Hoje era Natal. Finalmente eu iria revelar a Barry que nós íamos ter um filho, por isso, tinha comprado um par de sapatinho de bebê para lhe dar de presente. Estava terminando de embrulha-lo quando alguém bateu na porta do meu quarto. Guardei a caixinha com os sapatinhos dentro da minha gaveta.
— Entre.

A porta se abriu e Barry estava lá.
— Oi! - disse feliz ao vê-lo. - Pensei que estivesse ocupado atrás de alguma pista sobre Savitar.
— É... Eu estava, mas o Jay me fez lembrar que o Natal é tempo de ficar com quem a gente gosta. - Barry me beijou.
— Espera, o Jay está aqui?
— Sim. Eu fui na Terra 3 pedir a ajuda dele.
— Descobriu alguma coisa?
— Nada além da Pedra Filosofal que Alquimia usou para tornar Wally um velocista.
— Tenho certeza que vai achá-lo.
— É... Mas você, seu pai e sua irmã vão para a casa do Joe hoje, não é?
— Claro.
— Como está se sentindo? Hoje é o seu primeiro Natal sem a sua mãe.
— É impossível não lembrar dela. - disse, com os olhos marejados. - Ela amava essa época do ano. Amava poder fazer a coisa que ela mais gostava, cozinhar. Ela ficava radiante!
— Eu lembro que o meu primeiro Natal sem a minha mãe foi muito triste para mim. Mas o Joe sempre me deu muito amor e de certa forma, nos anos seguintes, foi ficando menos doloroso. Por isso eu vou estar sempre do seu lado.
— Obrigada. - acariciei o seu rosto, o beijando em seguida. - Já comprou meu presente de Natal?
— Seu presente...
— Não esqueceu de comprar algo para mim, não é?
— Claro que não. - ele disse rindo.
— É algo parecido com esse colar que me deu no ano passado? - toquei no pingente de pedra verde. - Acho que nada pode superá-lo, ele significa muito pra mim. É como se ao usá-lo você estivesse sempre comigo.

Ele riu.
— Fico feliz que tenha gostado dele. Mas e você já comprou o meu?
— É... Na verdade eu não comprei, mas ele já está aqui e eu espero, de verdade, que goste.
— E eu já sei que vou. - ele disse, passando sua mão em meu pescoço, me beijando em seguida.
...

Estava entrando no STAR Labs quando vi Wally e HR saindo da van do laboratório juntos, pareciam animados.
— Ei vocês dois, aonde estavam?

Wally olhava para HR, sem saber o que dizer.
— Fomos dar uma volta, DD, apenas isso.
— Sei... E precisavam de uma planilha, cromômetro e roupas de corrida para passear? - disse, apontando para os equipamentos nas mãos de HR.
— Daphne, por favor, não diga nada a eles.
— Wallace! Não era para se entregar tão fácil assim. De qualquer forma, a culpa foi minha, DD. Eu que insisti para treiná-lo. Não diga nada a eles, por favor.
— Ok, mas não demore a contá-los, Wally. E HR, não me chame de DD.

Entramos no laboratório e todos estavam no salão principal.
— Jay. - o abracei. - Fico feliz em te ver novamente.
— Olá! Fico feliz em poder ajudar.

Olhei para Barry e ele tinha uma expressão de preocupação
— O que aconteceu?
— Julian é o Alquimia.
— O quê? Como?
— Ele achou a Pedra em uma escavação e desde então... Mas ele não lembra que é o Alquimia.
— E onde o Julian está agora?
— Estou bem aqui. - ele disse saindo da sala ao lado.
— Está pronto? - Barry disse.
— É...
— O que vocês vão fazer?
— Julian pode ser a única coisa ligada ao Savitar agora. Nós percebemos que Savitar e Alquimia tem a mesma voz, por isso achamos que não existe um Alquimia e que, na verdade, é o Savitar falando atravéz do Julian.
— E o que isso quer dizer? - eu disse.
— Que podemos sincronizar sua mente com a pedra e isso vai nos permitir falar diretamente com o Savitar. Julian, se quiser se livrar disso, precisa confiar na gente.
— Ok. Mas você sabe que ainda vou continuar não gostando de você, não é, Allen?
— Claro...

Descemos para o laboratório, onde Cisco já havia montado tudo para Julian.

Ele sentou-se em uma cadeira e Cisco o conectou a um equipamento.
— Respire fundo. Tudo bem?
— Sim. - ele disse nervoso.
— Conte de trás para frente, começando do dez.
— Dez... - Julian adormeceu.
— Isso foi rápido.
— Quanto tempo para isso funcionar? - Barry perguntou.
— Não sabemos. Talvez demore um minuto pro cérebro...

Julian gritou, interrompendo Caitlin.
— Olá, Barry. - ele dizia com uma voz diferente. - Já faz um tempo.
— Savitar.
— Nenhum de vocês está ajoelhado. É inteligente curvar-se perante uma divindade. - ele nos olhava com desprezo.
— Você não é um deus.
— Para ser, é só fazer as pessoas acreditarem que você é um.
— Ninguém acredita em você. - eu disse.
— Você deveria, Daphne. Eu possuo um grande poder de vida e morte sobre vocês.
— Como você sabe tanto sobre nós? - Iris perguntou.
— Eu conheço você Iris... Daphne, Caitlin, Cisco, Joe, Wally, o Wells falso. Conheço seus medos, suas fraquezas. Conheço vocês melhor do que vocês se conhecem. Eu conheço seus destinos... Um trairá vocês. Um morrerá. Outro sofrerá um destino muito pior que a morte. Esse é o conhecimento que eu trago para vocês, sobre o eterno fim de vocês.
— Quem é você? - Barry disse.
— Eu sou o futuro, Flash.
— O que você quer de nós?
— Tudo! - ele esbravejou. - Tudo o que você tirou de mim, eu quero de volta. E eu vou pegar de volta. Então, eu vou destruir você.
— Então, por que não destruiu ainda? Se você é tão poderoso, por que não mata todos nós e acaba logo com isso? Porque você não pode.
— Você fez isso comigo. Você me prendeu na eternidade. Você do futuro, fez isso comigo, Barry. E a hora da minha vingança chegou. Minha liberdade não acabou. Vocês irão sentir minha ira. A ira do Savitar!

Barry desconectou o aparelho de Julian, o trazendo de volta.
— Funcionou?
— É...
— Aquilo foi tão assustador, quer dizer, muito assustador, com a voz e as profecias. Quer dizer, aquilo foi assustador, não foi? - HR disse. - Acho que vou tomar um café e deitar.

Me aproximei de Caitlin e Cisco.
— Vocês acham que o que ele disse... um de nós nos traindo e um outro... morrendo... Será que pode ser verdade?
— Se foi mesmo o Barry do futuro que o deixou com raiva e o trancou em algum lugar, então talvez ele saiba o que acontece conosco no futuro. - Cisco disse.
— Ele não sabe. - Barry falou atrás de nós. - Ele nunca vai sair de onde está preso.
— E como deveríamos parar ele? - Joe perguntou.
— A Pedra. - Jay se aproximou.
— Jay está certo, a Pedra vem sendo a chave de tudo. Era como ele controlava o Julian, como ele criava mais metas.
— Então destruímos a Pedra e Savitar vai embora para sempre? - perguntei.
— É impossível destruí-la. - Julian disse. - Ela existe desde sempre, e existe uma razão por isso.
— Por que não enterramos ela de novo no lugar que você achou? - Wally disse.
— Alguém acharia e voltaremos aonde estamos agora.
— Temos que fazer ela desaparecer para sempre e só tem um jeito. Jogá-la na Força de Aceleração. - Jay disse.
— Espera, você consegue fazer isso? - Wally perguntou animado.
— Com certeza. A Força de Aceleração é uma eternidade própria. Uma fonte infinita de tempo e energia. Seria como procurar depois que perdida no espaço. - Jay se direcionava a Barry agora. - Nós correremos o mais rápido possível. Você corre atrás de mim, com a minha velocidade mais a sua e quando você tiver o suficiente, jogue-a para a Força de Aceleração.
— Isso vai funcionar?
— Vamos descobrir.

Jay e Barry foram vestir seus trajes e em seguida desceram para tentar jogar a Pedra na Força de Aceleração. Ficamos olhando pelo monitor o que estava acontecendo.
— O Jay está correndo muito rápido. Talvez isso funcione. - Caitlin disse.

Em seguida, um portal começou a se abrir. Barry então jogou a Pedra dentro dele, mas sumiu logo depois, junto a ele.
— O que aconteceu? - disse preocupada.
— Eu não sei.

Se passaram minutos até Barry voltar.
— Ei, o que aconteceu? Você e Jay desapareceram.
— Estou bem. Estou feliz em vê-la. - ele me abraçou.
— Cadê o Jay?
— Decidiu voltar para a Terra 3, mas ele queria desejar a todos um feliz Natal.
— Então, funcionou? A Pedra? - Joe perguntou apreensivo.
— Sim. Está perdida na Força de Aceleração.
— Ótimo.
— Não sei vocês, mas ser controlado por um deus da velocidade que irritamos no futuro é o bastante para matar meu espírito Natalino. - Cisco disse desanimado.
— Pessoal, a hora do Natal chegou. Precisamos de um pequeno Natal. Nesse minuto. Quem está comigo? BA?
— Ele tem razão. É Natal, deveríamos estar juntos. - Barry disse.
— Estou dentro se estiverem. - Joe disse.
— Certo, estaremos lá.

Julian estava saindo do Laboratório.
— Julian...
— Pra onde ele vai? - disse.
— Eu falo com ele. - Caitlin disse, indo atrás de Julian.
— Diga que ele está convidado para ir para a nossa casa, Caitlin. - Iris disse.
— Ok.
— Eu preciso ir. Combinei com o meu pai de fazer uma receita da mamãe. Espero que dê certo. - eu disse.
— Ok, nos vemos mais tarde então.
...

Estava quase tudo pronto para a ceia de Natal, meu pai e Octávia estavam terminando de decorar o prato que tínhamos feito, por isso fui para a casa dos West antes, pois tínhamos que fazer algo que eles não podiam ver.

Iris abriu a porta.
— Feliz Natal! - a abracei.
— Feliz Natal.
— Ei, DD, Feliz Natal. - HR disse, vindo me abraçar.
— Oi, HR. Feliz Natal. Meu pai e minha irmã estão vindo daqui a pouco..
— Não se preocupe. - ele disse rindo, mostrando a canetinha que mudava a sua aparencia.
— Ok.

Procurei por Barry e ele estava sentado na poltrona ao lado da árvore de Natal.
— Ei. - sentei ao seu lado. - Parece preocupado.
— Não é nada... - ele disse, pegando a minha mão. - Sabe que vencemos, não é? Derrotamos o vilão.
— Sim, eu sei.
— Ok. - Joe disse, pegando um dos presentes em baixo da arvore. - Isso é de todos nós para você Wally. Feliz Natal, filho.

Wally abriu o presente, ficando surpreso com o que tinha visto.
— É sério? - ele disse feliz, tirando o traje de Kid Flash de dentro da caixa.
— Sim, está na hora. HR nos disse que vem treinando. Desculpe por termos duvidado de você, filho.
— Você está pronto, Wallace.
— Bem vindo ao time, Kid Flash!
— Vão mesmo me chamar de Kid Flash?
— Sim, acho que vamos.

Nós rimos.

Alguém batia na porta. Barry foi atender.
— É o Josh e a Octávia. - ele disse antes de abrir a porta.

Wally guardou o seu traje.
— Feliz Natal para todos. - meu pai disse. - Não é nada comparado com o que Verônica fazia, mas espero que gostem. - ele disse, levantando a travessa.

Mas uma batida na porta nos tirou a atenção. Novamente Barry foi abrir.
— Julian! Entre.
— Oi. Depois de tudo o que aconteceu, ficar sozinho pareceu solitário, então...
— Sim, claro.
— Posso te oferecer uma bebida? Caitlin se aproximou de Julian.
— Adoraria.

Barry veio até mim.
— Gostaria de ganhar o seu presente de Natal agora?
— Claro!
— Ok. Mas eu preciso te levar em um lugar pra poder te dar. Vamos?
— Tudo bem.

Saímos da casa dos West e Barry me levou até o lugar. Era um apartamento, vazio por sinal.
— Então... - eu disse ansiosa.

Barry riu da minha euforia. Ele colocou a mão do bolso e de lá tirou uma chave.
— O quê?! Você não está querendo dizer que...
— Sim. Eu assinei um contrato e coloquei os nossos nomes nele. E se você aceitar, nós vamos morar aqui de agora em diante.
— Bar! - disse sorrindo, indo ao seu encontro, lhe abraçando. - Claro que eu aceito.
— Não sei o que acontecerá no futuro, só sei que aqui e agora quero passar cada momento que eu poder com você. - ele me olhava com doçura. - Você é a primeira coisa que eu quero ver quando acordar e a ultima que eu quero... - o interrompi com um beijo. Como eu o amava.
— Barry, você não vai acreditar no meu presente... Ele vai se encaixar perfeitamente com esse momento... com o nosso futuro... com esse apartamento. Com a nossa casa!
— O que é? Um chaveiro?
— Não, seu bobo. - disse rindo.

Peguei a caixinha com o sapatinho, que estava na minha bolsa e o entreguei.

Ele não fazia ideia do que era, por isso ao abrir e ver o que tinha dentro ficou surpreso.
— O quê?! Você está...
— É. Nós vamos ter um filho, meu amor.
— Daphne! - ele disse com um brilho nos olhos.

Barry me abraçou e me beijou.
— Quando você descobriu?
— Faz dois meses. Só a Iris e a Felicity sabiam. Foi difícil esconder de você, mas eu queria te dar esse presente de Natal e à nossa família.
— Você é uma mulher maravilhosa, sabia? Eu não posso acreditar, eu vou ser pai! - ele dizia, agora acariciando minha barriga.

Ver Barry assim, radiante, me fazia a mulher mais feliz do mundo.

Voltamos para a casa dos West para contar a novidade a todos.
— Ei todo mundo. - Barry disse ao entrar. - Eu preciso dizer uma coisa.
— Então diz logo, cara. - Cisco disse. - Você sabe que eu sou ansioso.
— Joe, Josh, vocês vão ser avôs!
— O quê? - meu pai disse, quase se engasgando com sua bebida. - A Daphne está grávida?
— É pai. Você vai ser vovô.
— Filha! - meu pai disse abrindo um sorriso. - Eu vou ter um netinho.
— É, o senhor vai.
— Então eu vou ser titia?
— É, Octávia.
— Parabéns, minha querida! - Joe disse me dando um abraço.
— Parabéns, Dean e Allen. Julian disse de longe.
— Daphne, eu estou tão feliz por você! - Caitlin disse, me abraçando.

Cisco, Wally e Barry chegaram no mesmo instante, fazendo do abraço de Caitlin um abraço coletivo.
— Cara, eu nem acredito que vocês vão ser pais. Eu vou ser o padrinho dessa criança, não é, Daphne?
— Claro, Cisco!

Nós rimos.
— Eu vou ensinar esse carinha a jogar muito vídeo game.
— Ei, BA, DD! Parabéns! - HR nos abraçou. - Opa, esqueci que não posso te chamar de DD.
— Por hoje passa, HR.

Nós rimos.
— Olha só. - Octávia disse na janela. - Está nevando.
— Mas não tinha previsão de neve para hoje...! - HR disse.

Olhei para Caitlin, pois só ela poderia estar fazendo aquilo. Fiquei preocupada que ela virasse Nevasca novamente, mas ela sorriu para mim, dizendo de longe "está tudo bem".
— Hoje é Natal, HR. - ela disse. - Natal sem neve... não é Natal.

Caitlin tinha razão. Essa noite merecia toda a magia que o Natal trás.