parecera hesitar, mas antes de voltar a correr de volta para o lago, buscara as roupas e voltara para a segurança de seu lar, falara-lhe o nome que ficara cravado para sempre no coração daquele lorde sanguinário e medieval.

—Sophia, meu nome é Sophia…