Saving Love

Capítulo 22


Era como se o dia estivesse sentindo o que nós estávamos. Era nublado, cinza, triste e chuvoso.

O time Flash estava todo no enterro de HR. Quando poderíamos pensar que sentiríamos tristeza ao falar dele?
— Quando o HR chegou nessa Terra, confesso que não gostava muito dele, mas com o passar do tempo eu comecei a enxerga-lo de modo diferente. Eu sabia que ele era especial. O modo como nos fazia rir, as piadas sem graça, os comentários fora de hora... - Barry segurou firme a minha mão. Respirei fundo. - Eu sempre soube o quão bom ele era e o quanto ele queria mostrar que era um herói... - sentia minha voz sumindo, dando lugar as minhas lágrimas. - Quando HR trocou de lugar comigo, ele disse que era isso que um pai faria por um filho. Nós com certeza tínhamos esse sentimento um pelo outro. - fiz mais uma pausa. - Eu nunca vou poder agradecê-lo pelo que fez por mim, mas juro que não vou desperdiçar essa nova chance. - disse, beijando uma rosa e colocando no local onde ele tinha sido enterrado, junto com uma de suas baquetas.
— Obrigado por acreditar em mim, HR. - Wally disse, fazendo o mesmo com a sua rosa.
— Valeu por tudo, cara. - Cisco disse.

Olhei para Barry e vi ele olhando para além de algumas árvores. Havia alguém lá.
— Quem é?
— É a Caitlin. Eu já volto.

Cisco e Julian se juntaram a Barry, indo atrás dela.

Eu então me aproximei de Iris.
— Obrigada por ter feito aquilo ontem. Eu não ia conseguir.
— Eu sei. Você ainda sofre pelo que fez. - ela me abraçou. - Eu faria qualquer coisa para proteger o Barry.

Depois do enterro, eu e Barry fomos para casa.
— Estou tão cansada! Nem acredito que isso tudo acabou.
— É... E isso me lembra... - Barry correu até o quarto e trouxe consigo uma caixa. - Podemos oficialmente enviá-los.
— Enviar o que?
— Os convites do nosso casamento. Acho que agora é seguro.
— Você fez os convites do nosso casamento sozinho?
— Fiz. Por que? Não gostou?
— Claro que gostei. Só fiquei surpresa. Já marcou a data então? Para quando vai ser?
— O mais rápido possível. – ele sorriu. - Então... Você está pronta para ser Daphne Dean-Allen?

Sorri, feliz. Mas antes que eu pudesse dizer algo, ouvimos um barulho.
— O que foi isso?

Do nada, o apartamento começou a tremer.
— Eu nunca ouvi falar de um terremoto em Central City. - falei assustada.

Sem saber muito o que estava acontecendo, Barry decidiu ir até o STAR Labs. O lugar estava destruído devido a explosão que Savitar tinha causado.

Encontramos todos lá.
— Acharam alguma coisa?
— Tudo fritou. - Cisco disse, mexendo em algumas coisas. - Vou tentar ligar ao satélite.
— A Universidade de Central City constatou um terremoto de 6.6 na escala Richter. - Julian disse, olhando o celular.
— Não foi um terremoto. – Cisco disse.
— Então o que foi?
— Terremotos vêm de baixo. Isso é outra coisa.

Sentimos um novo tremor, dessa vez mais forte.
— Está ficando feio lá fora. - Jay disse entrando.
— Os serviços de emergência logo ficarão sobrecarregados. - Iris falou.
— Pessoal, 7.2 esse último.

Cisco então conseguiu conectar o computador ao satélite.
— Pessoal...
— O que é essa coisa? - Wally perguntou.
— Com certeza não é uma fenda.

No monitor, aparecia algo completamente instável sobre a cidade.
— Santo plutônio. O que emite essa quantidade de energia?
— A Força de Aceleração. – Jay disse.
— Mas o Savitar morreu. - Joe disse.
— Esse é o problema.
— É a prisão da Força de Aceleração. - Cisco disse.
— Precisa de alguém para ocupa-la. Quando me libertou, esvaziamos ela. Sem um prisioneiro...
— Fica instável. E agora está “sangrando” energia em nossa Terra.
— Como paramos isso? - perguntei.
— Dando a ela o que ela precisa.
— E o que seria?

Raios começam a cair na cidade. Fomos até o lado de fora.
— A Força de Aceleração está desequilibrada. Preciso estabiliza-la. - Barry disse.
— Mas como?
— Correndo até ela.
— O quê? Não, você não vai. Barry, você vai ficar preso lá para sempre.
— Se eu não for, a cidade inteira, talvez o planeta inteiro pode ser destruído.
— Cisco! Tem que ter outro jeito, não é? - falei desesperada. - Barry, Central City precisa do Flash.
— E eles vão ter um. – Barry olhou para Wally, indo o abraçar. - Posso contar com você?
— Claro, cara.
— Barry... Wally e Jay disseram estar no inferno... - sentia as lágrimas chegando.

Uma luz então tomou conta da rua e uma mulher ruiva estava nela.
— Barry, é sua mãe. – Joe disse surpreso.
— É a Força de Aceleração. - Barry disse.
— Barry não está indo para o inferno. - a mulher que parecia com Nora disse. - Mas, como todos os corredores, ele alcançou a linha de chegada. A corrida dele acabou.
— Não pode leva-lo com você!
— Ela não está me levando a lugar nenhum. Eu tenho que ir. - Barry falou sereno.
— Por que? Por que você está sendo punido? - falei chorando.
— Tudo isso começou com o meu erro, com o Flashpoint. Essa é minha penitencia. Minha redenção. Mas eu quero que saiba uma coisa. - ele segurou meu rosto entre suas mãos. - Não me arrependo de ter feito. Eu faria qualquer coisa para te salvar.
— Meu menino lindo... é hora de descansar. - Nora dizia.

Barry acenou com a cabeça, indo se despedir de Cisco, Julian e Joe.
— Todo esse tempo estávamos tentando salvar a Daphne e vai me dizer que deveríamos estar tentando salva-lo também? - Joe disse.

Barry riu.
— Você já me salvou, Joe. Você resgatou um menino de onze anos com o coração partido, o deu um lar e muito amor. Nenhum filho sentiu tanto amor por um pai.
— Nenhum pai sentiu tanto orgulho de um filho. - eles se abraçaram.

Senti uma mão no meu ombro, era Iris. A abracei forte, chorando em seu ombro.

Barry veio até nós e segurou a mão de Iris.
— Vou precisar de você aqui ajudando todos.
— Eu faria qualquer coisa por você, Bar. - Iris o abraçou, chorando.
— Barry, está na hora. - Nora disse mais uma vez.
— Barry... isso não é justo. - falei chorando.
— Eu sei.
— Era para termos o nosso final feliz. - o segurei pela camisa. - Eu estou pronta para ser Daphne Dean-Allen.

Barry segurava o meu colar de pedra verde, que tinha me dado em um natal.
— Lembra o que eu falei quando te dei ele?
— Que era para mim sempre lembrar de você.
— Isso. Sempre que tocá-lo, lembre o quanto eu te amo! - ele abriu um sorriso.

Algo dentro de mim começava a se despedaçar. Sentia que ia desmoronar a qualquer momento.
— Ei, por favor, não chore. – ele acariciava o meu rosto. - Preciso que fique forte aqui, por todos, ok? Precisa continuar vivendo sua vida. Continue crescendo. Continue amando. Continue correndo, por mim. – ele levantou meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos. - Me prometa que irá correr, Daphne.
— Não, Barry. - sentia minha voz sumindo em meio as lágrimas.
— Por favor.

O olhei e seus olhos verdes brilhavam. Lembrei da primeira vez que o vi. Eu senti que ele mudaria minha vida e estava certa.
— Eu prometo. - cedi.

Barry levou minha mão direita a sua boca, beijando o meu anel de noivado.
— Eu te amo tanto. - passei minha mão pelo seu rosto.
— Eu também.

Encostamos nossos rostos um no outro e depois nos beijamos. O beijo de Barry era acalentador e protetor. O abracei forte e encostei minha cabeça no seu pescoço, sentindo o seu cheiro uma última vez.
— Eu tenho que ir. - ele disse.

Barry se afastou, olhando para todos nós pela última vez, dando um sorriso, e então nos deu as costas, indo em direção a sua mãe, entrando na Força de Aceleração.

Quando eles sumiram da nossa vista, todos os raios pararam e a destruição na cidade cessou. Apesar disso, senti que aquilo tinha deixado meu coração ainda mais machucado e sem saber se um dia eu poderia ver Barry novamente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.