Ruína Pokémon

Capítulo 04 - O Legado Secular


O céu se mantinha estranhamente belo, demonstrando que algo estranho poderia ter acontecido, e isso fez com que o Pastor ficasse com certa desconfiança dos eventos que viriam a se desencadear. A vila parecia pacata e sem qualquer sinal de ataque de grupo de Pokémons descontrolados. Mas por via das dúvidas, ele preferiu fazer uma caminhada pelas ruas da Vila Serena, tentando encontrar algum distúrbio fora do normal.

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Ele era um homem com mais de quatro décadas vividas, mas as linhas de expressão de seu rosto e o treinamento físico intenso que realizava periodicamente o davam uma fisionomia mais jovem. Seu filho era uma companhia constante nestas atividades, e até seus Pokémons, um Alakazam, com o qual Wilson Fauster treinava desde sua infância, e o Charmeleon do seu garoto. Esse treinamento trazia imensos benefícios físicos e mentais, mas os humanos sabiam que este era o momento deles, o momento de pai e filho se tornarem mais íntimos, uma vez que os assuntos da vila deixavam muito ocupado, a função de “Pastor” realmente o deixava exausto e sem qualquer possibilidade de trocar ideias com seu filho.

– Senhor Pastor, eu gostaria de tirar uma dúvida com o senhor. – Um homem grande, com fortes braços, duramente trabalhos nas forjas da cidade, vem em direção a Wilson, com um ar preocupado e incerteza no olhar.

– Não seria melhor utilizarmos os Pokémons treinados para proteger melhor nossa cidade desses ataques, do que manter os trabalhos de forma normal?

Tendo seu Alakazam meditando ao seu lado, ao qual fez um carinho por trás de sua nuca, eriçando seus pelos e lançando um pouco de energia azulada por marcas que apareciam em seu corpo par ao chão, o Pastor sorriu para o preocupado homem.

– Não tem o que se preocupar Ralf, os Pokémons podem trabalhar sem problema, eu já estou resolvendo esse problema, o Conselho se reunirá hoje e tudo será resolvido.

Era verdade que os problemas pareciam estar aumentando, e com o aparecimento do estranho fenômeno novamente, os habitantes da Vila Serena não ficaram muito sossegados com o fato. Os Pokémons pareciam que estavam pressentindo algo, ficavam mais instáveis e os humanos mais inseguros de todas as ações que podiam tomar com seus parceiros. O Conselho, grupo de pessoas influentes da vila, percebeu a necessidade de uma rápida reunião, para resolver de uma vez por todas os problemas que estavam se espalhando como uma doença altamente contagiosa.

Durante sua caminhada, pessoas chegavam no Pastor com perguntas sobre o modo que deveriam agir com as atitudes que seus Pokémons estavam tomando e durante os momentos que antecederam a reunião do Conselho ele agradeceu por não ser incomodado, uma vez que não era encontrado, graças aos poderes do seu Alakazam de criar ilusões do ambiente ao seu redor, levando o Pastor para a Casa Central sem qualquer incomodo extra.

– Obrigado Alakazam, agora queria que você fosse até a minha casa e trouxesse a caixa que havia te falado, aquela com o selo da planta, você pode fazer isso?

O Pastor falou assim que chegaram a Casa Central, sendo respondido com um aceno positivo do seu companheiro e subindo as escadas para sua sala de reuniões, onde ele deveria tomar as decisões que, mal ele sabia, mudaria completamente toda a história de sua família e tudo que ele havia protegido até aquele instante.


****



Os conselheiros não demoraram a chegar e a reunião logo começou, com portas fechadas e muitos sussurros de todos que auxiliavam o Pastor na Casa Central. Rose Teodor, a secretária particular do Pastor é a única que transita entre a sala de reunião e os aposentos comuns da Casa Central, esperando que o Alakazam retorne logo, um pedido feito pelo Pastor e que ainda não havia sido completado, um acontecimento raro, já que o Pokémon sempre cumpria com seu itinerário antes do previsto por todos. O nervosismo de Rose estava aumentando, uma vez que ela sabia que o momento de usar o objeto solicitado estava se aproximando.



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As portas dos fundos da Casa Central abriram-se repentinamente, levando Rose a criar esperanças em seus olhos, mas ao ver quem havia chegado, ela se depara com Ian e seu Charmeleon, muito suados e sem fôlego.



– Garoto, se acalme, por que você está tão apressado, o que está acontecendo, alguma coisa grave? – Ela perguntou se colocando a frente do garoto, que tentava subir as escadas e se dirigir até a sala do pai.


– Senhora Teodor (puff), não tenho tempo para conversa, ... (puff) meu pai, preciso falar ... (puff) urgente. Tenho que perguntar sobre ... (puff) sonho estranho ... (puff) venho tendo. – As palavras voavam rapidamente da boca de Ian e sua respiração o fazia perder por um momento o pique, para chegar até seus pulmões o possibilitar criar as palavras novamente.

– Ian, vamos até a sala dele então, você sabe que quando ele está em reunião não devemos atrapalhar, e esta é uma reunião urgente do Conselho, eu percebo que o que você veio falar com ele, parece ser importante, irei até a sala de reunião assim que o Alakazam chegar e informo a ele que você o aguarda na sala dele, está bem, ficamos conversados assim? – E sem esperar por uma resposta dele, ela o conduz até o andar superior, solicitando a um dos funcionários que lhe traga um pouco de água com açúcar para acalmar Ian.

– Olhe, fique aqui, acalme-se um pouco e o Pastor já virá para recebê-lo. – E ele confirma positivamente com a cabeça que havia entendido, pegando o copo e bebendo um pouco da água e respirando, para recuperar o fôlego que havia perdido. Rose se dirige até a porta, mas antes de fechar atrás dela a porta, se vira novamente para Ian. – Ian gostaria de te pedir um favor. Quando você falar com seu pai, por favor, vá até a minha casa e converse com o Markus, ele não está muito bem depois que acabou com a Ilana, gostaria que os amigos dele o dessem, um força, será que você poderia?

– Tudo bem Senhora Teodor, eu irei sim, assim que tiver a conversa com meu pai, passarei na sua casa. – Com um pouco mais de fôlego Ian respondeu, levantando da cadeira e apreciando a vila pela janela de vidro da sala do Pastor, com olhos atentos para as imagens que eram formadas nos céus pelo evento que agora começava a se dissipar dando espaço à iluminada noite que começava a chegar à vila.


****



Finalmente a porta da sala de reuniões abriu e uma transtornada Rose chegou carregando uma pequena caixa de madeira, mas este, que deveria ser o objeto mais importante dessa reunião ficou em segundo plano quando todos observaram o que o Alakazam trazia em seus braços. Um ferido e agonizante Oddish era transportado nos braços do Pokémon, suas folhas presentes no topo da cabeça estavam amareladas, com poros aparecendo por todo o seguimento da planta. Sua cor purpura estava claramente mais fraca que o normal e as raízes serviam como seus pés estavam quebradiças e com um aspecto enegrecido.



Rapidamente Elisa, uma senhora com belos olhos negros e um cabelo castanho levemente ondulado, saiu correndo até sua casa para convocar a sua Chansey e auxiliar na cura desse debilitado Pokémon. Alakazam o colocou sobre a mesa de reuniões, que estava repleta de mapas e desenhos sobre montanhas e uma estranha cúpula de vidro sobre toda a vila, floresta e terreno conhecido do povo de Vila Serena. Os outros conselheiros acharam-se incapazes de realizar qualquer procedimento, a não ser discutir teorias das mais diversas para a razão do acontecimento com a pobre criatura, que pigarreava intensamente.



Durante alguns momentos o clima na sala ficou pesado, quando ocorreu o primeiro pigarro com uma gosma esverdeada sendo expelido pela pequena criatura, que não conseguia mais ficar com seus pequenos olhinhos abertos. Assim que Elisa e sua Chansey chegaram, o Pokémon rapidamente se lançou sobre o Oddish debilitado, realizando uma chuva de penas sobre o pequeno, que o rodearam com uma brisa que lançava pequenos cristais brilhantes por todo o cômodo, que ao tocar no rosto dos presentes provocava um aquecimento da região, e trazia um grande relaxamento.


Elisa solicitou que todos saíssem da sala e deixassem a Chansey trabalhar com mais espaço, para que suas técnicas fossem utilizadas de forma mais eficaz com apenas um alvo, se tirando por ultimo e desejando a seu Pokémon companheiro boa sorte. O Pastor percebendo que as ações da Chansey não seriam rapidamente finalizadas se dirigiu a sua sala, com a pequena caixa em suas mãos, acompanhado por Rose e Peter Mewton, deixando os outros conselheiros conversando do lado externo da sala de reuniões. Os três estavam tendo uma conversa fervorosa sobre a proteção está se desfazendo, mas tiveram que interromper a conversa ao chegar à sala, pois lá chegando, encontrou Ian olhando atentamente para a vila, como um farol humano a todos os habitantes que observassem a janela, uma vez que seu Charmeleon lançava grandes sombras através da chama presente em sua calda escamosa.

– Ian, o que você faz aqui? – Ele olha com uma expressão de constrangimento para Rose, sem entender a situação.

– A senhor Pastor, desculpe não ter avisado, o caso do Oddish me fez esquecer esse detalhe. – Rose rapidamente respondeu, corando um pouco pelo seu deslize no trabalho.

O Pastor colocou a caixa sobre a mesa e se dirigiu ao garoto, com uma expressão que Ian conhecia muito bem. O cansaço da profissão o deixava muito abatido, e sempre que ele expressava essas rugas em seu rosto, a verdadeira idade do Pastor parecia se demonstrar a todos, deixando de lado sua jovialidade tão bem conservada. A incerteza das dúvidas que assolem a cabeça dele, o consumiam, tanto quanto a incapacidade que Ian sentia sempre que não conseguia ajudar os outros após saber os problemas que eles estavam enfrentando. Nesse ponto, pai e filho eram muitos semelhantes, não havia dúvida. Além da cor dos cabelos e o nariz bem desenhado.

– Ian, eu quero que você vá para casa, temos muitos assuntos a discutir ainda hoje, e não acho que você deva ficar aqui, por favor, vá e fique lá até eu retornar, eu explicarei tudo quando chegar. Diga a sua mãe que devo demorar, pois...

Porém antes que o Pastor terminasse de falar, Ian o interrompeu, com uma explosão de incredibilidade e revolta em sua voz, seu rosto estava ficando vermelho e sua voz começou a sair desenfreada, levando toda a sua calma par ao espaço, fazendo seu fôlego diminuir novamente.

– Eu não sairei daqui até que o senhor possa me escutar, vim correndo por que sabia que isso também era um assunto importante, e acho que tenho uma resposta para os eventos que vem acontecendo por toda a vila. O senhor pode não achar que sou indicado, mas eu e Charmeleon já enfrentamos muitas coisas, e o senhor deveria considerar que somos uma boa dupla, podemos suportar trabalhos duros também, então não me trate mais como uma criancinha. – Uma pequena lágrima descia do rosto de Ian, parecia que esse era um clamor de perceber sua maturidade, uma coisa que não era fácil de demonstrar, pela pacificidade que reinava na vila. As aventuras que Ian cita tratava-se basicamente de traquinagem e aventuras que ele realizava juntamente com Tristan e Markus, sempre rivalizando com Yslan, e seus companheiros Pokémons.

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Espantado com a revolta do filho, o Pastor levanta e se direciona até o garoto, coloca sua mão sobre o ombro e baixa um pouco sua cabeça, uma ação que não havia muita necessidade, uma vez que Ian estava quase do mesmo tamanho que seu pai – Ian, eu não disse que você é uma criança, ei que você tem talento e capacidade de realizar atividade de adulto já, mas no momento não necessitamos que você realize essas atividades, temos outros tão capazes quanto você e que iram desempenhar esse papel por muito tempo. Mas fale o que o trouxe aqui, e depois parta para casa.

Ainda um pouco revoltado, porém mais confortado pelas palavras do pai, ele toma fôlego mais uma vez e fala: – Tive um sonho e nele algo estranho acontecia, uma neblina verde ficava me rodeando e tudo ao meu redor muitas vezes tornaram-se negras, porém quando eu já estava acordando, um Pokémon apareceu para mim e falou que minha linhagem era pura, o que isso significa? O que ele queria dizer com isso? Ele me pediu ajuda, mas como eu poderia ajudar ele, não consigo entender nada do que estava acontecendo.

O Pastor começa a escutar com ceticismo as palavras de Ian, mas quando esse começa a descrever os eventos que aconteceram em seu sonho, ele começa a franzir mais a sobrancelha e dar mais atenção a cada palavra dita por seu filho.

– Você conversou com esse Pokémon, viu a imagem dele, pode descrever ele para nós?

– Na realidade, não foi bem uma conversa, ele simplesmente falou algumas frases e me pediu ajuda, mas eu consegui vê-lo sim – e descreveu a todos a aparência do Pokémon em questão.

– Sim, ele ainda disse o seu nome, e falou que eu deveria perguntar ao senhor quem ele era. O nome dele é Celebi.

Durante toda a conversa o Pastor se mostrava muito envolto nos detalhes, mas Rose e Peter não pareciam se interessar tanto pelo assunto, mas a menção do nome fez com que todos virassem para Ian e o olharem como um desacreditado, como se ele tivesse sido infectado por uma doença mortal, como se a palavra pronunciada fosse o pior dos insultos a serem lançados sobre um ser mortal.

– O Celebi entrou em contato com você, o Celebi protetor? – Rose e Peter falaram em uníssono se dirigindo para Ian e o Pastor ao mesmo tempo – Ele apareceu para o garoto, à situação realmente chegou nesse extremo, é isso mesmo senhor? – Os dois mostraram-se muito espantado para aquela revelação.

– Vejo que as coisas realmente saíram do controle, vocês dois, verifiquem se não há ninguém escutando do lado de fora e fiquem de sentinela ai, gostaria de conversar um pouco com meu filho sobre os acontecimentos que devem vir a se desenrolar agora. Charmeleon solicito a você que vá com eles manter a porta intransponível, ok. – Os dois humanos, ainda com incredibilidade estampadas em suas faces, confirmaram a ordem recebida e saíram da sala, claramente confusos. Charmeleon o seguiu, após Ian permitir com um aceno de cabeça que a ordem do Pastor fosse seguida.

– Sente-se Ian, você gostaria de ser tratado como um adulto, então esse momento chegou para você. Primeiro devo lhe mostrar o que guardo nesta pequena caixa, você deve lembrar-se dela – respondido por um aceno de cabeça de Ian – sempre ficou em um local bem visível na nossa casa, mas nunca o deixei tocar, ou saber o que tinha aqui dentro, bem aqui está, esse é o grande segredo dessa caixa. – Ele se sentou sobre a quina da mesa e colocou um estranho objeto no local onde deveria ficar a chave.

A caixa de velho carvalho que tantas vezes foi fonte de curiosidade, porém nunca coragem suficiente para se mexer finalmente estava a sua frente e ele poderia observar seu conteúdo, o que deveria ser, muitas teorias malucas entre seus amigos existiam, mas a teoria que ele mais defendia era que se tratava de uma poção perdida de Pokémons muito antigos, fósseis, que deveriam ter um grande valor para seu pai.

A caixa possuía uma tranca simples, que abria somente cm uma determinada chave, diferente de todas as outras fechaduras da vila, uma chave cilíndrica, com diversos sulcos e quando ela foi colocada no local que a cabia, um forte brilho verde emanou das frestas que iam se abrindo para revelar o interior do tão desejado “brinquedo”. Lá dentro Ian observou uma fita com símbolos que ele não conhecia, e alguns desenhos que lembravam pessoas e Pokémons realizando algum evento que se dirigia ao céu e criava um pequeno se verde, com duas antenas e grandes olhos azuis, o que não levou mais de um segundo para Ian associar ao Celebi.

– Ian, este é o selo de Celebi, um item sagrado para nosso povo, uma vez que este símbolo foi o fato que pode proteger todo o nosso povo da destruição do mundo. A muitas gerações atrás, nossos antepassados perceberam que o mundo estava para mudar, sofrer grandes mudanças e isso envolveria a participação de grandes governos e poderosos Pokémons. No começo todos achavam que seriam mudanças boas, como eram divulgadas, mas com o passar do tempo, os grande Pokémons sagrados foram sendo capturados e utilizados de formas impiedosas e horrendas, o que começou a causar muitos problemas ambientais, uma vez que estes Pokémons eram os responsáveis por manter o equilíbrio das terras, dos céus, dos mares, das estações, dos elementos, dos desejos humanos e de todo o planeta. – Ian sentou na cadeira e ficou observando a expressão de alivio de seu pai, como se um grande fardo fosse sendo retirado de suas costas, ou pelo menos, dividido, o que lhe causava um alivio nunca visto pro Ian em seu rosto. A jovialidade estava retornando para sua face.

– Começou uma grande batalha entre os Mestres Pokémons que ainda desejavam a estabilidade do mundo, mas muitos governos já possuíam Pokémons mitológicos, únicos e que viviam a centenas, até milhares de anos, sob total controle, e estes facilmente começaram a derrotar os desafiadores, o que com o tempo foi se tornando enfadonho para os governos, que decidiram que era mais rápido acabar de uma vez por todas com os Pokémons e Mestres, que simplesmente os expulsar. Então os desafiantes começaram a serem massacrados, quando seus Pokémons eram derrotados, eles não tinham tempo de leva-los a qualquer lugar para dá-los capacidade de recuperá-los e eram exterminados no mesmo momento, com seus treinadores sendo mortos em seguida. A partir desse momento, começou então por todo o planeta a existir a imposição dos mais fortes e muitas potências ditatoriais começaram a ser criadas, levando a guerras cada vez mais brutais e devastadoras, tanto pela quantidade de pessoas e Pokémons que morriam, como também pelas áreas do meio ambiente que estavam sendo destruídas. – A cada frase que dizia, o Pastor parecia retirar de suas costas toneladas e toneladas de reponsabilidade acumuladas com o tempo e os conhecimentos que possuía.

– Sem qualquer forma de equilíbrio no mundo e sem quem tivesse poder para que se impusesse a estes dominadores, muitos povos começaram a se refugiar em florestas profundas, em montanhas, e nos mais diversos lugares, mas eles também eram encontrados, e se não pudessem dar nada de valor para seus captores, todos eram exterminados e eles passavam para outras vilas. Você não acha estranho termos poucas pessoas passando por nossas terras, por nossa vila, sempre sermos tão isolados. Isso acontece por que há uma grande barreira, criada há séculos atrás, pelo poder criado através do desejo dos Pokémons e dos humanos, que não aguentavam ver todo o planeta sendo destruído e então eles se reuniram e a força de seus desejos pôde convocar o grande Celebi. Um Pokémon que é tido como o espírito das florestas, o protetor dos viajantes e o viajante das tempestades. – Ele então contornou a mesa, deixando a caixa aberta na frente de Ian, sentando-se na sua poltrona e se espojando por ela, como um garoto fazia sempre que se sentava na grande e confortável poltrona de sue pai, e então continuo.

– Após a convocação do Celebi, ele prometeu que protegeria a todos por possuírem o coração e as ações puras, o que faria com que o espaço destinado à preservação fosse criado, protegido de todo o mal externo do mundo de aversão que foi sendo formado do lado de fora da nossa vila. Essa proteção é o céu que observamos, porém esse céu azulado não é o céu original que o nosso planeta possui, infelizmente, a ganância humana e a união com Pokémons das trevas causou a total destruição da atmosfera protetora, a responsável por esse efeito azulado do céu. O céu atualmente é negro, com flamejantes tempestades causadas pela queima dos gases presentes no ar, o que nos desertos, pode significar a morte, já que por todo o lugar arde em chamar. As cidades são rodeadas de grandes cúpulas de vidro, para proteger o pouco oxigênio que resta, possibilitando a respiração, contaminada, de toda a população. Apenas poucos habitantes do planeta respiram o ar puro, como o que encontramos aqui, são aqueles que gastam rios de dinheiro, e que são hipócritas e cruéis com os que os rodeiam, além de possuir os Pokémons mais poderosos para lutar por eles.

– Pai, o que é dinheiro, como você sabe tão bem sobre esse mundo lá fora, como você sabe sobre esses fatos da história, de tanto tempo atrás, o senhor é tão velho assim? – Ian pergunta após escutar todo discurso de seu pai. Durante o mesmo, ele estava somente absorto em todas as revelações que estavam sendo realizadas e ficou pensando como seu pai conseguiu viver até o momento com tantos segredos para si.

– Esses segredos são transmitidos para os Pastores da Vila Serena e somente nós temos todo esse conhecimento. Quando um pai entrega a seu filho essa caixa, ele dá junto o controle da vila, pois chegou o momento dele tomar as corretas decisões, já que o Celebi o achou digno de tal atividade. Mas ele aparecer para o procedente jamais havia ocorrido, o que ocorre é um sonho do Pastor atual, onde lhe é informado até que momento ele deve ficar no poder e passar então todas as atividades para seu sucessor, como foi passado pelo pai do meu pai, e pelo pai do pai dele, e assim por diante, por séculos. Não preparei todas as coisas que me foram passadas quando me tornei Pastor, então não sei como devo proceder nesse caso, mas sei que poderemos trabalhar em conjunto para manter a ilha em controle e descobrir o que está acontecendo com a barreira de Celebi, que não tenho medo de supor, pode ter algo haver com a atitude estranha de alguns Pokémons e os eventos meteorológicos que vem sendo apresentados aqui na nossa vila. – O Pastor começou a retirar alguns documentos de sua gaveta e coloca-los sobre a mesa, para que Ian tivesse a oportunidade de observa-los também. Ele identificou muitos locais que comumente frequentava, mas percebeu que havia muitas passagens secretas nesses lugares, e em alguns, até mesmo grandes salões subterrâneos secretos.

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– Você me aceita como seu Pastor regente, até eu repassar a você todos os dados, todos os segredos e rotinas do trabalho de Pastor, meu filho? – Wilson agora o olhava com um olhar suplicante e ao mesmo tempo aliviado, por saber que seu trabalho estava terminando, mas não queria que seu filho sofresse com essa transição inesperada que havia sido provocada.

– Pai, tudo isso é demais para eu controlar, claro que quero trabalhar com você, e há uma coisa que quase me esqueço de mencionar, um rebanho de Tauros debandou hoje, durante o evento climático estranho no céu, no final da tarde e eles demoliram o celeiro dos Silva, eles se salvaram, e pouco tempo depois os Pokémons pareciam que não sabiam o eu tinham feito e retornaram para o local de onde eles haviam debandado, eles pareciam muito confusos.

– Entendo, cada vez mais, tenho certeza que isso se trata de algo intercalado com a nossa proteção, parece que ela está perdendo força, temos que fazer algo a respeito disso. Os Pokémons que a mantém erguida devem estar sofrendo algum mal. – Mal acabou de falar, alguém bateu na porta, sendo convocado por Wilson para entrar na sala.

– Senhor Pastor, me desculpe, eu sei que o senhor não gosta de ser interrompido durante a discursão de assuntos sérios, e sabe que jamais faria isso se não fosse algo grave, mas Elisa está querendo falar com o senhor, posso deixa-la entrar? – Rose apareceu na porta, muito vermelha, como era costume quando realizava algo que não condizia com seu perfil metódico e correto de executar seu trabalho.

– Não se preocupe Rose, estávamos conversando assuntos sérios realmente, mas sei que você jamais nos interromperia por assuntos supérfluos, e avise a todos, a partir desse momento, não há necessidade de me chamarem de Pastor, volto a ser apenas Wilson, meu filho sim, este a partir de agora recebe o título de Pastor e é a ele que você responde agora. – Com as palavras lançadas a Rose, uma nova expressão de incerteza e perplexidade vagou pelo rosto dela, olhando rapidamente de Wilson para Ian, sem noção de como reagir.

– Então senhor Pastor, podemos deixar Elisa entrar – perguntou Wilson, sorrindo com a expressão confusa de Rose e o espanto estampado no rosto de Ian, que não achava que o cargo seria passado tão instantaneamente, ele pensava que para se tornar um Pastor, deveria ter uma cerimônia suntuosa, com toda a vila, mas simples palavras foram lançadas, porém o peso dessas palavras era mais pesado que toda a manada de Tauros vista mais cedo.

– Err... bem, sim, pode deixar ela entrar Rose – com um aceno de cabeça Rose saiu e segundos depois Elisa entrou pela porta da sala do Pastor, seu expressão era sombria e chorosa, Wilson que apresentava um sorriso maroto no canto da boca rapidamente o perdeu e deu espaço a um rosto mais preocupado, pelas palavras que poderiam vir a ser proferidas, deixando passar a citação que ele não era mais o Pastor e sim seu filho.

– Senhor Pastor, infelizmente tenho que lhe trazer más notícias. O pequeno Oddish que o seu Alakazam nos apresentou, infelizmente não resistiu e sucumbiu a doença que o havia afetado. O Chansey conseguiu isolar colônias presentes nos poros apresentados nas folhas da cabeça do pequenino e identificou como um forte veneno, liberado por microrganismos que nunca observamos dentro da nossa vila. Estamos trabalho para gerar uma cura, mas como conseguimos pouca amostra até agora, não temos previsão de realizar uma boa pesquisa sobre o veneno. E antes que eu esqueça, temos certeza que esse Oddish foi atacado por algum tipo de animal que não conhecemos, pode ser alguma espécie de Pokémon ainda não observada nas nossas terras.