-Sim, nós sabemos.- disse, já com a voz trémula ameaçando chorar a qualquer momento.

- Bem, mas eu e a tua tia estivemos a falar e decidimos que a Rita não vai sozinha. Ela é muito pequena ainda.- nesse momento a Rita soltou um grunhido de descontentação face à palavra “pequena”, mas minha mãe ignorou e continuou - Inês, tu vais com ela. E vão mais cedo. Vão passar lá o resto das férias e vão estudar lá. Se tiverem médias para fazer a faculdade lá tudo bem, senão depois fazem cá. Mas para já o secundário vai ser lá. Têm o dia de amanhã para fazer as malas e empacotarem tudo o que precisam e no dia seguinte de madrugada apanham o avião.-disse ela.

Confesso que chorei e chorei baba e ranho mesmo. O meu sonho estava a tornar-se realidade! Não me lembro de mais nada, estava muito cansada e devo ter adormecido mesmo no sofá.

O dia seguinte passou num abrir e fechar de olhos. Passei o dia todo a por roupa dentro de malas. No final tinha cinco malas gigantes malas e a Rita apareceu em minha casa com quatro ainda maiores que as minhas.

Dormimos em minha casa e acordámos às 4h da manhã. O nosso avião era às 6h, e nós decidimos jogar pelo seguro e acordar um pouco mais cedo do que o necessário. Não íamos perder este avião por nada.

Às 5h30 estávamos na porta de embarque e tremíamos por todos os lados, mas tínhamos ambas um grande sorriso estampado no rosto, como se fossemos as meninas mais felizes do mundo e arredores. E de facto na nossa cabeça eramos e estávamos gratas por esta oportunidade.

Embarcamos e passado pouco tempo ouvimos uma voz feminina:

- Senhoras e senhores passageiros iremos descolar dentro de 5 minutos. Por favor apertem os vossos cintos.

Eu e Rita olhamo-nos nervosas e ao mesmo tempo ansiosas pois íamos realizar o nosso sonho dentro de pouco tempo.

Foi passado 1h30, quando o avião aterrou que a maior aventura das nossas vidas começou e nós mal sabíamos o que estava para vir.

A madrinha da minha Ritinha já estava à nossa espera e mal nos viu gritou os nomes feita louca para que reparássemos nela.

O caminho para casa foi curto pelo que não deu para dormir, o que para mim foi uma desilusão. Eu amo dormir e ainda por cima estava bastante cansada. Mas chegando a casa eu e a Rita fomos cada uma para o nosso quarto e mal entramos no quarto pousamos as bagagens no chão e caímos em cima da cama.

Não sei quanto tempo passou, mas tenho a sensação que tinha sido apenas 5m. Qual e o meu espanto quando olho para o relógio e vejo que são quase horas de jantar. Como não tinha fome, deixei-me dormitar mais um pouco. Porém fui interrompida por uma voz no corredor.

- Meninas toca a levantar, vamos sair.- disse a madrinha

- Sair a estas horas? Ninguém merece.. Que biolência! -.- - disse Rita com cara de poucos amigos.

- Sair para onde madrinha?- disse eu, com a mesma cara de Rita

- Vamos jantar fora, por isso despachem-se. E já agora digam-me onde querem ir jantar.- disse ela

Eu e a Rita entre olhamo-nos e gritamos ao mesmo tempo:

-NANDO’S!!!!

A madrinha assentiu e fomos as duas nos vestir. Decidi esmerar-me, apesar de ser apenas um jantar informal. Pus um vestido lindíssimo e um salto alto e maquilhagem de boneca, como sempre. E claro, obriguei a Rita a vestir-se assim também.

Chegámos ao restaurante e para nosso espanto estava bastante cheiro e barulhento. Eu não quero parecer estúpida, mas adoro jantar com a minha música e não com gritos de garotas histéricas. Um grito atrapalhou meus pensamentos.

-Ai eu vou morrer!- gritou uma garota qualquer.

-Vas happening? :o – disse Rita rindo-se.