A primeira essência e a nova criadora de cartas.

Mokona mantinha uma postura desafiadora frente ao estranho garoto e Yuuko permanecia imóvel, sem saber o que fazer referente à ameaça recebida e como responder a pergunta feita pelo estranho. Então ele repetiu a pergunta:

– Onde está Sakura? – depois de algum tempo e como não ouve resposta ele seguiu – Então será a segunda opção mesmo. – ele enfia a mão no bolso e tira de dentro dele uma chave que chama a atenção de Yuuko e mais ainda de Mokona. Ela tinha um sol na ponta, semelhante à de Sakura que possui uma estrela. Então ele pronuncia um encantamento para a chave mágica – "Chave que guarda o poder das trevas, mostre seus verdadeiros poderes. Liberte-se!”.

Exatamente da mesma maneira que ocorreu com Yuuko, a chave magicamente muda sua forma, porém esta se transformou em um cetro muito maior que o báculo de Sakura. E quando o garoto fez um movimento que indicava que ele estava pronto para atacar Mokona grita:

– ESPERE! – isso faz todos pararem para olhar a pequena criatura. – Você é o Eriol? Imaginei que fosse da mesma idade de Sakura. – e continuou – Tenho uma mensagem dela para você. Ela destruiu as cart... – antes que Mokona pudesse terminar sua frase um vento poderoso os atinge e todos e que derruba Yuuko no chão. Ao olhar para o céu, notam uma menina muito no alto. Ela voava sobre a cidade e parecia que ela estava provocando tal ventania.

Yuuko nunca havia visto aquilo em sua vida e estava mais confusa do que nunca.

– Ela destruiu as cartas mágicas e liberou suas essências para que sejam recriadas por você – prosseguiu Mokona – e talvez essa seja uma delas. – concluiu.

– Porque ela faria isso? – Diz uma voz atrás de onde Yuuko e Mokona estavam. Ao olhar Yuuko vê uma espécie de pantera negra com asas de borboleta – Porque ela faria isso com suas cartas e porque apagaria a memória de seus amigos?

“As coisas podem ficar mais malucas ainda?”, Yuuko pensou.

– Droga Spinel Sun! Você só deveria aparecer se realmente fosse preciso, saco de pulgas! Eu estava no controle de tudo. – o menino fala completamente injuriado com o aparecimento da criatura.

– Ah... Cala a boca moleque. Arg... Ainda não entendo por que você foi enviado para cá. O próprio Eriol deveria ter vindo. – retrucou Spinel Sun.

– C-como assim “o próprio”? Você não é Eriol, a reencarnação de Clow? – pergunta Mokona chocado com a nova informação.

– Enfim... A resposta fica para daqui a pouco. Vamos Spinel Sun, já temos um alvo e depois vemos o que faremos com eles. – chama seu parceiro.

Ele gira seu cetro no ar como fazem os lutadores que são especialistas com lanças, ou coisa parecida, e a pantera começa a correr em sua direção. Ao se aproximar dele, com um pulo ele senta em seu dorso e os dois ganham o céu indo em direção a menina.

Ao observa-los e a jovem garota no céu algo nela chama a atenção de Yuuko que a fez entrar em pânico. Era Naná, sua prima que também morava ali em Tomoeda. Não havia notado antes devido estar recebendo várias informações ao mesmo tempo e então ela grita:

– PAREM! – o grito mal foi ouvido pelos dois que a pouco voavam rumo a seu alvo. Eles haviam sido atingidos por uma rajada de vento criada por Naná. Ela não parecia ser a mesma pessoa conhecida por Yuuko.

Antes de atingirem o chão eles se estabilizam no ar, por pouco o garoto não caiu da criatura negra que ainda o carrega nas costas. Uma batalha entre eles começa. Naná, ou o que ela havia se tornado, desde o primeiro instante parecia estar ganhando do estranho garoto e seu parceiro. E então após uma investida frustrada dos dois Naná os prende com uma corrente feita pelo seu vento.

– Precisamos ajudá-los – diz Mokona a Yuuko.

– Como? Não pode machucar ela. Ela não deve estar fazendo por mal – responde a jovem muito aflita – Naná o que está acontecendo com você? – Yuuko fala para si mesma em voz alta.

– Você a conhece?

– Claro que a conheço. Ela é minha prima e melhor amiga.

– Pois esse é mais um motivo para ajudarmos. Mas a ela do que a eles.

– O que faremos?

Então Mokona abre bem sua boca tomando fôlego e então sopra. Dela sai o que a primeira vista parecia ser uma carta.

“Uma das cartas mágicas” Yuuko pensa.

– Você irá usar esta carta para prendê-la e assim recriar o que um dia foi o “Vento”. Diga o encantamento mágico para retirar a essência de dentro de sua amiga e com o báculo crie uma nova carta.

Yuuko pegou a carta dada por Mokona e nela leu “A Sombra”.

– Eu não consigo fazer isso.

– Irá conseguir. Eu sinto um grande poder vindo de você. Esse é o seu destino. – diz Mokona encorajando a jovem garota.

Yuuko vira-se para onde todos os outros estão e assim como dito por Mokona determina a carta em sua mão que ela prenda sua amiga. A carta após liberada se lança sobre Naná e ela a aprisiona em uma bola escura. O menino e seu parceiro ficam livres do poder da essência e então Yuuko fala o encantamento.

– “Essência mágica, liberte esse corpo e que se faça novamente em carta mágica para que volte a fazer o bem!”

Então, como o ar solto após a expiração, uma fumaça de um verde claro sai da boca da menina refém do poder da carta vento. Yuuko pode ver o que de fato era a essência. Então Barthel corre em sua direção e lhe entrega uma carta em branco.

– Coloque-a aqui. – a entrega a Yuuko e ela ordena a essência que ali se faça a nova carta mágica e a fumaça então é toda obsorvida pelo papel.

Estava feito. A primeira carta mágica havia sido recriada.

Naná, agora deitada sobre o chão aos poucos acorda. Parecia completamente perdida e desorientada. Yuuko corre em sua direção e ao chegar ao seu lado vê que ela está bem.

– Yuuko? – pergunta ao vê-la. – Onde você estava? Onde nós estamos?

– Você não se lembra de nada?

– Só lembro-me de ter recebido uma ligação do tio me dizendo que você havia ido a minha casa, mas como demorou, saí para ver se havia errado o caminho e... Não me lembro de mais nada.

– É uma longa história.