[Casa de Sagitário]

— O quê!? A armadura de Sagitário… como ela veio para aqui? - Se questionou Hyoga e nesse momento a armadura virou a sua flecha na direção dele. Hyoga se assustou, porém logo depois ela virou-se na direção do testamento de Aiolos.

— O que a armadura está apontando? Parece que tem algo escrito na parede… - Hyoga se aproximou e leu aquele texto. - Aiolos esperou por todos esses anos, sem saber se nós viríamos ou quando viríamos… e mesmo depois de tanto tempo eu ainda posso sentir o desejo dele impregnado neste testamento… - Pensou Hyoga emocionado ao ser tomado por aquele desejo tão profundo. - Obrigado Aiolos! - Disse o Cisne enxugando as lágrimas e partindo com o espírito renovado para a próxima casa.

[Escadaria da Casa de Aquário]

— O cosmo de Shiryu… desapareceu completamente… - Falou June com a voz embargada.

— Será que o Shiryu morreu? - Perguntou Seiya preocupado e com os olhos rasos d’água.

Porém nesse momento um poderoso cosmo começa a emanar da casa de Aquário.

— Me desculpe, mas acho que você não terá tempo de chorar por seu irmão agora, Seiya. - Falou June se virando para em direção da décima primeira casa zodiacal.

Seiya finalmente percebe aquele cosmo e também vira-se na mesma direção. - Aquele deve ser Camus de Aquário, o guardião da Casa de Aquário.

— Então aquele é o Mestre do Hyoga, aquele que o aprisionou no caixão de gelo. - Comentou June.

— O que faremos? Será que o Hyoga já passou pela casa de Escorpião? - Indagou Seiya.

— Eu não consigo sentir mais o cosmo dele, mas precisamos acreditar que sim. E nesse caso provavelmente ele gostaria de resolver as coisas nesta casa, mas infelizmente não temos muito tempo, nós mesmo teremos que passar por ela. - Respondeu June.

June e Seiya seguem subindo a escadaria rumo a casa de Aquário. Quando os dois chegaram diante da décima primeira casa, lá estava Camus os aguardando.

— Porque? Porque vocês liberaram o Hyoga do meu esquife de gelo? - Questionou Camus bem sério.

— Como é?! Você queria que nós o abandonássemos lá? - Questionou Seiya irritado.

— Vocês todos traçaram um destino cruel. Esta batalha contra o Santuário e contra o Grande Mestre resultará somente em dor e sangue a todos aqueles que ousarem seguir por este caminho.

— Assim como nós, Hyoga decidiu por vontade própria lutar ao lado de Saori. - Respondeu June.

— Exatamente! - Bradou Seiya. - O Grande Mestre é o mal que dominou e o Santuário! Treze anos atrás ele tentou assassinar Atena! Depois de descobrirmos isso, como poderíamos ficar parados!?

June começou a contar toda a história sobre o que aconteceu treze anos atrás quando o Grande Mestre tentou matar Atena e colocar a culpa em Aiolos. - Essa é a verdade sobre o Grande Mestre…

— Muito bem, vocês têm alguma prova do que estão dizendo?

Seiya e June ficaram em silêncio, por mais que eles tivessem total convicção de que Saori era mesmo a Deusa Atena, de fato eles não tinham nenhuma prova cabal de que tudo aquilo que Saori lhes contou era realmente verdade.

— A armadura de ouro! - Lembrou Seiya. - A armadura de ouro de Sagitário está do nosso lado. O Aiolia nos disse que se nós lutássemos pelo mal ela teria nos destruído e em várias ocasiões ela nos protegeu e ficou ao lado de Saori por todos esses anos.

— Então aquela presença que senti na casa de Sagitário… - Pensou Camus.

— Isso não é o suficiente!? - Indagou June. - Isso deveria provar que nós estamos lutando por Atena.

— Hunff… pra acreditar nas suas palavras eu teria que ver com os meu próprios olhos. - Disse Camus virando as costas. - Assim como eu, muitos cavaleiros tem nutrido suspeitas sobre o Grande Mestre, mas nunca houve uma prova sequer que o condenasse. E durante esses últimos treze anos, por mais que algumas das suas ações possam ser julgadas como exageradas, ele protegeu e comandou o Santuário como um verdadeiro Grande Mestre o faria. Eu não posso simplesmente virar meu punho contra ele só porque você ou qualquer outro disse que ele é maligno.

— Porque vocês cavaleiros de ouro são tão teimosos!? - Reclamou Seiya apontando para Camus e se lembrando que algo parecido aconteceu quando ele lutou contra Aiolia no Japão.

— Vocês cavaleiros de bronze são jovens demais… Existem muitas outras coisas em jogo, não só se o Grande Mestre é ou não maligno. O que acontecer hoje mudará completamente o status quo do Santuário… estamos prestes a enfrentar uma gue...

— Não venha com essa! - Disse Seiya irritado interrompendo Camus. - Se estamos lutando e arriscando as nossas vidas esse tempo todo, é porque confiamos na Saori! E no momento isso me basta!

— Nós não podemos perder mais tempo conversando, pelo jeito não vamos convencê-lo com palavras, precisamos nos apressar para salvar Atena! - Falou June.

— Está bem. Se vocês não tiverem o que for necessário para vencer o Grande Mestre, pereceram na casa de Aquário. - Respondeu Camus virando as costas e entrando em seu templo zodiacal.

Seiya começa a seguir Camus, quando é interrompido por June que o segura pelo ombro. - Escute Seiya… deixe que eu luto aqui… você deve seguir em frente…

— Porque? Se nós lutarmos juntos podemos com certeza poderemos vencê-lo!

— Você está mais cansado do que eu… e por isso deve seguir para a casa de Peixes, assim você poderá descansar um pouco.

— Mas June…

— Não se preocupe Seiya, vou ficar bem… e mesmo que eu demore a te alcançar... tenho certeza que os outros em breve te alcançarão…

— Tsc... Está bem! Então vamos! - June acenou com a cabeça concordando e ambos seguiram para o templo de aquário.

[Prisão do Santuário]

{Um pouco antes de Marin descer de Star Hill}

— Vamos, saia da cela! - Ordenou o guarda com a voz trêmula.

— O que está acontecendo? - Perguntou o prisioneiro que estava deitado em sua cama.

— O-o Santuário foi invadido... e estão tentando subir as doze casas! - Respondeu o guarda abrindo a grade da cela com bastante cuidado.

— Disso eu já sei. Dá pra sentir daqui vários cosmos se chocando. Eu quero saber porque estão me libertando.

— Precisamos da sua força! - Falou outro guarda se aproximando e que parecia estar com bastante medo daquele prisioneiro.

— Vários cavaleiros de bronze foram mortos e vários soldados derrotados. - Falou o guarda que abriu a cela dando alguns passos para trás, como se temesse pela sua vida.

— Ainda assim eu não entendo o que está acontecendo aqui… Por acaso o Grande Mestre mandou me libertar? - Questionou o prisioneiro sem se levantar da cama.

— Não, ele não faz ideia do que estamos fazendo. Fomos nós mesmos que decidimos isso… talvez… talvez… se você matar alguns dos invasores o Grande Mestre perdoe os seus crimes e lhe conceda o título de cavaleiro…

O prisioneiro sorriu maquiavelicamente enquanto se sentava na cama e estendia os braços para que suas algemas fossem retiradas. Os dois guardas instintivamente deram mais alguns passos para trás.

— Quem são os invasores? - Perguntou o prisioneiro.

— Alguns cavaleiros de bronze que vieram do Japão… - Respondeu um dos guardas indo na direção da cela para retirar as algemas.

— Você só pode estar de brincadeira! - Respondeu o prisioneiro gargalhando e massageando os pulsos feridos e marcados pelas algemas.

— Não mesmo! - Respondeu o segundo guarda, mas ao ver que chamou à atenção do prisioneiro acabou recuando um pouco a voz. - São os mesmos cavaleiros de bronze que derrotaram vários cavaleiros de prata!

— Então o boato que ouvi é mesmo verdade? Agora as coisas ficaram mais interessantes. - Falou o prisioneiro ficando de pé após o guarda retirar os grilhões dos seus pés. - Eu estava mesmo entediado… E já faz tempo que não mato ninguém… - Disse ele indo em direção a porta da prisão.

— Será que fizemos certo? - Questionou o primeiro guarda, finalmente relaxando o corpo e saindo da cela.

— Ele é muito forte e vai acabar matando alguns dos invasores, isso é tudo o que importa! - Respondeu o segundo guarda.

[Casa de Touro]

— Mu… faz algum tempo que os cosmo de Aiolia, Shaka e Ikki desapareceram completamente… O que será que aconteceu na casa de Virgem? Será que os três morreram? - Perguntou Aldebaran telepaticamente.

— Eu não sei Aldebaran… porém eu consigo uma pequena fagulha do cosmo de Ikki… ele deve estar provavelmente inconsciente. - Respondeu Mu.

— Entendo. De toda forma, ele ter sobrevivido ao Shaka é um grande feito.

— Os cavaleiros de bronze contam com uma grande vantagem… O orgulho e arrogância dos cavaleiros de ouro… Qualquer um de nós poderia ter matado todos os cavaleiros de bronze sem qualquer esforço… mas ao se negarem a lutar seriamente contra eles, seja porque tem dúvidas sobre o Grande Mestre ou porque acham um absurdo ter lutar contra alguém de patente tão inferior, acabam criando a chance dos cavaleiros de bronze despertarem o sétimo sentido e mesmo que seja por uma fração de segundos, esse breve milagre irá fazer toda diferença na luta.

— Eu sei muito bem disso. - Disse Aldebaran retirando o seu elmo e olhando para o seu chifre que foi cortado por Seiya. Ele sorriu e colocou o elmo novamente. - Mu… a batalha está chegando ao seu clímax, os cavaleiros conseguiram chegar muito além do que eu poderia imaginar.

— Sim meu amigo, eles finalmente chegaram na casa de Aquário.

— Assim como eu, acredito que Camus também nutre certas desconfianças contra o Grande Mestre. Mas realmente não sei o que ele vai fazer. Será que só suspeitar do Grande Mestre bastará para que se volte contra o líder do Santuário?

— E você, já escolheu um lado? Ao final desta batalha, quem você irá apoiar? - Perguntou Mu bem sério.

[Casa de Aquário]

— Eu vou te enfrentar Camus. - Falou June tomando a frente.

— Muito bem, prepare-se Amazona de Camaleão. - Respondeu Camus de forma ríspida e imponente.

— Boa sorte June! - Gritou Seiya avançando pela lateral.

— Eu não vou permitir que você atravesse essa casa Pegasus! - Falou o dourado preparando seu ataque.

— Camus! Sua batalha será comigo! - Gritou June avançando. - Tormenta Sangrenta! — June transformou o seu Chicote numa lança de pequeno porte e desfere centenas de golpes perfurantes contra Camus que desviou de todos sem nenhum problema.

June parou o ataque quando escutou Seiya caindo no chão ao ser acertado por um golpe de Camus.

— Não acredito nisso! Ele não só desviou de todas as minhas investidas como também atingiu o Seiya.

— Droga! Eu nem vi ele me atacando. - Falou Seiya colando a mão na cintura e vendo que ela estava congelada.

— Seiya você está bem!? - Questionou June virando para o bronzeado.

— Nenhum dos dois passará por esta casa até que eu veja o que é necessário para derrotar o Grande Mestre. - Advertiu Camus.

— Então terei que vencê-lo de qualquer jeito! - Bradou June elevando o cosmo. - Tormenta Sangrenta! - Disparou a amazona avançando mais uma vez contra o aquariano.

— Com esse nível de velocidade qualquer ataque que você lance é inútil! Pó de Diamante! — Camus lançou seu ataque contra June que a atingiu com força a jogando para trás e a fazendo colidir com a parede do templo fazendo-a rachar.

— Estou impressionado… não com vocês, mas com a resistência das suas armaduras de bronze. Mesmo que eu não tenha atacado com tudo elas deveriam ter se despedaçado.

— Nossas armaduras foram reparadas e reforçadas por Mu. - Respondeu Seiya ainda no chão.

— Mu? Entendo. Então ele realmente está contra o Grande Mestre. E isso também explica como vocês conseguiram chegar tão longe, foi graças ao Mu, mas acaba aqui.

— Não… nós chegamos longe demais para morrermos aqui… - Disse June tentando se levantar, mas não conseguia, seu corpo estava não só dormente como também paralisado pelo ar frio de Camus.

— O que acha que pode fazer nessas condições? Não só sua armadura está quase completamente congelada, como também seu corpo e seu chicote. - Retrucou Camus.

— Não importa! Só vamos parar de lutar quando nossos cosmos se extinguirem! - Respondeu June pegando o seu chicote, elevando o seu cosmo e ficando de pé.

— Pare com isso. É inútil você insistir. - Falou o Aquariano.

Porém, June seguiu elevando o seu cosmo e aos poucos recuperando os seus movimentos.

— Entendi. Você acha mesmo que vai conseguir descongelar o seu corpo? Pra isso acontecer você precisará superar o meu ar frio, mas vou pôr um fim nisso agora. Pó de Diamante!

Defesa Circular! — Gritou June explodindo o seu cosmo e descongelando a sua armadura e o seu chicote, que começou a girar em volta do seu corpo o protegendo do ataque de Camus.

— Não é possível! - Falou Camus surpreso. - Você está conseguindo repelir o meu ar frio completamente!? Vejamos se você consegue o mesmo se eu começar a atacar a sério. Pó de Diamante! - Lançou Camus mais uma vez.

Porém, o ataque do dourado foi interceptado por outra rajada de ar frio, as duas rajadas estavam chocando-se uma empurrando a outra, pareciam estar quase equilibradas.

— June! Seiya! Me desculpem pela demora.

— Hyoga! - Falaram Seiya e June ao mesmo tempo.

— Eu quero que vocês deixem esta luta comigo. Quero resolver tudo com meu mestre aqui e agora. - Falou bem sério o Cisne. - Eu sei que parece ser egoísmo meu, entretanto não quero que mais ninguém assuma essa luta.

— O Shun… não veio com você?

— Não se preocupe, ele está bem. Logo deverá nos alcançar. - Respondeu Hyoga. - Agora vão!

— Certo... vamos deixar essa batalha com você. - Disse June desfazendo a sua defesa e se virando na direção do Seiya.

June correu até Seiya, o ajudou a se levantar e partiram da casa de Aquário.

— Mestre Camus… não existem palavras para o agradecer por tudo o que o senhor me ensinou e por ter cuidado de mim na Sibéria junto ao mestre Crystal. Por isso usarei a linguagem dos cavaleiros para que o senhor possa me compreender por completo. - Disse Hyoga elevando o cosmo e empurrando a rajada de ar frio contra Camus.

— Muito bem, Milo já o reconheceu como um verdadeiro cavaleiro. Eu não tenho mais nada a dizer. Mas não ache que uma simples rajada de ar frio dessas servirá de alguma coisa contra mim! - Falou o dourado rebatendo todo o ar frio contra o seu pupilo que foi arremessado contra a parede, que acabou congelada e se despedaçando quando Hyoga a atravessou.