William permaneceu impassível mediante a ameaça de Sol. A expressão do rapaz deixava apenas transparecer calma.
-William: Devo citar, um por um, os motivos que me dão certeza de que sairei vitorioso?
-Sol: Hmpf, virou comediante agora? Pois diga!
-William: Você é espalhafatoso demais, não tem o menor bom senso, se distrai por qualquer bobagem, é extremamente estúpido e...
A cada palavra o rosto de Sol se contorcia mais de raiva. Suas mãos faiscavam e geravam pequenas explosões, sinalizando o quão irado ele estava.
-William: ...e você só pensa que é bonito, pois na verdade sua aparência é ridícula.
-Sol: Você...
Em um único segundo, uma enorme esfera amarelada surgiu ao redor da mão direita do guerreiro da rosa branca.
-Sol: VOCÊ VAI MORRER, MALDITO!!!
Sol, com os olhos ardendo em fúria, arremessou a esfera contra William. Este sorriu ao ver a reação do inimigo antes de criar uma rajada de vento que o lançou rapidamente para o alto, escapando do alcance da estrela explosiva que destruiu parte de uma edificação.
-William: E não bastasse isso, ainda por cima tem uma mira horrível e nenhum respeito pela propriedade alheia.
Manipulando o vento, William voltou ao chão em pé e com leveza. Sol, ainda mais irado, notou que seu ataque havia causado danos desnecessários.
-William: “Está funcionando melhor do que eu esperava. Mas agora não poderei cometer nenhum erro, ou estarei morto.”
Sol ergueu ambos os braços, cruzando-os e apontando para o alto. Subitamente uma rajada de pequenas estrelas saltou para cima, seguindo uma trajetória curva e chovendo sobre William.
-William: “Mas tudo bem, se não houvesse desafio não valeria a pena.”
Ainda mantendo a calma, William dobrou os braços, deixando as palmas de ambas as mãos próximas ao peito. Em seguida, disparou uma rajada dupla de vento, atirando a si mesmo violentamente para trás e escapando da área de efeito do golpe do inimigo.
-Sol: Não deixarei que fuja!
O controlador de estrelas partiu em direção do adversário, o qual se levantou rapidamente e mostrou novamente um sorriso zombeteiro.
-William: “Essa foi por pouco.”
-Sol: Tome!
O loiro balançou o braço direito violentamente e, durante este movimento, seu mangual começou a tomar forma como da outra vez. Porém, quando a bola de espinhos na ponta da corrente surgiu, esta foi coberta por uma esfera espinhosa com o dobro do raio, mas feita de luz e chamas.
-William: “Não acredito que ele criou uma estrela ao redor da maça daquela arma.”
A bola de espinhos atingiu o chão, a centímetros de distância de William, e então explodiu, derrubando-o e causando ferimentos leves.
-Sol: É o seu fim!
Sol puxou a esfera de volta e atacou novamente, criando mais uma estrela ao redor da maça. William, sem conseguir esconder a preocupação, estendeu a mão esquerda e disparou uma esfera concentrada de vento, a qual mudou a trajetória do mangual e o fez atingir uma parede próxima. A estrela, porém, permaneceu intacta.
-William: Você quer me destruir ou destruir a cidade?
Já em pé, o manipulador do vento novamente lançava provocações ao oponente, exibindo um sorriso desdenhoso e confiante uma vez mais. Sol, no limite da tolerância, puxou a corrente da maça para o lado, fazendo-a se desprender da parede e avançar contra William novamente.
-William: “É agora.”
O rapaz saltou para trás e começou a correr na direção contrária a Sol, como se tentasse fugir.
-Sol: Não pense que pode escapar de mim! Vou explodir suas pernas!
Largando sua arma, o controlador de estrelas disparou na direção de seu inimigo, concentrando seu poder na palma da mão direita, criando uma estrela pequena, mas altamente explosiva.
-William: “Acho que exagerei um pouco. Esse cara ficou louco.”
William pressentia que o próximo ataque seria extremamente violento. A demora para lançar a estrela só podia significar que Sol estava concentrando tanto poder quanto era capaz.
-William: “Mas tudo bem. Eu ganhei.”
William parou subitamente e virou, encarando Sol com uma expressão vitoriosa. Um tanto confuso, o controlador de estrelas parou também, sem notar que abaixo de si o chão estava todo rachado.
-William: Venci.
No momento seguinte, o chão abaixo de Sol desmoronou. Com uma expressão de completa surpresa, o guerreiro da rosa branca caiu num buraco com cerca de três metros de diâmetro e a mesma profundidade. Em seguida, as beiradas desmoronaram sobre ele.
-William: “Com certeza isso não-”
Os destroços que cairiam sobre Sol foram obliterados num segundo por uma poderosa explosão, a qual transformou o buraco numa pequena cratera. Em seguida, do meio da poeira e fumaça, surgiu o controlador de estrelas.
-William: “Como pensei, não foi o bastante.”
-Sol: Já entendi tudo. Armou uma armadilha pra mim, não é? Foi obra de quem isso?
-Fernand: Minha, é claro.
O tom de voz de Sol estava totalmente mudado, já não havia mais raiva nele. O guerreiro da terra, por sua vez, deixou seu esconderijo, sorrindo e sacando seu machado.
-Sol: Como fui tolo. Deixei-me levar pelas suas provocações e quase levei a pior. Admito que você é um adversário sagaz, mas agora que eu descobri o seu plano, não vou mais me deixar levar por suas provocações.
-William: Agora é tarde demais, eu já venci.
-Sol: Como assim?
O manipulador do vento apontou o dedo indicador na direção do pilar. Momentos depois, este ruiu diante dos olhos de Sol, o qual ficou totalmente estarrecido.
-William: Poder é uma arma eficiente e necessária, mas só isso não é o bastante. A arma mais eficiente do ser humano é a inteligência. A prova disso é que eu venci você, que é muito mais poderoso que eu, usando a mente.
Sol estava arrasado. Não era capaz de aceitar que fora enganado de tal forma a permitir que o pilar fosse destruído. Porém, o choque que a realidade lhe causou rapidamente deu lugar a uma nova onda de raiva.
-Sol: Vocês...
-William: “Agora começa o desafio de verdade.”
-Sol: EU MATO VOCÊS!!!