Save Me

Superman


POV Megan

Entrei no carro, coloquei a minha bolsa no banco do passageiro, coloquei meu cinto de segurança, e liguei o carro. Eram umas dez e tantas da noite, decidir ir em uma boate nova que abrira, ouvi falar lá no bar que era muito boa. Lembrei-me de onde fica e comecei a dirigir até lá.

A um quarteirão de distancia da boate, dava pra ouvir a batida da música. Me animei. Estacionei o carro no estacionamento que ficava bem perto da boate, tendo em vista de que a mesma não possuía estacionamento próprio, e o mais próximo era um que ficava de frente pra uma pracinha.

Desci do carro e o tranquei, joguei a chave dentro da minha bolsa-carteira e caminhei até a entrada da boate. Como era semana de inauguração, mulher não paga até meia noite. O segurança colocou a fitinha rosa no meu pulso esquerdo e eu adentrei o local.

Era bem espaçoso, de fora não dava pra ter essa dimensão do lugar, só entrando pra ver mesmo. As músicas estavam extremamente boas, eletrônica acalma até a alma. Fiz uma varredoura do local com os olhos, identifiquei aonde o DJ ficava e logo atrás dele, estava o bar. Opa, gostei. Caminhei meio que dançando pra chegar até o bar, que ficava do lado oposto da pista, logo, teria de atravessá-la pra chegar no bar.

Sentei na banquetinha rosa que tinha de frente pra bancada do bar. Pedi um cozumel. O barman prontamente fez um e me entregou, o gosto adocicado me tranqüilizou. Bebi repetidas vezes, cozumel pra mim é tipo água. Depois do cozumel, fui pra minha velha e melhor amiga tequila. Comecei fraca, com duas doses e limão, depois da quinta dose, parei de contar e mandei o barman ir enchendo meu copinho.

Depois de várias e várias doses, quando eu ia sair da tequila pra ir pra vodca começou a tocar Feel so close do Calvin Harris, e devo admitir, essa música é o meu fraco. Não é beeeeem nova, mas a batida faz todos os meus míseros ossinhos quererem se mexer.

Avisei pro barman que voltaria pras bebidas e parti pra pista. Deixei a música me levar. Sou completamente viciada nessa música, depois de dançá-la toda, quando eu ia voltar pro meu banquinho no bar, começou a tocar Club can’t handlle me do Flo Rida, mas tava remixada. Não me agüentei, tive que ficar mais pra essa música.

Depois daquela música, começou a tocar essas músicas não tão novas, mas com uma batida remixada e misturada, daí eu perdi a noção do que tava fazendo. Sei que dancei até onde meus pés agüentaram, e eu sou acostumada a ficar em pé com salto alto por várias horas por conta do bar, quando senti que meus pés desistiriam de mim e sairiam andando sozinhos, voltei pro bar.

Pra evitar dor de cabeças por causa do povo lá de casa, desliguei o celular e o deixei dentro do porta luvas do carro, então eu não fazia a mínima idéia de que horas eram. Bebi mais algumas poucas doses de tequila até resolver que iria pra vodca. Pedi primeiro uma dose pura com gelo e limão. Acho que o barman deve achar que eu sou alcoólatra.

Bebi até meu estomago começar a doer, que foi quando eu percebi que eu não havia comido nada o dia inteiro. Paguei minhas bebidas, e resolvi que já tava bom por hoje, me julguei sóbria o suficiente pra dirigir.

Andei até a saída da boate, quando eu pude ver o sol querendo raiar, pelo céu, julguei ser umas cinco e pouca da manhã. Andei meio cambaleando, mas não achei que fosse por causa do álcool, mas sim porque meus pés estavam me matando. Resolvi andar olhando pro chão, tentando focar meus olhos por onde pisava. Olhei pro meu pé direito e vi que tinha um papel grudado no meu salto, deveria ser na hora que eu saí da boate, tinha uma escadinha, algum panfleto ou papelzinho devia ter ficado preso no meu salto.

Tentei me equilibrar pra tirar o papel do meu sapato e continuar na minha jornada até meu carro. Me abaixei, quando tava chegando perto do papel, para arrancá-lo, me senti zonza e fui caindo. No mesmo instante, senti mãos me envolverem, olhei para meu abdômen e vi mãos mornas me impedindo de me estabacar no chão.

Virei meu rosto rápido e tive a bela visão de um cara alto, cabelos castanhos bagunçados, meio cacheados, com um belo par de olhos verdes, me segurando. Tentei me recompor, mas minha mente bêbada me dominou

– Super-Homem ao resgate! – falei meio cambaleante. O bonitão me ajudou a ficar de pé, depois me virei pra frente dele e vi que ele era realmente muito rápido

– Você está bem? – ele perguntou me olhando desconfiado, do tipo “aposto que cê vai cair de novo, melhor ficar atento”

– Sim, eu estou – falei sorrindo, Jesus, quão bêbada eu to?! Ele riu fraco – Graças ao Super-Homem, que está sempre pronto pra salvar a mocinha em perigo – falei sorrindo. Ele sorriu de novo. Sorri de volta, depois me tocando das baboseiras que eu falei – Tchau Super-Homem – falei tentando não cair mais, virei de costas pra ele e continuei a caminhar até o estacionamento.

Andei até a entrada do estacionamento, parando ali mesmo, procurando meu carro. Quando o encontrei, destravei pelo botão da chave, fui abrir a porta, mas olha que maneiro, ela não abria! Tinha horas que a porta emperrava, simplesmente dava a louca e não abria. Sempre que isso acontecia, Danny dava uma porrada na janela, daí ela abria. Não iria me rebaixar a ponto de estapear a janela do meu carro, sei que to bêbada, mas não é pra tanto.

Fui forçando a porta, quando resolvi que deixar a minha bolsa e a chave do carro no chão, seria mais fácil de abrir a porta, porque minhas duas mãos estariam livres pra tentar abri-la. Coloquei minhas coisas perto da roda da frente, abaixo do retrovisor. Fui forçando a porta, forçando, mas a porcaria não abria.

Não iria desistir facilmente. Forcei de novo, quando senti que ela abriria, puxei com mais força, quando me senti desequilibrar e sentir meu corpo caindo pra trás. Quando, novamente, mãos me socorreram a milímetros de bater com a cabeça no chão. Abri meus olhos e vi o Super-Homem, sorri feito palhaça.

– Super-Homem, sempre pronto pro resgate – falei rindo, ele sorriu fraco e me ajudou a levantar

–Fazer o que se tem uma mocinha que não para de ficar em perigo?! – ele disse rindo, sorri de volta

–Duas vezes em menos de uma hora, ou você está realmente me perseguindo, ou foi pura coincidência – falei arrumando meu cabelo, porque só deus sabe como é que ta a situação dele. Deve ta que nem uma palha ruiva.

– Juro que não to te perseguindo – ele disse levantando as mãos em sinal de rendição – Minha moto tá estacionada bem ali – ele disse apontando pra uma moto preta, muito legal, por um acaso. Sorri fraco

– Olha, Super-Homem – falei chegando meio que perto dele – Você é muito bonito – falei meio embaraçada

– E você está muito bêbada – ele disse sorrindo pra mim

– Sim, eu estou – afirmei com a cabeça também. Ele sorriu

– Olha, mocinha em perigo, você é uma figura! – Ele riu e eu também. – Só não me diga que você vai voltar dirigindo? Porque evidentemente você não está em condições

– Tá tudo bem – falei gesticulando com as mãos – Não estou tão bêbada.

– Sim, cê tá. – ele disse me analisando – Vamos fazer assim, você lembra pra onde é a sua casa? – ele me perguntou

– Claro que eu sei! Estou bêbada e não com Alzheimer! – falei abaixando pra pegar minhas coisas, tive que desviar a cabeça do retrovisor para não batê-la. Super-Homem rui fraco

– Então vai ser o seguinte, te levo até em casa com teu carro. – ele falou sorrindo

– Mas e a sua moto? – eu falei apontando pra ela

– De lá da sua casa eu pego um táxi e volto pra buscar minha moto – ele falou sorridente

– Você é mesmo o Super-Homem – falei sorrindo. Ele sorriu fraco

– Só se você for minha mocinha indefesa – ele falou abrindo a porta do passageiro pra mim, entrei no carro rindo. Logo em seguida ele entrou e ligou o carro.

Expliquei pra ele o caminho, em menos de quinze minutos já estávamos em casa. Ele já tava ligando pro táxi, enquanto eu tentava frustradamente abrir a minha porta. Maldição, essa porcaria ainda tava emperrada. Caralho, porque essa porta tem que emperrar logo agora?! Super-Homem desligou seu celular, saiu do carro, deu a volta e abriu a porta pra mim na maior facilidade

– Muito complexo – ele disse irônico

– É porque você tem super força, exibido. – Falei tentando não cair enquanto descia do carro. ele foi andando e me escoltando, só pra ter certeza de que eu não cairia no meio do caminho. O sol estava quase nascendo. Super-Homem bateu na porta, não demorou muito e Mandy a abriu

– Mandy! – falei gritando. – Mandy, esse é o Clark Kent, Clark, essa é a Mandy - falei sorrindo, depois me dirigi ao ouvido do Super-Homem e sussurrei só pra ele ouvir – Não se preocupe, não vou falar pra ninguém que você é o Super-Homem, seu segredo está salvo comigo – falei séria, ele riu fraco

– A chave do carro dela, e os documentos tão na bolsa – ele disse pra Mandy, depois entregou minha bolsa pra ela, depois olhou pra mim – Tente não ficar em perigo novamente, mocinha

– Pode deixar, Clark – falei sorrindo. Ele me abraçou e em seguida um táxi estacionou na frente da minha casa, ele saiu andando. Ainda sentia seu perfume em mim.

Mandy ria descontroladamente

– Clark Kent?! – ela dizia enquanto me ajudava a sentar no sofá – Então você teve altas aventuras com o Clark Kent?! – ela dizia me zoando – Qual é o nome dele? – ela perguntou

– É.. – falei pensando, acho que ele me falou o nome dele. Não acredito que eu não perguntei! Caralho! Eu não sei o nome dele! – Eu esqueci de perguntar – falei entre risos

– Aposto que mais tarde, quando você estiver sóbria, cê vai lembrar. Vem, te ajudo a subir. – ela disse me levantando e me ajudando com a escada.

Poxa vida, quem é o meu Super-Homem?