[Santuário de Atena, Antes da Invasão do Templo do Mar]

Enquanto Seiya e os outros estavam se aproximando do Templo Submarino, Shina e Jabu chegaram no Santuário. Os dois entregaram os documentos para Mu e fizeram um relatório sobre o que tinha acontecido. Mu encaminhou Shina para a Fonte de Atena para receber tratamento intensivo, ele também ordenou que Jabu ficasse preparado pra ser convocado a qualquer momento. Em seguida, Mu repassou tudo para o Mestre Ancião.

— Então, o que o senhor acha Mestre? - Perguntou Mu mentalmente.

— As informações batem com as que a Saintia de Golfinho reuniu… e levando conta as informações que a Marina de Sereia nos contou, acredito que os jovens cavaleiros de bronze precisarão de ajuda…

— O senhor está pensando em enviar mais cavaleiros?

— Não só isso, como também enviarei as armas de Libra.

— As armas de Libra? O senhor tem certeza, Mestre Ancião? - Questionou Mu, bastante surpreso com a decisão do Mestre Ancião em usar as armas de libra.

— Se antigos cavaleiros de ouro tiveram problemas para destruir os pilares do templo de Poseidon e Atena está presa no Grande Suporte Principal, imagino que ele seja ainda mais difícil de destruir.

— Faz sentido. Então o senhor enviará um segundo grupo focado em destruir o Grande Suporte?

— Exatamente. E pensei em enviar o mesmo grupo que foi para Bluegraad com mais alguns cavaleiros.

— Compreendo, mas temo que Shina não se recupere a tempo e que talvez Igazen de Orion não retorne em tempo.

— Se for necessário iremos substituir os dois. Enquanto isso, vamos aguardar o retorno da Saintia de Golfinho.

— Certo, e qual foi a missão que o senhor delegou a ela?

— Trazer o Báculo de Atena do Japão. Nossa deusa não deve lutar desarmada, caso contrário, não terá chances contra Poseidon. E no momento creio que só ela terá permissão de carregá-lo, mesmo que existam outras em treinamento ela atualmente é a única Santia.

— Entendi, o senhor tem razão… Mestre Ancião, me perdoe pela insubordinação, mas o senhor vai mesmo continuar excluindo os cavaleiros de ouro? Nós não vamos participar dessa guerra contra Poseidon?

— É uma decisão difícil e não temos muito tempo para arquitetar um plano, nós não estávamos preparados para uma guerra contra Poseidon e em breve outro inimigo irá despertar…

— O senhor está se referindo a Hades, não é?

— Exato. a Guerra Santa contra Hades é inevitável e eu estou tendo um mal pressentimento, eu já senti isso antes… mesmo não conseguindo me lembrar de onde vem esse sentimento tão profundo de angústia. Contudo, os Espectros de Hades irão ressurgir a qualquer momento, então se para termos uma chance de vitória for necessário sacrificar os cavaleiros de bronze e os cavaleiros de prata é isso o que irei fazer. - Explicou o velho mestre, sua voz estava firme, mas o peso sobre seus ombros era incomensurável.

- Eu compreendo. - Disse Mu com a voz pesada.

— Eu peço que você continue agindo como meu intermediário e que faça o possível para impedir a movimentação dos outros cavaleiros de ouro antes da hora.

— Certamente, agora, com a sua licença Mestre Ancião. - Mu estava inquieto como os outros cavaleiros de ouro, mas ele tentava manter-se firme para não cometer qualquer deslize naquele momento tão crucial.

Enquanto aguardavam pelo retorno de Mii, Igazen chegou no Santuário, e assim como Shina, ele foi encaminhado para a Fonte de Atena depois de receber os primeiros socorros, ele estava bem menos ferido que a amazona de prata.

Lá eles encontraram com Aldebaran, mas este seguia inconsciente, eles ficam sabendo que o Touro havia lutado contra um General Marina e por isso estava tão debilitado.

Algum tempo depois Mii de Golfinho retornou com o Báculo de Atena. Já Shina, devido aos ferimentos ficou de fora da missão, então mais dois cavaleiros foram escolhidos para completar o grupo.

— Escutem, a missão de vocês é de extrema importância. Vocês serão o grupo de apoio do grupo de Seiya. Vocês terão que destruir o grande Suporte Principal usando as armas de libra para libertar a deusa Atena, enquanto os outros cavaleiros estão lutando contra os Marinas, entenderam?

— Sim, Grande Mestre! - Responderam em coro.

— Isso quer dizer que a June está lutando de novo… - Pensou Shun cabisbaixo.

— Eu irei salvar a Saori custe o que custar! - Pensou Mii decidida.

— Vocês devem conseguir chegar mais rápido, pois graças a Shina, Jabu e Igazen nós conseguimos a localização do templo de Poseidon. - Falou Mu.

— A prioridade é destruir o Suporte Principal e então entregar o Báculo para Atena. - Reforçou o Mestre Ancião.

— Mesmo com as armas de libra essa missão não será uma tarefa fácil, então vocês não devem baixar a guarda de forma alguma. Vocês podem usar o báculo de Atena como guia para chegar ao Templo Submarino, com certeza ele os levará pelo melhor caminho. - Falou Mu.

— Dessa vez eu poderei salvá-la, por favor, aguente só mais um pouco, senhorita Saori! - Bufou Jabu.

— Mestre Aiolia… com estes punhos lutarei pela justiça, assim como fez o senhor Aldebaran, e o vingarei! - Bradou Igazen para si mesmo.

— Vocês não devem usar as armas de libra contra nenhum oponente, vocês apenas têm permissão de usá-las contra o Suporte Principal. - Explicou o Mestre Ancião. - Vocês devem reconhecê-lo facilmente, ele fica no centro do Templo Submarino. Agora partam imediatamente!

Nesse momento o báculo que estava nas mãos de Mii se transformou e voltou para sua forma de estatueta, provavelmente para ser mais fácil de guardá-lo e carregá-lo. O grupo então partiu rumo ao Mar Mediterrâneo.

[Pilar do Pacifico Norte]

— Estou vendo… este é o pilar que foi mencionado por aquela sereia. Ele é imenso… se estende por vários metros… é como se ele estivesse segurando o céu. - Pensou Seiya ao se aproximar.

O pilar ficava em uma área bem ampla com uma arquitetura refinada que lembrava templos gregos, sendo completamente diferente do caminho rústico de pedras e terra que o bronzeado tinha acabado de percorrer. Havia uma pequena escadaria que levava ao pilar, que ficava no centro da construção, por trás do pilar existia outra escadaria que levava a um templo menor, provavelmente usado pelo General Marina e seus subordinados.

— Não vou perder tempo! Vou destruí-lo com apenas um golpe!

— Nem em um milhão de anos você conseguiria arranhar este pilar! - Disse um grande soldado raso, ele tinha facilmente mais de dois metros, e ao redor dele havia um grupo de soldados marinas.

— Tsc, vocês não desistem, hein!?

— Você invadiu o território do Pacifico Norte, agora sua morte é inevitável! - Disse o soldado erguendo a mão para o alto.

Nisso dois soldados que seguravam uma grande âncora jogaram ela para o soldado maior, que aparentemente liderava o grupo.

— Uma âncora!? Quanta criatividade! - Debochou Seiya.

O soldado começou a girar a âncora. - Morra infeliz! - Gritou lançando-a contra Seiya.

Seiya estendeu a mão e segurou firmemente a âncora. - Acho que não! - Disse o bronzeado lançando-a contra ele, que diferente de Seiya não conseguiu segurar a âncora e foi derrubado, logo em seguida ele atacou os restantes dos soldados marinas com os seus Meteoros de Pegasus e derrotou todos.

Seiya não perdeu tempo e avançou, ele logo entrou no território do Pilar e ao se aproximar da escadaria principal, lançou seu ataque. - Cometa de Pegasus!

Seiya disparou se golpe contra o pilar, contudo, um vulto apareceu diante do pilar e bloqueou completamente o cometa do bronzeado,

— Quê!? - Falou Seiya surpreso. - Quem está aí!?

— Com esse nível de cosmo, você não conseguiria nem arranhar o pilar, entretanto, a minha função é protegê-lo e irei matar qualquer um que se atreva a atacá-lo.

— Como ele conseguiu para o meu golpe tão facilmente assim? - Pensou Seiya ainda surpreso. - Quem é você?

— Eu sou o guardião do pilar que representa o Pacifico Norte, um dos Sete Generais Marinas, eu sou Baian de Cavalo Marinho! E se quiser tentar destruir este pilar…

— Terei que derrotá-lo primeiro, não é? - Questionou Seiya interrompendo Baian.

— Muito bem, parece que já entendeu. Mas acha mesmo que consegue, cavaleiro de Pegasus?

— Eu preciso! Farei isso pelo povo da terra e por Atena!

— Então pode vir!

— Tome isso! Meteoros de Pegasus! - Atacou Seiya, e diferente das suas últimas batalhas, seus meteoros estavam infinitamente mais rápidos e numerosos, a evolução de Seiya era nítida. Mas Baian não demonstrou qualquer reação, ele apenas abriu os braços como se estivesse se preparando para receber o golpe de Seiya de peito aberto.

— Pretende receber os meus meteoros de peito aberto!? - Falou surpreso.

Contudo, os meteoros de Seiya se transformaram em ondulações que pairavam diante de Baian, sem causar qualquer dano ao General Marina.

Seiya arregalou os olhos, confuso, sem entender como o Marina tinha bloqueado o seu golpe. - Como isso é possí… quê? Ele desapareceu, pra onde ele foi?

De repente Baian surgiu atrás de Seiya. - Percebeu? Seus meteoros são inúteis contra mim. Agora, permita-me lhe mostrar a diferença entre nossas habilidades.

Baian respirou fundo e se moveu como se estivesse assoprando o Seiya, que foi jogado para frente, sendo arremessado contra uma coluna de uma estrutura que ficava ao lado do pilar, a coluna foi completamente destruída e o bronzeado caiu de cabeça no chão.

Seiya se levanta com dificuldade. - Tsc… É a primeira vez que vejo alguém usando o mau hálito para atacar.

— Hunf… faça quantas piadas quiser, mas a verdade é que seu pequeno corpo frágil foi jogado longe com um mero assopro meu.

— Mas ainda consigo me levantar e isso quer dizer que a luta ainda não acabou. Aqui vou eu!

— Parece que ainda não entendeu a diferença entre nós…

— Meteoros de Pegasus! - E novamente Baian abriu os braços e ficou parado esperando os meteoros, que outra vez foram bloqueados e se dissiparam na frente do Marina.

— Esse é o nível de um cavaleiro de bronze? Pensando bem, esses socos têm um nível bem alto para alguém que deveria ser da hierarquia mais baixa… e essa armadura de bronze, não sofreu um arranhão sequer… não era pra ele ter sido pulverizada? - Pensou Baian.

— Droga! Ele bloqueou meus socos de novo! - Seiya então avançou contra Bian e tentou uma luta corpo a corpo, mas foi inútil, nenhum dos golpes do bronzeado funcionam, existia uma barreira invisível que protegia o Marina.

— Já chega disso! Receba mais uma vez o meu, Assopro Divino!

Baian novamente respira fundo e assopra, fazendo Seiya ser lançado para longe atingindo um grande rochedo que foi destruído com a força do impacto. Entretanto, o cavaleiro de bronze levanta mais uma vez.

— Urgh… Se-seu golpe realmente parece ter algo divino… como uma refrescante brisa marinha… contudo, sua técnica não consegue me causar muito dano…

— Hehe, seu convencido. Meu Assopro Divino é a minha técnica mais básica, mas ela é o suficiente para acabar com você.

— O convencido aqui é você! Eu já descobri como sua técnica funciona, como eu estava mais próximo de você, consegui perceber que você lançou o que parecia ser um jato de ar contra mim, o seu ataque é rápido e pega o seu adversário de surpresa com um poderoso impacto.

— Você está certo, porém, por mais básico que seja, essa técnica se aproxima bastante da velocidade da luz e por isso pega o meu adversário de surpresa, mas mesmo sabendo disso, será que você consegue fazer algo?

— Um mesmo golpe não funciona duas vezes contra um cavaleiro…

— Bobagem! - Interrompeu Baian. - Isso só funciona quando ambos adversários têm níveis próximos, o que não é o nosso caso, mas vamos testar a sua teoria, tente deter o meu Assopro Divino!

Seiya se posicionou defensivamente, e tentou bloquear aquele jato de ar, por um instante ele conseguiu, contudo ele foi sendo arrastado, deixando as marcas no chão e depois ele começou a ser levantado pela força do golpe e começou a girar no ar, ele foi em direção ao céu do templo submarino e se chocou violentamente contra ele. Água começou a cair e uma pequena garoa se formou, o bronzeado vomitou sangue por causa da força do impacto e depois despencou caindo de cara no chão.

— Viu? Eu só precisei colocar um pouco mais de força e mudar a rotação do jato de ar. Acho que agora você não se levanta mais, então fiquei aí aguardando a morte. Outros cavaleiros invadiram o templo submarino junto com você, não é? Se todos forem nesse nível não existe qualquer ameaça contra o senhor Poseidon, acho que não preciso me ausentar do Pilar do Pacifico Norte, então seguirei as ordens do Dragão Marinho. - Disse Bian, que convicto da sua vitória virou as costas para o bronzeado e caminhou em direção ao seu Pilar.

— Ur-urgh! Coff-coff!

— Não se levante, você já está praticamente morto! - Disse o General sem olhar para trás.

— Se você não me matar de uma vez, vou continuar me levantando inúmeras vezes… até que eu vença essa batalha!

— Entendi. Então é isso que você quer!? Quer morrer de uma vez!? - Questionou Baian virando-se para Seiya. - Pois bem, realizarei o seu último desejo. Pegasus… receba um dos meus golpes mais poderosos! Ventos de Furacão!

Baian arquea a mão direita concentrando um poderoso cosmo nela, de repente inúmeras correntes de ar vão na direção de Seiya, e antes de atingi-lo, o General Marina simula um gancho com a mesma mão arqueada, unindo todas as correntes em um grande fluxo de ar, que se torna um grande pilar atingindo Seiya em cheio e o arrastando para cima.

A pressão sobre o corpo de Seiya era tanta que parecia que ia despedaçá-lo, o bronzeado então atinge mais uma vez o céu do templo, porém dessa vez o impacto abre um buraco e vai arrastando o bronzeado para cima, em questões de segundos ele estava na superfície, e continuou subindo por vários metros até que finalmente parou e começou a cair, ao se chocar com violentamente com a superfície do mar Mediterrâneo um grande pilar de água se formou.

Seiya tinha sido gravemente ferido, e até sua armadura que não tinha sido arranhada perante os outros ataques de Baian tinha algumas rachaduras, muito sangue começou a se espalhar e enquanto Seiya afundava ele pensava o quanto o Cavalo Marinho era forte.

— Nã-não pode ser… ele conseguiu me lança do templo de Poseidon até a superfície… ele é realmente forte… tal-talvez tão forte quanto um cavaleiro de ouro… até minha nova armadura parecia que iria quebrar… mas não posso desistir assim… preciso vencer esta batalha e destruir aquele pilar… Atena, por favor, me mostre o caminho!

Seiya começou a elevar seu cosmo e a água começou a borbulhar, a imagem da estátua de Atena surgiu e uma luz dourada envolveu o corpo do bronzeado.

— Tsc… deve ter chegado até a superfície… acho que exagerei… hehehe, mas agora os peixes podem se divertir com o cadáver dele.

[China, Cinco do Picos]

— Mestre, onde está o Shiryu? - Perguntou Shunrei aflita.

— Oh, Shunrei… você está bem? Soube que você lutou…

— Onde está o Shiryu? - Ela interrompeu o Mestre Ancião com a voz embargada. - Por favor, não me diga que ele já voltou a lutar!?

— Shunrei essa luta não podia ser evitada. - Respondeu o Mestre Ancião com a voz embargada ao ver a aflição no rosto da sua querida Shunrei.

— Não acredito nisso! Porque tinha que ser o Shiryu!? - Diz Shunrei caindo de joelhos ao lado do Mestre Ancião, ela abraça o velho mestre e começa a chorar.

— Eles estão lutando por todos nós, minha querida.

— Eu estava feliz porque as armaduras de todos estavam quebradas… eu sei que é egoísmo meu… mas pelo menos desse jeito eles não poderiam mais lutar! O Shiryu não é uma máquina! Porque vocês consertaram as armaduras deles? Porque os cavaleiros de ouro não podem assumir essa batalha? Eu não entendo! - Disse soluçando.

— Minha querida Shunrei… você não acha que estas nuvens cinzas já não bloquearam o sol por tempo demais? Os cavaleiros de bronze estão lutando para dissipá-las… E assim a luz do sol e a esperança podem nos iluminar mais uma vez!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.