O castelo queimava em chamas, e dentro estava aquele quem mais amava, que lhe deu o presente mais lindo do mundo, seu filho InuYasha. Mas por infortúnio do destino foi forçada a se separar dele, forçada a fugir para proteger o bebê recém-nascido em seus braços, que chorava sem parar, como se sentisse o que se passava.

Não pôde evitar que as lágrimas caíssem por seus olhos, a estrutura do castelo sedia conforme o fogo o consumia, consumia ele. Seu coração se apertou em seu peito, uma prece quase silenciosa deixava seus lábios. Sequer percebia ou sentia a neve que caía naquela noite.

Jamais seria capaz de apagar de sua memória os eventos daquela noite: o nascimento de seu filho tão amado e esperado e a morte do homem, ou melhor, yokai que amava com toda sua alma, todo seu coração, aquele quem lhe proporcionou momentos tão lindos, doces e das vezes que se amaram sem ressalvas, sem medos ou receios.

(...)

Seguir em frente foi tão difícil, a saudade apertava sempre que recordava dele. O coração doía quando olhava para seu filho, cada dia mais parecido com o pai, o peito rasgava de dor, os olhos se enchiam d’água, mas não poderia chorar na frente de InuYasha, tinha que ser forte, para e por ele, um meio-yokai, filho do grande Senhor do Oeste, fadado a ser marginalizado tanto pelos humanos quanto pelos yokais.

Izayoi sentia-se vazia, sozinha, sentia falta do calor de seus braços, dos seus beijos contra sua pele, do cheiro, do riso e sorriso.

— Mamãe? — InuYasha a chamou, tirando-a de suas lembranças. — Mamãe, que foi?

— Não é nada, meu querido. — Abraçou-o para acalmá-lo. — Está tudo bem.

— Está chorando…

Ela acarinhou os cabelos prateados — como os do pai — de seu filho, na esperança de deixá-lo calmo. Já era noite, ele precisava dormir, então continuou até sentir que a respiração do fruto de seu amor com ele fosse cadenciada.

Ajeitou-o no futon, cobriu-o e saiu. Caminhou pelo pequeno jardim do local onde morava com ele, olhou para o céu, deixou as lágrimas correrem livres, desafogando seu coração da dor e saudade que sentia. Seu luto nunca deixou seu coração, amava-o até aquele dia e o amaria até o fim de seus dias.

Ele, Inu No Taisho, o yokai que a ensinou o que era o verdadeiro amor.

Ela só não definhava pela dor e saudade por ter InuYasha, o fruto e presente de sua vida, uma parte dele e dela, prova de que seu amor perduraria pela eternidade.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.