Save You

Capítulo 2


Durante as duas semanas antes da peça tive que me obrigar a ensaiar sozinho. Nenhum dos meu amigos quiseram me ajudar. Bando de traíras. Tiraram o deles da reta antes mesmo de eu pedir. Com muito esforço consegui decorar todas as minhas falas, que não eram poucas já que eu era o personagem principal.

Desde o dia em que eu discuti com a Jamie não parava de pensar em quanto eu fui idiota. Eu não deveria ter feito aquilo com ela. Mesmo meus amigos ainda faziam chacota com ela, eu jánão participava mais dessas brincadeiras.

Na escola naquele dia, era terça feira. Estava com o pessoal na frente da escola conversando animadamente, quando ela passou com uma caixa na mão.

- Belo suéter. – falou a Júlia.

Jamie olhou para ela e disse – Obrigada – e saiu.

Foi só ela se afastar e todo mundo começou a rir. Eu fiquei parado observando ela se afastar. Ao ouvir a gargalhada ela apressou o passo e entrou na escola quase correndo.

- Pára gente.

- Ah, qual é Landon. Ela usa aquele mesmo suéter desde que chegou aqui.

- É verdade. Aquelas roupas que ela usa, são muito cafonas. – completou a Júlia.

Bufei. Fui para a escola assistir as aulas. Fiquei pensando em alguma maneira de fazer ela me perdoar. Acho que aquilo que eu fiz com ela foi errado. E eu já sabia como fazer isso.

Depois das aulas, fui direto pra minha casa. Como já tinha tirado o gesso já podia usar meu carro. Deixei minhas coisas em casa e apenas almocei. Minha mãe perguntou aonde eu estava indo.

- Só vou dar uma volta.

- Não vai voltar tarde, né?

- Não.

Peguei as chaves do carro e fui até o comércio da cidade. Comprei um lindo suéter para ela e um buquê simples de flores também. Em pouco tempo eu estava em sua casa.

Parei o carro em frente. Desci com os presentes em mão e andei em direção à sua casa. Surpreso, a encontrei sentada no banco do lado de fora da casa. Quando me viu ela me encarou com os olhos semi-cerrados.

- Calma, eu vim em missão de paz.

- O que você quer?

- Já disse, eu vim em paz. Queria te entregar isso, e pedir desculpas pelo comportamento dos meu amigos...e pelo meu também.

- E porque eu deveria aceitar?

- Porque eu estou te pedindo perdão..por ter sido um idiota com você. – pedi me ajoelhando na frente dela.

- Foi mesmo. Mas porque você está me pedindo perdão? Pensei que você não ligasse para o que fazem comigo.

- Eu percebi que você não merece passar por aquilo. Se os outros te conhecessem aposto que mudariam de atitude, assim como eu estou fazendo agora. – disse e me levantei sentando ao seu lado.

- Mas você não me conhece.

- Eu sei. É por isso que também quero te convidar para jantar comigo. Vamos?

- Eu..não, Landon eu não posso...não...

- Por favor, aceite como parte do meu pedido de desculpas.

- Tá, mas você vai ter que pedir para o meu pai.

Na hora que ela falou isso, estaquei. Falar com o pai dela? Eu não esperava por essa. Não tinha me preparado para isso. O pai dela me conhecia muito bem, sabia de todos os meus ‘feitos’. Ele nunca iria deixar.

- Landon? Está desistindo?

- Não, não. É que...eu não sei se consigo falar.

- Tente – ouvi uma voz masculina falar se aproximando.

Levantei de súbito ao ouvir o pai dela se aproximar. Engoli em seco.

- Me dê boas razões, Carter, para deixar minha filha sair com você.

- Bom..err..eu..é que..

- Anda, desembucha logo. Eu não tenho o dia inteiro. Se você não tem um bom motivo pode ir embora.

- Não! Quer dizer, eu tenho um bom motivo. Eu quero me desculpar com a Jamie pelo que meus amigos fizeram com ela hoje...e pelo que eu já fiz.

- E você se acha digno do perdão dela?

- Eu..eu não sei. Mas eu vou ser digno dele. Eu vou mudar.

- Bom, se é assim, então eu deixo você ir. Mas presta bem atenção garoto. Não quero que você faça nada de mais. Vai só jantar e trazê-la de volta em segurança. Esta me entendendo?

- Sim senhor.

Ele voltou para dentro da casa, e eu olhei para Jamie que estava pálida, olhando a porta.

- O que foi?

- Nada, é só que...eu não achei que você teria coragem de pedir. Achei que você estava blefando.

- Ah. Então tá. Eu te pego aqui às oito.

- Não. É melhor ser mais cedo, eu não posso voltar tarde.

- Ok. Sete horas então. E usa o suéter que eu te dei. Até mais.

Voltei para o meu carro, antes que eu desistisse de fazer isso. Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto. Me joguei na cama e coloquei meu cd preferido para escutar. De repente minha mãe entra no quarto.

- Algum problema, filho?

- Não mãe. Não é nada não.

Ela percebeu que eu não ia falar nada então saiu fechando a porta atrás de si. Fiquei na cama por um bom tempo, até que adormeci.

Acordei assustado, e me lembrei do jantar com a Jamie. Nãooo! Mas que merda! Se eu não aparecesse lá, ela ia pensar horrores de mim. Olhei para o meu relógio e vi que ainda era seis e meia. Aaahhh, graças a Deus.

Tomei um banho e coloquei uma roupa social. Não era lá essas coisas, mas era...digamos, bem comportada. Ajeitei o cabelo e fiz a minha higiene bucal. Por fim, quando eu terminei já eram seis e cinqüenta. Bom, eu ainda tinha dez minutos para ir buscá-la. Desci até a cozinha e avisei à minha mãe que iria sair.

- Aonde vai todo arrumado assim?

- Vou levar a Jamie para jantar no restaurante perto do lago.

- O que? A Jamie? Tem certeza, Landon?

- Aii, mãe. Pára de frescura. É só um pedido de desculpas.

- Humm...toma cuidado então. Não faça nenhuma...

- Eu sei, eu sei. Tchau.

Cheguei na casa dela e toquei a campainha. Logo ela atendeu a porta. Fiquei estagnado quando a vi. Ela usava um vestido cor de vinho, muito bonito. Usava o cabelo solto, o que eu nunca tinha visto. Fiquei um tempo só a olhando até que desviei o olhar. Não. Eu não posso me sentir atraído por ela. Foco, Landon, foco! É só um pedido de desculpas.

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- Vamos?

Estendi a mão para ela. A levei até o carro e abri a porta para ela entrar. Ao entrar no carro dei mais uma olhadela para ela e ela corou. Deu um sorriso fraco e eu virei para a frente.

- Aonde vamos?

- É um lugar bem legal. Acho que você vai gostar.

- Humm..vai me deixar curiosa? Isso me lembra do meu número sete.

- Número sete? Do quê?

- Ficar curiosa sobre alguma coisa. É uma lista de coisas que eu quero fazer.

- Umm, uma lista....posso saber qual o número um?

- Claro que não. Eu não costumo compartilhar com ninguém..

- Podia começar comigo.

- Será que você se esqueceu que eu ainda não te perdoei? Talvez você ainda tenha que conquistar a minha confiança.

- Ah..ok.

Chegamos ao restaurante. Eu fiz uma bela escolha. Ela olhava o lugar maravilhada. As mesas ao ar livre, e um local onde algumas pessoas dançavam. Ela observava tudo com certa fascinação, como se nunca tivesse visto um lugar tão bonito assim na vida.

- Gostou? – perguntei puxando a cadeira de uma mesa para ela sentar.

- Nossa, é incrível. Nunca vi nada tão bonito.

Eu sorri. Ela estava incrivelmente linda. Em seu rosto, havia um sorriso autêntico de felicidade. Entreguei um cardápio pra ela e fiquei observando enquanto ela lia e mordia o lábio inferior, indecisa.

- O que vão querer? – perguntou um garçom.

- Eu vou querer frango com salada, e um suco natural. – falei.

- Pode trazer o mesmo pra mim. – falou ela com sua voz doce.

Era incrível como cada minuto passava e eu percebia várias coisas nela que eu nunca tinha reparado. Seu cabelo solto tinha um tom de cor avermelhado que eu nunca tinha percebido. Sua voz tão meiga e doce. E seu sorriso cativante. Tudo isso me pegou de surpresa. Mas eu só queria conhecê-la mais, queria desvendar os seus segredos mais profundos.

- E então Jamie...você tem algum plano pra sua vida? Tipo assim, fazer faculdade, trabalhar...casar..

- Não, não...eu ainda não tenho planos para o futuro. Estou deixando a vida seguir seu rumo.

- Olha Jamie.. – falei me lembrando porque eu a trouxe aqui – eu queria mesmo que você me perdoasse. Estou sinceramente arrependido. Me arrependo de tudo o que eu já te fiz, não queria te magoar.

- Eu realmente ficava triste. Mas não me deixava abalar porque sei que Deus tinha planos maiores para mim. Então eu simplesmente ignorava.

- Então você me perdoa?

- Claro que eu te perdôo. Não sou em quem pode jugá-lo. Você errou, mas eu te perdoei porque todo mundo erra. Ninguém é perfeito, até eu estou sujeita a errar.

- Obrigado. Você tirou um peso da minha consciência. Mas eu não consigo imaginar você errando.

- Ninguém é perfeito. – repetiu ela assim que nosso jantar chegou.

Enquanto comíamos tivemos um papo bem light. Falamos sobre coisas da escola, como a peça. Eu contei a ela que tinha decorado as falas e ela não acreditou. Tive que falar umas três falas para ela acreditar em mim.

Depois de jantarmos, a levei para dançar. Ela resistiu no começo, mas cedeu assim que eu falei que também não sabia dançar. Eu queria proporcionar à ela a noite mais linda, para que assim elapassasse a confiar em mim.

Enquanto dançávamos perguntei uma coisa que não saía da minha cabeça.

- E então, Jamie. Posso saber agora qual o número um?

Ela apenas balançou a cabeça, negativamente.

- Ah, por favor. Então pelo menos me fale algum outro.

- Ai, tá bom. Seis: fazer uma tatuagem.

- Humm...e o que mais?

- Cinco: Fazer uma caridade.

- Ah, isso você já fez então.

- Verdade.

- E o terceiro desejo?

- Estar em dois lugares ao mesmo tempo.

- E o dois?

- Esse ainda não.

- Ok. Sabe, eu também tenho alguns desejos. Quero fazer uma faculdade, me mudar dessa cidade...coisas assim.

- São sonhos possíveis. Basta você ter fé.

Depois de pagar a conta, a levei de volta para o carro. Lembrei de uma coisa, e comecei a dirigir para outra direção. Ela vai adorar isso!

- Landon...a minha casa é para o outro lado.

- Espera aí. Eu vou te levar em um lugar.

Acelerei o carro para chegarmos logo. Após dez minutos, parei no meio da pista e encostei o carro na lateral. Desci do carro e dei a volta para abrir a porta dela. Peguei sua mão e a levei até o meio da pista.

- Aqui.

- O que estamos fazendo aqui? Está frio. – falou ela.

- Coloca um pé do lado direito dessa marca....isso, agora põe o outro pé do outro lado da marca.

- Landon, posso saber pra quê que é isso?

- Ok. Nesse momento você está na divisa do Estado.

- Ok..... – falou ela sem entender.

Mostrei a placa atrás de mim que indicava: Bem vindo à Virgínia. Você está em dois lugares ao mesmo tempo.

Ela olhou a placa atrás de mim e a confusão em seu rosto deu lugar à um sorriso de compreensão. Não agüentei e sorri também. Ela gargalhou e pulou em meu pescoço e me deu um abraço.

Pude sentir o seu cheiro. E era muito bom. Passei a mão em seus cabelos sedosos, e muito cedo ela se soltou de mim. Ela me olhava com um brilho incrível nos olhos.

- Landon, isso é incrível! Não acredito que você fez isso comigo.

- Que bom que você gostou.

- Eu adorei!

Nesse momento meu relógio fez um barulho, eu olhei e notei surpreso que já eram nove e meia.

- Carac...desculpa, desculpa. É que já são nove e meia. Seu pai vai me matar.

- O que? Te matar não, ele vai nos matar. É melhor irmos logo. Ele já deve estar uma fera.

Entramos no carro e eu saí rasgando pela estrada vazia. Chegamos em poucos minutos. Logo que parei o carro dei uma olhada para a casa dela. Vi de relance seu pai olhando pela janela.

- Obrigada por tudo, Landon. Foi uma noite maravilhosa.

- Não tem de quê....Boa noite. – falei antes dela sair.

- Boa noite.

[...]

Hoje era o dia da apresentação da peça. Todo mundo estava bastante ansioso. Sem contar com o nervosismo que emanava em todo lugar. Após muitos ensaios, muitas correções, discussões...a peça finalmente tinha ficado pronta e o dia de apresentar havia chegado.

Todos haviam dado o máximo de si para que ficasse perfeita. E agora chegara a hora de mostrar todo o nosso trabalho. A peça começaria em instantes. E eu já estava bastante ansioso para começar logo. Assim que eu dou uma última olhada no espelho, ouço a professora anunciando no microfone que a peça iria começar. Eu sorri e fui apresentar a peça que mudaria minha vida.

Ainda no palco, na parte final da peça, uma coisa me surpreendeu. A cantora misteriosa, a Jamie, tinha tirado seu casaco que cobria todo o seu corpo e revelara o seu lindo vestido azul, bem ajustado à suas belas formas. E seu cabelo cacheado à solta, dava uma expressão diferente à ela.

- Quando você saiu da chuva...e entrou no meu clube...não foi só coincidência, foi? – falei entre pausas, observando ela se sentar ao meu lado.

- Nada é coincidência.

- Seu rosto...não me é estranho.

...

Acabei esquecendo as minhas falas. Só conseguia prestar atenção em seu rosto. E o resto ficou parado, ela ficou à espera de que eu falasse alguma coisa. Olhei para a professora, e ela sussurrava ‘Amúsica. A música.”

- O sonho..Ajude-me a lembrar. Canta para mim?

Ela me olhava assustada, mas quando a música começou a tocar ela acompanhou perfeitamente. Sua voz suave entrava em meus ouvidos e junto com a melodia encravavam em mim um sentimento diferente. Ela cantava com toda a sua alma, isso eu podia sentir. Quando a música acabava ela sentou-se ao meu lado de novo, e eu não resisti. Dei-lhe um beijo singelo. Ficamos nos encarando enquanto a platéia aplaudia e as cortinas se fechavam.

[...]

Mesmo tendo passado dois dias da apresentação da peça, as pessoas ainda estavam comentando como eu tinha apresentado bem. Me encontravam na rua, sorriam e diziam Bela peça! Minha mãe ficara bem surpresa com a minha atuação, disse que não esperava aquilo tudo. Disse também que meu pai tinha assistido a apresentação também, só que teve que ir embora antes de acabar por causa de um compromisso. Típico.

Desde então, Jamie não tinha aparecido na escola. Ela nunca era de faltar, e do nada ela falta dois dias seguidos. Se ela não aparecesse hoje na escola eu iria fazer-lhe uma visitinha. Assisti as primeiras aulas até bater o sinal do intervalo. Rodei toda a escola, e cheguei na cantina esperando encontrá-la.

Ela estava sentada em uma mesa sozinha. Sua comida intocada em cima da mesa, e ela lia um livro.Me aproximei e sentei na cadeira ao seu lado. Ela nem sequer tirou os olhos do livro.

- Alguém pode te ver.

- Não tem problema...o que você está lendo?

Ela me mostrou a capa do livro.

- Este é um dos números da sua lista?

Ela acenou com a cabeça.

- Vai mesmo se recusar a falar comigo? Jamie..eu acho que..eu sinto sua falta.

- É mesmo?

- É sério. Eu sinto falta de passar algum tempo com você. É que...você me inspira, sabe. Você me faz querer ser outra pessoa. Uma pessoa melhor.

- Que discurso barato. – disse se levantando.

- Que parte?

- Tudo.

- Mas não é. É a pura verdade.

- É mesmo, então prove.

Pegou sua bolsa e saiu do refeitório. Corri atrás dela e a segurei antes de sair da escola.

- Jamie, eu gosto de você.

- Não, você não gosta. Você não sabe nem qual é o verdadeiro sentido de ser amigos.

- Mas eu não quero sersó seu amigo.

Ela se desvencilhou da minha mão e tentou sair da escola. Corri e parei na sua frente.

- Licença Landon! Você não sabe o que quer.

- Sim. Eu sei. Eu quero você. E eu sei que você me quer também. Mas você tem medo. Tem medo de deixar que alguém goste de você.

Ela simplesmente passou por mim e foi embora. Fiquei parado no mesmo lugar até ouvir o sinal tocar novamente. Sem muita vontade de assistir as aulas, peguei meus materiais e fui para o estacionamento. Peguei meu carro e dei uma volta na cidade até parar em um parque.

Á noite, eu estava em casa. Como estava uma chatice demais, resolvi sair e dar uma volta. Estava passando perto do parque quando vi Jamie saindo do carro e carregando um cano junto com ela. Parei o carro no acostamento e a segui.

- Jamie!

Ela se virou para mim e perguntou.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu é que pergunto o que você veio fazer aqui à noite.

- Venha e veja. – falou apontando uma lanterna em meu rosto.

Ela foi até uma parte aberta do parque e colocou o cano no chão e começou a montar alguma coisa que eu não reconheci o que era. Rapidamente ela terminou de montar.

- O que é isso?

- Um telescópio. Quer olhar?

Me aproximei hesitante e olhei pelo telescópio. Só podia ver algumas estrelas. Nada de mais.

- Você veio aqui para olhar só as estrelas?

- Não. Eu estou preparando para a passagem do cometa.

- Ahh. Sabe, Jamie. Cada vez que eu te conheço mais ainda, mais eu tenho a certeza que eu gosto de você. – disse. Ela respirou fundo, a brisa do vento balançando seus cabelos.

- É como o vento. Você sente, mas não vê.

- E o que você sente?

- Sinto a alegria, a paz, a esperança...o amor.

Houve uma pausa, até que resolvi perguntar.

- Eu posso te beijar?

Ela se virou para mim, surpresa. Eu não sei o que ela viu em meu olhar, mas sua expressão deu lugar à um olhar de medo.

- Eu posso ser ruim nisso.

- Isso não é possível.

Segurei seu rosto em minhas mãos e beijei seus lábios por alguns segundos. Depositei vários beijos, e depois a olhei ainda segurando seu rosto. Para que não duvidasse de que minhas palavras eram verdadeiras.

- Eu te amo.

Ela ficou muda. Não disse nada por um bom tempo, apenas olhava para mim com uma expressão estranha. Era estranho como eu me apaixonara tão perdidamente por ela. Mas eu não podia duvidar dos meus sentimentos. Só restava saber o que ela estava sentindo naquele momento.

- Você podia dizer alguma coisa agora, né.

- Eu falei pra você não se apaixonar por mim.

- Creio que isso não é algo que eu possa controlar. – falei dando-lhe outro beijo.

Ela voltou a arrumar o seu telescópio e depois disse que tinha que ir embora porque já estava tarde. Mas para mim era outra coisa. Ela não estava com uma cara muito boa. Parecia doente. Mas aceitei assim mesmo. Me despedi dela e voltei para casa.

Nem eu ainda acreditava que tinha me apaixonado assim, tão de repente. Ainda mais por ela. Eu não sabia como nem o porque, mas ela mexia comigo. Eu sabia que era totalmente insano um cara como eu se apaixonar pela garota mais certinha da cidade. Ninguém iria acreditar. Mas o melhor era, eu não estava nem aí. Pouco iria ligar para o que meus amigos pensassem, mas eu ia conquistar ela. Ia me tornar digno dela.