Ahkvata estava se assemelhando a uma panela fervente: a discussão acirrada que (quase) expôs o lado mais podre do rei jogou os habitantes da cidade uns contra os outros, e os boatos de que uma Crystal Gem quase havia sido espancada na rua por um grupo de exaltados certamente piorou o quadro. Metade da cidade apoiava Sebek, que os ajudou a fugir das garras das invasoras de Homeworld e os levou até uma cidade outrora abandonada, transformando-a num lar e também numa das capitais da resistência humana contra a invasão das gems. A outra metade ficou do lado de Thanos, o destemido e irreverente capitão que liderou um ataque surpresa que foi capaz de desestabilizar a ofensiva inimiga e mandar as invasoras voltarem correndo para suas Diamantes. Embora Sebek quisesse, mais do que qualquer coisa, fincar Thanos numa parede com uma lança lhe atravessando o coração, o rei de Ahkvata não era tolo de iniciar uma guerra civil àquela altura do campeonato.

Ciente de que mente desocupada é oficina do diabo, Sebek decidiu manter seus súditos ocupados a fim de evitar novos incidentes similares ao que ocorrera no julgamento: em um anúncio oficial ele convocou todos os habitantes de Ahkvata para trabalharem na reconstrução da muralha, incluindo as Crystal Gems.

Obviamente, as Crystal Gems se recusaram em coro a colaborar com Sebek. Ainda assim, Rose Quartz insistiu e mexeu os pauzinhos para convencer algumas gems a ajudarem na obra de Ahkvata, e mesmo de má vontade, muitas ajudaram.

As obras andavam num ritmo razoável, graças à ação conjunta dos humanos e das Crystal Gems. Ainda assim, a tensão entre ambos os lados continuava. Além das gems, outros que também estavam trabalhando na obra eram os membros do Esquadrão Platina, e não era segredo para ninguém as opiniões negativas que eles tinham sobre as gems. Três deles, Axel, Tyris e Gilius, estavam sob comando de uma das turmas de trabalhadores, e não escondiam a insatisfação que tinham da situação.

(Gilius): Por que raios estamos fazendo esse trabalho? Somos guerreiros, não burros de carga! Deixem que as gems façam isso! Elas que quebraram tudo!

(Tyris): Apesar de eu concordar com você, infelizmente essas foram as ordens do rei. Ele disse que, como quebramos grande parte das prisioneiras de guerra, não temos mão-de-obra prisioneira suficiente e teremos que complementar com a nossa.

(Gilius): Pro diabo com essas joias malditas! Eu estou velho demais para ficar trabalhando desse jeito!

(Axel, rindo): Quer dizer que você é jovem o bastante para lutar com gigantes de cristal, participar de festas e comer concubinas, mas é velho demais para levantar um pouco de entulho?

(Gilius, rindo): Olha essa boca, moleque, senão eu enfio minha bota nela.

(Axel, rindo): Cuidado para não estalar a coluna.

Os dois começaram a rir, até que Tyris rapidamente os empurrou para baixo, segundos antes de uma enorme viga de madeira girar, carregada por Rose Quartz e por uma Ágata das Crystal Gems. Tyris ficou puta com a falta de cuidado da alienígena e tacou um tijolo nela.

(Tyris, irritada): Ei, sua idiota, vai bater com essa viga na cara da tua mãe!

O tijolo se espatifou contra a costa da ágata, se partindo em pedaços. Não machucou, mas a gem ficou brava e fez menção de avançar contra o trio, mas Rose interviu e a convenceu a voltar ao trabalho. O trio de humanos voltou a conversar, dessa vez com um sério tom de irritação na voz.

(Tyris): Vocês viram a audácia na postura daquela olho-de-pedra? Ela fez merda e ainda quis vir bater na gente.

(Axel): Por isso que eu digo que Sebek estilhaçou foi pouco. A gente tem mais que tratar esses pedregulhos que nem fazemos com todos os outros: na base da marretada mesmo.

Após a fala de Axel, houve um breve silêncio entre o grupo, até que Tyris voltou a falar.

(Tyris): Agora que você falou no rei... eu fiquei pensando no julgamento. Vocês não acharam o comportamento do rei um tanto estranho?

(Axel): Sinceramente? Eu agiria da mesma forma se eu tivesse que bater boca com um bêbado descontrolado que nem o Thanos.

(Tyris): Não, não estou falando disso. Estou falando do jeito que o rei se esquivava das perguntas do Thanos.

(Axel): E daí? Ele é o rei, ele não deve respostas a ninguém, muito menos a um imbecil como o Thanos.

(Gilius): Não, espera aí, o rei SEMPRE nos explicou sobre tudo o que acontecia. Ele nunca fez a gente entrar de cabeça em algo sem nos explicar o que estava acontecendo. É muito estranho que alguém que sempre tem resposta para absolutamente tudo resolva se esquivar de perguntas como ele fez.

(Axel): Mas aquilo era o julgamento do Thanos, não do rei! Ele estava claramente querendo desviar a atenção do foco principal!

(Tyris): E quanto àquela joia que foi tirada da joia do rei?

(Axel): O que tem ela?

(Tyris): Era uma gem. Como ela foi parar lá?

(Axel): Eu não sei. Por que você está perguntando isso para mim?

(Tyris): Para você ver como isso é estranho. Será que o rei não estava tentando esconder algo?

(Axel): Espere aí, você está querendo ficar do lado do Thanos?

(Gilius): Não seja tolo, Axel! Ninguém aqui está saindo em defesa do bebum que transa com joias vivas! Só que nenhum de nós aqui quer que algum segredinho do rei Sebek venha ferrar com a gente.

(Tyris): Gilius tem razão. Rose e Amennekht pareciam conhecer muito bem aquela gem e pareceram ficar bem pistolas com o que aconteceu. Eu não sei você, Axel, mas nós não estamos nem um pouco a fim de comprar treta com o rei do Egito e a líder das Crystal Gems.

(Gilius): E vendo que o rei Sebek chegou a banir o próprio irmão por causa do que houve naquele Jardim de Infância, eu não duvido que ele seria doido de realmente fazer algo desse tipo... logo depois de iniciar uma guerra civil só para eliminar Thanos.

Axel não tornou a dizer mais nada. Não era segredo para ninguém que ele e alguns outros do Esquadrão Platina não gostavam de gems ou de qualquer um que fosse minimamente simpático com elas, e isso só havia piorado depois da morte de Menob. Porém, nenhum dos apoiadores de Sebek estava disposto a ir longe a ponto de iniciar confronto com mais gente, fossem gems ou humanos.

Enquanto isso, em outra parte da muralha, a turma de trabalhadores era liderada por Erik, Olaf e Baleog, os três amigos vikings de Thanos. Assim como os outros membros do Esquadrão Platina, eles também estavam ajudando no trabalho com a muralha. Acidentes de trabalho eram iminentes: como as gems, devido à sua alta resistência física, não se machucavam facilmente, elas acabavam negligenciando os cuidados necessários para com seus colegas humanos. Pelo menos os vikings eram gentis o suficiente para dar conselhos para as gems se autopoliciarem:

(Erik): Porra Ágata, eu já disse para não sair largando os tijolos! Quer quebrar a cabeça de alguém?

(Olaf): O que você fez, sua jaspe cabeça-dura? Você cobriu o coitado do pedreiro de argamassa!

(Jaspe “cabeça-dura”): Ele me chamou de “pedra imbecil”!

(Olaf): E com essa conduta, você queria ser chamada como?

(Jaspe “cabeça-dura”): Grrr...

(Baleog): Rubis, quantas vezes eu já disse para não jogarem as ferramentas umas para as outras? Vocês vão acabar acertando alguém!

(Rubi): E você quer que a gente passe as ferramentas umas para as outras como?

(Baleog): Sei lá, que tal se vocês ANDAREM até as companheiras de vocês e entregarem NAS MÃOS delas?

(Rubi): Mas estamos longe umas das outras. Daria trabalho ficar andando para lá e para cá. É chato e cansativo.

(Baleog): Também, com esses cotocos que vocês chamam de pernas...

E quando eu digo “gentis o suficiente”, eu literalmente quero dizer o mínimo possível. Brincadeiras à parte, os vikings ainda tentavam colaborar com as gems, apesar de sua clara falta de paciência com elas. Não só porque eram amigos de Thanos, mas porque haviam começado a desconfiar do comportamento do rei desde a fuga de seu Capitão.

Enquanto a maioria dos cidadãos comuns de Ahkvata se indagavam sobre por que o líder do Esquadrão Platina havia libertado tantas prisioneiras de guerra, os vikings se indagavam por que seu rei manteve guerreiras altamente perigosas presas no coração de uma cidade, pondo em risco a vida de milhares de civis inocentes. Além disso, o rei ultimamente agia de forma estranha: antes, ele sempre enfrentava os inimigos matando tudo no próprio peito. Agora era como se ele buscasse o tempo todo um bode expiatório para tudo o que desse errado. Foi assim quando baniu o próprio irmão por causa da morte de Menob, e estava sendo assim com Thanos desde o incidente das prisioneiras de guerra.

(Erik): O rei anda muito estranho nesses últimos dias, vocês não acham?

(Olaf): “Nesses últimos dias”? Ele está assim já faz um tempão. Desde que o Menob morreu.

(Erik): Eu entendo que ele gostava bastante do Menob, todos nós gostávamos. Mas daí para jogar a culpa no próprio irmão? Isso não faz sentido!

(Baleog): Mas Menob não foi morto por uma Crystal Gem?

(Erik): Claro que não, Baleog! De onde você tirou isso?

(Baleog): Uma das próprias Crystal Gems disse que a gem que o matou, pela descrição dela, era uma “fusão de diferentes”, seja lá o que isso signifique. Segundo elas, Homeworld não usa esse tipo de fusão.

(Erik): Só que usam! Lembra das gems que Thanos executou? Uma delas confessou que era a tal “Turmalina”. Elas até tentaram se fundir antes de eu estilhaçar a grandalhona.

(Baleog): Verdade, tinha me esquecido desse detalhe. O rei foi muito imprudente em fazer uma acusação tão grave sem o menor fundamento.

(Olaf): Ele não só poderia ter iniciado uma guerra contra o Egito e contra as Crystal Gems, como ele também quase perdeu a cidade. Só os deuses sabem o que fez Amennekht mudar de ideia e vir repelir a invasão.

(Erik): Talvez ele queria se reconciliar com o rei Sebek. Afinal, eles ainda são irmãos. O problema é que isso vai ficar ainda mais difícil depois que aquela gem apareceu do nada de uma das joias do rei.

(Olaf): Falando nisso, vocês viram como o Amennekht ficou puto quando viu aquela Rubi? Era quase como se ele a conhecesse. Quer dizer, eu sei que ele conhece uma rubi ou outra, mas como ele sabia que aquela ERA A MESMA rubi que ele estava pensando.

(Erik): Convivência, eu acho. Agora que você falou isso, sabe o que eu também notei? Thanos sabia EXATAMENTE o nome da tal rubi. Joanete, se não me engano... Por Odin, agora eu lembrei de uma coisa: Amennekht disse que aquela era uma gem que ele mandou como mensageira, para avisar do ataque de Kenusa!

(Baleog): Isso é loucura! Se ela é uma mensageira, por que foi tratada como prisioneira de guerra?

(Olaf): Eu não sei. Será que é por isso que o capitão Thanos fugiu de Ahkvata?

(Baleog): Talvez, mas ainda precisamos saber por que ele soltou as outras gems. Por Odin, se o rei Sebek REALMENTE fez uma emissária de Amennekht de prisioneira, então podemos estar à beira de uma guerra entre irmãos!

(Erik): Não, não estaremos. Assim que a poeira baixar um pouco, nós vamos atrás do Capitão Thanos para entender o que aconteceu naquela noite em Ahkvata. Dependendo do que ele diga, nós vamos simplesmente dar o fora dessa panela! Entenderam?

(Baleog): Mas, e quanto aos outros? E quanto ao povo?

(Erik): Não temos escolha. Se muitos souberem das nossas intenções, o rei Sebek pode nos mandar à forca por alta traição. Temos que agir na surdina. Agora chega de conversa e vamos voltar ao trabalho. Finjam que nunca tivemos essa conversa.

Os três se separaram e voltaram a coordenar as obras, desta vez visivelmente nervosos por causa do que aquela conversa poderia causar a eles.

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Rose estava num lugar cheio de grama, aos pés de uma montanha. Era de manhã, o céu estava nublado e caía uma chuva fraca. A paisagem era linda, e Rose andava suavemente entre várias flores que desabrochavam. Subitamente, ela começou a ouvir sons estranhos, parecidos com o de uma briga. Ela seguiu os sons de gritos e pancadas e foi subindo por um caminho nas montanhas. Ao chegar num platô, ela viu um Thanos jovem caindo na porrada com três nórdicos, com roupas vikings. Um deles era bem mais alto que o grego. Ao se aproximar, ela ouviu o diálogo, enquanto um dos nórdicos agarrou Thanos por trás.

— Vem cá, seu bostinha, vem cá!

À medida que o segundo começou a dar uns socos em Thanos, o terceiro começou a falar.

— Isso é para você aprender a nunca mais reagir a um assalto!

Os nórdicos surraram o grego e roubaram o saquinho de moedas. Antes que Rose intervisse, eles se retiraram, mas Thanos se levantou e meteu uma apunhalada na nuca de um dos assaltantes. Os outros dois tomaram um baita susto.

— Grego desgraçado!

Um dos nórdicos tentou dar um golpe lateral, de baixo para cima, com uma espada. Ao invés de recuar, Thanos passou por debaixo do atacante e enfiou o punhal da virilha dele, fazendo-o guinchar feito um porco no abate. O terceiro, igualmente incauto, pegou uma lança para arremessar no grego. Thanos reagiu usando o cara da virilha cortada como escudo humano, empurrando-o contra a lança arremessada. Thanos avançou contra o cara da lança, que tentou, inutilmente, se defender com um soco. O grego simplesmente bloqueou o soco e enterrou o punhal na coxa do infeliz, cortando a femoral dele feito um feixe de juncos.

— AAAAAAAHHHHHHH

(Thanos): Porra, hoje não é o meu dia mesmo. Vou perguntar de novo, seu porco europeu: Você viu uma Topázio Imperial?

Thanos mostrou um desenho razoável que ele fez seguindo a descrição de Bismuto. O nórdico, furioso com a dor e a perda dos lacaios, deu a resposta errada.

(Nórdico): Se eu tivesse visto, eu estaria com ela na minha cama e não aqui, perdendo meu tempo e meu sangue!

(Thanos): Ô, caralho...

Mesmo aquilo sendo só uma memória, Rose ficou profundamente horrorizada quando Thanos cortou fora a orelha do sujeito.

(Thanos): ACHA QUE EU ESTOU DE BRINCADEIRA??? SE ACHA QUE JÁ TÁ RUIM PERDER TEMPO E SANGUE, FALA LOGO O QUE EU QUERO SABER OU VAI PERDER MEMBROS!!!

(Nórdico): Eu não sei de nada, cacete! Você tá falando de uma pedra que vira uma menina! Você é louco!

(Thanos): Espero então que ache alguém no submundo que saiba onde ela está.

Thanos encerrou cortando a garganta do assaltante a sangue frio, depois o descartou como se fosse um saco de lixo.

(Rose, assistindo a tudo): Thanos! Por que você fez isso?

(Thanos, ignorando a Rose): Merda, o que eu fiz para merecer isso? Bom, pelo menos esse merda tem uma boa cota de malha.

Limpando o excesso de sangue de si mesmo e da peça de armadura, Thanos pegou a cota de malha e vestiu por debaixo da túnica. Detrás de uma árvore, saiu um cara vestindo roupa de pele, aparentemente de raposa, que começou a aplaudir Thanos.

(Homem misterioso): Bravo, bravo, estupendo!

(Thanos): Acha que eu tenho cara de palhaço, porra?

(Homem misterioso): Pelo contrário, você é um esbelto gladiador! Faz tempo que não vejo uma performance assim.

(Thanos): Tu sabe que nada disso foi um show, né?

(Homem misterioso): Por isso mesmo foi estupendo. O realismo, a empolgação, o desejo de matar... tudo isso é extremamente excitante. Quando estava saindo da floresta e vi os criminosos, me escondi de medo, admito. Mas vendo você cortando eles, buscando sua amante com tanta paixão...? Nossa!

(Thanos): Você tá bêbado?

(Homem misterioso): Não, até porque nem uma taça de vinho teria gerado um efeito tão inebriante assim. Diga-me rapaz, qual o seu nome?

(Thanos): Thanos, de Atenas.

(Homem Misterioso): Sim, posso ver pela sua estatura e pela cor dos olhos e cabelos. Diga-me rapaz, quando você se separou de sua amante?

(Thanos): Ela não é minha amante. Eu nem conheço ela. Só recebi a missão de acha-la e escolta-la em segurança.

(Homem Misterioso): Posso ver o desenho que mostrou aos criminosos?

O homem misterioso analisou a imagem e, depois de devolvê-la a Thanos, começou a falar com um sorriso.

(Homem Misterioso): Talvez você não esteja tão sem sorte quanto pensa. Sou um mercador de escravos, mas nessa região estou mais para traficante, já que uso esse lugar como meu fornecedor. Enfim, ultimamente venho ingressando no ramo lucrativo envolvendo essas estranhas mulheres coloridas. Talvez sua amiguinha esteja no meio das minhas. Façamos o seguinte: deixo você ficar com uma das minhas mercadorias coloridas de graça, se cumprir um servicinho.

(Thanos): Antes quero ver se a Topázio Imperial está no meio.

(Homem Misterioso): Não, é bem mais excitante quando você deixa o destino rolar os dados.

(Thanos): Que tipo de negócio é esse?

(Homem Misterioso): Assassinato. Para saber mais sobre o alvo, siga-me até minha tenda. Um glorioso banquete lhe aguarda, assim como alguns aliados que vão lhe ajudar na missão.

Thanos seguiu o mercador de escravos até a tenda dele, que ficava no meio de uma caravana gerenciada pelos assistentes dele. Entrando na tenda indicada, Thanos viu uma mesa repleta de comida, e sentados e comendo do banquete, estavam três homens barbudos e mal-encarados, com roupas de vikings.

(Mercador de Escravos): Estes são meus amigos: Erik, o Veloz; Olaf, o Robusto; e Baleog, o Violento. São os melhores caçadores da região, e trabalhadores fieis a mim, principalmente no que diz respeito a capturar essas meninas coloridas. Pelo que entendi, elas os desgraçaram. Mas afinal, qual a mulher que não faz isso? Huhuhuhu.

(Thanos): Quem é o alvo?

(Baleog): Herlaug, o chefe de uma aldeia aqui próxima.

(Mercador de Escravos): O motivo? Bem, a aldeia dele tá cheia de novos escravinhos.

(Thanos): Seu negócio é um tanto desonroso, sabia?

(Mercador de Escravos): E você se importa com isso, por acaso?

(Thanos): Não, todos precisam de escravos. Alguém tem que fazer o serviço sujo.

(Rose, horrorizada): Thanos! Eles são pessoas, assim como você! Não são coisas!

(Mercador de Escravos): Bravíssimo, Thanos. Gostei de você. Espero contar com seus serviços futuramente.

(Thanos): Se você colocar moedas em minhas mãos e bebida no meu copo, pode sempre contar comigo.

(Olaf, dando um tapa nas costas de Thanos): Huahuahuahua, esse é dos nossos, hein Erik?

(Erik): Realmente, um garoto sagaz. Diga-me filho, por que você quer salvar essa garota-gem?

(Thanos): Apenas negócios. Uma ferreira muito habilidosa disse que me ensinaria o ofício dela se eu resgatasse essa menina.

(Mercador de Escravos): Vejo que já está treinando para ser um mercador de escravos. Ah, Thanos, perdoe minha ignorância. Acabo de perceber que não me apresentei. Sou Misthyos.

(Thanos): É um nome grego...

(Misthyos): Cá entre nós, gosto muito da Grécia, por isso você me agradou.

(Baleog): Cá entre nós, ele quis dizer que o nome dele não é esse.

(Misthyos): Agora, vamos fazer os preparativos. Seremos mais eficazes se agirmos durante a noite.

Um vento súbito envolveu todo o cenário onde Rose estava, e quando o vento se dissipou, o cenário já estava de noite. Rose viu uma vila nórdica, localizada ao pé de uma montanha e vigiada por vários guerreiros. Thanos e os vikings estavam escondidos numa floresta que ficava ali por perto.

(Thanos): E aí, qual o plano?

(Baleog): Plano? A gente só vai lá meter o caralho.

(Thanos): Você está de brincadeira comigo? Vai vir um monte de guarda cair matando em cima da gente!

(Erik): A intenção é essa!

(Thanos): Seus imbecis! O chefe vai fugir se fizermos isso!

(Olaf): Mas é o que acontece na maioria das vezes! A gente pega o chefe no meio da fuga.

(Thanos): Aposto que na maioria das vezes vocês não pegam o chefe...

(Erik): Pegamos sim... bom, na maioria das vezes... tá bom, de vez em quando... tá, poucas vezes... tá, né?

(Thanos): Vou mostrar para vocês como é que faz um assassinato nessa porra!

Thanos foi se esgueirando por entre as árvores. Thanos se aproximou de um guarda e enfiou a adaga nas costas dele.

— AAAAAHHHHH!!!

(Thanos): Porra, no Assassin’s Creed é mais discreto!

— É um ataque! Toquem o sinal!

(Thanos): Rápido, façam um barulho!

(Olaf): VOCÊ NÃO MANDA EM MIM, PORRA!!!

(Erik): Esse merda ainda vem dizer que manja de furtividade! Vai tomar no cu!

(Baleog): Meu pau pra tu!

Com toda a gritaria, os guardas foram com tudo para cima dos vikings. Enquanto os vikings se colocavam para lutar com os guardas, Thanos foi discretamente até a cabana do líder, que se preparava para fugir e se esconder.

(Herlaug): Vai tomar no cu, todo dia isso! Já é a terceira vila onde esses malditos me acham!

Thanos entrou pela janela discretamente e derrubou um vaso que estava de uma mesa, alertando o líder da vila.

(Herlaug, se virando): Quem é você? Cadê os malditos que vieram me matar?

(Thanos): É só um gato, carai.

(Herlaug): Não existem gatos nas montanhas nórdicas!

(Thanos): É o que tu pensa, otário! Miau!

Thanos jogou uma faca no sujeito que usou o antebraço para proteger o próprio coração.

(Herlaug): Seu maldito!

Herlaug pegou uma espada e avançou contra Thanos, que chutou o vaso em pedaços que ele derrubou antes, fazendo Herlaug tropeçar e quase cair em cima da própria espada. Thanos pegou uma cadeira e usou-a para esmagar a cabeça do líder da vila, matando-o na hora.

(Thanos): Nhé, foi fácil demais. Vamos ver como os outros estão se saindo.

Quando Thanos saiu, ele viu todos os soldados mortos no chão, aos pés dos três vikings, que estavam fazendo poses excêntricas.

(Thanos): Isso é uma JoJo referência?

(Erik): Ora, ora, talvez...

(Thanos): Ok, ok, matei o cara. Vamos pegar nossa recompensa...

Thanos e os vikings voltaram até o ponto de encontro onde estava a caravana de Misthyos. O mercador de escravos em pessoa o aguardava para lhe parabenizar.

(Misthyos): Ora, ora, meus parabéns, Thanos. Como prometido, pode entrar no meu alojamento de escravos e escolher sua garotinha colorida.

Thanos foi lá e viu várias gems: algumas pérolas, muitas rubis e ametistas rachadas, algumas quartzos defeituosas... mas nada da Topázio Imperial. Isso deixou Thanos muito aborrecido.

(Thanos): Porra Misthyos, você mentiu para mim!

(Misthyos): Calma aê, meu bacano, eu não sabia que a gem que você procurava não tava aí no meio. Mas se quiser, ainda posso te dar uma força: a maioria dos meus compradores são da Síria. Eles gostam de comprar essas meninas coloridas porque são exóticas e atraem um monte de gente pros bordeis.

(Thanos): E como diabos eu vou pra Síria?

(Misthyos): Ah, eu tenho um negocinho aqui para te ajudar.

Misthyos conduziu Thanos até uma moita que ficava não muito longe dali e revelou um teletransportador escondido lá.

(Misthyos): Esse aqui vai te levar direto pra Síria. Só usar meu flautim mágico.

Thanos pegou o flautim emprestado, tocou e foi teletransportado para a Síria.

(Erik): Porra, o cara nem se despediu da gente.

(Olaf): Vou sentir falta do menino prodígio.

(Misthyos): Ei, ele levou meu flautim!

(Baleog): Ele levou uma parte de cada um de nós.

(Erik): Quanto você oferece para irmos atrás dele?

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Ainda no sonho, Rose foi teleportada junto com Thanos para a Síria.

(Thanos): Beleza, ele disse que vendem essas pedras em bordeis. Não deve ser difícil de achar.

*15 bordeis depois*

(Thanos): Porra, 15 bordeis, e só tem mulher fei... ah é, tenho que achar a menina. Bom, naqueles bordeis não estava, né?

Com o olhar perdido, Thanos foi vasculhando a cidade até achar uma joalheria.

(Thanos): Acho que o melhor lugar para saber como achar uma joia é numa joalheria.

Thanos foi até a joalheria, entrou e começou a falar com o dono da loja.

(Thanos): Opa cumpadi, qual é a boa?

(Joalheiro): O que tu quer, caralho?

(Thanos): Ei bicho, calma lá. Só vim pegar uma informação.

(Joalheiro): Com essa cara de liso, já sabia que tu não ia comprar nada mesmo!

(Thanos): Então meu pau pra tu, seu merda!

O grego saiu mal humorado, mas ainda percebeu que alguém espreitava a loja. Alguém mais ou menos do tamanho de uma criança, usando uma coberta ao redor do rosto e cabeça, com uma joia saindo pelo alto da cabeça.

(Thanos, cochichando): Topázio Imperial.

Thanos se aproximou da garotinha, que estava olhando um bracelete de ouro.

(Thanos): Ei mocinha, que é que você está olhando aí?

A garotinha apontou para o bracelete e fez uma carinha de cachorro pidão.

Thanos voltou para a loja a fim de negociar com o dono.

(Joalheiro): Filho da puta, sai logo daqui!

(Thanos): Calmaê meu patrão, só vim comprar um bracelete! Quanto custa?

(Joalheiro): 800 dracmas!

(Thanos): Porra, me rouba logo! 720 e tá na mão.

(Joalheiro): 750.

(Thanos): Meu pau! 745!

(Joalheiro): Ok, vou lá pegar.

Quando o joalheiro saiu detrás do balcão para pegar a peça, Thanos pulou em cima dele, como quem monta em touro selvagem. O sujeito tinha 1,90 de altura, mas Thanos se atracou nele que nem macaco.

— ME SOLTA, MALDITO!!!

— CALMA, CALMA, FICA FRIO AÍ, FICA FRIO AÍ, REEEEEEEEE!!! DESMAIA LOGO, MERDA!!!

(Topázio Imperial, do lado de fora): Tá tudo bem aí dentro?

— SEU PORRA, VOU ARRANCAR SEU PAU!!!

— WRRRRYYYYYY!!!

5 minutos depois, Thanos saiu da loja com um olho roxo, uma sacola nas costas, então foi à vitrine, tirou o bracelete e o deu para a Topázio Imperial.

(Topázio Imperial): Puxa vida, muito obrigado!

(Thanos): Faça bom uso dele, a barganha foi tensa.

(Topázio Imperial): Você quer dizer que espancou o cara, enforcou ele e depois escondeu o corpo numa sacola?

(Thanos): Você é bem espertinha para uma garota da sua idade...

(Topázio Imperial): Tenho mais de 1000 anos...

(Thanos): ... bora voltar logo para a Bismuto.

(Topázio Imperial): Conhece ela?

(Thanos): Claro.

(Topázio Imperial): Como vamos voltar?

(Thanos): Teletransportador, oras.

(Topázio Imperial): Ah, você sabe usar? Porque eu não.

(Thanos): Mas é claro, eu tenho esse flautim aqui, vai ser suave.

(Topázio Imperial): E ele leva para a Torre do Mar Lunar?

(Thanos): Não testei ainda, mas foi ele que me trouxe para cá.

(Topázio Imperial): Você sabe que o flautim é de via única, né?

(Thanos): ... PUTA QUE PA...!!!

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Rose acordou repentinamente. Novamente ela havia entrado num dos sonhos de Thanos, dessa vez enquanto estava sentada debaixo de uma árvore, que ficava perto do alojamento do Esquadrão Platina. Coincidentemente, Thanos também acordara, sendo o último platina a acordar para ir trabalhar na muralha. Ele então foi do quarto até a cozinha para tomar um café...

COMPLETAMENTE PELADO!!!

(Serviçal): Senhor, devo informar-lhe que estás desprovido de vestimentas.

(Thanos): Desculpe senhor, minha noite foi tão pesada que eu nem estou me sentindo direito aqui. Minhas pernas estão dormentes! Nem sei como eu vim parar aqui! Não sabia que era desse jeito não!

(Serviçal): Não sabia que haviam entrado meretrizes aqui esta noite.

(Thanos): Não entraram...

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Amennekht voltou para Mênfis e deixou Rose e Merit no comando de suas tropas em Ahkvata. Ainda que ele fosse o rei, e talvez justamente por isso, ele precisava voltar para casa e botar as coisas em ordem depois de uma longa campanha. Dessa vez, além das questões de sempre, ele ainda teria que cuidar de duas prisioneiras de guerra, que ele involuntariamente tomou para si quando as defendeu dos soldados que queriam violenta-las. Ele até pensou em devolvê-las para Rose, mas por alguma razão ele resolveu ainda assim leva-las para Mênfis. Quando sua carruagem real voltou para Mênfis apenas com uma parte de seu exército, a ausência dos outros soldados, somada à presença das duas estranhas gems chamou bastante a atenção do povo. O povo começou a se ajuntar, mas o rei manteve a carruagem a uma velocidade constante, o que fez seus súditos entenderem que ele queria ir ao palácio e não parar para dar respostas, pelo menos não naquele momento.

Chegando ao palácio, ele colocou seus cavalos no estábulo e, ao se voltar para as pérolas, tomou um susto quando notou que elas estavam sem a capa que ele deu para elas se cobrirem.

(Amennekht): Mas o quê? Meninas, eu já disse para vocês se cobrirem com a capa que eu dei para vocês!

(Pérola cor-de-vinho): Desculpe, depois de um tempo ela ficou desconfortável.

(Amennekht): Mesmo assim, se mantenham cobertas. Vocês não podem sair por aí mostrando seus... suas...

(Pérola azul-clara): “Nossas”...

Amennekht ficou sem jeito para falar o que ele pensou, então acabou fazendo só uns gestos estranhos ao redor do próprio tórax, esperando que elas entendessem o recado, mas não foi o que aconteceu.

(Pérola cor-de-vinho, confusa): Você quer que a gente mude de forma?

(Amennekht): É... seria uma boa. Sabe, eu sei que, entre as gems, a parte do tórax feminino não tem a mesma conotação que entre os humanos, mas como vocês estão vivendo entre os humanos, seria melhor manterem as aparências, ou melhor, mudar.

Depois do momento embaraçoso, Amennekht decidiu mostrar a elas como os lugares do palácio, que era onde elas iam ficar de agora em diante.

(Amennekht): Esta é a sala do trono. Eu fico aqui, governando o meu reino. Sempre que precisarem de mim, podem vir aqui. Se eu estiver conversando com outro alguém, seja humano ou gem, vocês devem aguardar com paciência.

(Pérola Azul-clara): Nós seremos pacientes.

(Amennekht, indo para outro cômodo): Aqui fica o meu quarto. Não devem entrar aqui a menos que eu solicite. Os únicos que têm permissão para entrar aqui são meus empregados, que limpam tudo.

(Pérola cor-de-vinho): Certo.

Amennekht também mostrou os estábulos, os armazéns, os jardins... poucas coisas ele não mostrou às pérolas, como o jardim subterrâneo que recebera de presente do Thanos e os pontos militares estratégicos, como depósitos de armas e quarteis. As duas gems realmente gostaram de tudo o que viram. O tour continuou, até que eles chegaram ao último ponto.

(Amennekht): Este aqui será o quarto de vocês. Meu pai usava esse aposento como harém. Acabou ficando vazio desde que eu entre nessa guerra. Não vi razão para reabrir um harém...

O lugar era imenso e igualmente luxuoso: havia camas, divãs, cestos de frutas e vasos de flores (vazios, por razões óbvias), sem falar nas janelas que davam uma LINDA visão para os jardins reais, para o Nilo e para a grande cidade de Mênfis. Tudo aquilo, somado à imensa gratidão que as duas gems sentiam por seu improvável salvador fez com que a natureza servil das duas pérolas aflorasse bastante: elas literalmente se ajoelharam e se curvaram para Amennekht, fazendo a saudação costumeira às Diamantes. Usualmente, gems subalternas não precisam se curvar às superiores devido à diferença de altura natural que havia entre gems normais e Diamantes, mas como as pérolas eram apenas um pouco mais baixas quiseram fazer isso para criar uma diferença de altura.

(Pérola cor-de-vinho): Obrigada, Rei da Humanidade! Obrigada!

(Pérola azul-clara): Jamais poderemos agradecer à altura de sua bondade, mesmo assim, permita-nos que sejamos suas novas pérolas!

Amennekht sentiu um misto de sensações naquela hora. Parte dele ficou extremamente incomodada com aquilo. Ele cresceu vendo as Crystal Gems sendo pessoas (ou quase) livres, cada uma buscando suas próprias aspirações e renegando os papeis previamente impostos a elas pelo governo das Diamantes. Ver aquelas pérolas se sujeitando a isso era algo um tanto degradante.

Mas outra parte de Amennekht se deleitava com aquilo. Ele era um rei, e ser tratado como um era algo muito gratificante para ele. Além do mais, mesmo se cobrindo, aquelas duas pérolas ainda tinham traços extremamente sensuais, que associados com o comportamento e as feições meigas e inocentes delas lhe davam uma boa margem para a imaginação bolar diferentes formas pelas quais elas poderiam “servi-lo” e “mostrar gratidão”.

Mas sua consciência lhe acusava, principalmente quando se lembrava de sua nova esposa, Merit. Não era incomum, tampouco errado para um rei casado ter várias concubinas, mas ainda assim era uma ideia estranha para Amennekht, principalmente quando se lembrava do tipo de lealdade que mostrou para com sua esposa anterior, Rubelita. Além disso, ele não gostava da ideia de possuir uma gem, como se ela fosse um objeto, apesar da ideia ser bastante tentadora.

Pensando nessas coisas, Amennekht chegou a uma conclusão que seria benéfica para elas, mas sem colocar a si mesmo sob a tentação de querer usá-las para si.

(Amennekht): Vocês conhecem a rainha Merit? Minha esposa?

(Pérola azul-clara): O que é uma “rainha” e uma “esposa”?

(Amennekht): É uma pessoa quase igual a mim: se veste como eu, usa armas como as minhas e também lidera soldados em batalha, mas ao mesmo tempo ela é diferente de mim.

(Pérola cor-de-vinho): Está falando daquela fêmea humana que volta e meia conversava com você e que passava boa parte do tempo lhe acompanhando?

(Amennekht): Sim, ela mesma.

(Pérola azul-clara): O que tem ela?

(Amennekht): Assim que ela retornar para Mênfis, vocês deverão servi-la. Façam isso como prova de gratidão a mim. Ela é uma pessoa muito importante para mim.

(Pérola azul-clara): Faremos isso.

(Amennekht): Perfeito. Por hora, fiquem aqui e arrumem este lugar conforme preferirem, afinal, é aqui que vocês ficarão. Eu irei para a sala do trono, cuidar do meu reino.

Dito isso, Amennekht foi e sentou-se ao trono. Um escriba lhe aguardava e, assim que o faraó assumiu seu lugar, o escriba anunciou ao público que eles poderiam apresentar suas questões ao rei. Muitos súditos fizeram uma grande fila em frente ao palácio e aguardaram pacientemente enquanto o Faraó os atendia, um a um.

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Muito tempo depois...

Na ilha-base da Divisão Sigma, as gems que haviam sobrevivido à Imolação de Ahkvata haviam trabalhado duro planejando como eliminar o líder do Esquadrão Platina. O fruto de seus esforços estava pronto: elas haviam preparado um bom número de caixotes com granadas e explosivos para dar um jeito em Thanos, algumas armas padrão blaster de caráter experimental, além de um elaborado plano para vencer o líder do Esquadrão Platina. Agora, sem Cornalina ou Ônix, cabia a Jade tomar o posto de líder e repassar o plano.

(Jade): Muito bem, soldados. Nós terminamos as armas experimentais, agora vamos repassar o plano: primeiro, precisamos convencer nossas comandantes a ceder um destacamento que confronte o inimigo diretamente na próxima batalha.

(Jet): Mas elas já tentaram isso na última batalha, e foi particularmente um desastre. E se elas não toparem um repeteco?

(Jade): Então esperaremos que o inimigo trave combate cerrado com outro destacamento, e então que as comandantes travem mira nele. O líder do Esquadrão Platina é um inimigo com nível de ameaça extremo. Quanto mais batalhas ele luta, mais ele aprende. Temo dizer que, enquanto não nos livramos dele e de Rose, estaremos impossibilitados de vencer a Rebelião. Quanto ao próximo passo, alguém poderia dizer para as outras do grupo?

(Larimar): Devemos atacar o inimigo quando ele estiver distraído até que ele fique exausto, então devemos finalizá-lo!

(Jade): Larimar, você não está esquecendo de nada?

(Larimar): Sobre quem deveria dar o golpe final?

(Jade): Também é um detalhe importante, mas não é isso.

(Larimar): ...

(Jade): Devemos fazer este passo SEM entrar em combate direto. O inimigo é muito hábil em vários tipos de combate, por isso não podemos ficar medindo forças com ele. Temos que vencê-lo com estratégia.

(Bixbita): E, uma vez que ele estiver desgastado, temos que ataca-lo todas de uma vez, sem piedade! Precisamos garantir que ele morra e não volte mais!

No meio da reunião, um alarme que estava com Bixbita começou a tocar. Tratava-se de uma mensagem do Alto Comando.

(Bixbita): É a Diamante Amarelo, ela disse que, daqui a pouco, uma nave virá para nos buscar. Seremos reencaminhadas para a próxima missão.

Dito e feito. Uma nave de transporte chegou à ilha-base da Divisão Sigma em pouco tempo. Depois que as gems embarcaram, a nave viajou até a órbita da Terra, onde estavam as naves pessoais das Diamantes Amarelo e Azul, ambas com formatos de braços. A nave menor entrou na nave da Diamante Amarelo (https://vignette.wikia.nocookie.net/steven-universe/images/1/18/Yellow_Diamond%27s_Warship.png/revision/latest?cb=20190511222404).

Após o acoplamento, as gems da Divisão Sigma se dirigiram à sala de comando, onde a própria Diamante Amarelo as aguardava. Tão logo se colocaram na presença da líder da Corte Amarela, as gems fizeram a típica saudação, cruzando os braços em frente ao peito em forma de losango. A Diamante olhou para as gems menores com um olhar de desapontamento, mas não surpresa.

(Diamante Amarelo): Vejo que a última batalha não foi muito generosa com vocês.

(Jade): G-G-Grande Diamante Amarelo, se me permite...

(Diamante Amarelo): Poupe-me do falatório. Já estou a par da situação. A responsável pelo fracasso retumbante na última batalha já foi destituída de seu posto.

As gems da Divisão Sigma sabiam que a Diamante Amarelo estava falando da Comandante Hessonita. Se estivessem em qualquer outra circunstância, elas certamente teriam feito questão de deixar a satisfação estampada no rosto, mas aquela não era a melhor hora para tal coisa.

(Diamante Amarelo): Na verdade, é justamente por isso que chamei vocês. Sua nova comandante, a Comandante Esmeralda, pretende fazer um novo ataque em breve. Segundo a estratégia dela, podemos derrotar as tropas nativas se, ao invés de fazermos grandes investidas contra suas cidades muradas, fizermos várias pequenas investidas ao redor do planeta, em campo aberto. Isso forçará a Humanidade a fragmentar suas forças. Sem o aparato de teletransportes que nós temos, os humanos não conseguirão se reagrupar adequadamente e assim poderão ter seus exércitos destruídos um por um.

(Jade): É de fato um bom plano. Se fosse do seu agrado, minha Diamante, gostaríamos de apresentar um plano que criamos na nossa ilha base, especificamente para matar o humano que estilhaçou nossas companheiras na última batalha.

(Diamante Amarelo): Apresente-me seu plano.

(Jade): Para a primeira parte dele, precisaremos de um grande contingente de ataque para enfrenta-lo diretamente e exauri-lo. Enquanto isso, nossa Divisão se encarregará de ataca-lo pelos lados cegos. Se trata de uma manobra de distração associada com táticas de guerrilha. Não podemos vencê-lo medindo forças com ele, a única solução sensata é força-lo ao seu limite de humano e então mata-lo.

— Em outras circunstâncias, eu diria que você está sendo idiota, mas depois do que eu vi no campo de batalha, acho isso muito inteligente da sua parte.

As gems da Divisão Sigma se viraram para onde a voz havia saído. Esmeralda estava assistindo a tudo secretamente, como uma desculpa para conhecer melhor suas novas subordinadas.

(Esmeralda): Não só é inteligente, como também tem iniciativa. Está com raiva do humano que estilhaçou suas companheiras e dirigiu essa raiva para a concretização de um plano. Gosto do seu plano, e vou anexá-lo ao meu plano de ofensiva. Isto é, se lhe agradar, minha Diamante.

(Diamante Amarelo): Este humano é uma ameaça tão grande quanto a própria Rose Quartz. Deve ser eliminado a qualquer custo. Se você acha que é um bom plano, prossiga com ele, Esmeralda. Confio em seu julgamento, mas aguardo um resultado positivo.

(Esmeralda): Obrigado, minha Diamante. Quanto a vocês quatro, gostaria de apresentar a vocês um novo modelo de arma que minha Diamante disponibilizou para usarmos contra os humanos.

Esmeralda bateu palma duas vezes, e três ametistas surgiram. Uma empurrava um carrinho cheio de exemplares da tal arma, as outras duas seguravam um humano amarrado e amordaçado. As armas eram bem menores que os longos blasters padrões de disparo que as lignitas usavam antes. Lembravam um misto de pistolas com blasters de Stormtroopers.

(Esmeralda): Quer fazer as honras, Jade?

(Jade): Adoraria, mas vou deixar para a Jet. Ela é a especialista de tiro do meu pelotão.

Jade pegou uma das armas, e entregou para Jet. Esmeralda deu uma dica sobre como operar a arma.

(Esmeralda): Ela tem esse botão giratório aqui na lateral. Verde é para alvos únicos, vermelho é para hordas.

Depois de habilitar a arma na forma certa de disparo, Lignita apontou a arma e puxou o gatilho. O raio verde saía de forma contínua, ao invés de ser apenas um traço de luz que saía e desaparecia pouco depois.

Além disso, o resultado era avassalador. Tanto que até mesmo algumas gems, como a Larimar e a Bixbita ficaram extremamente horrorizadas com o que viram.

Jade, Esmeralda e Diamante Amarelo, por outro lado, sorriram. Aquela arma era perfeita.

Não só matava os humanos, como também produzia um espetáculo tão horripilante que faria até mesmo o mais bravo dentre eles se estremecer de medo.