Saint Seiya: New Classic Universe!

Seiya se Torna Cavaleiro! (T.3)


TERCEIRA TEMPORADA

SALA DO GRANDE MESTRE

Aioros está sentado no trono pensando em Shion, quando Nikol adentra a sala.

— Com licença, Grande Mestre!

— Não precisa me chamar assim, Nikol. Continuo sendo o mesmo Aioros. E fico feliz que tenha continuado como assistente, agora como meu assistente.

Nikol se aproxima sorrindo.

— É a minha missão Aioros, e tenho certeza que o senhor Shion está feliz com isso. E você é o merecedor de ser seu sucessor.

Aioros fica agradecido. Porém Nikol não está na sala apenas para cumprimentá-lo.

— Aioros, aqui está o relatório dos aspirantes a cavaleiros de Bronze que estão espalhados pelo mundo para conquistarem as armaduras.— Nikol entrega a Aioros um papel.

Aioros lê com atenção. Ele olha para Nikol.

— Então dos 50 garotos enviados através da Fundação GRAAD, apenas esses conquistaram armaduras?

— Sim. Apenas 30 armaduras de Bronze foram descobertas das 48 existentes, e muitos desses aspirantes não foram capazes de conquistá-las. Alguns serão guiados para serem soldados rasos, e entre os aspirantes, infelizmente, tivemos três baixas. Dois deles morreram em treinamentos.

Aioros abaixa a cabeça em lamento. Ele sabe que todos tinham essa possibilidade, e que pelo menos o número foi baixo. Mas fica surpreso a não estar entre as baixas, os cavaleiros que treinaram na Ilha da Rainha da Morte, Ilha de Andrômeda e Sibéria.

— Pelo que sei Camus perdeu um dos seus discípulos, mas o outro então deve ter conseguido concluir o treinamento. Daidaros também conseguiu treinar dois cavaleiros, sendo um deles auxiliado por Albion de Apus, e pelo visto, conquistaram as armaduras. O que me causa estranheza é o garoto mandado para a Ilha da Rainha da Morte. O líder daquele local, antigo aspirante a cavaleiro de Fornalha que foi punido por Shion por desafiá-lo, foi dado como desaparecido, porém o garoto era sempre visto treinando lá e nunca quis deixar o local.

As palavras de Aioros fazem Nikol abaixar a cabeça.

— Aquela Ilha sempre teve um clima sinistro. Cavaleiros negros sempre tiveram selados lá, já que vários renegados se refugiaram lá. Mas alguma energia, de alguma forma, impediu qualquer ação de qualquer rebelde desde o desaparecimento de Guilty, e não foi ninguém mandado aqui pelo Santuário. Quanto ao outro discípulo de Daidaros de Cefeu foi de fato Albion quem o levou Aioros. Ele havia o descoberto na Turquia, com a permissão do senhor Shion ele ficou um tempo treinando no Japão e depois foi guiado a Ilha de Andrômeda quando Daidaros aceitou treiná-lo, já que ele não era do orfanato japonês, Shion permitiu que Albion começasse os treinamentos antes de Daidaros iniciar. – Revela Nikol sem dizer que se tratava de June, uma garota.

Aioros se levanta.

— Está tudo sob controle por enquanto. Quanto ao garoto da Ilha da Rainha da Morte, o Torneio no Japão talvez revele algo sobre ele sem termos que invadir a Ilha. Irei partir brevemente para o Japão após a disputa pela armadura de Pégaso.

— Também por isso vim aqui. Vim te trazer a sagrada armadura que me pediu. Acho que não tem mais o porquê ela ficar comigo mesmo.

Aioros olha para a urna deixada no chão por Nikol.

— Em breve essa armadura está junto a Athena. Será muito importante para os nossos próximos passos. – Diz Aioros.

Nikol se retira deixando Aioros planejando os próximos passos.

Um novo dia amanhece. O Coliseu está cheio de soldados rasos, entre eles Lorenzo, e alguns cavaleiros de Prata. A disputa pela armadura de Bronze no Santuário chama a atenção de todos. Marin chega ao lado de Seiya enquanto Shaina se aproxima com Ushio. Elas se encaram. Os aspirantes também. Pouco depois, Aioros chega no topo do Coliseu, com suas vestimentas de Grande Mestre, mas sem o rosto coberto, ao lado de Babel de Centauro. Seiya e Ushio adentram a arena do Coliseu. Aioros toma a palavra.

— Seiya e Ushio, hoje vocês se enfrentarão tendo a honra de serem os aspirantes treinados no próprio Santuário. Aquele que derrotar o outro ganhará o título de cavaleiro sagrado da deusa Athena. Babel será o mediador.

— Aioros, desculpe interromper, mas Seiya tentou fugir do Santuário noite passada! – Shaina acusa Seiya o apontando.

Os soldados do Santuário começam a discutir sobre o que foi dito por Shaina. Marin se irrita.

— Você está enganada Shaina. Ontem saímos do Santuário para um treinamento especial, o último treinamento.

— Isso é mentira! Seiya está com medo de Ushio. De qualquer forma, um oriental não merece se tornar um cavaleiro. – Grita a amazona de Serpentário.

— A origem da pessoa nunca impediu qualquer pessoa de se tornar cavaleiro. — Quem surge falando é Aioria.— A vitória sempre decidiu quem teria esse direito.

Aioria e Marin se olham. Aioros faz sinal para todos ficarem em silêncio.

— Aioria tem razão. O combate nos trará a resposta. Se Seiya for um medroso, fatalmente ele não vencerá. O vencedor conquistará a armadura de Bronze de Pégaso.

Aioros autoriza o início da luta. Seiya fica em posição de combate, enquanto Ushio começa a rir.

— Está rindo de que? – Pergunta Seiya.

— Hahahaha quis fugir Seiya? Que patético!

— Jamais eu fugiria de você, imbecil. – Grita Seiya.

Ushio salta e Seiya o perde de vista. Um soco na cara de Seiya o deixa estendido no chão.

— Você morrerá hoje Seiya. Não é apenas derrotado que você será! – Diz Ushio o olhando de cima para baixo.

Todos os espectadores se mostram entusiasmados com Ushio.

— Ele é a ferinha mesmo. Não há dúvida, esse apelido cabe muito bem nele. – Diz um soldado. Lorenzo assiste tudo em silêncio.

Uma sequência de socos volta a derrubar Seiya quando ele se levanta. Ele começa a sangrar olhando Ushio, ainda caido no chão.

— Eu não posso desistir. Esse garoto não pode me vencer, ele não tem uma energia boa. Fora que eu tenho que voltar ao Japão com a armadura e reencontrar a minha irmã, meu destino é ser cavaleiro!

Ushio vira de costas. Ele olha para Babel.

— Pode começar a fazer a contagem, mediador.

— Não é você quem diz os procedimentos aqui, aspirante. – Se irrita Babel.

Seiya eleva seu cosmo chamando a atenção de todos. Ele está de pé. Ushio volta a ficar de frente.

— Ainda não desistiu?

Seiya sorri. Ushio sente uma dor na barriga.

— O que foi isso?

— Nem percebeu o golpe que te dei, não foi? – Pergunta Seiya.

— Golpe? – Ushio cospe sangue. Ele fica de joelhos.

O cosmo de Seiya brilha. Marin sorri e Shaina fica tensa.

— Não contenha seus golpes Ushio. Pode vir! – Seiya mostra confiança.

Ushio se levanta. Seu semblante de deboche agora é de raiva.

— Não terei piedade agora Seiya. Sinta a força do meu potente punho!

Seiya consegue desviar de todos os golpes de Ushio. O discípulo de Shaina não entende nada.

— Como ele conseguiu desviar? Eu não entendo...

— E aí Ushio, qual parte do seu corpo devo acertar agora? Você não conseguiu me acertar não é? Vamos, eu deixo você escolher.

Ushio fica ainda mais revoltado. Ele parte para cima de Seiya.

— Seu desgraçado!

— Que tal o queixo. — Seiya da um chute no queixo de Ushio, o lançando para trás.

Shaina não consegue acreditar no que vê. Os soldados estão espantados.

— Como isso pode estar acontecendo? Eu sempre fui superior ao Seiya. Todos sempre disseram isso! – Grita Ushio, se levantando machucado.

- Você se acha demais. Quero ver você se defender agora. Agora acertarei seu braço, seu peito, seu nariz... — Os golpes de Seiya não são contidos por Ushio. Ele começa a sucumbir.

Marin está orgulhosa. Seiya enfim despertou seu senso de justiça e entendeu o que é uma luta de verdade. Os treinamentos não foram em vão. Enquanto Shaina não sabe o que pensar vendo seu discípulo sem conseguir reagir aos golpes de Seiya.

Ushio cai ensanguentado no chão. Aioros pede para Bebel interferir, mas antes disso Seiya para de atacar Ushio.

— E então Ushio, admite sua derrota? Nós somos aspirantes há muitos anos no Santuário, por isso não vou mais o atacar.

Os soldados elogiam Seiya, irritando Shaina. Ela acha inadmissível que ele fique com a armadura.

Ushio não admite a derrota e parte com sua força bruta contra Seiya. Seiya desvia novamente.

— Você não descobriu o que é ser um cavaleiro, Ushio! Sinto muita maldade vinda de você.

— Eu sou o mais forte, você não irá me deter! – Grita Ushio.

Seiya faz os movimentos da constelação de Pégaso, traçando os 13 pontos. Aioria e Aioros olham bastante satisfeitos.

— Vou te provar agora que a armadura irá me pertencer Ushio: “Meteoro de Pégaso.”

— Ele conseguiu! – Grita Marin.

Os golpes acertam instantaneamente Ushio. Ele vai ao chão sem consciência.

— Parabéns Seiya, você é o vencedor. Hoje Athena te admitiu entre os cavaleiros. A armadura que você receberá é símbolo desse reconhecimento. — Aioros entrega a Seiya a urna com a armadura de Pégaso.

Seiya se atira na urna.

— Eu consegui... Agora eu posso tocá-la.

— Mas que fique avisado Seiya de Pégaso. Desde a antiguidade os cavaleiros têm defendido a justiça e protegido Athena. Essa armadura só deve ser utilizada para servir a justiça, jamais para benefício próprio.

Seiya balança a cabeça positivamente. Shaina se retira contrariada enquanto Ushio é levado para cuidados médicos.

Naquela noite, Seiya tenta abrir sua urna, sendo repreendido por Marin. Seiya coloca a urna em suas costas e diz que deve partir.

— Marin, como eu prometi, devo regressar ao Japão.

— Vá Seiya. Esse torneio pode ser muito importante para você. – Marin demonstra já saber do torneio.

— Não penso em disputar esse torneio, mas tenho que voltar para reencontrar minha irmã. Antes de partir, bem que você poderia me mostrar seu rosto. – Seiya sorri.

Marin vira de costas.

— A única coisa que posso te dizer é que você deve estar preparado. A verdadeira batalha logo irá começar.

Seiya se despede de Marin e resolve ir embora na calada da noite. Shaina o observa e o segue. Ela se coloca a sua frente na entrada do Santuário.

— Você não vai a lugar nenhum com essa armadura!

— Por que você me considera seu inimigo? Agora sou um cavaleiro, venci Ushio lealmente. Mesmo você sempre falando que eu ia perder, eu venci. Você não deveria me odiar. – Diz Seiya irritado.

— Cale a boca: “Garras de Trovão.”

O ataque de Shaina derruba Seiya com violência. Ele sente como se tivesse recebido um forte choque.

— Não posso ser atacado novamente: “Meteoro de Pégaso.”

Shaina se esquiva dos golpes e desdenha de Seiya.

— Sou uma amazona de Prata Seiya. Isso não é nada para mim. Eu consigo acertar 90 golpes por segundo. Você seria capaz de acertar 100 para me superar? Claro que não!

Shaina golpeia Seiya e o derruba de um penhasco. Ela fica procurando a armadura, já que a urna se desprendeu de Seiya.

— Tenho que resgatar a armadura. Vou pegá-la! – Shaina desce o penhasco.

Seiya consegue se aproximar da urna e puxa a alavanca. A armadura azul clara no formato de Pégaso, um cavalo alado, fica diante dele. Logo a armadura o traja.

— Vá embora Shaina. Agora estou com minha armadura.

— Já disse! Você é um cavaleiro de Bronze. Seu poder não se compara ao meu. – Shaina ataca Seiya, novamente o derrubando.

Seiya sente sua armadura pesada. Ele se lembra dos treinamentos de Marin e sabe que tem que se superar.

— Eu tenho que seguir as orientações de Marin.

— Então as siga para me derrotar moleque. Sou sua inimiga.

Seiya se aproxima de Shaina.

— Eu não posso te odiar.

— Como é? – Shaina não entende.

— Você é uma mulher. Por mais que eu tente, não consigo lutar pra valer contra uma mulher.

Alguns soldados parceiros de Shaina se aproximam e tentam intimidar Seiya, achando que ele está desafiando Shaina. Seiya derruba todos com a potência de seu golpe, que desperta um grande brilho com seu cosmo elevado. Um dos golpes acerta Shaina, que atinge seu rosto e derruba sua máscara. Shaina admite em seu interior que Seiya merece ser um cavaleiro. Seiya encara Shaina agora sem máscara, se mostrando muito bela com olhos verdes escuros. Ele tem a impressão que já a viu.

— Então essa é você... Não é feia como eu imaginava... Tenho até a impressão que já a vi antes...

— Nos reencontraremos Seiya. Como você viu meu rosto, terei que matá-lo. Nesse dia iremos lutar a sério. – Shaina se afasta.

Seiya deixa o Santuário.

— Estou voltando ao Japão. Seika, me aguarde!