Jamie estava linda em seu vestido enquanto entrava na igreja, acompanhada por seu pai. Ela não parava de sorrir. Aquele era o momento que ela esperava. Mesmo em momentos tão difíceis, ela estava feliz por realizar mais um sonho. E eu estava feliz. Simplesmente porque ela estava me fazendo feliz.

Eu estava tão apaixonado, que não me importava que ela estivesse doente. Não importava que não fôssemos ter muito mais tempo juntos. Nada disso tinha qualquer importância para mim. A única coisa que importava era fazer o que meu coração dizia que estava certo.

Jamie era mais do que a mulher que eu amava. Naquele ano, Jamie ajudou-me a tornar o homem que sou hoje. Com sua mão firme mostrou como era importante ajudar os outros; com a sua paciência e generosidade me mostrou o verdadeiro sentido da vida. A sua alegria e otimismo, mesmo na doença, foi a coisa mais admirável que alguma vez já testemunhei.

Aquele foi o dia mais feliz da minha vida.

[...]

Dois dias depois do nosso casamento, Jamie foi internada no hospital. Ela já não agüentava mais as dores, e decidi então, que ela ficaria no hospital, pelo menos assim ela não sentiria mais nada.

Notei que meu milagre não acontecera. E pela primeira vez achei que estava faltando alguma coisa. Eu não tinha feito meu pedido direito. Apenas desejei que ela se curasse e pronto. Esperei como se o milagre fosse cair direto em minhas mãos.

Me ajoelhei ao lado da sua cama, e fiz algo que nunca tinha feito. Rezei. Rezei com todas as minhas forças. E durante todos os três dias que fiquei ali, essa foi a única coisa que eu fiz. Ás vezes o pai dela vinha visitá-la e me acompanhava em minhas preces. Mas sempre voltava para casa, acabado. E eu o entendia. Foi ele quem sofreu todos esse anos cuidando dela e sofrendo ao vê-la adoecer cada vez mais.

Na manhã de quinta-feira, aconteceu o esperado. Jamie teve uma parada cardiorrespiratória. Chamei o médico o mais rápido que pude. Não, ela não ia morrer assim! Não! Eles trouxeram máquinas e mais máquinas. Colocaram tubos de oxigênio e preparavam o desfibrilador. Uma das efermeiras me tirou do quarto e fechou a porta.

- Desculpa mas não pode ficar aqui. Você terá notícias.

Comecei a chorar no meio do corredor. A dor de perdê-la me corroendo por inteiro. Gritei como um descontrolado. Era insuportável.

- Não! Não! NÃO! Jamie fica por favor! Não me deixe!!

Alguns médicos chegaram em mim, e falaram.

- Calma, calma. – depois disso eu senti meu corpo amolecer. Minhas pálpebras pesaram e eu comecei a cair, mas não senti a queda no chão.

[...]

Acordei meio sonolento, e não tinha noção do que acontecera. Minha cabeça girava e eu encostei a cabeça novamente no travesseiro. Ouvi algumas vozes, animadas.

- Anda, Landon. Acorda!

- É levanta logo, cara.

Abri os olhos e encarei as pessoas que me olhavam ansiosas. Tinha várias pessoas na sala, minha mãe, meu pai, o pai da Jamie, e alguns dos meus amigos. Eles formavam um círculo em volta da minha cama.

- Mas, o que vocês estão fazendo aqui? Não...peraí...cadê a Jamie?! O que aconteceu com ela?! – falei.

- Calma, rapaz. Levanta e veja você mesmo.

Sentei na cama, e eles lentamente abriram um espaço no meio, e uma figura magra apareceu em cena. Olhei o que via sem acreditar realmente. Meu coração dava saltos.

- JAMIE!!!

Levantei da cama e andei até ela. Peguei em seus cabelos, em seu rosto, seu corpo. Precisava saber se era verdade, ou se era só fruto da minha imaginação. Mas ela estava bem ali, na minha frente. Eu não acreditava.

- Como, você está viva? O que...o que aconteceu?

- Você Landon. Você me salvou.

- Os médicos disseram que foi um milagre. Minha filhas está viva por sua causa, Landon. Obrigado! - falou o pai dela.

Quando ele pronunciou essas palavras, caí de joelhos no chão e agradeci à única pessoa que me ajudou. Agradeci à Deus com todas as minhas forças por ter deixado a minha Jamie comigo. Levantei e dei um beijo nela. A beijei com todas as minhas forças. Libertando toda dor, todo o sofrimento que havia em mim. Dando lugar à um só sentimento chamado amor. Que eu sabia que com ele, eu viveria bem o resto da minha vida.

....

Fim Flashback

Hoje, respirando o ar fresco da primavera, vejo como minha vida não podia ter sido melhor. Percebo que apesar de Beaufort ter mudado, crescido e se desenvolvido, o ar não mudou. Inspiro o mesmo ar da minha infância e dos meus dezessete anos, e quando expiro volto a ter trinta anos. Mas isso não tem importância. Sorrio ligeiramente, olhando pro céu e com a minha amada ao meu lado, lembrando que ainda não tinha dito uma coisa: Eu hoje acredito em milagres!

FIM!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.