-Entenda, Lu. Eu não contei para te poupar disso. Dessa discussão. Não queria ir embora sabendo que você ficaria chateada por te deixar.

-E eu tinha que saber desse jeito? Por uma mentira? – eu estava a ponto de chorar.

-Desculpe saber desse jeito. Mais eu te amo e não suportaria saber que você me condena por não te contar. Desculpe.

-Eu te condeno por não me contar, sim. Mais te perdôo por não ser verdade sobre a Larissa. – eu falei e o beijei. Beijei com vontade, sabendo que não provaria desse beijo a muito tempo.

-EU TE AMO – ele sussurrou no meu ouvido. Dessa vez eu sorri e o abracei.

-EU TAMBÉM TE AMO. – falei o apertando e beijando o seu pescoço. – É tão bom sentir seu cheiro.

-Eu digo o mesmo. Mas... – ele se afastou.

-Mas o que? – meu sorriso se foi.

-São três anos, e eu não quero te prender a uma promessa. Não quero te prender a mim. Um amor distante não resiste muito, e não quero sofrer por ter ido e te deixado aqui sozinha.

-Perai, está terminado comigo é isso? – eu falei, dessa vez não consegui segurar as lagrimas.

-É, eu estou. Escuta Lu, eu te amo mais não quero que pense que vou voltar como seu namorado. Tanto você quanto eu sabemos que pode surgir um amor e nos separar. Hei, não chora ta? Eu não mereço que você chore por mim. – ele falou com a voz embargada.

-Como não chorar? Não sabe o quanto eu lutei pra esse namoro ficar de pé... não sabe o quanto. – eu falei e olhei para baixo. Não suportaria vê-lo chorar.

-Por favor, para de chorar. Eu não consigo te ver chorar. – ele falou secando algumas das minhas lagrimas.

-É por sua causa. – eu falei em meio aos poucos soluços que começavam.

-Eu não mereço que alguém chore por mim. Não mereço. – ele falou e levantou-se.

-O que? Por que? – eu não estava entendendo nada.

-Porque eu sou um mentiroso. Um mentiroso idiota. – ele falou.

-Mentiroso? – eu falei e imediatamente parei de chorar.

-Eu sou um mentiroso, idiota... um sei lá o que! – ele falou

-Mi... dá pra me explicar o que está acontecendo? – eu falei o olhando.

-Você estava certa. – ele não me encarou.

-Certa sobre o que? Tem muitas coisas em que estou certa – brinquei, mas esse não era um momento para brincadeiras.

-Eu transei com a Larissa.

-Você o que? V-vo-cê e a Larissa... vocês... vocês transaram? Eu não acredito que você teve coragem de fazer isso comigo! – eu falei levantando também.

-Desculpa... foi um momento de fraqueza minha. Eu passei lá pra entregar o bilhete e a sua irmã estava se jogando pra cima de mim. – ele deixou algumas lagrimas caírem.

-O meu plano era ir lá, entregar o bilhete a ela e ir embora. Mas aconteceu que eu não fui embora, ela estava se shortinho curto e eu... bom eu... eu acabei caindo na tentação e fui pra cama com ela. Mas logo depois me arrependi e fui embora. Eu juro.

-Você pode jurar o que quiser. Eu não acredito em mais nenhuma palavra que você diz! – eu falei e cheguei perto dele. – Ainda bem que você vai embora, e tomara que fique lá pro resto da vida! – eu falei e sai do quarto batendo a porta. Corri ate a Belle que me esperava sentada em sua cama.

-Acabou! – eu falei e a abracei chorando.

-Tudo bem, tudo bem. Ele não merecia uma namorada como você, era boa demais para ele. E pode deixar que eu me vingo por você. – ela falou me apertando em um abraço. Belle era como uma mãe pra mim, 24 horas por dia ela estava lá, pro que der e vier.

-Você sabia que ele vai viajar pra outro país? – eu falei a encarando.

-O Miguel vai viajar? – ela arquejou.

-Pra Europa. – eu falei.

-Aquele idiota não faz ideia do que isso pode fazer!

-Como assim?

-A Renata também vai pra Europa.

-Vai? Todos viajam e eu sou a ultima a saber? Valeu! – eu falei

-É que ultimamente você anda muito com o Eric então...

-Nem me fale daquele FDP. Por favor, fala mais sobre a viagem da Re.

-Ta. – ela falou tudinho. Eu explico, a Re vai viajar pra fora do país pra ver como é lá na Europa, pois quer ir morar lá algum dia. Diferente do Miguel que quer conhecer novas coisas.

-Nossa que legal. – eu falei, era meu sonho viajar pra fora do Brasil.

-Muito legal. Quem sabe ela e o Mi não vão no mesmo avião? E pra mesma cidade? – seria muita coincidência mais seria possível.

-Coitados dos passageiros, porque assim que ela souber o que ele fez vai matá-lo mesmo dentro do avião. – eu falei.

-É mesmo... ai o Mi vai apanhar duas vezes. Uma vez de mim e outra vez da Re. Ótimo! Vou dar um toque nela pra vir aqui. – Belle pegou o celular e digitou alguns números. Ela falou um “Vem aqui, já!” e desligou.

-Celular de pobre tem que poupar credito. – nós rimos, mas era verdade. Embora os pais dela terem dinheiro o suficiente para comprar créditos para o celular dela todo dia ela recebia uma mesada e nunca gastava com o credito do celular. Minutos depois Renata bate na porta do quarto, abrimos e ela entrar ofegante.