–Tudo bem, mas precisamos conversar direito rapaz. – disse meu pai o puxando para uma conversa na cozinha, a portas fechadas. Nunca soube de toda a conversa mais nem me interessava muito. Minha mãe me abraçou e me desejou sorte com ele. Depois de um tempinho meu pai saiu da cozinha com Miguel, calados os dois. Corri e perguntei o que haviam conversado, mas nenhum deles respondeu.

–Bom acho que já vou, tchau senhor e senhora Nogueira. Tchau meu amor. – ele falou e me deu um selinho se dirigindo á porta. Fui logo após ele fechá-la. Quando a abri novamente ele já estava saindo pelo portão.

–MIGUEL! – eu gritei, ele me olhou e veio ate mim.

–O que houve? – ele perguntou já na minha frente.

–Vai embora assim? Sem falar mais nada? Dizer um simples “Boa Noite”? – ele sorriu e respondeu.

–Boa Noite meu amor! – ele falou e veio ao meu encontro.

–Assim está bem melhor. – sorri e o beijei.

–Bom eu tenho que ir. Amanhã acordamos cedo para ir á escola. Mas é uma pena eu não estudar mais com você. – ele falou me olhando.

–Pelo que você fez foi pouco só terem te expulsado. – eu falei. Não acho totalmente errado o que Miguel fez, mas foi de mais para a escola.

–Tive sorte mesmo. Mas mesmo não estudando mais lá eu posso te levar todos os dias. O que acha? – ele falou animado.

–Todos os dias? Mas você pode se atrasar. Não quero que se atrase.

–Não vou me atrasar. Meu pai me deu um carro, posso vir te buscar e não me atrasar. Ta certo que o carro nem é tão veloz mais é um carro.

–Ele te deu mesmo um carro? Nossa. – eu falei surpresa.