-Veio me ver? Pra que? Se preocupa comigo agora? – eu falei, não dava a mínima pra ele e acho que ele fazia o mesmo, mas não quero dar motivos para ele pensar que ainda gostava dele.

-Não é bem isso, mas... a professora me pediu que viesse te entregar as folhas da matéria, já que sentamos juntos e que ele sabe que estamos “namorando”.

-Hum... ta legal, passa essas folhas para cá. – eu falei pegando as folhas. –Pronto, já entregou agora pode ir.

-Não vai me chamar para entrar? Afinal, somos namorados... podíamos ‘namorar’ no seu quarto.

-Que safadeza é essa? – eu perguntei indignada.

-Ou eu podia só conhecer seu quarto... – ele continuou.

-Não.

-Deixa vai? Criança chatinha.

-Chantagista! – eu retruquei, nunca vou deixar barato pra ele, nunca!

-Ou você deixa, ou eu vou ser obrigado a sentar com outra pessoa na aula de historia. – ele sabia que eu era péssima em historia, e sabia também que precisava dele para melhorar minhas notas. Droga, ele tinha me deixado sem saída novamente. Já falei que odeio quando ele faz isso? Então eu repito, EU ODEIO QUANDO ELE FAZ ISSO!

-Nem sei por que ainda insisto em tentar te responder Eric Spindler.

-Nossa me chamando pelo nome todo? Ta bravinha? Tanto faz, fica linda do mesmo jeito. – ele falou entrando. Linda?

-Espera um pouco... Linda? Você me chamou de linda? – eu perguntei quase rindo da cara de “E agora?” dele.

-Eu disse linda? Não me lembro de ter dito isso. Talvez você queira tanto que eu diga que acabou imaginando.

-Eu ouvi muito bem, você me chamou de linda. – eu iria insistir nessa historia.

-Hei filha? Já acordou? Quem está ai com você? – era minha mãe, pela distancia da voz ela deveria estar na cozinha. Ela não podia, de jeito algum ver o Espiga!

-É mãe, eu já acordei sim. E estou falando sozinha. Sou uma idiota mesmo – falei de onde estava. – Mais não se preocupa, já vou subir. – continuei.

-Está bem. Mais tarde passo lá pra te levar um lanchinho.

-Ta bem. – eu falei empurrando o espiga pela escada, nem vi se minha mãe tinha dito mais alguma coisa, só o levei ate meu quarto e nos tranquei lá.

-Pra que trancou a porta? Está afim de diversão a sós? – ele falou malicioso.

-Não é nada disso garoto, deixa de ser pervertido! Eu só nos tranquei porque tenho medo da minha mãe nos ver juntos aqui.

-Eu vou fingir que acredito. – ele falou. – Então esse é o seu quarto? Ate que é legal, a cama de casal facilita muito.

-Facilita o que? – fui ingênua de ter perguntado isso.

-Facilita isso. – ele falou e me beijou, foi o beijo mais selvagem que alguém me deu, e eu não tinha provado muitos beijos. Ele me pegou nos braços e me levou ate a cama, lá ele deitou-se em cima de mim, ainda estávamos nos beijando. Era uma nuvem de calor, estava bom assim, eu queria mais. Mas meus pensamentos me acordaram para o que eu estava fazendo.

-Hei, hei, hei. Chega, não quero isso agora. Não estou pronta ainda. – eu falei me afastando.

-Como assim não está pronta? Espera ai, você ainda é virgem? O frouxo do Miguel não transou com você? – ele era mesmo um idiota.

-Não, ele não transou. E sabe por que? – eu saí de perto dele levantei. – É claro que não sabe, garotos como você são insensíveis de mais para entender o que é ser romântico.

-Ah que fofo, ele não transou com você porque é romântico? Românticos como ele traem também? Porque foi isso que ele fez com você, te traiu. – a ferida ainda era recente, mal tinha terminado com ele e todos já ficam perguntando o por que. É difícil para mim dizer que ele me traiu com minha irmã, mas ouvir do Eric foi a gota d’água.

-Escuta aqui, ele era romântico comigo sim. Coisa que você nunca foi e nem vai ser. Ele me traiu? Sim foi um erro da parte dele, todo mundo erra nessa vida! – eu falei com a voz embargada. Estava a ponto de chorar, mas não ia dar esse gostinho a ele. Não ia mesmo.

-Você está protegendo ele? Que bonitinho, ainda gosta dele. – ele me olhou.

-E daí se eu gosto? Você não tem nada a ver com a minha vida. N.A.D.A entendeu?

-Se você diz...

-É eu digo. Agora pode ir embora da minha casa. JÁ! – eu falei com raiva.