Ruína Pokémon

Capítulo 01 - A Jornada


Uma leve brisa quase matinal passava por todos os campos da Vila Serena, banqueteando a vegetação, alguns Pokémons que repousavam sob as densas árvores da floresta próxima e adentrando por todas as frestas nas casas dos habitantes da delicada e sossegada vila. Uma brisa que trazia o ar agradável de mais um dia que iniciaria com o raiar do sol de verão, que se mostrava tão quente como deveria ser.

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Porém, em uma casa central da vila, essa brisa ganhou um discreto e intenso impulso e adentro pelos cômodos da casa, fazendo com que as janelas entreabertas escancarassem suavemente a sua passagem e tremeluzissem todas as cortinas que as revestiam. Como que procurando por algo, ou alguém, a brisa soprou por todo o cômodo inferior e emergiu no piso superior através das frestas do piso revestido de madeira. Uma porta grossa de carvalho podia ser vista no fim de um corredor fracamente iluminado por lamparinas em alguns móveis, mas alguns metros à frente, era possível ver então uma grande e bela porta branco perolada, entreaberta e com um facho de luz tremeluzindo da calda de um belo Charmeleon, que se encontrava ao lado da cama.

Um garoto de aproximadamente 16 anos encontrava-se coberto por finos lençóis de um tecido azulado brilhoso, com um semblante sossegado, calmo e que, com certeza, demonstrava que bons sonhos estavam sendo vividos naquele momento. Seu sorriso taciturno e sua suavidade de expressões não deixava dúvida. Mas a brisa que tanto procurou, pareceu achar seu destino e durante um tilintar de enfeites pendurados no teto do quarto, a sombra da figura de um Pokémon se materializou e investiu com toda força e velocidade sobre a cabeça do jovem, invadindo seus sonhos e mudando rapidamente a expressão de tranquilidade para dor e angustia. Em segundos toda a calma que era expressa por aquela face foi trazendo rigidez muscular e suor às têmporas do garoto.

Não durou mais que um minuto, após essa investida, o garoto deu um súbito sacolejo da cama, e acordou todo suado e desorientado. Se não estivesse ainda deitado, certamente o chão teria sido sua escora. O Charmeleon que repousava ao seu lado acordou assustado e em instantes ficou em alerta, mas nada podia ser observado, a não ser uma leve brisa que entrava pela janela aberta do quarto.

O garoto não conseguia lembrar nenhum instante do sonho que havia tido essa noite, fato raro para ele, uma vez que sempre anotava em seu diário noturno, assim que acordava seus mais profundos e misteriosos sonhos. Porém hoje, a única palavra que conseguiu escrever foi “AJUDE-ME”.