Capítulo 1

31 Winter-1 Spring

Fim de ano e começo de uma nova vida....

Aquele entardecer nao poderia estar mais frio...uma terrivel tempestade de neve colocava em perigo aquele grupo que tentava atravessar a Padova mountain e seu famoso, e perigoso, desfiladeiro. No meio da forte ventania...

No meio da forte ventania ouviu-se uma voz:
-Mae, porque estamos fazendo isso? Nao poderiamos ter esperado pelo menos mais um dia para sair daquela cidade?
-Nao meu filho, nao podiamos...se ficassemos em Kardia mais um dia nossas vidas seriam destruidas juntamente com a vila.. Precisavamos sair rumo a Alvarna o mais rapido possivel...
-Malditos dragoes...eu prometo nao descansar ate que eles fiquem todos extintos...
-Meu filho, vingança nao vai trazer a vila de volta. Agora concentre-se na viagem, pois vamos passar por um trecho extremamente perigoso e eu nao quero que se machuque. ... Nesse momento eles estavam passando por uma ponte extremamente comprometida pelo tempo.Todas as cinco familias atravessaram em segurança, porem quando o ultimo homem, que estava levando a comida usando caes que puxavam um treno, foi atravessar, a ponte começou a romper-se...as outras familias olhavam aflitas para aquele homem que tentava nao perder a coragem diante daquela situaçao de extremo perigo...Continuou atravessando, e quando o primeiro cao colocou a pata no outro lado da montanha, a ponte ruiu-se...Aquele homem, ja sem nenhuma esperança e sem forças pra gritar, apenas viu as pessoas distanciarem-se dele...As outras familias nada puderam fazer a nao ser chorar e lamentar por terem perdido nao so um homem do grupo, mas tambem o que levava toda a comida, e o unico que sabia o caminho para Alvarna...A esperança de todos ali havia acabado naquele instante...desceram a montanha e ficaram parados sem saber para onde ir...Uns queriam morrer naquele momento para evitar o sofrimento que o frio, a fome, e a tristeza estavam lhes causando.Outros queriam seguir ate onde aguentassem.Ainda achavam que tinham esperança.Apos um momento de muita discussao eles chegaram à unanimidade: queriam morrer ali mesmo...provocariam uma avalanche...Nesse momento, a mae virou-se desesperadamente para seu filho e disse:
-Nick, pegue esse ultimo sanduiche que eu tenho aqui e guarde-o para quando suas forças estiverem quase se esgotando...agora corra o mais rapido que puder para evitar a avalanche...
-Mas mae, eu....
-Nada de \"mas\'\'.Apenas obedeça.Agora va...e nao olhe pra tras....eu te amo....
-Mae - disse ele em voz chorosa- eu tambem te amo... Deu um forte abraço nela e saiu correndo com lagrimas nos olhos. Apos alguns instantes, ele escutou um grito que ecoou por todo o vale, e poucos segundos depois, um estrondo. Apertou ainda mais o passo para correr bem mais do que os seus proprios limites aguentavam. Parecia ja estar um pouco distante do foco da avalanche, por isso sentiu-se mais aliviado e parou para respirar e para comer o sanduiche que sua mae havia lhe dado. Quando deu a primeira mordida, engoliu em seco, pois sentiu outro tremor de terra. O que aconteceu a seguir nao lhe agradou nadinha: A primeira avalanche havia provocado uma segunda, e esta estava ocorrendo bem diante de seus olhos. Largou o sanduiche e correu bem mais rapido do que a primeira vez. Conseguiu escapar da parte mais perigosa da avalanche, ou seja, estava livre de ser soterrado pela neve. Contudo, a pior parte ainda estava por vir...uma pedra de medio porte desceu a montanha numa velocidade assustadora e acertou-lhe na parte de tras da cabeça. Imediatamente ele caiu inconsciente no chao...

-Quem e ele?-perguntou Lara
-Eu nao tenho a menor ideia -respondeu Mana- meu pai havia ido buscar nosso cachorro que havia corrido pra fora da cidade...quando o encontrou ele estava latindo e tentando cavar algo na neve, entao meu pai aproximou-se e viu uma mao que aparentemente estava tremendo por causa do frio. Entao meu pai tirou a neve de cima dele e o trouxe para ca...ele me contou isso hoje quando acordei. Depois que tomei cafe, vim direto pra ca pra ver como ele estava...
-Nossa... que historia!!! De qualquer forma eu sou apenas uma enfermeira...e devo dizer que ele nao esta nada bem...nao sei se vai resistir...
-Como assim? ele TEM que ficar bem...nao quero ninguem morrendo aqui dentro de casa.
-Entao o jeito e leva-lo para o hospital...
-Quando eu disse que nao queria ninguem morrendo aqui em casa, estava querendo dizer que nao queria ver ninguem morto em lugar nenhum!
-Tudo bem...mas ele precisa esboçar alguma reaçao. O remedio que dei pra ele parece nao ter dado efeito algum...ele continua suando frio e tremendo...
-Tomara que fique bem...
-Pra que tanta preocupaçao?...ta certo que uma boniteza dessas nao deveria morrer, mas...
-Lara!!!
-O que foi? nao achou ele gatinho?
-Er...que....-e apontou com o dedo na direçao do garoto. Ele havia acabado de acordar e estava olhando atentamente para Lara, enquanto esta ficou com o rosto extremamente corado.
-Voce nao ouviu ne?-perguntou Lara. Ele balançou positivamente com a cabeça. O rosto dela ficou mais vermelho ainda e ela disse para Mana(de modo desconcertado):
- E...eu j....ja cumpri meu papel como enfermeira...agora vou deixar ele por sua conta, afinal o \'\'hospede\'\' e seu.
-Tudo bem -disse Mana perdendo o ar de tanto rir.Pode ir.Depois a gente conversa mais. Lara saiu em passos rapidos do porao onde estavam.Mana virou-se para o garoto e perguntou:
-E entao?
-?
-Qual seu nome? o que aconteceu com voce? como foi parar la?
-..................... -
Voce e mudo por acaso?
-....................................................
-Grrrrrr....por que os homens sao tao pouco comunicativos? Ela ja estava com a mao na maçaneta da porta, quando ele disse:
-Espere...nao saia.
-Ah! Entao voce fala ne? vai ou nao me responder?
-Bom...eu gostaria muito de te reponder, mas eu nao consigo me lembrar de nada...
-Nada?
-Nada.
-Nem mesmo seu nome?
-Nem mesmo meu nome.
-Nossa....deve ser complicado tentar se lembrar de algo e nao conseguir...mas enfim...quando melhorar va para o meu quarto.Apenas suba as escadas e ja estara la... pode entrar sem bater na porta. Estarei la arrumando meu guarda-roupa...a proposito esqueci de apresentar...meu nome e Mana.
-Prazer...e eu irei la sim...obrigado. Ela saiu e o deixou sozinho no porao.Ele aproveitou pra tirar um cochilo, e quando acordou ja se sentia bem melhor. Levantou-se, subiu as escadas conforme Mana o havia instruido e entrou no primeiro quarto que viu. Quando ele entrou viu uma mulher extremamente diferente de Mana enrolada numa toalha, apos ter saido do banho.Ela olhou pra ele, ele olhou pra ela com uma cara de \"wtf?\", e logo a seguir teve que tampar os ouvidos, pois o grito que ela deu foi tao intenso, que fez com que seus timpanos doessem no mais profundo da alma.Mana entrou correndo no quarto, quando se deparou com a cena. Riu um pouco e disse: -Nao se preocupe, ele nao e ladrao, nem pervertido.
-Quem e ele?
-Papai nao te contou?
-Nao... Apos ter contado a historia para ela, Mana perguntou:
- Entendeu agora?
-Claro que entendi...e tenho do dele...mas isso nao muda o fato dele ter me visto enrolada numa toalha! Se a cabeça dele nao tivesse enfaixada, eu faria com que ele a enfaixasse!!!
-Me desculpe-disse ele- nao tive intençao...
-Sem problemas...
-Esqueci de apresenta-los...garoto sem nome, essa e minha irma Mist, e Mist, esse e o garoto sem nome.
-Precisamos arrumar um nome pra ele-disse Mist- uma pessoa nao pode viver sem um nome... -Verdade...que tal nuno? o que voce acha?. Ele balançou negativamente com a cabeça
-Que tal brian? - perguntou Mist. Outro negativo.
-Que tal Riuji?-sugeriu Mana -hahahaha-Mist ria
- e rid....
-Gostei do nome! Prazer Mist e Mana. Meu nome e Riuji! Mist olhou com cara triste para a irma, afinal competiam em tudo o que faziam e dessa vez ela havia perdido.
-E um bom nome sim-disse ela- agora se puderem se ausentar do meu quarto, eu preciso trocar de roupa....
-Estamos saindo. Vamos Riuji. Sairam e foram para o quarto de Mana.Ela sugeriu:
-Ja esta tarde, mas que tal se fossemos ver o final do festival de 1 dia do ano?Ainda da pra pra ver os fogos de artificio! E e bom que eu ja te mostro a cidade!
-Por que nao? vamos entao! Desceram as escadas e sairam da casa.Passaram por um caminho feito com tabuas de madeira branca, chegaram num lugar amplo e que possuia um casa e uma area para cultivo. Mana disse:
-Papai disse que voce vai poder morar aqui...e nossa antiga casa. Aqui voce vai poder cultivar o que quiser, criar os animais que quiser, reformar o que quiser, e....-o rosto dela ficou vermelho- morar com quem quiser.
-Nossa!Aqui e bem amplo! Muito obrigado!
-Agradeça meu pai...amanha voce sera melhor instruido sobre isso... agora vamos, ja perdemos tempo demais aqui. Com sorte veremos os fogos! Foram em direçao a praça onde estava ocorrendo o festival. No momento que chegaram la, os fogos começaram ser disparados. Procuraram um lugar privilegiado e assistiram ao espetaculo ate o fim sem pronunciarem uma palavra um com o outro. Quando terminou, eles se olharam nos olhos e ela disse:
-Seja bem vindo a Alvarna e feliz ano novo!