Capítulo 17

Na minha frente, a tela do computador me encarava. Tinha terminado de escrever minha matéria sobre Marcus e sua gangue. Estava tudo pronto, bem ali, só esperando que eu apertasse o "enter" e publicasse a matéria.
— Terminou de escrever? - Barry disse, atrás de mim.
— Sim.
— O Joe mandou uma mensagem dizendo que a polícia já está a caminho do gabinete do prefeito. Mas você não está com a cara de um repórter que tem a matéria do ano nas mãos.
— Eu sei... É que... Acho que estou com medo.
— Medo de quê?
— De publicar. Essa história só me trouxe desgraça...
— E se você deixar ela simplesmente ir embora? Talvez todo esse sentimento ruim vá também.

Olhei para Barry e percebi que talvez ele tivesse razão.

Barry se aproximou mais de mim.
— E se nós fizéssemos isso juntos?

Hesitei, mas Barry pegou minha mão e posicionou o meu dedo no enter, colocando o seu por cima.
— Está pronta?

Fiz que sim com a cabeça.

No mesmo instante, ele pressionou o seu dedo no meu, publicando a matéria no site do Picture News.
— Viu, nem foi tão difícil.

Eu ri.
— Seu bobo. – bati no seu ombro.
— Ai!
— Desculpe! Seu ombro ainda dói?
— Um pouco, mas já estou quase curado.

O olhei nos olhos e dessa vez coloque minhas mãos no seu rosto.
— Obrigada por ser tão incrível. Eu te amo.

Barry aproximou seu rosto do meu, me beijando. Foi longo e cheio de vontade. Mas instantes depois, ele recuou.
— Eu ia adorar passar o dia todo aqui com você. - ele acariciava o meu rosto. - Mas eu preciso ajudar o Wally.
— Falando nisso... Eu estou percebendo que está preocupado.
— É claro que eu estou. - ele deu um sorriso falso. - O Wally está preso na Força de Aceleração, passando por coisas que eu nem posso imaginar.
— Tem certeza que é só por isso?

Barry então sentou ao meu lado. Parecia finalmente derrotado por mim.
— Eu não vou mentir para você, Daphne. Eu me sinto culpado. Me sinto culpado por tudo o que está acontecendo. E dessa vez é diferente, por que eu sei que é culpa minha.
— Não é, Bar.
— Claro que é. Savitar estava certo. Isso tudo é culpa minha. Culpa da minha fraqueza. O Flashpoint, foi por isso que a vida de todos mudou. E o mais controverso de tudo é que eu fiz isso para te salvar. Para salvar as pessoas que amo. E mesmo tendo conseguido, eu ainda continuo tentando te salvar e fiz com que todos que eu amo sofram. Se eu não tivesse voltado no tempo... - ele passou a mão pela cabeça.
— Se você não tivesse, eu provavelmente não estaria aqui agora.
— Eu deveria ter prestado mais atenção naquela noite. Eu podia ter pego aquela bala. Eu podia...
— Barry! Eu sei que é um super-herói, mas você não é um deus! Não pode saber o que vai acontecer. Aquilo não foi culpa sua.
— Eu tive tanto medo de te perder naquela noite. E o medo nos obriga a fazer coisas que não devíamos, Daphne. O meu medo é o motivo disso tudo.
— Nós vamos deter o Savitar, Barry. Juntos. - toquei o seu rosto, o fazendo olhar para mim. - Vai ficar tudo bem.

O beijei e ele pareceu relaxar.
— Você já tem ideia do que vai fazer?
— Sim. Vou entrar na Força de Aceleração de novo. Ninguém deveria ter que pagar pelos meus pecados. E não irão.
— Mas se você entrar... Barry, eu não suportaria ficar sem você de novo.
— Vai ficar tudo bem. Eu prometo.
...

Fomos ao STAR Labs e Barry tinha dito o seu plano a todos.
— Espera. – Joe disse. – Estou tentando entender. Você voltará para a Força de Aceleração? Savitar disse que ficou lá por anos. Você disse que era como estar no espaço.
— Eu sei.
— Então vai fazer o quê? Entrar lá e correr até acha-lo? É interminável!
— Eu sei. Mas é a única forma de salvá-lo.
— Precisamos de um plano. Não quero perder meus dois filhos.
— Olha, pessoal... – HR disse. – Não entendo a Força de Aceleração, mas há muitos aqui que entendem.
— Assumo que há um “ponto” vindo? – Cisco comentou.
— Meu ponto é, porque não usam seu conhecimento para criar uma precaução de segurança para o jovem BA, para que quando ele esteja na Força de Aceleração, não se perca lá.
— Acha que posso tirar do nada uma corrente interdimensional para ancorá-la ao universo?
— Sim.
— Isso é exatamente o que posso fazer. – Cisco disse, se dando conta.
— Isso! – HR abriu os braços empolgado. – Agora estamos cozinhando com hélio.
— Sim, posso adicionar um componente biológico que mede seus batimentos enquanto estiver por lá. – Julian disse.
— Foi uma ótima ideia. – Caitlin falou.
— Obrigado, Cait. – HR disse se vangloriando.
— Se puder monitorar seus batimentos saberemos se oscilarem, assim podemos tirá-lo de lá.
— Tirar-nos de lá, você quis dizer. – Jesse falou. – Isso mesmo. Se irá até lá salvar o Wally, irei também.
— Jesse, você ficará aqui. – Barry disse.
— Por que se seu pai descobrir que se perdeu em um mundo negativo o primeiro a ter o nariz quebrado sou eu. – HR complementou.
— Barry, você precisa de mim. – Jesse se aproximou de nós. – Seu ombro ainda está quebrado.
— Estou bem. Já está quase curado.
— Eu posso fazer isso! – ela o suplicava.
— Eu sei. Mas preciso que fique e proteja a cidade em minha ausência. E isso é algo que tenho que fazer sozinho, tá bom?
— Certo. – ela não parecia feliz, mas cedeu.
— Obrigado.

Quando Jesse saiu, chamei Barry até um canto.
— Quando diz que precisa fazer isso sozinho... realmente parece que está indo cometer um ato de loucura.
— Vai ficar tudo bem.
— Barry! – fiz ele me olhar nos olhos. – Está prestes a arriscar sua vida para salvar o seu irmão. Não me diga que vai ficar tudo bem, porque não vai. Eu não sou idiota, Barry. Nós escutamos o que Savitar falou. Wally ficou em seu lugar para que ele pudesse sair. Se você vai tirá-lo de lá... É porque vai ficar no lugar dele.

Barry parou por um instante olhando para o nada, respirando fundo.
— Confia em mim?
— Claro, mas...
— Então. Vai ficar tudo bem, ok?
— Ok. – disse mesmo sentindo que nem tudo estava tão bem assim.

Descemos para a sala da brecha e Cisco já estava lá com tudo pronto.
— Ok. – ele tinha colocado algum tipo de aparelho no emblema do traje de flash de Barry. – Está voando aqui.
— Voando? Como assim? – Joe disse confuso.
— Bom, eu não tenho um mapa da Força de Aceleração enquanto vibrar Barry para lá.
— Não tem ideia de onde vou pousar. – Barry completou.
— Mas a boa notícia é que se ele ficar preso no lado errado do curso, agora podemos pescá-lo de lá.
— Então vamos torcer para que isso não aconteça. – falei.

Joe se aproximou de Barry, o abraçando.
— Encontre o meu garoto.
— Farei o que for preciso.

Em seguida, Iris se aproximou de Barry, o abraçando também.
— Obrigada, Bar!

Ele apenas acenou com a cabeça.

Fui até ele, parando alguns passos em sua frente. Não sabia o que dizer.
— Isso não é uma despedia, ok? – ele disse, me trazendo para perto, beijando meu pescoço.
— Você não sabe disso.
— É claro que eu sei.
— Barry... – o abracei ainda mais forte e falei no seu ouvido. – Eu não vou suportar ficar sem você. Depois de tudo o que aconteceu nos últimos meses... Eu não vou!
— Ei! – ele segurou meu rosto. – Você é forte, Daphne. E não precisa ficar assim! Eu vou voltar. Por você!
— É bom mesmo. Porque senão eu vou atrás de você e te trago de volta pelas orelhas.
Barry riu.
— Eu te amo.
— Eu também. – o beijei.
— Pronto? Podemos começar. – Cisco disse.

Barry e Cisco então se juntaram e uma tempestade se formou ao redor deles. Barry desapareceu em seguida.
...

Já haviam se passado algumas horas desde que Barry tinha ido embora. Eu estava no cofre do tempo, olhando o jornal do futuro quando HR passou pelo corredor gritando.
— Por que você pediu o expresso simples, Cisco? Tinha que ser pelo menos um duplo. Eu beberia até um triplo. Isso não me afeta nem um pouco. Poderia tomar um quadruplo, um sêxtuplo... – ele tinha visto o cofre aberto e colocou metade do seu corpo para dentro. – Ei, DD. Você está aí! – ele disse bebendo um copo de café. - Vou pegar um pouco de café para todos nós. Você quer? Temos muito o que fazer. Um monte de coisas para fazer. Oh meu Deus, isso não me afetou. Isso não me afetou nem um pouco!
— Muita cafeína aí, não é? – disse rindo.
— Oh meu Deus. – ele se aproximou de mim, colocando sua mão na cabeça. – Eu acho que sim. Mas o que faz aqui vendo esse jornal?
— Eu não sei... Acho que vim com esperanças de que ele tivesse mudado.
— Mudado...?
— É... Essa matéria do desaparecimento de Barry em 2024 foi escrita pela Iris.
— Minha nossa. Iris West-Allen? O Barry e a Iris são casados no futuro
— É o que parece. Mas o Barry me disse uma vez que veio aqui e o jornal tinha mudado. Eles não eram casados mais.
— E eu presumo que esse jornal mudou quando Barry voltou no tempo.
— É. O Barry me disse aqui que o Savitar ia me... enfim. – bufei. – Eu ainda estava grávida quando ele me contou. Planejamos tantas coisas pro futuro... O nosso casamento...
— As coisas ainda podem mudar, DD.
— E se for tarde demais?
— Bem, eu não sou vidente para prever o futuro, mas acho que a história de vocês é muito intensa para acabar assim.

Dei um meio sorriso.
— Então, vamos pegar mais café?

Dessa vez eu ri de verdade. Como uma pessoa poderia gostar tanto assim de café?
...

No laboratório de Cisco; ele, Julian e Caitlin tentavam descobrir algo sobre o pedaço da armadura de Savitar.
— E aí? Encontraram algo novo?
— Achamos que talvez isso seja algum novo tipo de metal. – Julian disse.
— É como a caixa da pedra filosofal, ela, simultaneamente, existe e não existe. – Caitlin o complementou.
— É como o gato de Schroeder. – HR disse.

O olhamos confusos.
— Não lembram de Schroeder? O cara com o gato na caixa que estava vivo e morto ao mesmo tempo. A propósito, isso me parece crueldade com os animais.
— Acho que você está falando de Schrödinger, não? - Cisco disse.
— Schrödinger? Não!
— Sim, porque Schroeder é o cara do Snoopy.
— Eu acho que não. – HR me olhava, como se pedisse ajuda.
— É, aquele do piano.
— Charlie Brown tem o piano em minha Terra. Essa é a graça, por que ele não sabe tocar.
— Meu Deus! – Jesse disse impaciente, chamando nossa atenção. – Quem se importa com gatos, pianos ou a porcaria de Snoopy. Vocês estão analisando esse pedaço da armadura por horas, podemos ou não usar para rastrear o Savitar?
— Tudo bem, relaxa! – Cisco disse.
— Por enquanto sabemos que o fragmento é feito de um novo material quase sem atrito que está constantemente em estado de fluxo. – Caitlin disse. - Então, enquanto está totalmente parado por fora, está constantemente se movimentando por dentro.
— É como se estivesse sendo afetado por alguma fonte externa, como as marés são afetadas pelas fases da lua. – Julian complementou.
— Certo, então deve ser o Savitar. – Jesse disse apressada. – Isso é parte da armadura dele, talvez esteja tentando se juntar às outras peças.
— É isso! – Cisco disse. – Se isso for verdade, esse fragmento pode nos levar direto para ele.
— Ok. Então o que estamos esperando?
— Jesse... – falei. – Eu acho que está sendo impulsiva. E foi exatamente esse tipo de atitude que colocou o Wally em problemas. E até mesmo o Barry. Ele foi atrás do Savitar e acabou com o ombro quebrado.
— Eu concordo com a Daphne. – Julian disse. – Um velocista sozinho não é páreo para o Savitar.
— Sim, mas...
— Jesse... Nós vamos encontra-lo.
— Mas quando?
— Quando o Flash de verdade estiver de volta. - HR disse.
— Uau. - Jesse pareceu não acreditar no que ouviu, por isso saiu do laboratório.
— Isso soou mal. Fiz besteira.
— Deixa que eu falo com dela. – disse.

Fui atrás dela.
— Jesse.
— Eu quero ficar sozinha.
— Ei. – a alcancei. – Eu entendo, ok. Entendo sobre o Savitar. Ele fere quem você ama e você quer ferir ele.
— Pode apostar que eu quero!
— Pode ter certeza que eu entendo muito bem esse seu sentimento. Mas estou preocupada com você. Sabe, com essa sua vontade de revidar, você pode sair ferida. Não só por fora, mas também por dentro.
— Na minha Terra eu sou o Flash verdadeiro.
— Eu sei. Todos nós sabemos. O HR se expressou mal e se arrepende muito do que disse.
— E deveria mesmo, porque eu já lutei contra muitos monstros antes.
— Eu tenho certeza disso, mas como o Savitar eu acho que não.

Ela parecia absorver o que eu dizia... Ou não.
— Olha só, se seu pai estivesse aqui...
— Ele faria de tudo que pudesse para impedir Savitar. E é exatamente o que farei!

Bufei com a teimosia de Jesse.
— Você realmente é filha do Harry. Vocês dois tem cabeça dura.
— Pois é. E você não é a minha mãe.

Respirei fundo.
— Jesse, me escuta. Lutar sozinha contra o Savitar não vai trazer o Wally de volta. Isso só vai acabar te matando.
— Terminou? Olha só, eu entendo que tudo o que está falando é por causa do que aconteceu com você e seu bebê... Mas eu não sou você! Eu sou uma velocista, posso fazer coisas que nem imagina e você não é a minha mãe. Então nos faça um favor e pare de tentar ser. – ela disse indo embora correndo.

Aquilo definitivamente tinha sido como um golpe.
— Uau. – HR se aproximou. – Parece que alguém estava com raiva.
— Pois é. E eu não a culpo. A Jesse está certa. Eu estava tentando cuidar dela porque lembrei do meu bebê. Lembrei do que causei a ele e não queria que ela se machucasse também.

HR me abraçou.
— Talvez eu possa falar com ela, afinal de contas eu tenho o rosto do pai dela. Posso imitar o jeito turrão dele. O que acha?

Eu ri. Só HR poderia me tirar uma risada nessas situações.
— Acho que não vai adiantar muito.
— Mas eu posso tentar, não é mesmo?
— É.
— Pessoal, nós temos um probleminha aqui em baixo. – Cisco disse pelo alto falante.
— Vai lá, eu cuido da Jesse.
— Tá.

Desci até a sala da fenda e vi todos muito agitados.
— O que aconteceu?
— Lembra daquele “GPS” que eu botei no Barry? Pois é, ele parou de funcionar.
— O que? Por que? O que aconteceu?
— Não sabemos ainda, mas eu fui até a Terra-3 e falei com o Jay. Ele foi atrás do Barry.

Cisco então abriu de novo a fenda para a Força de Aceleração. Ela parecia mais instável que o normal.
— O que está acontecendo? – Julian perguntou. – Acha que pode traze-los?
— Eu não sei. Parece que a Força de Aceleração está prestes a...

Do nada algum tipo de explosão aconteceu, e Barry e Wally saíram lá de dentro.
— Ai meu Deus. – eu disse indo até Barry, que estava caído no chão. – Vocês estão bem?
— Iremos ficar. – ele disse, se levantando.
— Espera aí... – Cisco indagou. – Três velocistas entraram e só dois saíram.
— Jay ficou lá para salvar o Wally.

Ficamos em silêncio por um instante, até que Caitlin o quebrou, levanto Wally para ser examinado. Ele parecia assustado.
— Achei que tinha perdido meus dois garotos. – Joe abraçou Barry. – Obrigado por trazê-lo de volta.
— De nada.

Em seguida todos cumprimentaram Barry e nos deixaram sozinhos.
— Achei que tinha te perdido também. – o abracei forte.
— Estou bem aqui.
— O que aconteceu lá?
— Muitas coisas... Eu vi o Eddie.
— O ex noivo da Iris?
— É. Na verdade era a Força de Aceleração.
— Espera. – falei confusa. – Ela simplesmente apareceu para você como Eddie Thawne?
— É. E como Ronnie e Snart.
— Mas por que ela fez isso?
— Só para ensinar uma lição.
— Qual lição?
— Hum... Antes eu preciso te dizer algo. Eu vinha fazendo testes com o Wally antes disso tudo acontecer. Ele conseguiu ser rápido o suficiente para te Salvar do Savitar, Daphne. Enfim...E aí tudo isso aconteceu e quando eu fui atrás do Wally, o meu plano era ficar no lugar dele, porque eu achava que ele era mais rápido que eu e ia conseguir te proteger. Me desculpe por não te dizer que faria isso.
— Eu já esperava por isso, Barry. Afinal de contas esse é o tipo de herói que você é. Dá a vida pelos que ama. Mas e a lição?
— Bem, a lição é que te salvar é minha responsabilidade. Só minha. Por isso a Força de Aceleração não me deixou substituir Wally. Por isso Jay se sacrificou para fazer isso. Para eu acabar com isso.
— Não podemos deixa-lo lá, Barry.
— Não deixaremos. Derrotarei o Savitar e o tiraremos de lá.
— Ótimo, por que parece que a Força de Aceleração é um lugar meio... maluco. O Wally não parece bem.
— É... O que o Wally viu vai assombrá-lo por um tempo. Então até que ele supere isso e esteja pronto para ação, o Kid Flash precisará dar uma pausa por um tempo.
— Oh meu Deus. – HR disse irrompendo pela sala. – Você voltou, BA. – ele abraçou Barry.
— Pois é, HR.

Percebi mais alguém entrando. Era Jesse e ela estava com o rosto machucado.
— Jesse? O que aconteceu? – Barry a perguntou.
— Ela foi atrás do Savitar. – HR se adiantou. – Mas por sorte eu a ajudei e nada de grave aconteceu.
— Onde estava com a cabeça? Podia ter acontecido algo muito pior com você!
— Eu sei. E agora eu vejo que foi um erro. Um que não vou mais repetir. Pelo menos não mais nessa Terra.
— Espera. Você vai voltar para a Terra-2?
— Terra-3 na verdade.
— Mas você acabou de chegar aqui. E o Wally?
— Eu sei... Já falei com ele e vamos continuar juntos. Mas é que... Savitar disse que tem planos para mim no futuro. Não posso deixar isso acontecer. Além disso, até que você liberte o Jay, a Terra-3 precisa de um Flash para protege-la.
— Se é assim...- Barry a abraçou. – Estaremos aqui se precisar, ok? Viaje com cuidado.
— Obrigada.

Ela se aproximou de HR.
— Foi mal pelo... – ela fez um movimento com o braço, imitando um soco.

Não tinha reparado, mas HR tinha o lado direito da boca um pouco machucado.
— Você tem um bom gancho de esquerda.
— Obrigada. – ela disse sorrindo.
— Eu não deveria estar surpreso. Nós, Wells, somos forças com que podem contar.
— Sim, nós somos.

Jesse então veio até mim.
— Acho que te devo um pedido de desculpas.
— Não precisa...
— É, precisa sim. Eu não deveria ter falado com você daquele jeito. Você só estava tentando me poupar de uma dor maior. Eu sinto muito.
— Tudo bem, Jesse.
— Sabe, você vai ser uma ótima mãe. Qualquer pessoa teria sorte em tê-la.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas.
— Obrigada, Daphne.
— Pelo que?
— Por ser uma amiga.

A abracei. Jesse era uma boa menina.
— Mostre aos violões da Terra-3 que ninguém mexe com a Jesse Quick, ok?
— Pode deixar.
— Alguém aí pediu uma viagem para outra Terra? – Cisco disse entrando na sala da fenda. - Pronta?
— Sim.

Cisco então abriu a fenda e Jesse foi embora.

Nos entreolhamos por um segundo e percebemos que HR ria.
— Então... – ele disse. - Em um acontecimento, feito por nossa corajosa Jesse Quick em sua recente briga com o deus da velocidade... adivinhem quem sentiu dor.
— O que está dizendo? – Barry disse. - Que debaixo da armadura ele é...
— Sim... Ele não é um deus. Ele é só um homem, baby.

Olhei para Barry e vi esperança em seus olhos depois de um logo tempo.